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Edinho Silva: “O PT deve ser humilde”

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É difícil passar um dia em que Edinho Silva, 59 anos, não fale com Lula, de quem é pessoa da mais alta confiança. Tanto assim que o presidente o tem como preferido (e não esconde isso) para suceder Gleisi Hoffmann no comando do PT, na eleição prevista para o início de 2025. Há quase quatro décadas na sigla, ex-vereador e ex-deputado estadual, o agora prefeito de Araraquara, no interior de São Paulo, que cumpre as últimas semanas de seu quarto mandato sem deixar sucessor (sua candidata acabou derrotada pelo rival bolsonarista), foi conquistando espaço em meio à fogueira das vaidades petistas pelo perfil conciliador, capaz de tecer acordos e fazer a poeira baixar quando o caldeirão ferve, como nos sombrios tempos do mensalão. Sociólogo de formação, ele também esteve à frente da Secretaria de Comunicação durante as turbulências do governo Dilma Rousseff. Se de fato tiver o leme do partido nas mãos, uma de suas duras missões será tentar unir as diversas fileiras da agremiação em torno da pauta econômica e pavimentar o caminho para a reeleição de Lula. “Também precisamos nos reconectar à classe trabalhadora”, avaliou na entrevista concedida a VEJA.
Por que o PT foi tão mal nas últimas eleições? O discurso antissistema, predominante na direita, chegou às camadas mais populares porque o poder de compra de seus integrantes vem sendo corroído. As pessoas vão ao supermercado e não conseguem mais encher o carrinho. A verdade é que o crescimento de 3% do PIB previsto para este ano, o avanço na renda e a queda do desemprego não têm se refletido em melhorias de vida para essa fatia tão numerosa da classe média. E o PT precisa ter humildade para ouvir o que a população não está apenas dizendo, mas gritando.
A questão se restringe à economia? Não é só isso. Observamos um movimento do eleitorado na direção de posições mais conservadoras. Tudo o que é identificado como parte do sistema passou a ser rechaçado — um fenômeno, aliás, detectado mundo afora, consequência ainda da crise econômica de 2008, comparável em gravidade à de 1929. Toda essa insatisfação abre espaço para o regresso de uma agenda racista, xenofóbica e antiglobalização, que acreditávamos ter sido deixada para trás no cenário pós-Segunda Guerra.
Mesmo assim, o PT voltou ao poder em 2022, derrotando justamente esse projeto. Por que não foi bem-sucedido agora? Em 2020, houve a pandemia, que fez o sentimento antissistema arrefecer. A defesa do Estado e das instituições passou ali a ser liderada pela centro-esquerda e uniu o Brasil em torno do interesse comum de combate ao vírus. A polarização deu então uma breve suavizada. Esse Fla-Flu político, como num Maracanã lotado com as torcidas se xingando, só interessa ao outro lado.
Mas não foi o próprio PT que apostou na polarização contra bolsonaristas nos casos em que a disputa municipal seguiu para o segundo turno? Se apostou, errou. Só conseguimos eleger o Lula quando furamos a bolha e conquistamos parte do eleitorado do Bolsonaro. A questão é que depois, no governo, não avançamos aí.
“Não acho que Gleisi Hoffmann tenha de abrir mão de suas convicções, mas não pode enfraquecer o ministro da Fazenda. Isso é tirar força do próprio governo”
Afinal, o PT deixou de falar à classe trabalhadora? É inegável que tem havido dificuldades. O PT nasceu do movimento sindical, só que hoje o mundo é outro: há uma imensa parte dos trabalhadores que não está em regime CLT, mas atuando como PJ ou MEI, e não quer ser formalizada. Esse grupo ascendente, de gente que vive de novos serviços que foram aparecendo, votou contra nós nas periferias por não se sentir contemplado por aquilo que temos a oferecer.
Uma ala da esquerda tem classificado essas pessoas como “pobres de direita”, apontando uma contradição no fato de a classe trabalhadora aderir ao liberalismo. Concorda? Se formos estigmatizá-los, cometeremos outro terrível erro. O que esse jovem quer ouvir é: “Eu sei como sinalizar caminhos para você crescer”. As pessoas têm o natural desejo de se desenvolver e alcançar a estabilidade. É justamente esse público que a igreja atrai. Não adianta a gente criticar a teologia da prosperidade, porque ela fornece uma resposta concreta para essa classe média baixa.
A defesa de pautas identitárias, com pouca aderência nesse eleitorado, atrapalha a esquerda? As lutas identitárias devem continuar porque representam um avanço do direito individual, mas só elas não vão nos reconectar com a sociedade. Embora seja um tema polêmico no PT, é crucial entender que há um grande distanciamento entre o Estado e a população. E a esquerda não tem apresentado uma proposta de reforma para promover essa tão necessária aproximação. A democracia representativa foi posta em xeque, gostemos disso ou não.
O PT deveria caminhar para o centro? O PT jamais vai fazer o giro para o centro. Quem tem essa expectativa pode esquecer. A atual realidade brasileira nos empurra rumo a nossas próprias bandeiras. É preciso ter a habilidade para entender que o grande inimigo no século XXI é o fascismo, o nacionalismo de direita, que se fortalece com a subida ao poder de líderes como Donald Trump, nos Estados Unidos. Mais do que nunca, devemos tecer no Brasil uma aliança no campo democrático.
Com tantas tensões entre o PT e partidos da base aliada, é possível pensar numa aliança desse patamar? De fato, as tensões existem e não dá para discordar disso. O presidente Lula, que tem uma elevada capacidade de leitura política, sabe que precisamos entrar em 2025 já com outra configuração. Do contrário, vai ser muito complicado para o PT. A pergunta que tem de ser feita é: vamos ou não construir uma aliança que garanta governabilidade e dê condições à reeleição? Caso haja mesmo uma reforma ministerial, que ela sirva para consolidar essa coalizão.
O pleito municipal demonstrou que algumas legendas da base, como União Brasil e PSD, são bastante competitivas. Por que se aliariam ao PT numa disputa nacional? Pela responsabilidade que têm, essas siglas querem instituições fortes, previsibilidade e a solidez da democracia.
Isso não soa demasiado utópico diante do manifesto que o PT acaba de assinar criticando o ajuste fiscal defendido pelo ministro Fernando Haddad? Em um governo de coalizão, não está errado o partido defender suas posições históricas, mas é também vital entender que temos responsabilidades nesse processo. O presidente da República e o ministro da Fazenda são ambos do PT. Considero essencial que se faça esse debate dentro do governo, para não fragilizar os envolvidos publicamente.
Gleisi Hoffmann errou ao permitir que o documento fosse assinado? Não acompanhei esse diálogo de perto, daí ser difícil opinar. Mas o desejável é que a discussão tivesse sido esgotada internamente.
Gleisi tem travado inúmeros embates com Haddad. Ela radicaliza demais? Não acho que a Gleisi tenha de abrir mão de suas convicções, mas não pode enfraquecer o ministro da Fazenda. Isso é tirar força do próprio governo.
Qual sua visão sobre a condução da política econômica? Para mim, o equilíbrio fiscal não deve ser uma bandeira da direita ou da esquerda. Se você não equaliza o orçamento, cria um problemão financeiro no futuro. Uma parte do corte de gastos é conjuntural, imposta pelo momento que atravessamos, enquanto a outra é estrutural. Precisamos refletir, por exemplo, sobre o modelo previdenciário e as desonerações de impostos, que não podem durar ad aeternum. Importante frisar que nossos fundamentos econômicos são sólidos. Corrigir o rumo não é difícil.
A PEC que propõe acabar com a jornada 6×1 (seis dias trabalhados versus um de descanso) é uma bandeira que o PT pretende encampar? É uma pauta legítima, que veio para ficar, fruto das transformações da base produtiva e da economia como um todo. O Brasil talvez não tenha condições de implantá-la de hoje para amanhã, mas vai na linha certa, no sentido de repensar a relação entre capital e trabalho. O governo e o Congresso não podem se fechar a isso.
Os críticos dizem que o PT fala o tempo todo em debate, mas anda sem projeto. Procede? Projeto de sociedade, nós temos, mas seria arrogância da minha parte dizer aqui que possuo todas as respostas para este mundo em franca mudança. É preciso, sim, melhorar nossas propostas e dialogar com os novos setores da sociedade brasileira.
“As lutas identitárias devem continuar, mas só elas não vão nos reconectar com a sociedade. É crucial para o PT entender que há um distanciamento entre o Estado e a população”
O Supremo Tribunal Federal (STF) recém derrubou as acusações que pesavam contra José Dirceu. Ele deve ser integrado ao governo? Acredito que nem ele queira voltar, mas Dirceu está se reintegrando à política. O PT também não pode abrir mão de quadros como Ricardo Berzoini, João Vaccari e José Genoino, figuras históricas que, até outro dia, estavam alijados da vida partidária. O PT precisa ouvir essas lideranças, assim como é necessário que construa outras.
O fato de não se avistarem jovens lideranças petistas no horizonte tem a ver com o espírito centralizador de Lula? O presidente é o maior estimulador de novas lideranças e está, inclusive, muito preocupado com o processo de renovação do partido. Mas é claro que a palavra dele tem um peso imenso.
Lula errou ao escolher Guilherme Boulos, político do PSOL mais à esquerda do PT, para a disputa em São Paulo? Não. A aliança com o PSOL foi importantíssima em 2022. Boulos é uma das principais lideranças que surgiram no país nos últimos dez anos, assim como João Campos, o prefeito de Recife. Também precisamos olhar com carinho para Tabata Amaral.
Qual o futuro que vê para o PT depois de Lula? O Brasil não vai produzir outro Lula, pelo menos não no próximo século. O sucessor do presidente será o partido, e ele tem de estar forte, conectado com a sociedade e dialogando efetivamente com a realidade brasileira.
Há alguma chance de Lula não concorrer à reeleição em 2026? Ele tem todo o direito de fazer isso. Já se doou demais à vida pública brasileira. Mas conhecendo Lula tão bem, se a eleição fosse hoje, ele seria candidato com certeza.
Publicado em VEJA de 15 de novembro de 2024, edição nº 2919
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‘Um experimento dos sonhos’: nosso quebra -gelo australiano está em uma missão crucial para a Antártica | Nathan Bindoff

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6 de março de 2025
Nathan Bindoff
Enquanto escrevo, o quebra-gelo nacional da Austrália, RSV Nuyina, está fumegando o sudoeste de Hobart, indo para Antártica em sua primeira viagem de ciência marinha dedicada.
A bordo está mais de 60 cientistas e técnicos, muitos em seu primeiro cruzeiro de pesquisa, ganhando suas pernas do mar, enquanto o navio navega por incha multimetra e os baixos do Oceano Antromáticos.
Depois de uma semana ou mais de viagens, eles passarão pelo gelo do mar e chegarão ao seu destino pelos próximos 50 dias: o remoto sistema de prateleira de gelo da Glacier em Oriental, a cerca de 5.000 quilômetros ao sul da Austrália.
À medida que o planeta se aquece, esta é uma região recém-emergente de preocupação com a contribuição da Antártica para o aumento do nível do mar, tornando essa missão crucial para o futuro da Austrália e o bem-estar da comunidade global.
A geleira Denman, de 110 quilômetros de comprimento, é um vasto rio de gelo que drena a camada de gelo da Antártica Oriental. Senta -se no fundo do mar em um canyon a cerca de 3,5 quilômetros abaixo da superfície.
Como o sistema de prateleira de gelo mais norte, fora da Península Antártica, a geleira Denman já é uma das geleiras mais rápidas em retirada do território da Antártica Australiana.
Se o Denman derregisse completamente, poderia contribuir com cerca de 1,5 metro para o aumento do nível do mar global, e muito menos o que poderia ser desencadeado da camada de gelo interior, ele se retém.
Esta viagem já faz muito tempo. É o culminar de cerca de uma década de planejamento para um experimento de sonho investigar as interações entre a plataforma de gelo e o oceano, tanto dos lados marítimos quanto para terrestres.
Mas sua gênese começou ainda mais cedo. Os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) em 2007 marcaram um ponto de virada com o reconhecimento de que as camadas de gelo são o problema para o aumento global do nível do mar e que as prateleiras do gelo são o seu “ventre suave”.
Percebemos que a Antártica estava em movimento. Em 2008, os cientistas mostraram que as mudanças no fluxo da geleira têm um “impacto significativo, se não dominante”, na perda de massa da camada de gelo da Antártica.
Em 2011, os cientistas marcaram um selo que acabou nadando através de uma calha profunda no leito do oceano, perto da geleira Denman, medindo água incomumente quente lá.
Em 2019, um novo mapa de elevação da rocha continental sob a camada de gelo da Antártica revelou o vale mais profundo da terra sob a geleira Denman.
Durante meses a partir do final de 2020, os oceanógrafos australianos rastrearam uma bóia robótica que viajava sob a prateleira de gelo da geleira de Denman.
Antes de desaparecer sob o gelo do mar de inverno, o carro alegórico enviou medições mostrando água morna inundando o vale profundo na cavidade da prateleira de gelo, o suficiente para derreter rapidamente a geleira de baixo.
Portanto, essa viagem tem como objetivo descobrir não apenas o quão vulnerável a geleira de Denman é para o oceano quente, mas também a probabilidade de fazer uma contribuição maior e mais rápida para o aumento do nível do mar durante as próximas décadas.
O Denman Marine Voyage Sob o programa Antártico Australiano, reúne diversos grupos de pesquisadores para responder a perguntas críticas sobre o oceano, gelo e clima. As equipes de ciências a bordo-principalmente das universidades, com um número significativo de cientistas e estudantes de doutorado em primeira carreira-abrangem uma ampla gama de pesquisas biológicas, oceanográficas, geológicas e atmosféricas.
Como oceanógrafo, talvez com o que mais me empolgue com a perspectiva de medir as propriedades da água do mar – ambos embaixo da geleira e sobre a plataforma continental – tudo ao mesmo tempo, em uma região em que poucas observações foram coletadas antes.
Em janeiro, como parte da campanha terrestre de Denman do lado da terra, uma série de sensores ancorados foi abaixado através de um buraco na plataforma de gelo flutuante e deixado pendurado em um desfiladeiro subaquático profundo perto da linha de aterramento de uma geleira.
Todos os dias a amarração envia automaticamente os pesquisadores a temperatura, salinidade e velocidade atual da água. Esses dados nos ajudam a rastrear os caminhos para água profunda, quente e salgada para acessar as prateleiras de gelo, onde pode levar a fusão rápida.
E agora, com o RSV Nuyina se posicionando para fazer medições simultâneas bem em frente à geleira, devemos ter o elo vital que conecta os fluxos quentes que detectamos ao mar no oceano ao que está sob as prateleiras do gelo.
A única maneira de obter informações como essa é estar lá. Com isso, podemos refinar nossas projeções e entender melhor o risco que a Antártica apresenta às nossas costas da ascensão global no nível do mar que podemos esperar-ou evitar-neste século.
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Como a pausa sobre o compartilhamento de inteligência afetará a Ucrânia? | Notícias da Guerra da Rússia-Ucrânia

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6 de março de 2025
Em 18 de fevereiro de 2022, seis dias antes da invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia, então o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que estava “convencido” de que Moscou teve decidiu invadir a Ucrânia. Quando perguntado como ele sabia disso, Biden disse: “Temos uma capacidade de inteligência significativa”.
Na época, o governo da Ucrânia sob o presidente Volodymyr Zelenskyy não tinha certeza sobre o prognóstico de Biden, insistindo que uma invasão em grande escala era improvável.
Biden estava certo, a Ucrânia estava errada.
Desde que a guerra eclodiu, os EUA – além de bilhões de dólares em armas sofisticadas – compartilharam a inteligência com a Ucrânia usando suas vastas capacidades de espionagem, ajudando Kiev na defensiva e na trama de ataques às forças russas.
Isso parou na quarta -feira, quando as autoridades dos EUA confirmaram que o presidente Donald Trump havia ordenado o Suspensão do compartilhamento de inteligência com Kyiv. A mudança ocorreu dois dias depois que os EUA fizeram a ajuda militar da Ucrânia, em meio a relações azedas entre Trump e Zelenskyy.
Então, quanto os EUA ajudaram a Ucrânia com inteligência durante a guerra? Quanto a ausência de inteligência dos EUA prejudicará a Ucrânia? E a Europa pode intensificar e ajudar a Ucrânia?
Aqui está o que sabemos até agora.
O que aconteceu?
As autoridades americanas confirmaram que Washington fez uma pausa em compartilhamento de inteligência com a Ucrânia. Isso segue vários meios de comunicação dos EUA relatando que Trump interrompeu a ajuda militar para Kyiv, citando funcionários dos EUA sem nome.
John Ratcliffe, diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), confirmou a pausa de inteligência em uma entrevista à FOX Business Broadcast na quarta -feira.
O consultor de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, também confirmou a pausa aos repórteres na quarta -feira, no mesmo dia. “Damos um passo para trás e estamos pausando e revisando todos os aspectos desse relacionamento”, disse Waltz. Ele acrescentou que está tendo “boas conversas” sobre negociações com a Ucrânia.
As autoridades americanas indicaram que a pausa sobre ajuda militar e compartilhamento de inteligência poderia ser levantada se houver um avanço diplomático entre Trump e Zelenskyy.
“Acho que vamos ver o movimento em muito pouco tempo”, disse Waltz.
Por que os EUA cortaram o compartilhamento de inteligência com a Ucrânia?
Reportagem da Casa Branca, Alan Fisher, da Al Jazeera, disse que o corte de compartilhamento de inteligência é “apenas uma ferramenta para tentar levar a Ucrânia de volta à mesa”.
Fisher explicou: “Eles (os EUA) também conversaram sobre a interrupção da ajuda militar para a Ucrânia, que os ucranianos admitem que atingiriam seus esforços de guerra”.
“Claramente, apenas a ameaça dessas coisas funcionou. Portanto, quando você ouve do consultor de segurança nacional dizendo que as coisas podem ser retomadas em pouco tempo, parece sugerir que qualquer impacto na Ucrânia seria limitado, para dizer o mínimo, desde que as negociações de paz certamente pareçam estar no horizonte mais cedo ou mais tarde. ”
Como chegamos aqui?
A pausa militar de Trump e a última parada no compartilhamento de inteligência ocorreram após o aumento das tensões entre Trump e Zelenskyy nas últimas semanas.
Trump mudou a política dos EUA para a Ucrânia, abrindo discussões diretas com Moscou no final da guerra. Em fevereiro, as autoridades americanas e russas se reuniram para negociações organizadas pela Arábia Saudita, deixando a Ucrânia e seus aliados europeus fora da discussão.
Nos dias que se seguiram, Trump e Zelenskyy se encontraram envolvidos em uma briga verbal: Trump descreveu Zelenskyy como um “ditador sem eleições”, lançando dúvidas sobre seus índices de aprovação. Zelenskyy revidou, dizendo que Trump estava vivendo em um “espaço de desinformação”.
Em 28 de fevereiro, Zelenskyy Com Trump, Vice -presidente dos EUA, JD Vance e Secretário de Estado Marco Rubio no Salão Oval na Casa Branca. Trump e Vance acusaram Zelenskyy de não ser grato o suficiente pela assistência militar que Washington fornece a Kiev. Dias depois, na segunda -feira, Trump suspendeu a ajuda militar.
Na terça -feira, o tom de Zelenskyy virou -se conciliatórioquando ele disse que a Ucrânia estava pronta para retornar à mesa de negociações. “Realmente valorizamos o quanto a América fez para ajudar a Ucrânia a manter sua soberania e independência”, escreveu ele em seu X Post.
Como os EUA apoiaram a Ucrânia com inteligência até agora?
Mesmo antes do início da guerra da Rússia-Ucrânia em fevereiro de 2022, os EUA apoiaram a Ucrânia com inteligência significativa.
Os detalhes específicos e precisamente o compartilhamento significativo de inteligência dos EUA na Ucrânia nunca foram divulgados explicitamente, mas vários relatórios, funcionários e vazamentos apontam para duas áreas principais em que tem sido crítico.
A inteligência – principalmente uma combinação de imagens e sinais de satélite – permite que as forças ucranianas se preparem para ataques russos. Também os ajuda a rastrear movimentos de tropas russas e as posições de suas bases, permitindo que as forças ucranianas implantem mísseis-incluindo projéteis de longo alcance-contra eles. Isso inclui greves dentro do território russo usando armas de longo alcance, como ATACMS e HIMARS enviado pelos aliados ocidentais da Ucrânia.
“Os Estados Unidos podem fornecer à Ucrânia as coordenadas ou imagens de satélite de onde estão localizados os centros logísticos russos e, em seguida, a Ucrânia pode usar essas informações para destruí -las”, disse Marina Miron, pesquisadora de pós -doutorado do Departamento de Estudos de Defesa do King’s College London, ao Al Jazeera.
“Você precisa dessas informações da perspectiva ucraniana para segmentar objetivos hostis, como depósitos de munição e hubs logísticos”.
Mas há mais.
Em fevereiro de 2024, uma investigação do New York Times revelou que, depois que um centro de comando das forças armadas ucranianas foi destruído nos meses após a invasão em grande escala da Rússia, um bunker subterrâneo foi construído para substituí-lo. Neste bunker, os soldados ucranianos rastreiam satélites de espionagem russos e ouvem conversas entre os militares russos. A base é quase totalmente financiada e parcialmente equipada pela CIA, informou o Times.
O relatório acrescentou que existem várias bases de espionagem apoiadas pela CIA na Ucrânia, incluindo 12 locais secretos ao longo da fronteira russa.
A investigação revelou ainda que, por volta de 2016, a CIA começou a treinar uma força de comando de elite ucraniana, apelidada de unidade 2245, que apreendeu drones russos e equipamentos de comunicação. Esses dispositivos seriam então engenhados reversos pela CIA para decodificar a criptografia de Moscou. Um dos oficiais treinados de 2245 foi Kyrylo Budanov, que agora é o chefe de inteligência militar da Ucrânia.
A pausa de inteligência afetará as habilidades de luta da Ucrânia?
Já tem.
Reportagem da Ucrânia, Charles Stratford, da Al Jazeera, disse que conversou com um comandante ucraniano em uma unidade próxima à linha de frente.
“Ele disse que sua unidade e muitos gostam dele do caminho ao longo da linha de frente de 1.300 km (808 milhas), no leste e sul da Ucrânia, contou com a reunião de inteligência americana por cerca de 90 % do trabalho de inteligência feito”, disse Stratford. “Ele disse que eles não receberam ajuda hoje e que de fato os americanos parecem ter desligado esse sistema”.
A Ucrânia usa a inteligência dos EUA para uma variedade de propósitos, sugeriu Stratford – incluindo, por exemplo, para seu sistema de mísseis Patriot, o que é fundamental para as habilidades de Kiev para derrubar mísseis balísticos russos.
A Europa pode ajudar a preencher o Blindspot de inteligência da Ucrânia?
Parcialmente.
As nações européias também têm satélites de espionagem que podem oferecer algumas imagens – mas não está claro se eles estão sintonizados em fornecer o tipo de inteligência que a Ucrânia precisa.
A Ucrânia também possui dois satélites de espionagem adquiridos comercialmente, fabricados pela empresa finlandesa Iceye. Um foi comprado por uma organização sem fins lucrativos, o outro fornecido pelo governo alemão e pelo fabricante de armas alemão Rheinmetall.
Mas, mesmo com isso, é improvável que a Ucrânia ou a Europa possam preencher a lacuna deixada pela pausa de compartilhamento de inteligência dos EUA, dizem especialistas.
“A Europa não possui as capacidades de inteligência que a Ucrânia recebe dos EUA”, disse Miron, acrescentando que esse corte terá um efeito imediato no campo de batalha. Os EUA têm “um monopólio dos satélites militares e da inteligência”, acrescentou.
Em fevereiro de 2022, Elon Musk’s de propriedade da SpaceX Starlink foi ativado na Ucrânia, após a invasão interromper a conectividade da Internet. Miron explicou que o militar ucraniano também depende do Starlink para “comunicações, reconhecimento tático e uso de drones FPV (visualização em primeira pessoa)”.
Em 20 de fevereiro, os negociadores dos EUA disseram a Kiev que eles fechariam o Starlink se a Ucrânia não chegasse a um acordo de minerais críticos, a agência de notícias da Reuters informou citar uma fonte anônima que foi informada sobre as negociações. O acordo de minerais de terras raras permitiria que os EUA investissem nos recursos da Ucrânia.
Musk é um aliado próximo de Trump.
Miron disse que as capacidades que os militares ucranianos têm devido ao Starlink também são “difíceis de combinar”, embora o operador francês de satélite Eutelsat tenha oferecido uma alternativa a certas aplicações de defesa. Enquanto o Starlink possui 7.000 satélites de órbita de baixa terra (LEO), o Eutelsat possui cerca de 630, apoiado por 35 satélites em órbitas mais altas.
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Donald Trump concede uma “reserva estratégica de bitcoins” nos Estados Unidos

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17 minutos atrásem
6 de março de 2025

O consultor da inteligência artificial (AI) e criptomoedas da Casa Branca, David Sacks, fala sobre“Uma espécie de Fort Knox Digital”nomeado após o local onde o governo americano armazena suas reservas de ouro. Mas desta vez essas são moedas digitais depois que Donald Trump assinou, quinta -feira, 6 de março, um decreto criando um “Reserva estratégica de Bitcoin”.
Concretamente, os Estados Unidos já têm cerca de 200.000 bitcoins, de acordo com David Sacks, o que representa um valor de aproximadamente US $ 17,5 bilhões (cerca de 16,2 bilhões de euros) durante o curso atual. Esses ativos vêm de apreensões legais e não foram compradas pelo governo dos Estados Unidos. Esses ativos serão transferidos para esta reserva estratégica, onde serão armazenados por um período ilimitado.
O preço do Bitcoin perdeu para 5,7 % após este anúncio, o mercado está desapontado por nenhuma política de compra pública de criptomoedas estar planejada. Por volta das 2 da manhã de Paris, sexta -feira, o Bitcoin caiu para 84.707 dólares (cerca de 78.500 euros) e depois iniciando um aumento – 88.236 dólares às 3 horas.
Em um vídeo filmado no Salão Oval da Casa Branca e durante o qual Donald Trump assinou o decreto, David Sacks explica que nenhum desses bitcoins será vendido. Donald Trump já havia mencionado a criação desta reserva durante sua campanha, depois no domingo passado, em uma mensagem publicada em sua rede social da verdade.
Uma mudança radical de posição
Este fundo público é uma mensagem forte para a indústria de criptomoedas, mas muito mais amplamente em todo o mercado financeiro. Ele fornece credibilidade adicional a essa pessoa ativa criticada regularmente por sua natureza especulativa e sua falta de utilidade, em particular para trocas e transações.
Hostis por um longo tempo para moedas digitais, Donald Trump mudou radicalmente a posição durante sua última campanha, a ponto de se proclamar o campeão de criptomoeda. A indústria o devolveu, contribuindo por mais de US $ 100 milhões para sua campanha.
De acordo com o decreto, o Secretário do Tesouro e o Secretário de Comércio terão a oportunidade de oferecer a aquisição de Bitcoins adicionais, desde que seja neutro para o orçamento do estado. Isso equivale a substituir por bitcoins de ativos mantidos pelo Estado Federal de outras formas, moedas convencionais (dólares ou outros) ou títulos financeiros.
Mas o decreto indica que os bitcoins adicionais possivelmente comprados não serão pagos à reserva estratégica, cuja quantia permanecerá inalterada. Este decreto “Sublinha o compromisso do presidente Trump de tornar os Estados Unidos a” cidade mundial de criptos “”disse David Sacks.

O mundo com AFP
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