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Globo de Ouro de Fernanda Torres reforça caminho ao Oscar – 06/01/2025 – Ilustrada

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Leonardo Sanchez

Apesar de o clima gerado pela indicação de Fernanda Torres e do filme “Ainda Estou Aqui” ao Globo de Ouro ter se assemelhado ao de uma Copa do Mundo, o desfecho do campeonato cinéfilo foi outro, bem melhor do que as últimas edições do futebolístico. A brasileira saiu da premiação com o troféu de melhor atriz em filme de drama, um feito inédito.

A derrota do longa de Walter Salles na categoria de filme em língua estrangeira, para o francês “Emilia Pérez”, até ameaçou estragar a noite de “Ainda Estou Aqui”, embora o próprio diretor soubesse que suas chances eram baixas, como disse a este jornal. Torres surgiu, então, para vingar um dos filmes mais celebrados desta temporada de prêmios.

Não só. Sua vitória será lembrada pelo país como uma espécie de reparação histórica, 26 anos depois de sua mãe, Fernanda Montenegro, ter deixado o Globo de Ouro sem o prêmio da mesma categoria –naquele ano, houve uma inversão, já que “Central do Brasil”, também de Salles, saiu com o troféu de filme em língua estrangeira.

Torres conseguiu vencer o Globo de Ouro, mas faturar o Oscar será uma tarefa um pouco mais delicada. Isso porque as chances no prêmio deste domingo eram significativamente maiores. Para começar, seus votantes são jornalistas estrangeiros, mais propensos a privilegiar trabalhos fora do eixo Estados Unidos-Reino Unido.

Também há o fato de a quantidade de atrizes indicadas ao Globo de Ouro ser mais que o dobro do que aquelas que vão ao Oscar. No primeiro caso, há 12 nomes divididos entre as alas de drama e comédia. No segundo, apenas cinco para qualquer trabalho de uma protagonista feminina.

Assim, Torres não teve que disputar a atenção com atuações elogiadas como as de Demi Moore, em “A Substância“, Cynthia Erivo, em “Wicked“, e Mikey Madison, em “Anora“, que entraram nesta segunda seção. No Oscar, o cenário muda, e as três passam a ser suas rivais.

Para além da qualidade dos trabalhos apresentados pelas mulheres no último ano, como bem lembrou Torres em seu discurso, falamos de uma concorrência formada por atrizes respeitadíssimas, seja pelo trabalho à frente ou atrás das câmeras. Não é exagero dizer que Nicole Kidman, Angelina Jolie, Tilda Swinton e Kate Winslet, indicadas com ela, representam a nata de Hollywood.

Mesmo assim, a brasileira conseguiu encontrar um lugar para si neste Olimpo. Posta numa mesa das mais distantes do palco, Torres desfilou imponente e elegante por todo o salão rumo ao seu prêmio, sendo aplaudida com entusiasmo por estes e outros nomes estelares.

Um momento para entrar para a história da cultura brasileira, e mostrar que o cinema nacional, apesar de tantos reveses nos últimos anos, está mais vivo do que nunca.

Diante deste cenário, a vitória no Globo de Ouro é importantíssima. Serve como uma plataforma que dinheiro de estúdio nenhum pode comprar. Com o prêmio em mãos, Torres ganha munição não só para projetar o seu trabalho, mas “Ainda Estou Aqui” em si, que agora tem um caminho mais certo para abocanhar uma das cinco vagas ao Oscar de melhor filme internacional —os indicados serão anunciados no dia 17.

Além de ter bagunçado a corrida de melhor atriz desta temporada de prêmios, o Globo de Ouro também a mergulhou em outras incertezas. Pulverizados, os prêmios de cinema não ajudaram a clarear o caminho até o Oscar, com os principais troféus sendo distribuídos para vários dos principais candidatos.

“O Brutalista” ficou com melhor filme de drama, direção e ator, para Adrien Brody. “Emilia Pérez”, por sua vez, com filme de comédia ou musical, filme em língua estrangeira, canção original e atriz coadjuvante, para Zoe Saldaña.

Os dois surgem como polos opostos da briga que se arma agora, mas não se pode esquecer de “Conclave”, que faturou roteiro, e “A Substância”, que ficou com atriz de comédia, para Demi Moore, hoje principal ameaça a Torres.

Se houve algo que o Globo de Ouro deixou claro, porém, foi que o vencedor da Palma de Ouro em Cannes, “Anora”, precisará comer muito arroz e feijão para chegar potente ao Oscar, em março, já que ficou sem vitórias. “Wicked”, outro que ensaiava roubar os holofotes, ficou com a consolação de um troféu de melhor blockbuster.

Em TV, “Xógum: A Gloriosa Saga do Japão” liderou com quatro troféus, como esperado. “Bebê Rena” ficou com dois prêmios, inclusive melhor minissérie, também seguindo as principais apostas e reforçando a ideia já passada pelo Emmy de que é nas comédias televisivas que as brigas interessantes desta safra estão.

Neste gênero, competiam séries e atuações fortíssimas, ofuscadas, em outras temporadas, pela falsa comédia “O Urso”. Foi bom que a produção levou apenas ator, para Jeremy Allen White, abrindo caminho para que “Hacks” saísse na frente, com as láureas de melhor série do gênero e atriz, para Jean Smart.

E não foram só os brasileiros que encerraram a noite rindo. No geral, esta cerimônia do Globo de Ouro teve uma boa coleção de piadas, graças ao surpreendente achado que foi sua anfitriã, a comediante Nikki Glaser. Alguns problemas técnicos e momentos de constrangimento ocorreram, mas nada que comprometesse a festa.

Quanto à reputação do prêmio, continua sendo tragicamente cômico observar a repentina normalidade dos figurões de Hollywood em relação ao Globo de Ouro, cancelado por uma série de acusações de compra de votos e racismo.

O passado foi esquecido, a edição do ano passado sinalizou e a deste, confirmou, apesar de a associação, agora reformulada, ter encontrado caminhos para continuar mimando seus votantes. São festas, lembrancinhas e conversas exclusivas com artistas que indiscutivelmente reposicionam a corrida dos melhores do ano conforme o poderio financeiro de cada filme ou série.

Nenhuma menção às denúncias do passado foi feita durante a festa, que seguiu com estrelas levemente alcoolizadas e dispostas a esquecer as mágoas.

“Uma das premiações mais prestigiosas dos Estados Unidos”, dizia o teleprompter de Catherine O’Hara, antes de a atriz apresentar uma das categorias. “Não há premiação melhor em Hollywood do que o Globo de Ouro”, disse Rogen em seguida, de forma exageradamente entusiasmada —para reforçar a mensagem ou, quem sabe, como um lembrete necessário.



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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