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Dia do Saci: conheça o movimento que quer abrasileirar o Halloween

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Ao que parece, o Saci-Pererê está cansado de ser reconhecido apenas pelas suas pequenas travessuras, entre fazer barulhos para assustar ou confundir as pessoas, e deseja ser valorizado como um dos principais personagens do folclore brasileiro, conforme propagam os “saciólogos“, estudiosos e defensores do personagem pelo Brasil afora.

Como se sabe, no dia 31 de outubro, celebra-se anualmente o Halloween em países como Estados Unidos, Irlanda e outros. A festividade é marcada pelas clássicas decorações de abóboras, pratos típicos e pelo famoso “doces ou travessuras,” quando as crianças percorrem a vizinhança pedindo guloseimas de porta em porta.

No Brasil, a celebração também acontece, embora com menos intensidade, mas com um toque cultural distinto: protagonista integra o folclore nacional, originou-se entre as etnias indígenas brasileiras e é conhecido por suas travessuras – o Dia do Saci!

Na cidade de São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo, por exemplo, a data tornou-se um movimento de celebração por aqueles que buscam resgatar e promover a cultura popular brasileira.

Segundo um texto escrito por Mouzar Benedito, um dos fundadores da Sociedade de Observadores de Saci (Sosaci) e publicada no site da organização criada em 2002, “a cultura popular é um elemento essencial à identidade de um povo. As tentativas insidiosas de apagar do imaginário do povo brasileiro sua cultura, seus mitos, suas lendas, representam a tentativa de destruir a identidade do nosso país. A história de todas as culturas até hoje existentes é a história de opressores e oprimidos”.

Origem do movimento para abrasileirar o Halloween

Incomodados com a adoção das tradições importadas de outros países, o grupo Sosaci, composto por jornalistas, intelectuais, escritores, pensadores de brasilidades e artistas, propõe o movimento de abrasileirar o Halloween, justamente como uma maneira de resgatar e valorizar as raízes culturais.

Em entrevista à CNN, Andriolli Costa — jornalista, professor, pesquisador de folclore, criador do projeto “O Colecionador de Sacis” e do jogo “Poranduba – Cartas de Cultura”, além de consultor para museus, documentários e da segunda temporada da série “Cidade Invisível” — afirma que a cultura estrangeira, impulsionada pelo imperialismo cultural e que traz forte influência da cultura pop, presente em filmes, séries e livros, acaba ofuscando as figuras do folclore brasileiro.

“Ainda hoje, há quem ridicularize os mitos e entidades do folclore, limitando-os a uma representação meramente figurativa. Essas pessoas tendem a considerar nossas tradições ‘ridículas’ e a valorizar o que vem de fora, justamente por serem elementos estrangeiros já amplamente mediatizados e, portanto, vistos sob uma ótica diferente. A proposta do Dia do Saci, então, surge como uma forma de desafiar essa visão, forçando as pessoas a relembrar e valorizar o Saci“, diz.

Com o evento realizado anualmente em São Luiz do Paraitinga, os “saciólogos“, então, se mobilizaram para que a cidade instituísse, desde 2003, uma lei municipal determinando que o dia 31 de outubro seria do Saci.

O deputado Aldo Rebelo Figueiredo apresentou, na época, o projeto de lei federal n.º 2762, que visava instituir o dia 31 de outubro como o Dia Nacional do Saci-Pererê.

Entretanto, somente em 2013, o deputado federal Chico Alencar (PSOL) e a vereadora Ângela Guadagnin (PT), de São José dos Campos, elaboraram, por meio da Comissão de Educação e Cultura, o Projeto de Lei Federal n.º 2.479 para oficializar o Dia do Saci em âmbito nacional. No estado de São Paulo, a data já era celebrada desde 2004, quando foi estabelecida pela lei estadual n.º 11.669.

Danilo Oliveira, professor de História na rede pública de São Paulo, ativista e pai da Bianca, explica à CNN que a data se potencializa mais em algumas regiões no Brasil devido a fatores culturais, históricos e sociais específicos.

“Vide, também, da própria história do Saci, cuja origem remonta às tradições indígenas, além do processo de industrialização e urbanização. Por exemplo, uma criança que cresce em uma cidade grade, dificilmente conseguirá andar descalça na terra, o que evidencia o afastamento progressivo das nossas raízes históricas, que moldaram a identidade do país através da miscigenação de culturas e raças. Quanto mais distante se está da urbanização e da tecnologia, maior a proximidade com as raízes e a ancestralidade. Isso não significa necessariamente que seja algo bom, mas muitas vezes é a única alternativa para preservar essa ligação”, pontua.

Escultura Naif – O Saci-Pererê – Rio de Janeiro • Wikimedia Commons

Saci: bem mais que um moleque levado?

O Saci-Pererê é uma das figuras mais icônicas do folclore brasileiro. Conhecido por ser um menino negro com uma perna só, ele usa um gorro vermelho, fuma cachimbo e não fala inglês.

Travesso e brincalhão, o personagem gosta de pregar peças nas pessoas, como esconder objetos, fazer barulhos à noite e criar redemoinhos. Só que além das peripécias, ele também é protetor das florestas, ajuda a afastar invasores e alerta sobre os perigos.

Quanto à origem de seus contos, de acordo com Andriolli, investigar a procedência de um mito é um desafio, uma vez que o intercâmbio cultural resulta em várias versões que ainda permanecem vivas. No entanto, ao analisar o Saci, é viável traçar algumas conexões.

“A gente encontra o primeiro registro escrito sobre o Saci em meados do século XIX, por volta de 1850/1860, quando no “Jornal Correio Paulistano”, há um registro da figura como uma crença das avós. Atualmente, o que os especialistas dizem é que ele é uma consolidação de uma série de mitos. A gente pode pegar, por exemplo, Yasi Yateré dos Guarani, que, entre as várias versões, tem duas pernas e tem como objeto de poder, o seu cajado de ouro que, caso o tirem de si, perde os poderes. Além disso, também tem domínios sobre a mata”, comenta.

“Recebemos uma forte influência dos duendes portugueses, seres que habitam nossas casas e são conhecidos por aprontar travessuras, como fazer objetos desaparecerem ou estragar alimentos, embora alguns sejam mais amigáveis. Esses seres, em geral, usam chapéu vermelho. Já dos africanos, [especialmente da tradição Yorubá], temos três influências principais. A primeira é Exu, pois o Saci é um assobiador e Exu é considerado o dono do assobio. Outra influência é Ossain, um Orixá que, em algumas versões, é representado com uma única perna, refletindo a imagem da árvore, que tem um somente um tronco. Ossain também está intimamente ligado à natureza e aos segredos das ervas e dos chás. Com a adição do cachimbo, associado aos pretos velhos, o Saci surge como uma figura negra, com gorro vermelho, de uma perna só, que se desloca em meio aos redemoinhos”, complementa.

Nem só de traquinagens vive o Saci-Pererê • Wikimedia Commons

Debate sobre identidade cultural

O movimento em torno da data levanta questões sobre a identidade cultural brasileira. Para os defensores da iniciativa, celebrar o Halloween sem questionar seu contexto é um reflexo do processo de globalização que pode levar à perda de tradições locais.

Por outro lado, alguns críticos argumentam que o Halloween e o Dia do Saci podem coexistir sem rivalidades. Para esses, celebrar ambas as datas oferece uma oportunidade para as crianças aprenderem sobre diferentes culturas e ampliarem suas referências culturais.

“As pessoas podem brincar de Halloween, podem se fantasiar, isso não está em jogo. O que está em jogo é o menosprezo à nossa cultura. Todo mundo pode pedir doce ou travessura, se quiser. Agora, é um problema quando você proíbe seus filhos de pegarem doces de Cosme e Damião, porque aí vai estar envenenado, amaldiçoado”, exemplifica Andriolli.

O especialista também destaca que é viável alcançar locais distantes para promover o folclore brasileiro de forma cada vez mais eficaz, resistindo a essa homogeneização cultural e ajudando a manter viva a memória de figuras que fazem parte da herança do Brasil.

“É aceitável pensar folclore, se você é uma avó ou se você é uma criancinha, mas depois o folclore parece que some da mente das pessoas quando se deixa de falar disso na escola. E o trabalho constante que nós precisamos fazer é o despertar dos afetos, de lembrar as pessoas de que o Saci é fascinante, tão quanto a cantiga de ninar que você usa para embalar seus filhos, o prato típico que a sua família prepara ou a espada de São Jorge na sua sala para trazer proteção. Tudo isso vem do mesmo substrato que o Saci, e é igualmente fascinante. E esse substrato é a cultura popular tradicional”, finaliza.

Adicionalmente, o professor Danilo também menciona a forma como a história e as tradições culturais no Brasil têm sido tratadas ao longo do tempo, especialmente as de origem africana e indígena.

Em sua visão, o racismo estrutural no Brasil contribuiu para a desvalorização de figuras do folclore como o Saci, visto que o país tem um histórico de marginalizar e subestimar as tradições culturais e religiosas afro-brasileiras e indígenas. O apagamento sistemático das culturas negra e dos povos originários, frequentemente consideradas “menores” ou “primitivas”, ajudou a promover uma visão depreciativa dessas tradições, refletindo na preferência por celebrações estrangeiras, tais como o Halloween.

“Tem um pensador muito pouco utilizado que é o Frantz Fanon. Ele fala justamente que o racismo opera no campo do simbolismo. Quando se perpetua a ideia de que um demônio é representado como negro e um anjo como branco, isso reflete um racismo estrutural que é coletivo e mundial. Por essa razão, essa visão precisa ser constantemente combatida, não apenas como um legado colonial, mas também como parte do imperialismo norte-americano, especialmente após a Segunda Guerra Mundial”, complementa.

Além disso, Danilo também comenta que a desvalorização do folclore, inclusive, contribui para o distanciamento das pessoas em relação a essas tradições.

“No Brasil, dificilmente veremos um menino negro saindo à noite, fantasiado, batendo de porta em porta para pedir ‘doces ou travessuras’ e sendo bem recebido pelas famílias. O país foi construído sobre uma base de violência e racismo, o que gerou uma sociedade onde os vizinhos mal se conhecem e vivem com medo. Um exemplo claro disso é quando um homem chega ao seu condomínio, tira a chave da mochila, e um vizinho, que não o conhece e não tem nenhuma familiaridade com ele, assume que é um ladrão simplesmente por ele ser negro, e acaba agindo de forma trágica. Isso mostra que essa realidade não representa o verdadeiro Brasil, e precisamos combater essa situação para preservar a memória nacional”, finaliza.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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