NOSSAS REDES

ACRE

Dinossauro: fóssil de estegossauro terá ações negociadas – 16/12/2024 – Ciência

PUBLICADO

em

Zachary Small

Com fósseis de dinossauros alcançando milhões de dólares em leilões recentes, era talvez inevitável: uma empresa privada disse na última sexta-feira (13) que definiu a data para uma oferta pública que permitirá a investidores comprar ações de um fóssil de estegossauro.

Foi o mais recente sinal do mercado em expansão de fósseis de dinossauros, o que tem levantado preocupações de paleontólogos. Eles temem que suas instituições estejam sendo excluídas do mercado por colecionadores privados, pondo em risco seu acesso a espécimes de pesquisa.

Agora, um fóssil de estegossauro que ainda está em grande parte enterrado no estado de Wyoming está sendo transformado em um veículo de investimento registrado na Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

Rally, que vende ações em uma ampla variedade de itens colecionáveis, disse que o estegossauro será lançado em bolsa na próxima sexta (20), quando 200 mil ações serão oferecidas a investidores por US$ 68,75 (R$ 415) cada uma. A venda poderá arrecadar até US$ 13,75 milhões (R$ 83 milhões), de acordo com um registro na SEC. A empresa descreve a venda como uma oferta pública inicial, mas as ações só serão vendidas por meio de seu aplicativo ou em seu site, não em um mercado de ações.

Os acionistas vão esperar um pagamento pelo dinossauro, apelidado de Steg, quando ele for negociado de forma privada ou leiloado em cerca de um ano, segundo a empresa, que vende ações em ativos alternativos como carros de luxo, obras de arte caras, cartões de beisebol e uma cópia da Declaração de Independência americana.

“Assumimos um risco”, disse Rob Petrozzo, cofundador e diretor de produto da Rally. “Sentimos que há margem suficiente para que os investidores vejam um retorno.”

O mercado de fósseis tem batido recordes nos últimos anos, o mais recente dos quais foi o lance vencedor de US$ 44,6 milhões (R$ 244 milhões, à época) feito pelo bilionário Kenneth C. Griffin no leilão de um estegossauro fossilizado. Mais tarde, ele depois decidiu emprestá-lo ao Museu Americano de História Natural, em Nova York.

O estegossauro oferecido a investidores foi descoberto alguns meses antes da compra de Griffin. A empresa disse que pagou US$ 2,25 milhões (R$ 13,6 milhões) para reservar os direitos sobre o fóssil e financiar o restante de sua escavação, realizada por Thomas Lindgren, que dirige uma empresa que fornece espécimes para instituições e colecionadores privados.

Ele trabalha na indústria de fósseis há mais de 40 anos, incluindo um longo período como diretor consultor de história natural na casa de leilões Bonhams. Durante uma entrevista, descreveu a descoberta dos restos do estegossauro ao lado dos ossos de saurópodes e terópodes.

“Não era um dinossauro perfeito deitado ali, mas era um bastante completo”, afirmou Lindgren. Segundo ele, sua escavação desenterrou 67% dos ossos que cientistas esperariam encontrar em um estegossauro. Há expectativa de encontrar mais conforme a escavação continua.

Lindgren já havia feito parceria com a Rally antes, ajudando a empresa a oferecer ações em um crânio de tricerátopo e em uma mandíbula de megalodonte para investidores.

De acordo com um registro da SEC, o esqueleto de estegossauro mede mais de 7 metros de comprimento e tem quase 2 metros de altura, com a maior parte de sua cauda espinhosa e a maioria de suas placas dorsais preservadas. O fóssil inclui a característica marrom escura típica de fósseis encontrados na Formação Morrison que ajudou a preservar o estegossauro, que se estima ter vagado pela Terra aproximadamente 150 milhões de anos atrás.

Lindgren e seu sócio comercial, Jeffrie Parker, encontraram o dinossauro enquanto escavavam a Pedreira Bone Cabin, a cerca de 90 quilômetros fora de Laramie, Wyoming, sob um contrato de arrendamento de longo prazo que sua empresa tem com o proprietário da terra. Em 1897, cientistas do Museu Americano de História Natural exumaram os restos de um estegossauro e de outros dinossauros lá. No entanto, os funcionários do museu abandonaram o local no início dos anos 1900, quando parecia que a pedreira de fósseis estava esgotada.

“O museu gostava de ossos grandes”, disse Lindgren, explicando por que ainda está encontrando fósseis significativos em locais de escavação próximos. “Se eles não perceberam o que tinham, não pegaram.”

Lindgren e seus colegas disseram que manteriam 80% de propriedade no estegossauro quando ele for oferecido ao público. O paleontólogo tem a expectativa que a maior transparência no processo de escavação possa atrair potenciais compradores.

Petrozzo afirmou que esperava que a chance incomum de investir em um dinossauro cujo esqueleto ainda está parcialmente enterrado no solo expandisse a clientela típica da Rally, que ele descreveu como “pessoas de 31 anos que ganharam um pouco de dinheiro, mas não são necessariamente milionárias”.

“Os investidores do Steg podem incluir pessoas de 18 anos que queiram uma parte, gestores de private equity ou instituições de grande porte”, disse Petrozzo. “Você terá uma mistura de pessoas, muito disso é impulsionado pela cultura popular.”



Leia Mais: Folha

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

ACRE

Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO

em

Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



Leia Mais: UFAC

Continue lendo

ACRE

Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO

em

Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



Leia Mais: UFAC

Continue lendo

ACRE

Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO

em

Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

A Rede Educanorte é composta por universidades da região amazônica que ofertam doutorado em Educação de forma consorciada. A proposta é formar pesquisadores capazes de compreender e enfrentar os desafios educacionais da Amazônia, fortalecendo a pós-graduação na região.

Coordenadora geral da Rede Educanorte, a professora Fátima Matos, da Universidade Federal do Pará (UFPA), destacou que o seminário tem como objetivo avaliar as atividades realizadas no semestre e planejar os próximos passos. “A cada semestre, realizamos o seminário em um dos polos do programa. Aqui em Rio Branco, estamos conhecendo de perto a dinâmica do polo da Ufac, aproximando a gestão da Rede da reitoria local e permitindo que professores, coordenadores e alunos compartilhem experiências”, explicou. Para ela, cada edição contribui para consolidar o programa. “É uma forma de dizer à sociedade que temos um doutorado potente em Educação. Cada visita fortalece os polos e amplia o impacto do programa em nossas cidades e na região Norte.”

Durante a cerimônia, o professor Mark Clark Assen de Carvalho, coordenador do polo Rio Branco, reforçou o papel da Ufac na Rede. “Em 2022, nos credenciamos com sete docentes e passamos a ser um polo. Hoje somos dez professores, sendo dois do Campus Floresta, e temos 27 doutorandos em andamento e mais 13 aprovados no edital de 2025. Isso representa um avanço importante na qualificação de pesquisadores da região”, afirmou.

Mark Clark explicou ainda que o seminário é um espaço estratégico. “Esse encontro é uma prática da Rede, realizado semestralmente, para avaliação das atividades e planejamento do que será desenvolvido no próximo quadriênio. A nossa expectativa é ampliar o conceito na Avaliação Quadrienal da Capes, pois esse modelo de doutorado em rede é único no país e tem impacto relevante na formação docente da região norte”, pontuou.

Representando a reitora Guida Aquino, o diretor de pós-graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), Lisandro Juno Soares, destacou o compromisso institucional com os programas em rede. “A Ufac tem se esforçado para estruturar tanto seus programas próprios quanto os consorciados. O Educanorte mostra que é possível, mesmo com limitações orçamentárias, fortalecer a pós-graduação, utilizando estratégias como captação de recursos por emendas parlamentares e parcerias com agências de fomento”, disse.

Lisandro também ressaltou os impactos sociais do programa. “Esses doutores e doutoras retornam às suas comunidades, fortalecem redes de ensino e inspiram novas gerações a seguir na pesquisa. É uma formação que também gera impacto social e econômico.”

A coordenadora regional da Rede Educanorte, professora Ney Cristina Monteiro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), lembrou o esforço coletivo na criação do programa e reforçou o protagonismo da região norte. “O PGEDA é hoje o maior programa de pós-graduação da UFPA em número de docentes e discentes. Desde 2020, já formamos mais de 100 doutores. É um orgulho fazer parte dessa rede, que nasceu de uma mobilização conjunta das universidades amazônicas e que precisa ser fortalecida com melhores condições de funcionamento”, afirmou.

Participou também da mesa de abertura o vice-reitor da Ufac, Josimar Batista Ferreira.



Leia Mais: UFAC

Continue lendo

MAIS LIDAS