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Estudo revela detalhes da distrofia muscular de Duchenne – 11/01/2025 – Equilíbrio e Saúde

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Mayala Fernandes

Um estudo publicado no Journal of Biological Chemistry detalha interações inéditas entre proteínas fundamentais para a estabilidade muscular, trazendo novas perspectivas para o tratamento da distrofia muscular de Duchenne (DMD), uma condição genética rara e sem cura, que leva ao enfraquecimento e à deterioração dos músculos do corpo.

A doença, caracterizada pela ausência da distrofina, uma proteína essencial para a integridade das células musculares, afeta principalmente meninos e causa progressiva deterioração muscular. Como resultado, indivíduos com DMD podem apresentar sintomas como dificuldade para caminhar e quedas frequentes.

“A DMD é como uma parede de tijolos onde falta uma peça importante, a distrofina. Sem ela, a estrutura fica instável e desmorona, levando à degeneração muscular”, explica Marcondes Cavalcante França, professor do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

A DMD surge de mutações no gene que codifica a distrofina. A pesquisa mostra como o domínio C-terminal (CT), que compõe a distrofina, interage com as duas principais isoformas da distrobrevina, uma proteína parceira. Essas interações variam de acordo com a composição de aminoácidos e padrões de expressão em diferentes tecidos, influenciando diretamente a estabilidade do complexo proteico.

“Por ser uma proteína gigantesca, a distrofina não pode ser utilizada integralmente nos tratamentos. Por isso, é importante identificar quais partes dela são determinantes para sua função”, explica o neurologista Henrique Freitas, coordenador da equipe de Neurologia do Hospital Mater Dei. Segundo ele, o estudo é importante para entender quais são os blocos da proteína que devem ser incluídos em novos tratamentos.

“Compreender essas interações nos aproxima de tratamentos que atacam as causas básicas da DMD”, afirma Krishna Mallela, professor da Universidade do Colorado e autor principal do estudo. Segundo ele, o trabalho oferece uma base molecular para entender os sintomas da DMD, que vão além dos músculos esqueléticos, afetando órgãos como coração e cérebro.

Embora os tratamentos atuais possam prolongar a vida dos pacientes, seu alto custo e eficácia limitada ressaltam a urgência de novas abordagens terapêuticas.

Desafios no diagnóstico e no tratamento

Afonso, 8, recebeu o diagnóstico de distrofia muscular de Duchenne após apresentar dificuldades em atividades físicas simples, como correr ou subir escadas.

“Achávamos que ele precisava de mais estímulo, mas os sinais persistiram. O teste genético confirmou o diagnóstico, que foi um choque”, conta a mãe, Amanda Regia de Lima. Hoje, Afonso mantém uma rotina de terapias para preservar a mobilidade. “Sabemos que essas medidas são paliativas e que ele precisa de terapias mais avançadas para melhorar sua qualidade de vida”, afirma a mãe.

De acordo com a literatura médica mundial, um a cada 2.500 a 3.200 meninos nascidos vivos são acometidos por DMD. Meninas raramente apresentam sintomas, mas podem ser portadoras da mutação genética, o que torna o aconselhamento genético essencial para famílias afetadas. “No Brasil, a estimativa é de cerca de 300 novos casos anuais”, afirma o professor do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

Os tratamentos disponíveis para a DMD concentram-se no manejo dos sintomas. Entre as opções estão corticosteroides, que ajudam a retardar a progressão da fraqueza muscular, além de programas de alongamento, exercícios físicos e o uso de dispositivos como órteses e cadeiras de roda.

Em dezembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) concedeu o registro do primeiro produto de terapia gênica para DMD, o Elevidys. Este é o primeiro medicamento do tipo aprovado no Brasil para tratar crianças que ainda conseguem caminhar de quatro a sete anos. O medicamento tem custo médio de R$ 17 milhões e ainda não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde).

Camila de Freitas Sousa Correa, mãe de Gabriel, 6, aguarda ansiosa pelo tratamento. “O geneticista acredita que o Gabriel vai ter um desenvolvimento muito bom após a medicação. Segundo a bula, meu filho se enquadra perfeitamente”, afirma.

O Elevidys é o único medicamento que atua diretamente na causa da doença e oferece uma nova esperança para famílias que, até então, dependiam de tratamentos paliativos. Hoje, o tratamento disponível para crianças é limitado ao uso de corticoides e fisioterapia.



Leia Mais: Folha

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.

“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”

A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.

O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.

 

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 

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Propeg — Universidade Federal do Acre

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Propeg — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.

 

Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:

 



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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.

Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.

Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.

Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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