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Falas e atitude punem no futebol, mostra filme ‘Hope Solo’ – 22/12/2024 – O Mundo É uma Bola

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6 meses atrásem
Luís Curro
“Hope Solo vs US Soccer” (2024), disponível na Netflix, é um dos recentes capítulos da boa série “Untold” (Não contado), que relata histórias, com mergulho nos bastidores, de casos e personagens do esporte –não só do futebol.
Para o Brasil, a tradução ficou “Hope Solo x Futebol dos EUA”, título que, como o original, é exagerado, já que o longa de 74 minutos não é exclusivamente centrado em uma disputa entre a jogadora e a US Soccer (a federação local) ou o futebol do país como um todo.
É a história da vida de Solo, uma das melhores goleiras que o futebol já viu (talvez a melhor), que é retratada no filme dirigido pela norte-americana Nina Meredith.
Uma vida cuja infância e adolescência foi, conforme a narração, bem diferente da de suas futuras companheiras de seleção dos EUA.
Solo iniciou no “soccer” graças ao pai, Jeffrey, que a incentivou a correr atrás da bola desde pequena na cidade de Richland, em Washington, estado da costa oeste que faz divisa com o Canadá.
A menina adorava Jeffrey, um ítalo-americano que lutou na Guerra do Vietnã e que depois encarou problemas sociais que o afastaram da segunda família –soube-se que ele tinha outra– e o tornaram um sem-teto, vivendo literalmente no meio do mato, em uma floresta.
Um dos momentos mais emocionantes da narrativa ocorre quando, cursando o ensino médio, Solo jogava futebol em um local público e, ao olhar ao redor, falou para sua melhor amiga: “Acho que aquele ali é meu pai”. Era.
A partir dali houve um feliz reencontro, com Jeffrey acompanhando a filha de perto nos jogos na escola, onde era uma atacante de primeiríssimo nível, e depois na Universidade de Washington, em Seattle, onde se tornou goleira.
Essa transformação, a mudança de posição, deu-se pelo aconselhamento de sua treinadora no ensino superior, que afirmou que ela teria chance maior de chegar à seleção americana usando as mãos, e não os pés.
Mesmo a contragosto –citou que eram as piores jogadoras que iam para o gol–, Solo topou, tornando-se em pouco tempo uma goleira espetacular, com defesas brilhantes. O salto para a seleção não demorou.
Depois de um tempo na reserva de Briana Scurry, dez anos mais velha e campeã olímpica em 1994 e 2004 e mundial em 1999, Solo ganhou, aos 26 anos, a titularidade na Copa do Mundo de 2007, na China. Isso pouco depois de um grande baque, a morte de seu pai.
Conseguiu lidar com a perda, teve atuações seguras e ficou três dos quatro primeiros jogos sem levar gol. Mesmo assim, supreendentemente, foi sacada pelo técnico Greg Ryan para a semifinal, contra o Brasil.
Jogou a veterana Scurry, que, em dia de atuação estupenda de Marta, levou quatro gols no 4 a 0, com falha aparente em dois deles.
Depois daquele jogo, Solo, que esteve atônita no banco de reservas, mostrou pela primeira vez abertamente sua personalidade forte e declarou aos jornalistas que “sim, eu teria defendido aquelas bolas”, em crítica à sua não escalação.
O suficiente para se tornar, não publicamente, execrada pelo time. Marginalizada.
Uma lei não escrita diz que não se pode expor publicamente alguém da equipe; no caso, a respeitada Scurry. Solo, segundo a própria, foi abandonada em solo chinês, não regressando aos EUA com a delegação.
Mesmo sendo a melhor, deixou de ser convocada. Acabou resgatada pela treinadora sueca Pia Sundhage –que dirigiria o Brasil de 2019 a 2023–, substituta de Ryan e que convenceu o Team USA (cartolas e jogadoras) da importância da então camisa 18.
Importância exposta em campo. Nos anos seguintes, já com a camisa 1, dois ouros olímpicos (2008 e 2012) e um vice-campeonato mundial (2011) perdido na disputa de pênaltis, acompanhados pela fama fora de campo.
Além de competente no gol, Solo era bonita e popular, o que atraiu patrocinadores, que queriam relacionar seus produtos e sua imagem a ela, e a mídia.
Participou do badalado programa televisivo “Dancing with the Stars” (Dançando com as estrelas), esteve em capas de revistas prestigiadas e lançou uma autobiografia.
Faltava, entretanto, a conquista de uma Copa do Mundo. Aconteceu em 2015, no Canadá. No caminho até a final, em seis jogos, Solo não foi vazada em cinco. Após a decisão, 5 a 2 no Japão, recebeu o troféu de melhor goleira do Mundial.
No ano anterior a essa glória, Solo teve seu primeiro problema sério na vida particular. A meia-irmã a acusou de agressão. A goleira teria batido nela e no filho de 17 anos dela.
Houve abertura de processo, e a estrela da seleção alegou que houve uma briga e que ela agiu em legítima defesa. A ação acabou encerrada por falta de cooperação das supostas vítimas.
Em 2016, Solo voltou aos Jogos Olímpicos, participando da Rio-2016. Nas quartas de final, o adversário eram as suecas, treinadas por Pia Sundhage, que armou uma retranca para segurar o poderoso ataque rival. O 1 a 1 levou o duelo para os pênaltis, e deu Suécia.
Solo não poupou o que considerou antijogo. Chamou as europeias de “um bando de covardes” ao afirmar que o melhor time não ganhou. A declaração repercutiu mal, menos com o Comitê Olímpico Internacional e com a Suécia, mais com a US Soccer.
Novamente, ela foi posta à margem, e dessa vez para não mais voltar à seleção. A federação, alegando má conduta, deu por encerrada suas atividades com a equipe, mantidas por contrato que envolvia remuneração em dinheiro.
Para Solo, a razão extrapolou a frase relacionada às suecas, sendo relacionada ao comportamento geral. Uma retaliação ao seu posicionamento insistente para que a seleção feminina, reconhecida e vencedora, tivesse igualdade de direitos (financeiros e estruturais) com a masculina, de resultados pífios.
À época, houve mobilização, com ações judiciais individual e coletiva envolvendo a goleira. Passados anos, em um acordo, a US Soccer destinou US$ 24 milhões à equipe feminina, e jogadoras celebraram.
Solo, não. Ela considerou o acerto restrito a um grupo de atletas e muito distante do almejado inicialmente.
Ex-colegas de seleção, incluindo estrelas como Carli Lloyd, Alex Morgan e Megan Rapinoe, não emitiram opinião. De acordo com o exposto no filme, recusaram-se a participar da produção.
Malquista e excluída, Solo demorou mais tempo que o normal para obter um lugar no Salão da Fama do Futebol dos EUA. Foi incluída somente em 2022, recebendo as honras no ano passado, depois de passar por um programa de reabilitação devido ao vício em bebidas alcoólicas.
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O documentário deixa implícito que ela tinha problemas havia alguns anos com álcool. Durante o período de larga exposição na mídia, a goleira afirmou que consumia com alguma frequência vinho e espumante, como forma de reduzir o estresse e a pressão.
Cena marcante, ela é detida pela polícia ao ser abordada enquanto cochilava em seu carro no estacionamento de um hipermercado. O diálogo denota a embriaguez dela. Os filhos gêmeos, Vittorio Genghis e Lozen Orianna Judith, de dois anos de idade, estavam no banco traseiro.
Solo reconhece a gravidade do erro, afirma que um dia terá de conversar com os filhos sobre o ocorrido. É o seu momento de maior amargor, superando a falta de um jogo de despedida pela seleção americana, praxe para todas as lendárias jogadoras –menos para ela.
A história de Hope Solo, relatada pelo viés da mesma, é um filme que faz o espectador se questionar quão depreciada ela foi. E se o “futebol dos EUA” de fato foi seu inimigo.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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