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Eunice Paiva e apóstolo Paulo ensinam sobre adversidade – 14/03/2025 – Cotidiano

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Embora separados por séculos, Eunice Paiva e o apóstolo Paulo nos ensinam que manejar as próprias emoções é essencial para resistir à violência. Ele, encarcerado em Roma sob o domínio do império. Ela, enfrentando a ditadura militar no Brasil após a prisão do marido.
Uma cena icônica em “Ainda Estou Aqui” demonstra essa habilidade da viúva de Rubens Paiva. Tendo reconstruído a vida depois da morte do seu marido, Eunice posa com seus filhos para uma foto. Ante a recomendação do fotógrafo para que fiquem sérios, para parecerem tristes pelo desaparecimento de Rubens, ela diz: “Nós vamos sorrir. Sorriam!”.
Paulo, apóstolo, teve postura similar. No cárcere, escreveu uma carta encorajando os cristãos que sofriam perseguições a não desistirem da vida. Em um trecho da epístola aos Filipenses, diz: “Já aprendi a estar contente, a despeito das circunstâncias” (Fp 4.11). A frase é parte da sua escolha de não incitar violência como resposta ao terror do Império Romano.
Para a psicologia, a capacidade de enfrentar a dor sem se deixar consumir por ela não é inata, mas desenvolvida. Ela surge do nosso esforço de reformular pensamentos para encontrar sentido nas adversidades. Quando você mantém uma rotina, mesmo em tempos difíceis, ou busca apoio em relações sólidas e cultiva gratidão, por exemplo, essa habilidade tende a ser fortalecida.
Vivemos, no entanto, um tempo de baixa tolerância ao desconforto. Muitos jovens da geração Z são incentivados a expressar sentimentos, o que é positivo, mas nem sempre aprendem a manejá-los. Ouço pacientes dizerem que, ao enfrentarem uma frustração no trabalho, despejam seus sentimentos nas redes sociais. Entretanto, se sentem paralisados, sem saber como resolver aquele problema na prática. Esquecem que há força no silêncio estratégico e na persistência, e na privacidade das emoções.
Essa é uma lição que as Mães da Praça de Maio, na Argentina, nos deixaram. Protestando contra o desaparecimento de seus filhos na ditadura militar, em vez de reagirem com violência, elas usaram a dor como combustível para uma resistência pacífica e persistente. Caminhavam em círculo, de mãos dadas, com lenços brancos na cabeça – um símbolo de luto transformado em força.
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Mas também podemos aprender a fazer isso com nossas próprias vivências cotidianas. Em minha jornada, por exemplo, o esporte é um dos caminhos que reforçam essa lição.
Nas corridas de longa distância, quando o corpo dá sinais de querer desistir, exercito minha mente para lembrar que superação é fruto de constância e esforço. Ignoro a dor, me concentro na respiração, ajusto o ritmo e sigo em frente. Perceber que a dor não precisa ditar os meus limites naquela circunstância me faz chegar ao propósito maior daquela atividade.
Esse é também um dos propósitos da fé. Ela me ensina a persistir quando a vida impõe obstáculos que parecem intransponíveis. Diante da perda de amigos e familiares, encontro na oração um refúgio que me sustenta, permitindo que a dor exista sem me paralisar.
Eunice Paiva entendeu que resistir não era apenas suportar a dor, mas dar a ela um novo significado. Seu sorriso na fotografia não negava a ausência de Rubens, mas afirmava a vida que ainda restava, e que seguiria adiante.
O luto, a perda e a dor são experiências inevitáveis, mas a maneira como respondemos a ele pode nos transformar. Paulo escreveu cartas, Eunice sorriu, as Mães da Praça de Maio marcharam. Cada um, à sua maneira, encontrou uma forma de seguir em frente sem se deixar consumir. No fim, talvez a maior forma de resistência seja essa: continuar existindo, apesar de tudo.
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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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24 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.
“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”
Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

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24 de setembro de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, recebeu, nessa segunda-feira, 22, no gabinete da Reitoria, integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE). Representando a liderança da entidade, esteve presente Letícia Holanda, responsável pelas relações institucionais. O encontro teve como foco a apresentação da agenda da UNE, que reúne propostas para o Congresso Nacional com a meta de ampliar os recursos destinados à educação na Lei Orçamentária Anual de 2026.
Entre as prioridades estão a recomposição orçamentária, o fortalecimento de políticas de permanência estudantil e o incentivo a novos investimentos. A iniciativa também busca articular essas demandas a pautas nacionais, como a efetivação do Plano Nacional de Educação, a destinação de 10% do PIB para a área e o uso de royalties do petróleo em medidas de justiça social.
“Estamos vivenciando um momento árduo, que pede coragem e compatibilidade. Viemos mostrar o que a UNE propõe para este novo ciclo, com foco em avançar cada vez mais nas políticas de permanência e assistência estudantil”, disse Letícia Holanda. Ela também destacou a importância da regulamentação da Política Nacional de Assistência Estudantil, entre outras medidas, que, segundo a dirigente, precisam sair do papel e se traduzir em melhorias concretas no cotidiano das universidades.
Para o vice-presidente da UNE-AC, Rubisclei Júnior, a prioridade local é garantir a recomposição orçamentária das universidades. “Aqui no Acre, a universidade hoje só sobrevive graças às emendas. Isso é uma realidade”, afirmou, defendendo que o Ministério da Educação e o governo federal retomem o financiamento direto para assegurar mais bolsas e melhor infraestrutura.
Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno; o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Isaac Dayan Bastos da Silva; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarina Lima de Carvalho; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; representantes dos centros acadêmicos: Adsson Fernando da Silva Sousa (CA de Geografia); Raissa Brasil Tojal (CA de História); e Thais Gabriela Lebre de Souza (CA de Letras/Português).
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

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2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
CT
Tomaz Silva / Agência Brasil
Pode não parecer, mas as infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro não se limitam só aos motoristas de carros e motos — na verdade, as normas incluem também a conduta dos ciclistas. Mesmo assim, a aplicação das penalidades ainda gera dúvidas.
Nem todos sabem, mas o Código de Trânsito Brasileiro (CBT) descreve situações específicas em que ciclistas podem ser autuados, como pedalar em locais proibidos — o artigo 255 do CTB, por exemplo, diz que conduzir bicicleta em passeios sem permissão ou de forma agressiva configura infração média, com multa de R$ 130,16 e possibilidade de remoção da bicicleta.
Já o artigo 244 amplia as situações de infração para “ciclos”, nome dado à categoria que inclui bicicletas. Entre os exemplos estão transportar crianças sem segurança adequada, circular em vias de trânsito rápido e carregar passageiros fora do assento correto. Em casos mais graves, como manobras arriscadas ou malabarismos, a penalidade prevista é multa de R$ 293,47.
De fato, o CTB prevê punições para estas condutas, mas o mais curioso é que a aplicação dessas regras não está em vigor. Isso porque a Resolução 706/17, que estabelecia os procedimentos de autuação de ciclistas e pedestres, foi revogada pela norma 772/19.
Em outras palavras, estas infrações existem e, mesmo que um ciclista cometa alguma delas, não há hoje um mecanismo legal que permita a cobrança da multa.
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