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Crime e castigo: Fux acena com redução de pena a c…

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Crime e castigo: Fux acena com redução de pena a c...

José Casado

O juiz Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, levantou a possibilidade de revisão para redução de penas  de pessoas condenadas pela invasão das sedes do governo, do Congresso e do próprio STF no domingo 8 de janeiro de 2023. Fez isso nesta quarta-feira (26/3) ao aceitar a denúncia contra Jair Bolsonaro e aliados civis e militares por crimes contra a Constituição e o regime democrático.

Fux ouviu Alexandre de Moraes citar o caso de Débora dos Santos presa por pichar a estátua “A Justiça”, do escultor Alfredo Cheschiatti, na entrada do Supremo. Moraes votou para condená-la a 17 anos. Na semana passada,  Fux havia interrompido o julgamento. Pediu tempo para analisar a proposta do juiz-relator.

Ontem, achou necessário esclarecer: “Aqui eu falo para os integrantes da minha turma [de julgamento]. Nós temos toda a liberdade, e temos todo respeito pela independência e opinião de todos os colegas. Eu vou fazer uma revisão dessa dosimetria [da pena sugerida por Moraes], porque se a dosimetria ela é inaugurada pelo legislador, a fixação da pena é do magistrado. E o magistrado o faz à luz da sua sensibilidade, do seu sentimento em relação a cada caso concreto.”

Prosseguiu: “O ministro Alexandre, com seu trabalho, explicitou a conduta de cada uma das pessoas. E eu confesso que, em determinadas ocasiões, eu me deparo com uma pena exacerbada. E foi por essa razão, ministro Alexandre, dando uma satisfação à Vossa Excelência, que eu pedi vista do caso desse caso. Eu quero analisar o contexto em que essa senhora se encontrava. Eu quero analisar. Eu sei que Vossa Excelência tem a sua opinião, já exteriorizou. Nós julgamos sobre violenta emoção após a tragédia do 8 de janeiro.”

Lembrou que havia presidido o STF até três semanas antes: “Fui ao meu ex-gabinete [na presidência], a ministra Rosa [Weber] era minha vice-presidente, e vi mesa queimada, papéis queimados. Mas eu acho que os juízes na sua vida têm sempre de refletir dos erros e dos acertos, até porque, como o ministro [Flavio] Dino de uma certa forma mais lúdica destacou, os erros autenticam a nossa humanidade. Debaixo da toga bate o coração de um homem. Então é preciso que nós, também, tenhamos essa capacidade de refletir, que muitas vezes aqui é utilizado como evoluir.”

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Ele tem até 90 dias para analisar, decidir e devolver o processo para julgamento. Foi a primeira que um juiz do Supremo acenou, em público, com a possibilidade de redução de pena em condenações pelo 8 de janeiro — epílogo da tentativa de golpe de estado que deixou Bolsonaro e aliados no banco dos réus pelo voto unânime dos cinco juízes da 1ª Turma do STF, entre eles, Luiz Fux.

O tribunal recebeu do Ministério Público denúncia contra 1.129 pessoas, segundo dados apresentados por Moraes. Mais da metade (52,6%) desses casos resultaram em acordos, chamados de não persecução penal: 542 pessoas denunciadas aceitaram confessar em troca de penas alternativas.

“Aceitaram confessar que faziam parte de um grupo” — explicou Moraes —, “uma associação criminosa que pleiteava a intervenção militar e o golpe de estado.”

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Vários presos rejeitaram a oferta de acordo do Ministério Público. Preferiram continuar na cadeira, contou o juiz: “Recusaram dizendo que, realmente, querem a intervenção militar, o que, obviamente, é um direito.”

Os que aceitaram são potenciais testemunhas do Estado. Eles se comprometeram à prestação de 225 horas de serviços comunitários, com o mínimo de 30 horas mensais. Livraram-se da imposição de uso de tornozeleira eletrônica, mas permanecem com passaporte retido. E estão obrigados à participação presencial em cursos organizados pela Procuradoria-Geral da República sobre “Democracia, Estado de Direito e Golpe de estado”. Não podem sair da comarca onde residem nem podem utilizar redes sociais até à extinção da pena.

Para 497 casos julgados procedentes no STF, segundo Moraes, as punições foram aplicadas da seguinte forma:

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* 240 condenados a um ano;

* 47 sentenciados de dois a 13 anos e seis meses;

* 103 até 14 anos e 1 mês;

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* 58 até 16 anos e 6 meses;

* 44 até 17 anos e 6 meses.



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CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go…

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CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go...

Marcela Rahal

Como se não bastasse a ideia de uma CPI na Câmara, ainda a depender do aval do presidente Hugo Motta (o que parece que não deve acontecer), o governo pode enfrentar uma investigação para apurar os desvios bilionários do INSS nas duas Casas.

Já são 211 assinaturas de parlamentares a favor da CPMI, 182 deputados e 29 senadores, o suficiente para o início dos trabalhos. A deputada Coronel Fernanda, autora do pedido na Câmara, vai protocolar o requerimento nesta terça-feira, 6. Caberá ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, convocar o plenário para a leitura da proposta e, consequentemente, a criação da Comissão.

Segundo a parlamentar, que convocou uma entrevista coletiva para amanhã às 14h30, agora o processo deve andar. O governo ficará muito mais exposto com um escândalo que tem tudo para ficar cada vez maior, segundo as investigações ainda em andamento.

O desgaste será inevitável. O apelo do caso é forte e de fácil entendimento para a população. O assalto bilionário aos aposentados e pensionistas do INSS.



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Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg…

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Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg...

Ludmilla de Lima

Presidente da Federação União Progressista, Antonio Rueda passará por uma cirurgia nesta segunda-feira, 05, devido a um cálculo renal. Por causa de fortes dores, o procedimento, que estava marcado para amanhã, terá que ser antecipado. Antes do anúncio da federação, na terça da semana passada, ele já havia sido operado por causa do problema, colocando um cateter.

Do União Brasil, Rueda divide a presidência da federação com Ciro Nogueira, do PP. Os dois partidos juntos agora têm a maior bancada do Congresso, com 109 deputados e 14 senadores. O PP defendia que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira ficasse no comando do bloco, mas o União insistia no nome de Rueda. A solução foi estabelecer um sistema de copresidentes, que funcionará ao menos até o fim deste ano. 

A “superfederação” ultrapassa o PL na Câmara – o partido de Jair Bolsonaro tem 92 deputados – e se iguala ao PSD e ao PL no Senado. O poder do grupo, que seguirá unido nos próximos quatro anos, também é medido pelo fundo partidário, de R$ 954 milhões.

A intensificação das agendas políticas nos últimos dias agravou o quadro de saúde de Rueda, que precisou também cancelar uma viagem ao Rio.



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POLÍTICA

Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu…

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Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu...

Matheus Leitão

A mais nova dobradinha contra Alexandre de Moraes tem gerado frisson nas redes bolsonaristas, mas parece mesmo uma novela de mau gosto. Protagonizada por Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três licenciado da Câmara, e Paulo Figueiredo, neto do último general ditador do Brasil, os dois se uniram para tentar punir o ministro do Supremo Tribunal Federal nos EUA.

Em uma insistente tentativa de se portarem com alguma relevância perante o governo Donald Trump, os dois agora somam posts misteriosos de Eduardo com promessas vazias de Figueiredo após uma viagem por alguns dias a Washington.

Um aparece mostrando, por exemplo, a lateral da Casa Branca em um ângulo no qual parece, pelo menos nas redes sociais, a parte interna da residência oficial do presidente dos Estados Unidos. O outro promete que as sanções ao ministro do STF estão 70% construídas e pede mais “72 horas” aos seus seguidores.

“Aliás, hoje aqui de manhã, eu tive um [inaudível] com eles, no caso o Departamento de Estado especificamente, e o termo que usaram para mim foi: olha, nós não queremos criar excesso de expectativa, mas nós estamos muito otimistas que algo vai acontecer e a gente vai poder fazer num curto prazo”, disse Paulo Figueiredo.

A ideia dos dois é que, primeiro, Alexandre de Moraes, tenha seu visto cancelado e não possa mais entrar nos Estados Unidos. Depois, que ele tenha algumas sanções econômicas, caso tenha bens nos Estados Unidos, como o bloqueio financeiro a instituições do país, como empresas de cartão de crédito.

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“O que eu posso dizer para você é que a gente nunca esteve tão perto. Eu não posso dizer quando e nem garantir que vão acontecer”, prometeu ainda Paulo Figueiredo. A novela ainda vai ganhar novos ares nesta semana com a chegada de David Gamble, coordenador para Sanções do governo de Trump, ao Brasil nesta semana. 

A seguir as cenas dos próximos capítulos…



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