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Ele se deixou levar por fantasia, diz mãe de adolescente desaparecido – 01/11/2024 – Seminários Folha

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Isabella Cândido

Enquanto crimes contra crianças e adolescentes na internet aumentam, esses jovens estão se conectando cada vez mais cedo. Segundo a edição 2024 da pesquisa TIC Kids Online Brasil, divulgada no fim de outubro, 93% da população entre 9 e 17 anos utiliza a internet, e mais da metade desse público acessa plataformas de mensagens e de compartilhamento de vídeos e fotos.

Na pesquisa, o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) entrevistou presencialmente 2.424 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, assim como seus pais ou responsáveis, em todo o território nacional, entre março e agosto de 2024.

Ainda de acordo com o levantamento, 30% desses jovens relataram que tiveram contato com alguém na internet que não conheciam pessoalmente.

A exposição online a conteúdos inadequados, o assédio e o contato com estranhos podem passar despercebidos, como mostram relatos colhidos pela reportagem no último mês.

Em três casos, o modus operandi é semelhante: o abusador se aproxima por meios digitais, conquista a confiança da criança ou adolescente com promessas e tenta marcar um encontro.

Em 30 de agosto deste ano, a vendedora Michele Silva, 31, saiu de casa em Carapicuíba (SP) para trabalhar e não viu mais o filho, Alex Soares, 15, que desapareceu após conhecer um homem mais velho em um aplicativo de relacionamento.

Michele e seu marido receberam uma carta de despedida pelo WhatsApp, na qual Alex dizia que seguiria seu caminho com essa pessoa, prometendo voltar quando estivesse estabilizado. Desde então, os pais não conseguiram mais contato com ele, que também não foi visto na escola.

“Ele mandou mensagem muito bem detalhada, bem escrita, com pontos e vírgulas, e o Alex não é de escrever assim. Falando que estava indo embora, que tinha conhecido uma pessoa pelo aplicativo, e que quando estivesse mais estruturado, voltava. E bloqueou todo mundo. Mas só que o texto não era dele”, conta a mãe.

Os pais investigaram e descobriram, por meio dos amigos do adolescente, que ele havia conhecido um homem de cerca de 40 anos na internet, que se apresentava como financeiramente estável e orientava o garoto. Sem dar detalhes ou revelar a identidade dessa pessoa, contam os pais, Alex comentou com amigos que planejava fazer algo imprudente.

Segundo a família, o adolescente não tinha costume de sair sozinho e não sabia andar de transporte público. Os pais acreditam que o filho foi enganado por alguém com experiência em aliciamento de menores, que sabia como agir para não ser identificado.

Ainda segundo a mãe, Alex nunca dava trabalho e tinha bom desempenho na escolha. Ela não notou mudanças no comportamento do adolescente antes do desaparecimento.

“Ele se deixou levar por uma fantasia. Eu não sei o que se passou na cabeça dele, mas essa pessoa soube induzir muito bem e com certeza vinha falando com ele há muito tempo”, diz Michele. A família registrou um boletim de ocorrência, e o caso segue em investigação. Michele segue sem saber o paradeiro do filho.

Promessa de carreira em jogos

Lucas (nome fictício), 16, sempre teve interesse por jogos online. Há um ano, começou a conversar em um chat com alguém que se apresentava como mentor de carreira na área. Durante oito meses, o jovem manteve contato com essa pessoa, que prometia ajudá-lo a participar de campeonatos profissionais.

Os pais de Lucas estavam cientes de que ele jogava, mas desconheciam que o filho mantinha conversas com estranhos na internet. Embora sempre o tivessem orientado a não compartilhar dados pessoais com desconhecidos, a possibilidade de crimes sexuais nunca havia sido uma preocupação em discussões sobre segurança online.

As conversas com o mentor começaram de maneira comum, sempre focadas em jogos e na chance de se tornar um profissional. Com o tempo, à medida que a confiança se estabeleceu, a abordagem mudou.

O adolescente foi convidado a conhecer o ambiente onde o mentor supostamente trabalhava com outros jovens.

O encontro foi marcado perto da escola onde Lucas estudava, um colégio particular localizado na cidade de São Paulo. Ao sair da escola, o adolescente foi ao local combinado, onde foi sequestrado por dois homens. Nos dois dias em que ficou refém, Lucas foi abusado sexualmente.

Quando o garoto desapareceu, os pais não procuraram a polícia. Pensando ser um sequestro para pedido de resgate, contrataram um escritório de advocacia especializado em direito penal e investigações. Lucas foi libertado pelos sequestradores antes que a investigação chegasse a ele.

Por medo de exposição, a família não registrou ocorrência e se mudou para os Estados Unidos, onde recebe apoio psicológico.

O relato foi dado pelo escritório de advocacia que esteve à frente do caso e que informou ter encontrado indícios de que uma rede de abusadores foi responsável pelo sequestro. O depoimento foi autorizado pelos familiares da vítima.

Tentativa de encontro

Lúcia (nome fictício), 42, afirma ter sido um choque descobrir, em 2022, que seu filho de então 13 anos estava conversando com um desconhecido no Instagram. O adolescente não tinha celular próprio e usava as redes sociais no aparelho da mãe, em horários determinados.

Ao acordar de madrugada e encontrá-lo mexendo em seu celular, Lúcia exigiu que ele mostrasse o que estava fazendo. Encontrou uma conversa com conteúdo adulto, troca de fotos nuas, tentativas de encontro e promessas de presentes. O homem nunca mostrava o rosto e se passava por alguém mais jovem, conta a mãe.

Antes disso, o adolescente chegou a marcar um encontro, mas não apareceu por causa do aniversário de um primo. Moradora do bairro da Brasilândia, em São Paulo, a mãe se diz agradecida por ter descoberto a situação a tempo e evitado algo pior. Ela registrou boletim de ocorrência e, na época, proibiu a criança de usar o celular.



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Ufac promove ações pelo fim da violência contra a mulher — Universidade Federal do Acre

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A Ufac realizou ações de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, em alusão à campanha Agosto Lilás. A programação, que ocorreu nesta segunda-feira, 25, incluiu distribuição de adesivos na entrada principal do campus-sede, às 7h, com a participação de pró-reitores, membros da administração superior e servidores, que entregaram mais de 2 mil adesivos da campanha às pessoas que acessavam a instituição. Outro adesivaço foi realizado no Restaurante Universitário (RU), às 11h.

“É uma alegria imensa a Ufac abraçar essa causa tão importante, que é a não violência contra a mulher”, disse a reitora Guida Aquino. “Como mulher, como mãe, como gestora, como cidadã, eu defendo o nosso gênero. Precisamos de mais carinho, mais afeto, mais amor e não violência. Não à violência contra a mulher, sigamos firmes e fortes.”
Até 12h, o estacionamento do RU recebeu o Ônibus Lilás, da Secretaria de Estado da Mulher, oferecendo atendimento psicológico, jurídico e outras orientações voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.

Agosto Lilás



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Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre

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A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Ufac realizou a abertura do Floresta em Evidência, nesta quarta-feira, 20, no auditório da Associação dos Docentes (Adufac). O projeto de extensão segue até quinta-feira, 21, desenvolvido pelo Herbário do Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A iniciativa tem como público-alvo estudantes do campus Transacreana do Ifac.

O projeto busca difundir conhecimentos teóricos e práticos sobre coleta, identificação e preservação de espécies botânicas, contribuindo para valorização da biodiversidade amazônica e fortalecimento da pesquisa científica na região.

Representando a Proex, a professora Keiti Roseani Mendes Pereira enfatizou a importância da extensão universitária como espaço de democratização do conhecimento. “A extensão nos permite sair dos muros da universidade e alcançar a sociedade.”

O coordenador do PZ, Harley Araújo, destacou a contribuição do parque para a conservação ambiental e a formação de profissionais. “A documentação botânica está diretamente ligada à conservação. O PZ é uma unidade integradora da universidade que abriga mais de 400 espécies de animais e mais de 340 espécies florestais nativas.”

A professora do Ifac, Rosana Cavalcante, lembrou que a articulação entre instituições é fundamental para consolidar a pesquisa no Acre. “Ninguém faz ciência sozinho. Esse curso é fruto de parcerias e amizades acadêmicas que nos permitem avançar. Para mim, voltar à Ufac nesse contexto é motivo de grande emoção.”

A pesquisadora Viviane Stern ressaltou a relevância da etnobotânica como campo de estudo voltado para a interação entre pessoas e plantas. “A Amazônia é enorme e diversa; conhecer essa relação entre comunidades e a floresta é essencial para compreender e preservar. Estou muito feliz com a recepção e em poder colaborar com esse trabalho em parceria com a Ufac e o Ifac.”

O evento contou ainda com a palestra da professora Andréa Rocha (Ufac), que abordou o tema “Justiça Climática e Produção Acadêmica na Amazônia”.

Nesta quarta-feira, à tarde, no PZ, ocorre a parte teórica do minicurso “Coleta e Herborização: Apoiando a Documentação da Sociobiodiversidade na Amazônia”. Na quinta-feira, 21, será realizada a etapa prática do curso, também no PZ, encerrando o evento.



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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



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