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Confissões de um colunista de fofocas: temos uma má reputação, mas nossas histórias obscenas sobre os ricos e famosos desempenham um papel na sociedade | Celebridade

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8 meses atrásem
Ros Reines
UMNo início da minha carreira como colunista de fofocas de tablóides, liguei para o escritório de Lachlan Murdoch para perguntar se ele ainda estava noivo de Kate Harbin. Os dois se conheceram em Princeton, mas ouvi dizer que o relacionamento não estava progredindo. Antecipando um “sem comentários”, comecei a mapear minha história e fiquei surpreso ao pegar o telefone para o próprio Lachlan Murdoch, infalivelmente educado. O jovem de 24 anos confirmou que o noivado estava cancelado.
Aturdido, tentei urgentemente definir a etiqueta certa para a ligação antes de me solidarizar desajeitadamente com ele e investigar o que havia de errado. Talvez fosse a distância?
Parecia sujo fazer perguntas tão pessoais a alguém tão jovem, até mesmo filho de Rupert Murdoch, também conhecido como Dirty Digger – dono de alguns dos títulos mais excitantes do mundo.
Essa é a vida de um fofoqueiro profissional, cujo terreno deve cruzar as fronteiras pessoais. Eu acabaria me tornando bastante ágil ao entrar em lugares onde não era bem-vindo.
A fofoca costuma ter uma má reputação, mas sempre abordei ela da mesma forma que faria com qualquer outra notícia – buscando comentários dos envolvidos. Acredito que também tem um papel valioso a desempenhar na nossa sociedade. Provavelmente vem acontecendo desde o início da civilização. A fofoca é inata à natureza humana. Esses hieróglifos egípcios? Talvez eles estivessem uma das primeiras colunas de fofocas do mundo. Contos obscenos são a prova de que não importa o quão rico, famoso e talentoso você seja, você não estará imune aos mesmos transtornos emocionais que todos nós. É um ótimo nivelador.
Mas quando se trata de índices de aprovação pública, os colunistas de fofocas estão cutucando o fundo de uma pilha de carreiras menos desejáveis. Muitas vezes chamados de “muckrakers”, damos má fama aos coletores de lixo (eles pelo menos realizam um serviço público visível enquanto se agarram atleticamente à traseira de um caminhão como acrobatas). Escrever uma coluna de fofoca requer apenas uma certa quantidade de areia e camadas térmicas de pele grossa.
Nas duas décadas seguintes, em Sydney, meu nome tornou-se sinônimo de fofoca. Todo domingo, eu reunia um exército de nomes em negrito em minha coluna (se as pessoas não fossem conhecidas do público, eu tinha pouco interesse em escrever sobre elas – demorava muito para explicar sua relevância).
A essência da minha fábrica de fofocas era o mau comportamento de ricos e famosos, bem como compromissos de celebridades, casamentos e brigas públicas. Em 1998, quando o noivado de James Packer e Kate Fischer foi cancelado, eu estava do lado de fora da casa deles em Bondi, tentando entrevistar Kate pelo interfone.
Mais tarde, quando ele se casou com Jodhi Meares, em outubro de 1999, assumi minha posição sob a chuva torrencial na entrada de automóveis de Packer em Bellevue Hill, tentando ver quem estava chegando através dos vidros embaçados do carro. Foi uma vida glamorosa.
Gastei parte do meu tempo tentando persuadir as pessoas a me contarem tudo, prometendo lidar com suas histórias de maneira sensível. Mas então um banner de jornal seria a minha ruína: por exemplo, A amante do bilionário conta tudo.
Aprendi a nunca atender o telefone aos domingos. Era melhor que as pessoas tivessem tempo para se refrescar.
Ao longo da minha carreira, vários empresários importantes tentaram me demitir do emprego; um deles se ofereceu para limpar meu apartamento, se eu não escrevesse sobre sua ligação com uma certa mulher. Nesse caso, ambos eram solteiros, então eram um alvo justo – tentei estabelecer como regra não dar a notícia de uma infidelidade conjugal a um marido ou esposa sem noção.
Parecia que todos tinham meu número e meu telefone tocava com muita gente, principalmente de números privados. Eles queriam permanecer anônimos ao abandonarem seus amigos e amantes. Meu receptor estava quase pingando um vitríolo que nem mesmo os lenços mais estéreis conseguiam limpar.
Uma vez fui acordado às 4 da manhã por uma mulher que estava na cama com seu novo amante e queria anunciar que eles eram oficialmente um casal. Meu telefone nunca estava desligado, mas depois dessa ligação ele ficou silencioso enquanto eu dormia.
Outras vezes meu carrinho era encurralado no supermercado por pessoas com petiscos gostosos que queriam me contar. Pedaços de papel sujos foram passados para a palma da minha mão. Fui proibido de secar o cabelo em dois salões de cabeleireiro diferentes porque minha presença deixava seus clientes desconfortáveis. Achei isso injusto, pois geralmente passava meu tempo lá atualizando minhas leituras.
Embora nunca tenha sido processado por difamação, houve várias histórias que me arrependi de ter escrito ao longo dos anos. Amizades e confiança que foram quebradas. Mas cedi à pressão de entregar as mercadorias todos os domingos.
A única coisa pior do que ser colunista de fofocas era ser um péssimo colunista de fofocas e escrever uma coluna chata. Foi quando as pessoas começaram a murmurar que eu tinha amolecido.
Minha motivação era apenas permanecer no trabalho e sustentar minha família como mãe solteira. O momento mais assustador da semana não foi enfrentar meu inimigo no tapete vermelho, mas participar das conferências editoriais semanais do jornal e não ter nada com que contribuir. Se um colunista rival me vencesse em uma grande matéria, eu quase me tornaria um pária social em minha própria redação.
Tudo chegou ao fim nos últimos meses de 2015, quando fui demitido. Por um tempo fiquei em estado de choque, mas estranhamente livre de não ter mais que me intrometer nos assuntos de outras pessoas. Mudei meu número de telefone e distribuí muitos dos trajes de coquetel que usei em eventos de primeira linha, como armaduras para disfarçar a pessoa real por baixo. Comecei a procurar uma nova carreira.
Desde então, houve uma mudança sutil no culto ao colunista de fofocas. As páginas e colunas de fofoca desapareceram gradualmente das publicações não apenas na Austrália, mas em todo o mundo.
Isto não significa que o nosso apetite por histórias obscenas sobre a vida privada e as transgressões de pessoas importantes diminuiu, apenas essa informação está disponível para nós agora 24 horas por dia, 7 dias por semana, com sites de notícias inteiros dedicados a histórias de fofoca. Algumas celebridades gostam de controlar sua própria narrativa através das redes sociais com um fluxo constante de vídeos e fotos. Manter-se sob os olhos do público os torna mais valiosos como talento. A fama é viciante.
Até mesmo as queridas páginas sociais praticamente desapareceram e foram substituídas pelo Instagram com hashtags e capturas de vídeos. Acompanhamos influenciadores superestrelas através das lentes de suas câmeras até lançamentos de produtos, desfiles de moda e festas de primeira linha.
Agora, em certos círculos, os colunistas de fofocas podem parecer tão desatualizados quanto os lendários Hedda Hopper e Louella Parsonsque já governou Hollywood.
Não estou triste por estar chegando ao fim. Minha própria coluna escrita foi uma entrada para um mundo completamente diferente, repleto de fragrâncias caras e grandes orçamentos, onde o champanhe francês sempre fluía, mas não tanto as conversas: nesses eventos brilhantes, todos estavam sempre olhando por cima dos ombros uns dos outros para ver quem tinham acabado de chegar e o que eles estavam quase vestindo.
Depois de quase 20 anos, eu estava ficando cansado. É hora de sair e seguir em frente em um ritmo mais suave.
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MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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