POLÍTICA
Como votou cada ministro do STF no julgamento de B…

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3 meses atrásem

Valentina Rocha
Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado, nesta quarta-feira, 26. Diante da decisão, os acusados agora deverão responder ao processo penal, que pode levar à prisão.
Veja a seguir, por ordem de votação, a síntese da argumentação de cada ministro.
Alexandre de Moraes
Ao longo de 1h50 de discurso, Alexandre de Moraes, relator do processo, apontou que o grupo denunciado agiu de forma coordenada até janeiro de 2023, a fim de abalar o Estado Democrático de Direito.
Foi colocado que, mesmo após a derrota nas urnas, o ex-presidente Jair Bolsonaro determinou que militares publicassem notas técnicas para manter seus apoiadores nos quartéis. O ministro ressaltou ainda a gravidade da invasão às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023.
De acordo com Moraes, “não há nenhuma dúvida que o denunciado Jair Messias Bolsonaro conhecia, manuseava e discutia sobre a minuta do golpe”. Ele disse ainda que a denúncia apresentada pela PGR é “detalhada, compreensível e coerente”.
Quanto ao episódio de invasão à sede dos Três Poderes, Moraes declarou: “Não foi um passeio no parque. Ninguém, absolutamente ninguém que estava lá, estava passeando. E ninguém estava passeando porque tudo estava bloqueado e houve a necessidade de romper as barreiras policiais”.
O ministro completou ainda que a população tem a tendência de esquecer dos fatos, e que aqueles que têm boa fé, com viés de positividade, podem ser enganados por uma narrativa de que o 8 de janeiro foi um movimento de “velinhas com a bíblia na mão, de pessoas que estavam passeando com um batom e foram lá passar um batonzinho na estátua”.
Como provas, foram declaradas as trocas de mensagens entre denunciados, registros de entrada e saída no Palácio do Planalto, documentos apreendidos e vídeos dos atos de 8 de janeiro. Foram levados em consideração os depoimentos dos ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes, do Exército, e Carlos Baptista Júnior, da Força Aérea, que afirmaram ter recebido propostas de Bolsonaro para aderir ao golpe.
O ministro citou a falta de tentativa das defesas dos denunciados em negar a investida por um golpe. Para ele “apenas tentaram isentar a responsabilidade dos envolvidos”.
No discurso, Dino disse ainda que “Golpe de Estado mata, não importa se é no dia ou anos depois”. Em referência à gravidade dos atos, apontou que “houve violência e poderia ter produzido danos de enorme proporção”. “A conduta é tentar. Se fosse consumado, não teria juízes para julgar”, completou.
Por fim, ele concluiu o voto ressaltando que tem convicção das razões técnicas expedidas pela Procuradoria-Geral da República para o recebimento da denúncia.
Ao longo do discurso, Fux declarou que em outros tempos jamais seria caracterizada a tentativa de golpe como um crime consumado, mas que a legislação atual permite esse enquadramento para os crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Fez críticas a legisladores que por vezes “exacerbam na dosimetria da pena”, em divergência ao colega de turma Alexandre de Moraes. O relator, por sua vez, defendeu ser um absurdo que as pessoas queiram comparar a conduta dos envolvidos nos atos — que, de acordo com ele, já estavam há muito tempo dentro dos quartéis pedindo intervenção militar e que invadiram junto com toda a turma, além de praticar dano qualificado — com uma pichação de um muro. “As pessoas não podem esquecer ou relativizar”, concluiu Moraes.
Por fim, Luiz Fux chegou a elogiar o trabalho feito pelo relator, que “não deixou pedra sobre pedra”, em referência à agilidade na análise da denúncia.
Sobre o recebimento da denúncia, ao votar a favor, disparou: “Tudo que se volta contra o Estado Democrático de Direito é absolutamente repugnante e inaceitável”.
O ministro reconheceu a possibilidade de que haja sobreposição entre os tipos penais, mas que essa análise será feita ao longo da instrução. Sobre a pichação feita na estátua dos Três Poderes, Fux disse que deseja analisar melhor o contexto em que a acusada estava.
Em contraponto, Moraes apontou durante o julgamento que “lá, não foi uma simples pichação, houve toda uma manifestação já anterior de admitir uma tentativa de golpe de estado, de ficar nos acampamentos, de invadir, com violência junto com os demais e pichar”. “A questão da dosimetria é uma questão a ser analisada”, pontuou.
A única mulher que compõe a Primeira Turma dos ministros do STF afirmou que os atos do 8 de janeiro de 2023 não foram um ponto isolado, mas o resultado de uma engrenagem construída ao longo do tempo, e citou a historiadora Heloisa Starling, autoridade nacional em estudos sobre a ditadura e a república brasileiras: “Não se faz um golpe em um dia”.
Cármen afirmou que a Justiça precisa estar atenta para impedir que retrocessos democráticos se consolidem e reforçou que o Estado Democrático de Direito é uma conquista que exige vigilância constante.
“Ditadura mata. Vive da morte, da democracia e de seres humanos’, disse.
Cristiano Zanin
O voto a favor do recebimento da denúncia foi acompanhado da ressalva de que a mesma não se baseia unicamente na delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, mas em provas:
“Longe de ser uma denúncia amparada exclusivamente em uma delação premiada, o que se tem aqui são diversos documentos, vídeos, materiais que dão amparo àquilo que foi apresentado pela acusação”, declarou
Zanin rebateu ainda a defesa dos acusados, que apontou como argumento a ausência física dos denunciados no dia 8 de janeiro.
“Não adianta dizer que a pessoa não estava no dia 8 de janeiro se ela participou de uma série de atos que culminaram” nos ataques às sedes dos Três Poderes.
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POLÍTICA
CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go…

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2 meses atrásem
5 de maio de 2025
Marcela Rahal
Como se não bastasse a ideia de uma CPI na Câmara, ainda a depender do aval do presidente Hugo Motta (o que parece que não deve acontecer), o governo pode enfrentar uma investigação para apurar os desvios bilionários do INSS nas duas Casas.
Já são 211 assinaturas de parlamentares a favor da CPMI, 182 deputados e 29 senadores, o suficiente para o início dos trabalhos. A deputada Coronel Fernanda, autora do pedido na Câmara, vai protocolar o requerimento nesta terça-feira, 6. Caberá ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, convocar o plenário para a leitura da proposta e, consequentemente, a criação da Comissão.
Segundo a parlamentar, que convocou uma entrevista coletiva para amanhã às 14h30, agora o processo deve andar. O governo ficará muito mais exposto com um escândalo que tem tudo para ficar cada vez maior, segundo as investigações ainda em andamento.
O desgaste será inevitável. O apelo do caso é forte e de fácil entendimento para a população. O assalto bilionário aos aposentados e pensionistas do INSS.
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Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg…

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2 meses atrásem
5 de maio de 2025
Ludmilla de Lima
Presidente da Federação União Progressista, Antonio Rueda passará por uma cirurgia nesta segunda-feira, 05, devido a um cálculo renal. Por causa de fortes dores, o procedimento, que estava marcado para amanhã, terá que ser antecipado. Antes do anúncio da federação, na terça da semana passada, ele já havia sido operado por causa do problema, colocando um cateter.
Do União Brasil, Rueda divide a presidência da federação com Ciro Nogueira, do PP. Os dois partidos juntos agora têm a maior bancada do Congresso, com 109 deputados e 14 senadores. O PP defendia que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira ficasse no comando do bloco, mas o União insistia no nome de Rueda. A solução foi estabelecer um sistema de copresidentes, que funcionará ao menos até o fim deste ano.
A “superfederação” ultrapassa o PL na Câmara – o partido de Jair Bolsonaro tem 92 deputados – e se iguala ao PSD e ao PL no Senado. O poder do grupo, que seguirá unido nos próximos quatro anos, também é medido pelo fundo partidário, de R$ 954 milhões.
A intensificação das agendas políticas nos últimos dias agravou o quadro de saúde de Rueda, que precisou também cancelar uma viagem ao Rio.
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Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu…

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2 meses atrásem
5 de maio de 2025
Matheus Leitão
A mais nova dobradinha contra Alexandre de Moraes tem gerado frisson nas redes bolsonaristas, mas parece mesmo uma novela de mau gosto. Protagonizada por Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três licenciado da Câmara, e Paulo Figueiredo, neto do último general ditador do Brasil, os dois se uniram para tentar punir o ministro do Supremo Tribunal Federal nos EUA.
Em uma insistente tentativa de se portarem com alguma relevância perante o governo Donald Trump, os dois agora somam posts misteriosos de Eduardo com promessas vazias de Figueiredo após uma viagem por alguns dias a Washington.
Um aparece mostrando, por exemplo, a lateral da Casa Branca em um ângulo no qual parece, pelo menos nas redes sociais, a parte interna da residência oficial do presidente dos Estados Unidos. O outro promete que as sanções ao ministro do STF estão 70% construídas e pede mais “72 horas” aos seus seguidores.
“Aliás, hoje aqui de manhã, eu tive um [inaudível] com eles, no caso o Departamento de Estado especificamente, e o termo que usaram para mim foi: olha, nós não queremos criar excesso de expectativa, mas nós estamos muito otimistas que algo vai acontecer e a gente vai poder fazer num curto prazo”, disse Paulo Figueiredo.
A ideia dos dois é que, primeiro, Alexandre de Moraes, tenha seu visto cancelado e não possa mais entrar nos Estados Unidos. Depois, que ele tenha algumas sanções econômicas, caso tenha bens nos Estados Unidos, como o bloqueio financeiro a instituições do país, como empresas de cartão de crédito.
“O que eu posso dizer para você é que a gente nunca esteve tão perto. Eu não posso dizer quando e nem garantir que vão acontecer”, prometeu ainda Paulo Figueiredo. A novela ainda vai ganhar novos ares nesta semana com a chegada de David Gamble, coordenador para Sanções do governo de Trump, ao Brasil nesta semana.
A seguir as cenas dos próximos capítulos…
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