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Grandes cidades paralisadas por agitação pós-eleitoral – DW – 27/12/2024

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Principais cidades em Moçambique ficaram sem atividades humanas e empresariais importantes na sexta-feira, à medida que a violência pós-eleitoral no país se espalha. Algumas empresas, incluindo bancos, foram encerradas na capital, Maputo.

Os transportes e o comércio foram interrompidos à medida que as manifestações lideradas pela oposição continuam em meio a saques e vandalismo.

Maputo e o seu maior subúrbio, Matola, viveram o caos desde que o Conselho Constitucional, o mais alto tribunal de Moçambique, confirmou os resultados das disputadas eleições presidenciais de outubro no paísprolongando o controlo do partido Frelimo no poder para um 50º ano.

A bancada de sete juízes do tribunal decidiu que o candidato da Frelimo Daniel Chapo obteve 65% dos votos, revisando para baixo os resultados iniciais de quase 71%. A Frelimo governa Moçambique desde 1975.

Moçambicanos protestam contra vitória eleitoral contestada do partido no poder

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Saques, incêndios e aumento do número de mortos

O anúncio do Conselho Constitucional desencadeou protestos da oposição que muitas vezes se transformaram em confrontos com a polícia, com edifícios incendiados e supermercados saqueados.

Uma mulher residente em Maputo disse à DW que testemunhou saques no bairro da Praça dos Combatentes, em Maputo.

“As pessoas que vi fugiram e quebraram vidros. Vi tudo o que estava acontecendo. Levaram micro-ondas, televisões, camas. Isso não deveria acontecer porque estão estragando muitas coisas e não podem se comportar assim”, disse ela.

No bairro George Dimitrov, também conhecido como Benfica, pelo menos 11 pessoas morreram dentro de um armazém de alimentos quando deflagrou um incêndio depois de este ter sido atacado e saqueado.

No bairro da Polana Caniço, na capital, os moradores também montaram barricadas para impedir o trânsito rodoviário.

“Estamos dispostos a organizar isto. Estamos cansados, afinal para que serve a democracia? Não queremos mais a Frelimo e vamos lutar. Só queremos o melhor para o nosso país, estamos cansados ​​de guerras, de sangue, estamos cansados”, disse um morador à DW.

O delegado Bernardino Rafael descreveu como criminosos as pessoas que invadiram armazéns e lojas.

“O que estamos a assistir é um assalto ao complexo industrial da Matola, que alberga diversas indústrias e armazéns”, disse Rafael aos jornalistas. “Isso foi causado por um grupo de criminosos, dificultando a manutenção do controle”.

Venâncio Mondlane, candidato presidencial da oposição, candidato presidencial pelo 'Partido Obtimista para o Desenvolvimento de Moçambique' (Podemos)
Venâncio Mondlane, principal líder da oposição em Moçambique, denunciou os resultados das eleições de 9 de Outubro como fraudulentosImagem: Alfredo Zungia/AFP

Oposição culpa polícia por violência mortal

Venâncio Mondlane, o líder da oposição que contesta os resultados eleitorais, culpou a polícia pelo vandalismo e pela morte dos manifestantes. Ele pediu mais protestos de seus apoiadores, mas alertou-os contra saques e danos à infraestrutura.

“São os policiais que estão preparados para roubar as lojas, incendiar os bancos, arrombar os armazéns”, disse ele durante uma transmissão ao vivo na quinta-feira. “Você viu imagens de policiais mandando a população entrar para buscar comida. As pessoas entram porque estão com fome”.

Os protestos violentos que abalaram Moçambique resultaram na morte de 248 pessoas, incluindo 33 durante uma fuga da prisão na quarta-feira.

Mondlane alegou fraude eleitoral generalizada e apelou aos seus apoiantes para continuarem a protestar, prometendo tomar posse como presidente em 15 de Janeiro.

Pelo menos 6 mil presos aproveitaram o caos para escapar de um prisão de alta segurança em Maputo.

Rafael disse que além dos 33 presos que morreram, outros 15 ficaram feridos durante um confronto com as forças de segurança.

“Um facto curioso é que naquela prisão tivemos 29 terroristas condenados, que foram libertados. Estamos preocupados, como país, como moçambicanos, como membros das forças de defesa e segurança”, disse o chefe da polícia aos jornalistas.

“Eles (manifestantes) estavam fazendo barulho, exigindo que pudessem retirar os presos que estão lá cumprindo pena”.

ONU pede diálogo

O chefe da ONU, Antonio Guterres, expressou preocupação com a agitação em curso em Moçambique.

“O Secretário-Geral está preocupado com a violência pós-eleitoral, que resultou na perda de vidas e na destruição de propriedade pública e privada”, disse Stephanie Tremblay, porta-voz associada de Guterres, aos jornalistas.

Tremblay disse que o secretário-geral está acompanhando de perto os acontecimentos.

“Ele insta todos os líderes políticos e intervenientes nacionais relevantes a acalmarem as tensões, nomeadamente através de um diálogo significativo e de reparação legal, a absterem-se do uso da violência e a redobrarem esforços para procurar uma resolução pacífica para a crise em curso de uma forma construtiva, o que é essencial para o futuro colectivo dos moçambicanos”, acrescentou.

Moçambique: Supremo Tribunal confirma eleição contestada

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Editado por: Keith Walker



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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.

“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”

A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.

O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.

 

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 

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Propeg — Universidade Federal do Acre

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Propeg — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.

 

Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:

 



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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.

Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.

Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.

Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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