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Escala 6X1: líderes evangélicos se dividem sobre mudança – 15/11/2024 – Mercado

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Anna Virginia Balloussier

Há quem fale em sobrar mais tempo para ir à igreja. Outros, em ser impossível embarcar num projeto que vem do PSOL. Preocupações com a saúde do trabalhador e com a economia também entram no pacote.

Líderes evangélicos se dividem sobre apoiar ou não a PEC (proposta de emenda à Constituição) que acaba com a escala 6×1 de trabalho.

Oficialmente, a bancada evangélica do Congresso afirma que não vai se posicionar sobre o tema proposto pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP). “Essa questão será tratada no âmbito de cada partido”, diz o presidente do bloco, Silas Câmara (Republicanos-AM).

Há, contudo, parlamentares evangélicos entusiasmados com a ideia de pôr fim à jornada que prevê uma única folga semanal para o trabalhador.

“Não posso falar por todos os evangélicos, mas espero que a PEC 6×1 permita que as pessoas tenham mais tempo para ir a igreja e se dedicar a causas sociais“, diz o deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), sobrinho do bispo Edir Macedo e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.

Para Crivella, ex-prefeito do Rio e ex-ministro do governo Dilma Rousseff, é possível “compensar a diminuição da jornada dobrando a produtividade, ou seja, conscientizar a todos de que é preciso haver essa compensação”.

Mais evangélicos assinaram a proposta de Hilton, ainda que nomes de peso tenham ficado de fora, ao menos por ora —como o atual presidente da bancada e seus antecessores Eli Borges (PL-TO), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Cezinha de Madureira (PSD-SP).

Há um nome esperado nesse bolo, o pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), colega de partido da proponente.

“A jornada 6×1 é exaustiva, degradante, precariza a vida do trabalhador, inclusive roubando tempo do seu descanso para sua própria família”, afirma Vieira. “Causa espanto pessoas que se dizem defensoras da família serem contra essa PEC.”

Outro signatário foi o pastor Sargento Isidório (Avante-BA), que na Câmara é tido como pendular entre posições de direita e esquerda —o mesmo homem que propôs criar o Dia do Hétero empunhou uma Bíblia na cerimônia de posse do presidente Lula (PT).

O saldo de deputados evangélicos que topam se associar à PEC pode aumentar, avalia Sóstenes, vinculado à igreja do pastor Silas Malafaia, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo. “A maioria quer embarcar, já que não somos governo. Inclusive aumentar o salário mínimo para R$ 10 mil, como foi sugerido por [Jair] Bolsonaro.”

A ideia do ex-presidente é lida como casca de banana que a oposição quer jogar para forçar o governo Lula a reconhecer desdobramentos econômicos caso a PEC seja aprovada. Críticos ao texto de Erika Hilton dizem temer que o desemprego aumente e os preços subam em geral, já que o patrão teria que arcar com os custos de uma jornada de trabalho reduzida.

Cezinha de Madureira, que representa em Brasília o poderoso Ministério Madureira da Assembleia de Deus, prefere definir o assunto como complexo. “Ele mexe com toda a economia do país, interfere nas empresas, mas também precisamos pensar no lado do trabalhador. O momento precisa ser de diálogo e convergência para o melhor do Brasil.”

Cezinha não diz se pretende dar sua assinatura para que a iniciativa de Hilton tramite no Congresso. “Esse é um assunto sensível, tem que ser discutido, independentemente de assinar ou não assinar a PEC. Isso é o de menos.”

Deputado que abençoou Lula na sanção do Dia da Música Gospel, o mesmo que no passado chamara militantes petistas de “vagabundos” que receberia “na bala”, Otoni de Paula (MDB-RJ) classifica o projeto como “meritório”. Mas acha irresponsável ratificá-lo “sem um estudo claro do impacto econômico”.

Outros pares de fé se colocaram contrários à proposta, como Nikolas Ferreira (que a chamou de “populismo barato”) e Marco Feliciano (“quem é realmente de direita não cobra esse tipo de pauta”), ambos do PL.

Malafaia foi uma das lideranças religiosas que se manifestaram sobre o debate —outras três que, como ele, vestiram a camisa bolsonarista nas duas últimas eleições optaram pelo silêncio quando a reportagem lhes perguntou sobre o fim da 6×1.

O pastor vê um vício de origem, já que o projeto partiu de um partido que ele associa às “trevas”. “Pode se levar a sério alguma coisa que vem do PSOL?”

Malafaia também questiona a “viabilidade econômica” de “um projeto doido qualquer, principalmente vindo do PSOL”. Ele faz uma analogia com um argumento popular na direita, durante a crise da Covid-19: o de que recomendações sanitárias para isolamento social, como forma de brecar o avanço do vírus mortal, eram danosas às finanças.

“Será que nós vamos fazer igual àquela história da pandemia? Fique em casa, a economia a gente vê depois. […] Me prova que [alterar a atual escala trabalhista] melhora para o trabalhador. Tem que provar, gente. É tudo no chute?”

O apóstolo César Augusto, da igreja goiana Fonte da Vida, diz que a sugestão de terminar a 6×1 “quebra o Brasil” e “prejudica a igreja”. “A minha preocupação é com os membros da igreja. Vai gerar desemprego. Suas famílias vão ser prejudicadas, o empresariado vai ser prejudicado. E a igreja é prejudicada, porque a igreja são as pessoas, né?”

Nos bastidores evangélicos, alguns pastores também temem pela diminuição dos dízimos caso fiéis percam seus empregos em empresas que ameaçam eliminar postos se a PEC passar. Mas assumem também que a base vê com bons olhos ter mais tempo para descansar na semana.



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Ufac promove ações pelo fim da violência contra a mulher — Universidade Federal do Acre

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A Ufac realizou ações de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, em alusão à campanha Agosto Lilás. A programação, que ocorreu nesta segunda-feira, 25, incluiu distribuição de adesivos na entrada principal do campus-sede, às 7h, com a participação de pró-reitores, membros da administração superior e servidores, que entregaram mais de 2 mil adesivos da campanha às pessoas que acessavam a instituição. Outro adesivaço foi realizado no Restaurante Universitário (RU), às 11h.

“É uma alegria imensa a Ufac abraçar essa causa tão importante, que é a não violência contra a mulher”, disse a reitora Guida Aquino. “Como mulher, como mãe, como gestora, como cidadã, eu defendo o nosso gênero. Precisamos de mais carinho, mais afeto, mais amor e não violência. Não à violência contra a mulher, sigamos firmes e fortes.”
Até 12h, o estacionamento do RU recebeu o Ônibus Lilás, da Secretaria de Estado da Mulher, oferecendo atendimento psicológico, jurídico e outras orientações voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.

Agosto Lilás



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Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre

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A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Ufac realizou a abertura do Floresta em Evidência, nesta quarta-feira, 20, no auditório da Associação dos Docentes (Adufac). O projeto de extensão segue até quinta-feira, 21, desenvolvido pelo Herbário do Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A iniciativa tem como público-alvo estudantes do campus Transacreana do Ifac.

O projeto busca difundir conhecimentos teóricos e práticos sobre coleta, identificação e preservação de espécies botânicas, contribuindo para valorização da biodiversidade amazônica e fortalecimento da pesquisa científica na região.

Representando a Proex, a professora Keiti Roseani Mendes Pereira enfatizou a importância da extensão universitária como espaço de democratização do conhecimento. “A extensão nos permite sair dos muros da universidade e alcançar a sociedade.”

O coordenador do PZ, Harley Araújo, destacou a contribuição do parque para a conservação ambiental e a formação de profissionais. “A documentação botânica está diretamente ligada à conservação. O PZ é uma unidade integradora da universidade que abriga mais de 400 espécies de animais e mais de 340 espécies florestais nativas.”

A professora do Ifac, Rosana Cavalcante, lembrou que a articulação entre instituições é fundamental para consolidar a pesquisa no Acre. “Ninguém faz ciência sozinho. Esse curso é fruto de parcerias e amizades acadêmicas que nos permitem avançar. Para mim, voltar à Ufac nesse contexto é motivo de grande emoção.”

A pesquisadora Viviane Stern ressaltou a relevância da etnobotânica como campo de estudo voltado para a interação entre pessoas e plantas. “A Amazônia é enorme e diversa; conhecer essa relação entre comunidades e a floresta é essencial para compreender e preservar. Estou muito feliz com a recepção e em poder colaborar com esse trabalho em parceria com a Ufac e o Ifac.”

O evento contou ainda com a palestra da professora Andréa Rocha (Ufac), que abordou o tema “Justiça Climática e Produção Acadêmica na Amazônia”.

Nesta quarta-feira, à tarde, no PZ, ocorre a parte teórica do minicurso “Coleta e Herborização: Apoiando a Documentação da Sociobiodiversidade na Amazônia”. Na quinta-feira, 21, será realizada a etapa prática do curso, também no PZ, encerrando o evento.



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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



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