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Estudo que popularizou hidroxicloroquina é despublicado – 20/12/2024 – Ciência

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Luana Lisboa, Phillippe Watanabe

O amplamente contestado estudo que popularizou a ideia de uso da hidroxicloroquina contra a Covid foi despublicado na terça-feira (19). A editora Elsevier, responsável pelo periódico no qual a pesquisa foi publicada, conduziu uma investigação e apontou que retratação está relacionada a questões éticas e a possíveis falhas no método científico.

Ainda em 2020, ano da publicação do estudo, a Isac (International Society of Antimicrobial Chemotherapy), uma das proprietárias do periódico onde a pesquisa foi publicada, afirmou que o artigo não “atendia aos padrões esperados, especialmente pela falta de explicações dos critérios de inclusão e triagem de pacientes”.

A Elsevier lista agora, no fim de 2024, uma série de fatores que levaram à retratação do artigo, que há anos era refutado por diversos pesquisadores.

Três dos autores da pesquisa procuraram a editora levantando preocupações sobre a metodologia, conclusões da pesquisa, e a apresentação de interpretação de seus resultados. Dessa forma, Johan Courjon, Valérie Giordanengo, e Stéphane Honoré pediram a retirada de seus nomes do artigo, que havia sido publicado no International Journal of Antimicrobial Agents.

Giordanengo declarou à Elsevier possíveis questões relacionadas ao testes PCR aplicados. Segundo a pesquisadores, os PCR feitos em Nice teriam sido interpretados de acordo com as recomendações do centro de referência nacional. Mas os feitos em Marselha poderiam não ter utilizado a mesma técnica ou não terem sido interpretado segundo as recomendações, o que “na opinião dela, teria resultado em um viés na análise dos dados”.

Uma das questões éticas levantados diz respeito ao momento em que os pacientes foram recrutados para a pesquisa. A investigação não conseguiu confirmar se o recrutamento ocorreu antes da aprovação ética ser obtida. De forma geral, pesquisas são submetidas a um comitê de ética antes de terem início.

As datas de aprovações éticas vieram em 5 e 6 de março. O estudo diz que o recrutamento de pacientes começou no “no início de março”. Um dos autores da pesquisa, Philippe Brouqui, disse que o início do recrutamento ocorreu em 6 de março.

Porém, a investigação não conseguiu estabelecer se teria sido possível concluir a análise de dados de todos os pacientes no espaço de tempo de 6 de março a 20 de março, data em que o estudo foi submetido à revista International Journal of Antimicrobial Agents.

De acordo com o aviso de despublicação, também não foi possível determinar se os pacientes passaram a fazer parte do estudo no momento da entrada no hospital ou se eles já estariam hospitalizados por algum tempo antes do começo da pesquisa.

Também não foi possível determinar se havia preferência de tratamento entre o grupo de pacientes e o grupo controle.

A nota de retratação também afirma que não foi possível determinar se os pacientes presentes no estudo deram consentimento para uso de azitromicina. Segundo a investigação, há motivos razoáveis para afirmar que azitromicina não era considerada um tratamento padrão na época do estudo.

Um dos autores, Brouqui, afirmou que o uso de azitromicina era destinado para tratamento ou prevenção de superinfecções bacterianas —quando ocorre uma infecção oportunista após um tratamento inicial de outra infecção— de pneumonia viral e era padrão. Por esse motivo, diz o autor, não seria necessária autorização dos pacientes para uso.

A investigação mostra, porém, que os pacientes do grupo tido como controle não receberam azitromicina e que, no momento em que o estudo foi feito, a droga não um agente lógico para profilaxia de primeira linha.

“Esses pontos sugerem que a azitromicina não teria sido uma prática padrão no sul da França na época em que o estudo foi realizado e seu uso exigiria consentimento informado”, diz a nota de despublicação.

A editora afirma ter buscado, sem sucesso, contato com o autor-correspondente da pesquisa, Didier Raoult, o qual teve diversos outros estudos retratados, por questões éticas, desde a pandemia. Antes com prestígio na comunidade científica, Raoult foi suspenso, este ano, do exercício da medicina. O IHU (Institut Hospitalo-Universitaire Méditerranée Infection), que era dirigido por Raoult até 2022, também tem sido alvo de questionamentos e investigações relacionados a estudos científicos conduzidos no local nos últimos anos.

Outros autores procurados pela editora enviaram respostas e não concordam com a despublicação do estudo.

Histórico da Pesquisa e seu impacto político

Com uma amostra reduzida a 36 pacientes franceses que haviam obtido diagnóstico de Covid, o estudo, publicado ainda em 2020, concluiu que o tratamento com hidroxicloroquina “estava significativamente associado à redução/desaparecimento da carga viral em pacientes com Covid” e que o efeito era reforçado pela azitromicina.

A pesquisa avaliou somente a carga viral dos pacientes, não seu resultado clínico, como febre e oxigenação. O efeito positivo da substância foi identificado em 20 pacientes, mas o estudo não fez comparação com pacientes que receberam placebo. Além disso, seis voluntários que tiveram piora (um deles morreu) foram excluídos do estudo.

Estudos maiores, de padrão-ouro, feitos ainda durante a pandemia, não observaram benefício no uso da cloroquina contra a Covid.

A cloroquina e a hidroxicloroquina foram amplamente defendidas pelo governo Jair Bolsonaro como um tratamento para Covid durante a pandemia.

Pesquisas padrão-ouro, no entanto, chegaram à conclusão que as substâncias não têm efeito benéfico contra a Covid. Nesse tipo de estudo, os pacientes são divididos aleatoriamente em dois grupos, um que tomará a medicação e outro que tomará placebo. Para evitar viés, médicos e pacientes não sabem o que estão receitando ou tomando.

Ainda em maio de 2020, um estudo feito com dados de 96 mil pessoas internadas com Covid em 671 hospitais de seis continentes indicou que quem tomou hidroxicloroquina e cloroquina tinha maior risco de arritmia e de morte do que os pacientes que não usaram esses medicamentos.



Leia Mais: Folha

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Conheça a jovem que ficou em 1º lugar no exame do CNU; Enem dos concursos

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Lady Gaga não apareceu, mas mandou pizzas para os fãs acampados em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Eles amaram! - Foto: AgNews e Instagram

Imagina a alegria! Miriam Martins, de 23 anos, de Santana do Matos, no RN, simplesmente obteve a maior nota entre quase 1 milhão de candidatos em todo país. A jovem ficou em 1º lugar no exame do CNU (Concurso Nacional Unificado), o chamado de Enem dos concursos.

Estudante de escola pública e formada em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Miriam uniu disciplina, dedicação e equilíbrio para estudar. Segundo ela, a tática deu a certo:

“Quando vi meu nome no primeiro lugar, fiquei sem acreditar. Me emocionei muito e senti um alívio inexplicável”, falou a potiguar em entrevista à Revista Exame.

Estratégia organizada e seguida à risca

Para o Enem dos concursos, a jovem afirmou ter estudado de cinco a seis horas por dia, com a ajuda de plataformas de cursinhos on-line. Ela assistia a videoaulas, revisava cada disciplina e acompanhava atentamente as correções.

Miriam disse que utilizou também a técnica de flashcards para memorização e na resolução de muitas questões.

Porém, na opinião da jovem, o diferencial foi o equilíbrio: “Tentei manter a calma, me alimentar bem, dormir o suficiente e confiar na minha preparação”, ressaltou Miriam ao Tribuna do Norte.

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Grande concorrência

O Enem dos Concursos, de 2024, foi o primeiro realizado pelo governo. Foi o que Miriam ficou em 1º lugar. O exame reuniu 2,1 milhões de inscritos, mas nas provas agendadas para agosto de 2024, compareceram 970.037 candidatos.

No total foram 6.640 vagas do concurso, para 21 órgãos e entidades, e as provas foram aplicadas em 228 cidades do país.

Os números foram divulgados pelo Ministério de Gestão e Inovação.

O governo federal confirmou que haverá uma segunda versão do Enem dos Concursos ainda este ano.

O governo federal vai entre as 3 mil vagas oferecidas no Enem dos Concursos duas carreiras novas destinadas à segurança e desenvolvimento econômico. Foto: Agência Brasil O governo federal vai entre as 3 mil vagas oferecidas no Enem dos Concursos duas carreiras novas destinadas à segurança e desenvolvimento econômico. – Foto: Agência Brasil



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Aprovado novo antibiótico contra infecções urinárias recorrentes; primeiro em 30 anos

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Murty, o burrinho de estimação desaparecido, felizmente foi resgatado por vizinhos com ajuda de drones. Os tutores idosos estavam desesperados. - Foto: Deirdre Carter/Toronto Sun

A FDA, dos EUA, aprovou o primeiro antibiótico oral para infecções urinárias recorrentes em 30 anos. O tratamento promete ser mais eficaz. Veja Foto: Pixabay

Que notícia boa! Um novo antibiótico contra infecções urinárias recorrentes acaba de ser aprovado pela FDA, a Anvisa dos Estados Unidos. O medicamento é esperança para milhões de mulheres e meninas que sofrem com infecções do trato urinário (ITUs). O Blujepa, é o primeiro antibiótico oral para tratar o problema em quase três décadas.

Desenvolvido pela farmacêutica GSK, o medicamento contém a substância ativa gepotidacina e será uma nova opção para pacientes que enfrentam infecções recorrentes e o aumento da resistência a tratamentos tradicionais.

A novidade é vista como um avanço importante, especialmente considerando que as ITUs são uma das infecções bacterianas mais comuns entre mulheres, levando milhões de pacientes todos os anos aos hospitais nos Estados Unidos.

Combate às bactérias

O Blujepa faz parte de uma nova classe de antibióticos. A gepotidacina age inibindo duas enzimas que são essenciais para a multiplicação das bactérias causadoras das ITUs.

Essa é a primeira grande inovação no combate bacteriano oral para esse tipo de infecção em quase três décadas.

A criação do medicamento contou com o apoio financeiro da Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado (BARDA), do governo dos EUA.

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A importância do novo tratamento

As estatísticas mostram o impacto das infecções urinárias na saúde pública:

  • Aproximadamente 50% das mulheres terão uma ITU em algum momento da vida;
  • Um terço dessas mulheres enfrentará infecções recorrentes;

As ITUs são responsáveis por 8 milhões de visitas a prontos-socorros e 100 mil hospitalizações anuais nos Estados Unidos.

Segundo a GSK, o Blujepa oferece uma resposta mais eficaz ao problema crescente da resistência aos antibióticos tradicionais.

Resultados dos estudos clínicos

Mais de 3.000 mulheres e meninas participaram dos testes clínicos que avaliaram o Blujepa. Os resultados mostraram que o novo antibiótico foi mais eficaz que a nitrofurantoína, atualmente o tratamento oral mais comum para ITUs.

Os efeitos colaterais relatados durante os testes incluíram:

  • Diarreia em 16% das pacientes;
  • Náusea em 9% dos casos.

Em sua maioria, os efeitos foram considerados leves.

Alternativa necessária

Embora muitos pacientes ainda optem por tratar infecções urinárias com métodos naturais ou homeopáticos, especialistas ressaltam que em casos de infecções mais severas ou situações em que tratamentos alternativos não estão disponíveis — como em viagens —, o acesso a novas opções antibióticas é essencial.

Em nota oficial, a GSK declarou:

“Estamos orgulhosos de ter desenvolvido o Blujepa, o primeiro de uma nova classe de antibióticos orais para ITUs não complicadas em quase três décadas, e de trazer outra opção aos pacientes que sofrem de infecções recorrentes e taxas crescentes de resistência aos tratamentos existentes.”

A previsão é que o medicamento esteja disponível para venda ainda este ano, no segundo semestre.

O medicamento aprovado pela FDA é o primeiro antibiótico oral para infecções urinárias recorrentes em 30 anos. - Foto: Shutterstock

O medicamento aprovado pela FDA é o primeiro antibiótico oral para infecções urinárias recorrentes em 30 anos. – Foto: Shutterstock



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Lady Gaga compra pizzas para fãs acampados na porta do Copacabana Palace; que gentileza! Assista

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Murty, o burrinho de estimação desaparecido, felizmente foi resgatado por vizinhos com ajuda de drones. Os tutores idosos estavam desesperados. - Foto: Deirdre Carter/Toronto Sun

Ela é demais. Lady Gaga simplesmente comprou pizzas e mandou distribuir para os fãs, acampados há dias, na porta do hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, enfrentando sol e chuva forte, para tentar ver de perto a diva pop. Um show de carinho e gentileza!

A surpresa dos fãs ao receberem o mimo foi gigante. Eles receberam 80 caixas de pizzas na tarde desta quarta-feira (30). Tudo foi confirmado pela equipe do hotel, que ajudou a distribuir o presente. A boa ação ocorreu por volta das 19h e rapidamente ganhou as redes sociais.

Fãs emocionados compartilharam fotos, vídeos e mensagens de agradecimento. E Gaga se pronunciou: “Rio babies, minha pequena pizza está chegando. Parece que dormi na cama com vocês ontem à noite. Toda vez que eu acordava, eu ouvia vocês gritando”, brincou a cantora no X.

Fãs acampados

Antes mesmo da chegada da cantora, fãs já acampavam na porta de um dos hotéis mais icônicos do Rio de Janeiro.

Com barracas montadas e cânticos dedicados à cantora, a turma se divertiu e virou meme na internet.

Mesmo sem aparições públicas, a diva pop mostrou que acompanhou tudo de perto.

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Pizza grátis!

Lady Gaga, muito conhecida pelo carinho que tem pelos fãs, não decepcionou no Rio e mostrou, mais uma vez, porque é endeusada pelo público.

“A gaga mandou pizza pra gente! Foram 80 pizzas do Copacabana Palace enviadas para fãs que a aguardam na porta do hotel como um gesto de carinho. Ou seja, ela não nos deu bolo, ela nos deu pizza!”, disse o influenciador Spartakus.

Ao som de “Obrigado, obrigado, obrigado”, o público respondeu ao mimo da cantora com muita felicidade. Olha o clima que antecede o show em Copacabana, neste sábado, dia 3.

Breve aparição… do noivo

Quem deu um pequeno sinal de vida no Copacabana Palace foi o noivo da cantora, Michael Polansky.

Já era de noite quando o Michael apareceu discretamente em uma das janelas, uma hora após a distribuição das pizzas.

A visão foi rápida, mas o suficiente para deixar a multidão ainda mais eufórica.

Show histórico

O show histórico de Lady Gaga no Rio será na noite deste sábado (3), gratuito na Praia de Copacabana.

A expectativa é de um público gigantesco: mais de 1,6 milhão de pessoas, segundo o governo do Rio de Janeiro.

A artista chegou ao Brasil no último dia 29 de abril e trouxe com ela uma equipe de aproximadamente 250 pessoas, além de dois aviões carregados com equipamentos.

O evento vai ser transmitido pela TV Globo logo após a novela Vale Tudo. Mas dá para assistir antes o pré-show comandado por MC Daniel e Gominho no Multishow e Globoplay, a partir das 20h15.

Vai perder?

Os fãs se amaram na surpresa da pizza enviada por Lady Gaga. Veja:

A pizza da Gaga fez a alegria dos fãs!

Ao todo, a cantora Lady Gaga mandou entregar 80 caixas de pizza para os fãs acampados em frente ao Copacabana Palace, no Rio. – Foto: AgNews

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