Às vésperas de seu centenário, Dalton Trevisan migra seus livros para a editora Todavia, que planeja publicar toda sua obra a partir de 2025.
No anúncio da aquisição de seus direitos de publicação, que antes eram da Record, a nova editora do misterioso autor curitibano promete apresentar um “Dalton como você nunca viu”.
“É uma nova maneira de celebrar a obra de um dos maiores autores que existem e já existiram no Brasil”, conta André Conti, editor e sócio da Todavia. “Procuramos uma nova maneira de falar dessa obra e de trazer à tona, norteados por esse momento único –o centenário do autor.”
Os primeiros títulos serão lançados pela Todavia em junho, mês do aniversário de cem anos de Trevisan. A editora promete um grande lançamento de vários títulos, mas ainda não divulga quais.
Conti afirma que se “surpreenderia se ‘O Vampiro de Curitiba’ não estivesse entre esses primeiros lançamentos, pelo que ele representa e por ser um dos grandes livros da literatura brasileira”.
Essa e outras obras de Trevisan eram publicadas até agora pelo Grupo Editorial Record. A decisão de trocar de editora partiu do próprio autor, que comunicou o grupo dias antes de se mudar para a Todavia.
“Era uma parceria longeva e da qual nos orgulhamos”, afirma Cassiano Elek Machado, diretor editorial da Record. “Em respeito à sua decisão, e a esta longa e bonita história em conjunto, liberamos sem contestação obras que estavam ainda sob contrato para atender o desejo dele.”
É de conhecimento público a discrição com que Trevisan leva sua vida. Evitando fotos e aparições, o autor se comunicava com a editora por meio de bilhetes e cartas repassados por sua assistente.
Em respeito a sua privacidade, a Todavia, que dialoga com o escritor através de um agente, preferiu não comentar os bastidores da aquisição de seus direitos e nem as motivações pessoais por trás de sua mudança.
“A saída de um grande autor é sempre uma perda, e a lamentamos, sobretudo por estarmos numa fase de muitas novas iniciativas ligadas à obra de Dalton, como o lançamento de sua maior e melhor antologia de contos e de seus primeiros livros infantis”, diz Machado.
Enquanto uma editora lamenta a saída do autor, a outra celebra a chegada de “uma voz única, engraçada, triste, comovente, doída, forte”, como descreve o editor da Todavia.
“Dalton é um dos maiores autores brasileiros de todos os tempos”, aponta Conti. “É um sonho para uma editora.”
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