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Em Marrocos, a amnistia fiscal permite regularizar um valor recorde de 9,6 mil milhões de euros

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O primeiro-ministro marroquino, Aziz Akhannouch, chega para discursar na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, em 24 de setembro de 2024.

As autoridades fiscais marroquinas descreveram-no modestamente como “regularização voluntária”. A amnistia fiscal de 2024, medida emblemática do governo liberal de Aziz Akhannouch, resultou na declaração de mais de 100 mil milhões de dirhams em activos (9,6 mil milhões de euros), segundo um relatório não oficial elaborado pela imprensa marroquina na direcção-geral dos impostos. Quarta-feira, 1ºé Janeiro. O valor supera todas as previsões e constitui um recorde, sendo vinte vezes superior ao obtido durante a anterior amnistia de 2020. Em comparação, a proposta em França entre 2014 e 2017 permitiu regularizar 32 mil milhões de euros em quatro anos.

Por mais importante que seja, o resultado da operação, que se aplicou a pessoas singulares que não tinham declarado os seus lucros e rendimentos tributáveis ​​em Marrocos antes de 1é Janeiro de 2024, deverá trazer apenas 5 mil milhões de dirhams para o Estado. É preciso dizer que a oferta da administração foi generosa. Em troca da regularização da sua situação, os “anistiados” apenas tiveram de pagar 5% de imposto sobre os valores declarados, contra 37% se regularizassem em 2025. Tal taxa preferencial provocou uma onda de fraudadores nos últimos dias de 2024. Tanto que as autoridades fiscais marroquinas concordaram em abrir-lhes os seus balcões excepcionalmente, no sábado, 28 de dezembro, e no domingo, 29 de dezembro.

Incluída na lei das finanças de 2024, a amnistia foi alvo, ao longo do ano passado, do voluntarismo dos bancos, que comunicaram de forma muito ampla as suas vantagens aos seus clientes. Um dos principais estabelecimentos bancários de Marrocos, o Banque Populaire, insistiu particularmente em “critério” da operação. A medida visa não só apoiar “o combate à fraude fiscal”justificou o governo, mas ainda “regularizar boa parte da economia subterrânea”, indicou o diário económico Inspirações ecológicassexta-feira, 3 de janeiro. Os 100 mil milhões de dirhams declarados representam, na verdade, um quarto do dinheiro em circulação em Marrocos, estimado em cerca de 430 mil milhões de dirhams pelo banco central do país.

Inflação e controles fiscais

Os primeiros detalhes da anistia fiscal apareceram rapidamente nos jornais. Só os depósitos bancários representariam 60 mil milhões de dirhams, sendo o restante proveniente de aquisições imobiliárias ou de contribuições para contas correntes de associados. Um dos principais títulos econômicos, Mídia24cita o número de cerca de 10 mil declarações “espontâneo” que estaria na origem de 40% do valor regularizado, ou uma média de 4 milhões de dirhams (385 mil euros) por declarante. Um deles teria regularizado 280 milhões de dirhams, valor máximo registrado até o momento para uma única declaração, segundo outro título.

Na opinião de especialistas financeiros entrevistados pela O mundoo valor recorde registado por esta amnistia testemunha uma acumulação de dinheiro que começou em 2020, coincidindo, em particular, com o pagamento de ajudas, maioritariamente em dinheiro, das quais mais de 4 milhões de famílias tinham então beneficiado durante a pandemia do coronavírus. A isto soma-se a implementação, a partir de 2021, da contribuição profissional única, um novo regime fiscal que tem levado muitos comerciantes, não sujeitos a retenção na fonte e que são grandes utilizadores de “dinheiro”, a optimizar a domiciliação bancária dos seus ativos, “por medo de ser reajustado em determinado número de impostos”observa a economista Lhoucine Bilad. Outros factores, incluindo a inflação e o aumento dos controlos fiscais, anunciados com grande publicidade pela administração, também explicariam o aumento do stock de dinheiro em circulação, que representou 21% do produto interno bruto em 2021, contra 28% em. 2024.

Estes resultados não deixaram de ser interpretados à luz das conclusões elaboradas em 2021 pela comissão sobre o modelo de desenvolvimento, instituída pelo rei Mohammed VI. No seu relatório apresentado ao soberano, observou “a lentidão da transformação estrutural da economia”desacelerado por “lógica do aluguel em detrimento do interesse geral”. Em reação à anistia, muitos internautas mencionaram um “Capitalismo marroquino” acusados, segundo eles, de acumular em vez de investir.

Ao revelar a dimensão da fraude fiscal, a operação de regularização lança sobretudo luz sobre um fenómeno regularmente denunciado pelos cidadãos do reino. O economista Mehdi Lahlou vê nisto não só o receio secular de uma parte da população relativamente à administração, mas também a confirmação de que a contrapartida do pagamento do imposto, nomeadamente “Investimento público em escolas e saúde”não é segurado pelo Estado. A percentagem do ensino privado em Marrocos atinge hoje os 15%, quando quase um terço das camas hospitalares do país são ocupadas por clínicas com fins lucrativos.

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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