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‘Faz meu coração bater mais rápido’: por que sei para onde estou indo! é o meu filme alegre | Filme

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Pamela Hutchinson

EUEm busca de consolo, recorro sempre a um filme que me afaste de mim mesmo. Eu sei para onde estou indo! é, como você poderia imaginar se não soubesse, um filme sobre uma viagem. Neste filme de 1945, Joan (Wendy Hiller), uma jovem moderna com grandes ideias, parte no trem-leito de Manchester para a Escócia. Seu destino declarado é uma ilha das Hébridas, onde ela planeja se casar com seu rico noivo industrial. Mas o destino tem outras ideias neste filme mágico da dupla mercurial de Michael Powell e Emeric Pressburger.

A viagem de trem é fora do caminho desde o início, influenciada pelos absurdos sonhos de noiva de Joan, completada com colinas escocesas envoltas em xadrez e pelos caprichosos truques de câmera dos Arqueiros, que transformam uma cartola em uma chaminé. Você apenas sabe que são as cortinas para o meticuloso itinerário datilografado de Joan. Na verdade, o perigo a aguarda em duas formas: águas letais e amor verdadeiro. Primeiro, o progresso de Joana é prejudicado pelo mau tempo: neblina e depois ventos fortes. Durante seu atraso forçado em Tobermory, ela conhece os habitantes locais. Há Catriona (Pamela Brown), uma mulher maravilhosamente selvagem que vive uma vida plena sem nenhuma das coisas materiais que Joan valoriza muito. E principalmente há Torquil (Roger Livesey), um magnético homem local de licença da Marinha Real. Isso é o que realmente coloca Joan e seus planos em perigo. Mas por que ela não iria querer ser desviada por um homem assim? Um homem que conhece tão bem este cenário magnífico e que traduz com tanto charme as letras em gaélico num ceilidh: “Você é a empregada para mim”.

Pressburger escreveu o filme num ataque de entusiasmo, em questão de dias. É um romance, um conto de bruxaria e também o que ele chamou de “cruzada contra o materialismo”. Powell colocou desta forma: “Acho que há muito mais coisas acontecendo na vida – abaixo da superfície – do que as pessoas imaginam”. Powell estava apaixonado pelas ilhas escocesas desde que fez The Edge of the World em 1937, e ele compartilha essa paixão aqui – é um filme que fará você se apaixonar perdidamente por sua paisagem.

O filme foi feito em tempos turbulentos, em 1944, durante o último ano completo da guerra. E esta é uma história sobre como navegar num mundo que não podemos controlar. Estamos todos à mercê de forças além do nosso alcance. O amor é um deles e a magia outro. Enquanto Joan conta as vigas do teto do seu quarto, ela faz um desejo, mas esses destinos incognoscíveis já decidiram o seu destino, no momento em que Torquil lhe passou um cigarro aceso através de uma janela aberta, e o seu anel de noivado brilhou através do nevoeiro rodopiante. Os céus zombam da intervenção humana: deseje uma brisa e você terá um vendaval.

Eu sei para onde estou indo! oferece momentos tão portentosos de significado místico e romântico levemente, ao lado de apartes cômicos e excentricidade colorida. É uma estratégia desarmante, que tende a deixar o público tão enfeitiçado quanto Joan. Neste canto do universo, tudo pode ser possível, até mesmo uma antiga maldição. Apesar do tema do atraso, o filme vibra com o ímpeto: os ventos fortes e as águas turbulentas. Joan só pensa que está presa – a vida a leva adiante a passos largos. E assim, a cada nova exibição, o clímax dramático, com Joan e Torquil lutando por suas vidas em um barco sacudido por um redemoinho mortal, faz meu coração bater mais rápido.

Acontece que eu sei para onde estou indo! foi libertado após o fim da guerra. E também depois das eleições de 1945, nas quais o povo britânico votou esmagadoramente no governo trabalhista de Clement Attlee. Foi uma onda contra aquilo que um comentador chamou de “a religião do dinheiro”, que levou a reformas, incluindo a criação do Serviço Nacional de Saúde. Foi uma época em que as pessoas começaram a acreditar num novo amanhecer após os horrores da guerra. Eu sei para onde estou indo! diz-nos para confiarmos na bondade inata das pessoas e rejeitarmos as maquinações do capitalismo.

Estamos buscando o prazer, e não o conhecimento, por isso não vou estragar o final, mas direi que é perfeito e que nutrirá até a alma mais medrosa. Isso sempre limpa minha cabeça. A mensagem mais reconfortante do filme, envolvida nesta encantadora história de amor, é que as nossas vidas estão realmente fora das nossas mãos, mas as bruxas que controlam o nosso destino podem ser muito menos malévolas do que tememos.



Leia Mais: The Guardian

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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