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Compositor Max Richter: ‘Sou um raver discreto! Adoro todos os tipos de música’ | Música clássica

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Jude Rogers

Bnascido em 1966 na Baixa Saxónia e criado em Bedford, Max Richter é um premiado compositor clássico. Trabalhando com performance ao vivo, cinema, dança, arte e moda, ele lançou nove álbuns solo, incluindo o de 2015 Dormirum trabalho de oito horas e meia baseado na neurociência do sono; 2020 Vozesinspirado na Declaração Universal dos Direitos Humanos; e Em uma paisagemlançado no mês passado. Um novo balé, MaddAddamuma colaboração entre Richter e o coreógrafo Wayne McGregor, com Margaret Atwood como consultora criativa, estreia na Royal Opera House em 14 de novembro.

Você está ocupado outono pela frente. Conte-nos sobre Em uma paisagem primeiro – um álbum mais íntimo e pessoal para você.
Isso é. É um álbum sobre polaridades que estão ao nosso redor no mundo e como podemos reconciliá-las. Vivemos numa época em que um dos maiores desafios é que as pessoas que têm opiniões diferentes basicamente não conseguem mais conversar umas com as outras. Este disco é um pequeno apelo para tentar harmonizar estas diferenças, trabalhando com materiais que poderíamos pensar como opostos – sons encontrados e música composta, o mundo humano e o mundo natural – tentando juntar estas coisas numa relação frutífera. .

A estreia da canção de ninar de oito horas e meia de Max Richter, Sleep, em Berlim, 2016. Fotografia: Stefan Hoederath/Redferns

Que extremos você encontra no seu dia a dia?
Grande parte do nosso consumo de mídia agora é conduzido por algoritmos, o que é muito difícil de evitar. Os algoritmos são essencialmente impulsionados por picos de cortisol e dopamina. Você sabe, quanto mais raiva, mais cliques. Além disso, o espaço online é essencialmente um espaço publicitário, pelo que esta dinâmica está em todo o lado. Estamos todos surfando nessa onda que é mediada por emoções extremas.

Como resistimos a isso?
Cada um precisa desenvolver suas próprias estratégias, seja tirar um tempo para usar sistemas para silenciar vários aplicativos, deixar o telefone em casa ou mudar seus hábitos. É particularmente desafiador para os pais cujos filhos cresceram com esse ambiente ao seu redor, onde trocar mensagens diretas em uma plataforma é a norma. Você apenas precisa encorajar a ideia de que toda interação não precisa ser online.

Dormir foi o seu “canção de ninar pessoal para um mundo frenético – um manifesto por um ritmo de existência mais lento”. Agora é o álbum de música clássica mais transmitido de todos os tempos. Como o streaming se adapta a você como artista?
Dormir fará 10 anos no ano que vem, inacreditavelmente, então vamos fazer mais alguns shows em torno disso, e fazer shows é ótimo. Quanto ao streaming, é incrível o fato de as pessoas poderem explorar o universo musical simplesmente seguindo seus afetos e curiosidade. Quando criança, se eu quisesse ouvir uma música que não conhecia, tinha que arriscar – fazer aquela viagem de ônibus, ir à biblioteca ou à loja. Agora, é claro, é só um clique. Mas a economia do streaming é muito problemática. Isso colocou uma enorme pressão sobre os artistas em termos de ganhar a vida.

Você já falou antes sobre amar músicos como o techno DJ Jeff Mills e Jonny Greenwood do Radiohead trabalhando no campo clássico. Quem mais devemos ouvir?
Sufjan Stevens Reflexões (de 2023), a música de balé escrita para dois pianos, interpretada por Timo Andres e Conor Hanick, é absolutamente linda. Então, novamente, ele sempre foi um artista muito interessante. (Músico de jazz caribenho-belga) O novo álbum de Nala Sinephro também é ótimo. Ela era uma artista residente em nosso estúdio há pouco tempo, então foi incrível ouvir o disco que ela fez.

Você também é fã de Chique e brincou com o Som Futuro de Londres. Você é um raver secreto?
Eu sou um raver discreto! Você sabe, comecei a compor músicas porque adoro todos os tipos de música. Com Chic, há tantas coisas no trabalho deles que adoro. Muitas de suas músicas soam como mantras, cheias de uma espécie de repetitividade rítmica, o que realmente se liga à música sistêmica para mim (como o trabalho de Steve Reich e Philip Glass). Também é incrivelmente bem tocado e produzido.

Apresentando-se em Berlim em 2017. Fotografia: Stefan Hoederath/Redferns

Eu também entendo que você ama Eurovisão. Por que?
É uma noite perfeita de loucura, não é? Você suspende todas as noções de gênero e gosto e tudo simplesmente… acontece. Eu realmente amo isso. É multidimensional – você experimenta todos os tipos de identidades nacionais através da música e ideias do que é legal em diferentes lugares, o que pode ser hilário.

Qual é a sua música favorita do Eurovision de todos os tempos?
(Abba) Waterlooobviamente. É uma obra-prima imponente. Recentemente, estou mais impressionado com a encenação, como o homem tocando o piano de cauda em chamas (no Entrada austríaca em 2015), além do cara naquela enorme roda de hamster (na entrada de 2014 da Ucrânia, Tique-taque) era um pouco clássico.

Como é trabalhar com Margaret Atwood?
Ela estava bastante desligada porque estávamos trabalhando com um texto que já existia (seu Romance de 2013 de mesmo nome), mas tomamos café da manhã juntos, onde ela nos contou muitas coisas sobre como seria. Depois disso, ela basicamente deixou Wayne e eu sozinhos. Estávamos trocando ideias o tempo todo – e isso? E quanto a isso? Às vezes pousa muito rápido, às vezes demora um pouco. É como pingue-pongue.

A música pode ter um impacto político?
Depende do que entendemos por política. Ou deixe-me colocar desta forma: acho que a música pode mudar o nosso estado de espírito, para nos levar para outro espaço mental separado do mundo do dia-a-dia. Também nos dá provas sobre como alguém se sentia – como era ser essa pessoa – o que é uma das coisas mais importantes na esfera social e política. Experimentar a perspectiva de outra pessoa e quais sentimentos podem estar por trás disso é realmente valioso.

  • MaddAddam está no Royal Opera House, Londres WC2, de 14 a 30 de novembro



Leia Mais: The Guardian

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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