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Fethullah Gulen: De aliado presidencial a suposto mentor do golpe na Turquia | Notícias de Fethullah Gülen

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Fethullah Gulen, o controverso clérigo turco e aliado que se tornou inimigo do presidente Recep Tayyip Erdogan, faleceu aos 83 anos.

Nenhuma causa de morte foi informada, embora se soubesse que ele estava com a saúde debilitada.

Gulen residia desde 1999 nas montanhas Pocono, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde teria vivido em um apartamento em um complexo de propriedade da Golden Generation Foundation, uma organização sem fins lucrativos operada por seus apoiadores nos EUA.

Embora tenha reduzido as suas aparições públicas nos últimos anos, continuou a divulgar declarações e escritos instando os seus seguidores a manterem o seu compromisso com a educação, o diálogo e o activismo pacífico.

Na Turquia, no entanto, ele cresceu e se tornou um figura notóriaacusado pelo governo de dirigir uma rede criminosa que se infiltrava nas instituições do Estado.

O ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, que confirmou a morte de Gulen esta manhã, descreveu o clérigo como o chefe de uma “organização obscura”, dizendo em entrevista coletiva: “A determinação de nossa nação na luta contra o terrorismo continuará, e esta notícia de sua morte irá nunca nos leve à complacência.”

Vida pregressa

Gulen ganhou destaque pela primeira vez como pregador na década de 1960, na província ocidental de Izmir, na Anatólia, onde fundou uma rede de pensões conhecidas como “faróis”, que ofereciam ajuda acadêmica aos estudantes.

Gulen expandiu gradualmente a sua rede de pensões para incluir escolas, instituições de caridade e outras organizações da sociedade civil.

Seus apoiadores abririam mais de 1.000 escolas em 160 países.

Embora não sejam instituições especificamente islâmicas, as escolas ofereciam educação de qualidade a todos os alunos, muitos dos quais ocuparam cargos-chave na Turquia, incluindo o poder judicial, a polícia e a burocracia.

Ao longo dos anos, a sua influência cresceu, com os apoiantes das organizações estabelecendo o influente jornal Zaman em 1986, e a Samanyolu Television em 1993.

Em 1996, os apoiantes de Gülen também lançaram o Bank Asya, alargando ainda mais o alcance da organização.

Crianças brincam em 16 de abril de 2008 em Istambul, no Fatih College da Turquia, uma escola administrada na época por seguidores de Fethullah Gulen (Arquivo: Osman Orsal/Reuters)

Mude-se para os Estados Unidos

Em 1999, Gülen trocou a Turquia pelos EUA, onde permaneceria.

Os seus aliados disseram que ele se mudou por motivos de saúde, mas os seus críticos sugeriram que a sua saída da Turquia foi provavelmente motivada por uma investigação governamental às suas actividades, que estavam potencialmente a minar o governo.

No ano seguinte, Gulen foi condenado à revelia por conspirar para derrubar o Estado através da incorporação de funcionários públicos, uma condenação que seria citada como prova contra ele após uma tentativa de golpe de Estado em 2016 na Turquia.

Uma vista aérea do Centro de Adoração e Retiros Golden Generation na zona rural de Saylorsburg
Uma vista aérea do complexo de Fethullah Gulen na zona rural de Saylorsburg, Pensilvânia, EUA, é vista nesta foto tirada em 9 de julho de 2013 (Arquivo: Gulen/Reuters/Staff)

Aliados e adversários

No início dos anos 2000, Gülen e os seus seguidores eram estreitamente aliados do Partido da Justiça e Desenvolvimento (Partido AK) de Erdogan.

Isto levou à ascensão de muitos seguidores de Gulen a posições influentes no aparelho estatal, à medida que ambos os campos procuravam contrariar o que consideravam a influência da elite secular nos estabelecimentos militares e judiciais da Turquia.

No entanto, rumores de tensão entre os dois grupos começaram a circular no início dos anos 2000, tornando-se inegáveis ​​em 2013, quando agentes da polícia e procuradores que eram vistos como seguidores de Gulen lançaram investigações de corrupção nos escalões superiores do Partido AK e no círculo íntimo de Erdogan.

Erdogan culpou Gulen por orquestrar o escândalo resultante, acusando o líder religioso de tentar usar a sua rede de instituições e funcionários altamente colocados para operar um “Estado paralelo” dentro da Turquia.

Gülen negou as acusações.

Manifestantes agitam bandeiras turcas enquanto gritam slogans
Manifestantes agitam bandeiras turcas enquanto gritam slogans exigindo a extradição de Fethullah Gulen após a tentativa fracassada de golpe de 2016 (Arquivo: Osman Orsal/Reuters)

Tentativa de golpe em 2016

Três anos depois, Erdogan culpou novamente Gülen por uma tentativa de golpe em 16 de Julho, quando facções dentro das forças armadas da Turquia tentaram derrubar o governo de Erdogan e instalar em seu lugar um órgão da sua própria autoria, o Conselho para a Paz Interna.

Embora os seus esforços não tenham tido sucesso, centenas de pessoas foram mortas naquele que foi o golpe mais sangrento da história moderna da Turquia.

Nos meses que se seguiram, supostos simpatizantes de Gülen foram expurgados em todo o governo, judiciário e militar, e o governo designou o movimento de Gülen como FETO (Organização Terrorista Fethullah).

A Turquia fez uma série de pedidos de extradição para Gulen, mas nenhuma foi concedida, com autoridades dos EUA alegando falta de evidências ligando Gulen diretamente ao golpe.

Para muitos dos seguidores de Gulen, os expurgos pós-golpe marcaram o fim de uma era. Escolas e instituições de caridade afiliadas a Gülen foram fechadas e muitos dos seus apoiantes foram presos ou forçados ao exílio.

A nível internacional, o movimento continuou a operar, embora com menos visibilidade, especialmente em países onde o governo turco pediu às autoridades que fechassem instituições afiliadas a Gülen.

Nos EUA, várias escolas charter destas organizações foram investigadas por irregularidades em matéria de vistos, bem como por acusações de terem fraudado o Tesouro dos EUA em até 4 mil milhões de dólares.

Fethullah Gülen nunca se casou.



Leia Mais: Aljazeera

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Nota da Andifes sobre os cortes no orçamento aprovado pelo Congresso Nacional para as Universidades Federais — Universidade Federal do Acre

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publicado:
23/12/2025 07h31,


última modificação:
23/12/2025 07h32

Confira a nota na integra no link: Nota Andifes



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Ufac entrega equipamentos ao Centro de Referência Paralímpico — Universidade Federal do Acre

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Ufac entrega equipamentos ao Centro de Referência Paralímpico — Universidade Federal do Acre

A Ufac, a Associação Paradesportiva Acreana (APA) e a Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer realizaram, nessa quarta-feira, 17, a entrega dos equipamentos de halterofilismo e musculação no Centro de Referência Paralímpico, localizado no bloco de Educação Física, campus-sede. A iniciativa fortalece as ações voltadas ao esporte paraolímpico e amplia as condições de treinamento e preparação dos atletas atendidos pelo centro, contribuindo para o desenvolvimento esportivo e a inclusão de pessoas com deficiência.

Os equipamentos foram adquiridos por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Eduardo Ribeiro (PSD), em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, com o objetivo de fortalecer a preparação esportiva e garantir melhores condições de treino aos atletas do Centro de Referência Paralímpico da Ufac.

Durante a solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, destacou a importância da atuação conjunta entre as instituições. “Sozinho não fazemos nada, mas juntos somos mais fortes. É por isso que esse centro está dando certo.”

A presidente da APA, Rakel Thompson Abud, relembrou a trajetória de construção do projeto. “Estamos dentro da Ufac realizando esse trabalho há muitos anos e hoje vemos esse resultado, que é o Centro de Referência Paralímpico.”

O coordenador do centro e do curso de Educação Física, Jader Bezerra, ressaltou o compromisso das instituições envolvidas. “Este momento é de agradecimento. Tudo o que fizemos é em prol dessa comunidade. Agradeço a todas as instituições envolvidas e reforço que estaremos sempre aqui para receber os atletas com a melhor estrutura possível.”

O atleta paralímpico Mazinho Silva, representando os demais atletas, agradeceu o apoio recebido. “Hoje é um momento de gratidão a todos os envolvidos. Precisamos avançar cada vez mais e somos muito gratos por tudo o que está sendo feito.”

A vice-governadora do Estado do Acre, Mailza Assis da Silva, também destacou o trabalho desenvolvido no centro e o talento dos atletas. “Estou reconhecendo o excelente trabalho de toda a equipe, mas, acima de tudo, o talento de cada um de nossos atletas.”

Já o assessor do deputado estadual Eduardo Ribeiro, Jeferson Barroso, enfatizou a finalidade social da emenda. “O deputado Eduardo fica muito feliz em ver que o recurso está sendo bem gerenciado, garantindo direitos, igualdade e representatividade.”

Também compuseram o dispositivo de honra a pró-reitora de Inovação, Almecina Balbino, e um dos coordenadores do Centro de Referência Paralímpico, Antônio Clodoaldo Melo de Castro.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)



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Orquestra de Câmara da Ufac apresenta-se no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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Orquestra de Câmara da Ufac apresenta-se no campus-sede — Universidade Federal do Acre

A Orquestra de Câmara da Ufac realizou, nesta quarta-feira, 17, uma apresentação musical no auditório do E-Amazônia, no campus-sede. Sob a coordenação e regência do professor Romualdo Medeiros, o concerto integrou a programação cultural da instituição e evidenciou a importância da música instrumental na formação artística, cultural e acadêmica da comunidade universitária.

 

A reitora Guida Aquino ressaltou a relevância da iniciativa. “Fico encantada. A cultura e a arte são fundamentais para a nossa universidade.” Durante o evento, o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, destacou o papel social da arte. “Sem arte, sem cultura e sem música, a sociedade sofre mais. A arte, a cultura e a música são direitos humanos.” 

Também compôs o dispositivo de honra a professora Lya Januária Vasconcelos.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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