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Empresa de ônibus alega prejuízo de R$ 40 mil por dia e decide rescindir contrato em Rio Branco

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A crise no transporte público de Rio Branco ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (28). A única empresa que opera na capital acreana, a Ricco Transporte, divulgou que pediu rescisão do contrato e só atua na cidade até o dia 27 de julho.

Por meio de nota, a empresa comunicou que fará a prestação de serviço nesse período apenas mediante repasses da prefeitura para que seja garantido o pagamento dos salários dos empregados da empresa.

A gestão alega que o ‘sistema de transporte público municipal gera um prejuízo diário à empresa de, aproximadamente, R$ 40 mil o que compromete sobremaneira sua existência empresarial’.

A empresa diz também que a falta de atualização pela prefeitura do valor do custo operacional do sistema dificulta a manutenção do serviço.

“A Prefeitura de Rio Branco deveria fazer a atualização do valor da passagem que está defasado, ou caso não queira repassar esse ônus ao usuário, subsidiar o custo remanescente do transporte público à empresa Ricco Turismo e Turismo LTDA, como tantas outras prefeituras fazem com as empresas de transporte público contratadas. Sem o subsídio ou o aumento das passagens à realidade de mercado, fica impossível a empresa Ricco Transporte e Turismo LTDA operar nas atuais circunstâncias de aumento recorrente do preço do diesel e demais insumos, elevando sobremaneira o custo operacional dos serviços, operando em manifesto prejuízo”, destaca.

Ainda conforme a nota divulgada, a empresa opera com déficit financeiro desde o início da gestão. Na época, a quantidade de passageiros transportados era 18 mil e esse número subiu para 40 mil. Dessa forma, a empresa afirma que teve que aumentar a frota.

“Ocorre que, com elevação do número de passageiros transportados, a empresa Ricco Transportes e Turismo LTDA teve que aumentar a frota, o que consequentemente elevou também seu prejuízo financeiro, sobretudo, com o aumento excessivo do óleo diesel ante a inflação atual”, argumenta.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Rio Branco e aguarda retorno.

Suspensão

A empresa Ricco assumiu o transporte público de Rio Branco em fevereiro deste ano e atualmente é a única a operar na cidade.

Também nesta terça, a gestão suspendeu os coletivos de 11 linhas na capital acreana. A justificativa, segundo a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), é que a empresa alega prejuízo com os constantes aumentos no preço do diesel.

Entre as linhas sem circulação de ônibus estão:

  • Amapá
  • 6 de Agosto/Judia
  • Baixa Verde
  • Ramal do Canil
  • Belo Jardim 2
  • Polo Wilson Pinheiro
  • Jorge Kalume
  • Quixadá
  • Circular Tropical/ Via Cohab do Bosque
  • Aviário/ Cadeia Velha
  • Ifac/Universidade

No último dia 22, ao encerrar de vez os contratos com as antigas empresas que operavam na capital, o prefeito Tião Bocalom já havia sinalizado que a empresa Ricco havia pedido uma readequação do repasse da prefeitura para tentar cobrir esses aumentos de combustíveis.

“O proprietário da empresa reclama dos prejuízos em função do aumento dos combustíveis, de peça, de tudo, mas a prefeitura vai fazer as correções que precisam ser feitas, mandar para a Câmara aprovar e aí a empresa vai continuar”, disse naquele momento.

O repasse dado à empresa deve aumentar, mas, segundo o prefeito, esse reajuste não deve chegar ao bolso do consumidor. Atualmente, a empresa opera com 42 linhas, com 92 ônibus circulando. O contrato terminaria em julho, mas deve ser estendido.

“Se fizermos essas correções, a empresa vai colocar mais ônibus. O acordo que chegamos é que vai oferecer pelo menos 115 ônibus, então a gente regulariza essa situação de ficar passageiros para trás, temos consciência que está ficando para trás, mas não aumentamos passagens. Vai continuar em R$ 3,50 e vamos pagar a diferença, a prefeitura vai bancar.”

Nesta terça (28), 11 linhas de ônibus foram suspensas na capital acreana — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Nesta terça (28), 11 linhas de ônibus foram suspensas na capital acreana — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Essa readequação ainda não aconteceu e, por isso, o superintendente da RBTrans em exercício, Francisco José Benício Dias, disse que a empresa está reduzindo as “linhas que têm menor impacto no sistema”.

“Alegaram que, desde que chegaram aqui para assumir o sistema, o diesel teve esses reajustes que são testemunhados por todos nós. Eles pediram readequação pra nós e ainda não receberam isso e em razão de estar extremamente no prejuízo eles estão reduzindo as linhas que têm menor impacto no sistema, que são as linhas menores. Foi ontem à noite que eles nos comunicaram isso”, disse o superintendente.

Sobre se a empresa deve ser notificada por conta da interrupção das 11 linhas na capital, Dias disse que a justificativa enviada pela empresa vai ser analisada pelo conselho, que deve decidir se vai ou não emitir autuação. A informação da suspensão do serviço foi repassada pela Ricco à RBTRans na noite dessa segunda (27).

“A regra geral é que, ao abandonar linhas sem justificativa tem todo um procedimento de aplicação de multas, agora, com justificativa e há uma justificativa real, nós vamos colocar para o conselho apreciar se realmente vai ser multado ou não. Todo mundo tem prejuízo nessa situação, então a Câmara de Vereadores tem que se debruçar sobre ele [projeto de reajuste] e tentar ajudar o executivo também”, concluiu.

Movimento no Terminal Urbano de Rio Branco com suspensão de linhas  — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Movimento no Terminal Urbano de Rio Branco com suspensão de linhas — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Apesar de o superintendente dizer que as linhas com serviço suspenso são as de “menor impacto”, o diretor de Transporte da RBTrans, Clendes Vilas Boas afirmou que elas são as que atender as pessoas “menos favorecidas”. Ele também informou que a empresa vai sim ser notificada pela medida e que a equipe vai se reunir para discutir a situação e buscar resolver o problema.

“Vamos nos reunir daqui a pouco para ver o que a gente pode fazer pra resolver esse problema, envolvendo vereadores e prefeitura. Estão alegando que estão sem condições de arcar com as despesas do diesel, já tiveram vários aumentos seguidas vezes, quando chegaram aqui o diesel estava R$ 5,40 e hoje está R$ 8,35 o preço do litro. Estou conversando com os empresários, porque a gente acha um pouco precipitada essa decisão deles, em cima da hora, sem comunicar com antecedência de pelo menos 24h ou 48h para que a gente pudesse se mexer, encaminhar projeto, chamar a Câmara de Vereadores. Notificaremos a empresa sim, porque de qualquer maneira elas descumpriram o contrato”, disse.

Monopólio

Em abril, após vencer o prazo de 120 dias da intervenção operacional e financeira no Sistema Integrado de Transporte Urbano de Rio Branco (Siturb) e no Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Estado do Acre (Sindicol), o prefeito Tião Bocalom prorrogou por igual período.

A intervenção tinha sido decretada no dia 21 de dezembro no ano passado. De acordo com o decreto nº 649 desta segunda, não houve possibilidade da conclusão dos trabalhos pertinentes à intervenção, tendo em vista a complexidade da demanda.

Em fevereiro deste ano, a empresa Ricco Transportes assumiu de forma emergencial, 31 linhas de ônibus em Rio Branco que foram abandonadas pela empresa Auto Aviação Floresta.

Uma CPI também corre na Câmara de Vereadores de Rio Branco para apurar irregularidades no transporte público da capital. A primeira reunião da CPI ocorreu em 21 de setembro do ano passado. Pelo primeiro prazo, o grupo teria 180 dias para finalizar, ou seja, deveria ser concluída até final de abril e começo de maio deste ano, já que os dias de recesso da Câmara – de 16 de dezembro a 2 de fevereiro (48 dias) – não foram contabilizados. No início de fevereiro, os parlamentares pediram a prorrogação por mais 180 dias.

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“As vozes Tarauacá ” Inscrições vão até 29 de Março

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Estão abertas e se estendem até o final do mês de março (29), inscrições para o projeto “As Vozes de Tarauacá”. Os interessados em participar deverão procurar os seguintes locais:
Crianças de 10 a 14 anos: Escola onde estuda

Jovens de 14 a 18 anos: Escola onde estuda



Adulto, acima de 18 anos, escola, se ainda estudar e Rádio Comunitária Nova Era FM.

A inscrição deve ser realizada num formulário simples disponibilizado para a direção das escolas e da rádio.

Informações:

WHATSAAP – 99977 5176 (Raimundo Accioly) 99938 6041 (Leandro Simões)

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Concurso do Tribunal de Justiça do Acre tem confusão e é anulado para o cargo de Analista Judiciário

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Uma confusão na tarde deste domingo, 24, no concurso do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC) provocou a anulação do certame para o cargo de Analista Judiciário.

Conforme relatos de candidatos ao ac24horas, não foi apresentada a prova discursiva do concurso. Outros problemas relatados são pacotes de provas sem lacres, provas com capa especificando questões de história e geografia que não constatam no edital para o cargo.



Um dos locais de provas onde apresentou confusão por conta do concurso foi na Fameta/Estácio.

A reportagem conversou com o candidato Thales Martins 27 anos, que relatou o que ocorreu. “Bom, a gente foi fazer a prova, tudo conforme. Porém, nós não recebemos a discursiva. Os alunos que estavam dentro da sala, nenhum recebeu. Aliás, se eu não me engano, o bloco todo não recebeu essa prova discursiva. Então, quando deu o horário de duas horas e meia que passou a prova, a gente foi informado que teve o cancelamento da prova e que a gente não podia continuar fazendo a prova. Outro detalhe importante, a gente não levou a nossa prova, visto que teve outras turmas que levaram a prova. Fomos lesados devido à gente vai ter que remarcar outro dia” contou.

Quem também conversou com o ac24horas foi o candidato Samuel França, 26 anos. “Algumas provas receberam redação e outras provas não, a informação no momento não foi passada para todos, inclusive tem sala ainda que está tendo prova discursiva até para a própria área, analista, jornalista e judiciário da área do direito, então até 7 e meia, que é a data limite, 7 e meia da noite, ainda tem gente fazendo prova. Analista e judiciário sem saber que foi cancelado” relata.

A anulação prejudica milhares de candidatos, já que mais de 16 mil pessoas se inscreveram no certame, e muitos vieram de fora do Acre exclusivamente para fazer as provas.

O Tribunal de Justiça do Acre se posicionou por meio de uma nota de esclarecimento, onde confirma a anulação do concurso para o cargo de Analista Judiciário.

Leia abaixo:

Nota de Esclarecimento

A Administração do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC), tendo em vista os problemas ocorridos na aplicação da prova do concurso de servidores deste tribunal, realizada pelo Instituto Verbena, esclarece:

O problema decorreu especificamente na questão discursiva para o cargo de Analista Judiciário – área judicial/judiciária.

A Comissão Gestora do Concurso deliberou o cancelamento da aplicação da prova especifica para este cargo.

A decisão pela anulação foi tomada com base nos princípios da transparência, igualdade e lisura, que norteiam a atuação do TJAC.

Lamentamos o ocorrido e informamos que as medidas cabíveis já estão sendo adotadas no sentido de reaplicar a prova com a maior brevidade possível.

Isabelle Sacramento
Presidente da Comissão Gestora do Concurso

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Deslizamentos de terra, filas para conseguir alimento e moradores sem casa: como está a situação no AC após cheia histórica

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Capital estima prejuízo de R$ 200 milhões e recuperação pode levar até um ano. Em Brasiléia e Rio Branco, mais de 200 pessoas não têm mais casa para voltar.

Deslizamentos de terra, casas arrastadas pelo Rio Acre, famílias desabrigadas e filas quilométricas para conseguir uma cesta básica. Estas são algumas das dificuldades vivenciadas pelos atingidos pela cheia do Rio Acre que buscam recomeçar após a baixa das águas.

Há mais de 10 dias, o manancial atingia uma marca histórica que impactou a vida de mais de 70 mil rio-branquenses. Os efeitos dessa enchente, no entanto, continuam a afetar a população.

👉 Contexto: o Rio Acre ficou mais de uma semana acima dos 17 metros e alcançou o maior nível do ano, de 17,89 metros, no dia 6 de março, há mais uma semana. Essa foi a segunda maior cheia da história, desde que a medição começou a ser feita, em 1971. A maior cota histórica já registrada é de 18,40 metros, em 2015.

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