POLÍTICA
Escândalo do INSS, com risco de CPI, desafia a lev…

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Daniel Pereira
Depois de ver sua imagem derreter na virada do ano, o presidente Lula apostou numa série de medidas pare reverter a situação, de mudanças em sua equipe de ministros, como a realizada no comando da comunicação do governo, a anúncios para aliviar o bolso da população, como a ampliação do programa de distribuição gratuita de remédios e o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 000 reais.
Essas iniciativas não resultaram na redenção da popularidade do petista, que continua em baixa, mas permitiram que ele ganhasse um pouco de fôlego. Pesquisa divulgada pelo Datafolha no início de abril, por exemplo, mostrou que a aprovação ao governo passou de 24% para 29% em dois meses, enquanto a reprovação caiu de 41% para 38%.
Já um levantamento da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg revelou que a aprovação ao presidente subiu de 44,9% para 46,1%, enquanto a rejeição diminuiu de 53,6% para 50,1%, entre abril e março. Nos dois casos, o saldo continua negativo para Lula, mas ele pelo menos conseguiu interromper a trajetória de perda de apoio.
Fantasma da corrupção
Esse esforço de reconstrução de imagem, que já era penoso, está ameaçado pelo velho fantasma da corrupção, que voltou à agenda nacional com o escândalo dos descontos ilegais de benefícios pagos a aposentados e pensionistas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso envolve roubo a pessoas consideradas vulneráveis, revela omissão e incompetência do governo e tem forte apelo popular. Uma combinação explosiva.
Ciente da gravidade do quadro, Lula usou seu pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, a pretexto de comemorar o Dia do Trabalhador, para tentar esfriar a crise, alegando que foi a sua gestão, por meio da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, que agiu para interromper a roubalheira, que teria sido iniciada em governos anteriores.
“Na última semana, o nosso governo desmontou um esquema criminoso de cobrança indevida contra aposentados e pensionistas que vinha operando desde 2019. Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, declarou o presidente.
Crise contratada
A fala de Lula não deve ser suficiente para conter o dano. Primeiro, porque são inúmeros os indícios de que o Ministério da Previdência, comandado por Carlos Lupi (PDT), demitido na sexta-feira 2, nada fez para acabar com o esquema, apesar de ter sido alertado sobre a existência dele desde 2023. Segundo, porque a oposição, ciente do apelo popular do caso, vai explorá-lo politicamente.
Na quarta-feira, 30, foi protocolado um pedido de abertura da CPI do INSS, cuja instalação depende do aval do presidente da Câmara, Hugo Motta, que até aqui tem ajudado Lula. Deputados de partidos que controlam ministérios apoiaram o pedido de criação da comissão, em mais um sinal de fragilidade da base governista na Casa.
Numa tentativa de bloquear a apuração legislativa, aliados de Lula alegam que o esquema dos descontos ilegais já é apurado pela PF e pela CGU, que têm mais instrumentos e expertise para investigar. Tecnicamente, pode até ser verdade, mas politicamente não cola. O mesmo argumento foi esgrimido pelos bolsonaristas quando os petistas, então na oposição, lideraram os esforços pela instalação da CPI da Pandemia, que fez o governo de Jair Bolsonaro sangrar durante meses sob as lentes da televisão.
Nas últimas décadas, boa parte das CPIs acabou desmoralizada pelos próprios parlamentares, devido a muito estardalhaço e pouco resultado. Mas houve também aquelas que abalaram os alicerces da República, como a CPI dos Correios, ou desgastaram os mandatários de turno, como ocorreu com Bolsonaro. Lula conhece bem o risco e sabe que, depois de iniciada a apuração no Legislativo, é difícil controlá-la. O petista já deu inclusive um tiro no pé.
Apesar de a CPI ser um instrumento essencialmente da oposição, Lula apoiou em 2012 a instalação, no governo da aliada Dilma Rousseff, de uma comissão para apurar negócios e relações políticas do contraventor Carlinhos Cachoeira. O objetivo do petista era desgastar adversários políticos que maninham laços com o contraventor, pressionar o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a aliviar para os mensaleiros denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda promover vinganças contra setores da imprensa. Deu tudo errado.
Reportagens de VEJA realizadas na época jogaram luz sobre um operador que repassava propina de empreiteiras a políticos. Ou seja: jogaram luz num esquema que dois anos mais tarde seria desbaratado pela Operação Lava-Jato. Diante da situação, restou a Lula, aos petistas e aos oposicionistas da época encerrarem o trabalho da comissão, numa ação pluripartidária de autopreservação. É aquela história: “CPI a gente sabe como começa, mas não como termina”.
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CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go…

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5 de maio de 2025
Marcela Rahal
Como se não bastasse a ideia de uma CPI na Câmara, ainda a depender do aval do presidente Hugo Motta (o que parece que não deve acontecer), o governo pode enfrentar uma investigação para apurar os desvios bilionários do INSS nas duas Casas.
Já são 211 assinaturas de parlamentares a favor da CPMI, 182 deputados e 29 senadores, o suficiente para o início dos trabalhos. A deputada Coronel Fernanda, autora do pedido na Câmara, vai protocolar o requerimento nesta terça-feira, 6. Caberá ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, convocar o plenário para a leitura da proposta e, consequentemente, a criação da Comissão.
Segundo a parlamentar, que convocou uma entrevista coletiva para amanhã às 14h30, agora o processo deve andar. O governo ficará muito mais exposto com um escândalo que tem tudo para ficar cada vez maior, segundo as investigações ainda em andamento.
O desgaste será inevitável. O apelo do caso é forte e de fácil entendimento para a população. O assalto bilionário aos aposentados e pensionistas do INSS.
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Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg…

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5 de maio de 2025
Ludmilla de Lima
Presidente da Federação União Progressista, Antonio Rueda passará por uma cirurgia nesta segunda-feira, 05, devido a um cálculo renal. Por causa de fortes dores, o procedimento, que estava marcado para amanhã, terá que ser antecipado. Antes do anúncio da federação, na terça da semana passada, ele já havia sido operado por causa do problema, colocando um cateter.
Do União Brasil, Rueda divide a presidência da federação com Ciro Nogueira, do PP. Os dois partidos juntos agora têm a maior bancada do Congresso, com 109 deputados e 14 senadores. O PP defendia que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira ficasse no comando do bloco, mas o União insistia no nome de Rueda. A solução foi estabelecer um sistema de copresidentes, que funcionará ao menos até o fim deste ano.
A “superfederação” ultrapassa o PL na Câmara – o partido de Jair Bolsonaro tem 92 deputados – e se iguala ao PSD e ao PL no Senado. O poder do grupo, que seguirá unido nos próximos quatro anos, também é medido pelo fundo partidário, de R$ 954 milhões.
A intensificação das agendas políticas nos últimos dias agravou o quadro de saúde de Rueda, que precisou também cancelar uma viagem ao Rio.
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Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu…

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5 de maio de 2025
Matheus Leitão
A mais nova dobradinha contra Alexandre de Moraes tem gerado frisson nas redes bolsonaristas, mas parece mesmo uma novela de mau gosto. Protagonizada por Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três licenciado da Câmara, e Paulo Figueiredo, neto do último general ditador do Brasil, os dois se uniram para tentar punir o ministro do Supremo Tribunal Federal nos EUA.
Em uma insistente tentativa de se portarem com alguma relevância perante o governo Donald Trump, os dois agora somam posts misteriosos de Eduardo com promessas vazias de Figueiredo após uma viagem por alguns dias a Washington.
Um aparece mostrando, por exemplo, a lateral da Casa Branca em um ângulo no qual parece, pelo menos nas redes sociais, a parte interna da residência oficial do presidente dos Estados Unidos. O outro promete que as sanções ao ministro do STF estão 70% construídas e pede mais “72 horas” aos seus seguidores.
“Aliás, hoje aqui de manhã, eu tive um [inaudível] com eles, no caso o Departamento de Estado especificamente, e o termo que usaram para mim foi: olha, nós não queremos criar excesso de expectativa, mas nós estamos muito otimistas que algo vai acontecer e a gente vai poder fazer num curto prazo”, disse Paulo Figueiredo.
A ideia dos dois é que, primeiro, Alexandre de Moraes, tenha seu visto cancelado e não possa mais entrar nos Estados Unidos. Depois, que ele tenha algumas sanções econômicas, caso tenha bens nos Estados Unidos, como o bloqueio financeiro a instituições do país, como empresas de cartão de crédito.
“O que eu posso dizer para você é que a gente nunca esteve tão perto. Eu não posso dizer quando e nem garantir que vão acontecer”, prometeu ainda Paulo Figueiredo. A novela ainda vai ganhar novos ares nesta semana com a chegada de David Gamble, coordenador para Sanções do governo de Trump, ao Brasil nesta semana.
A seguir as cenas dos próximos capítulos…
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