Por Gleydison Meireles, para a Folha do Acre.
A guerra na tentativa de desestabilizar a candidatura de Ney Amorim (PT) ao Senado, e que até poucos dias era comentada em pequenas rodas de conversas entre petistas, agora é declarada.
Na madrugada desta sexta-feira, 21, começou a circular nas redes sociais um vídeo em que o senador Jorge Viana (PT), candidato à reeleição, aparece falando que Ney Amorim é alvo de investigação e que por conta disso prisões poderiam ocorrer, dando a entender que o petista, presidente da Aleac, poderia ser o alvo da ação policial.
No vídeo de aproximadamente um minuto, Viana aparece em dois momentos. O primeiro, na ocasião de uma rodada de entrevista com os candidatos ao Senado, promovido pela TV Gazeta, afiliada da Rede Record, ele é questionado pelo jornalista Rogério Wenceslau sobre a Operação Hefesto, da Polícia Federal, e sobre rumores de que pessoas ligadas a ele estariam tramando contra Ney Amorim. Jorge Viana se esquivou, em princípio se mostrou irritado com a pergunta e depois afirmou que não poderia fazer nenhum tipo de comentário a respeito do assunto.
Na segunda parte do vídeo, gravado durante uma reunião em abril de 2018, Jorge Viana aparece falando que Ney Amorim está respondendo processos, para logo em seguida fazer o seguinte questionamento: “Vocês acham que o Ministério Público não vai prender ninguém? O que vocês acham? Vocês acham que a Polícia Federal não vai prender ninguém nessa eleição?”.
Veja o vídeo que está circulando nas redes sociais:
As declarações de Jorge Viana sobre o colega de partido e também candidato ao Senado da República só confirmaram o que todos sabiam: a ascensão de Ney Amorim dentro do Partido dos Trabalhadores vem incomodando alguns caciques e mexendo com o brio e a vaidade de muitos.
Quanto aos questionamentos do senador petista, candidato à reeleição, sobre a possibilidade de prisões realizadas pela Polícia Federal antes das eleições, resta saber se Viana tem o “dom” de prever os acontecimentos ou se tinha a certeza disso.
A reportagem tentou contato com Jorge Viana por meio do número (61) 99xx1-30×3, por meio do WhatsApp, mas não obteve sucesso. As ligações foram direcionadas à caixa postal e as mensagens no aplicativo de conversa não foram respondidas. A reportagem conseguiu falar com Arão Prado, um dos assessores de Jorge Viana, informando que o senador poderia estar em alguma agenda política e por isso não estava retornado as ligações e nem respondendo as mensagens. Prado disse, ainda, que não poderia emitir qualquer opinião sobre o assunto, pois não havia falado com o candidato sobre o fato.
Por Gleydison Meireles, Folha do Acre.