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Inside Rio’s ‘Dance Charme’ Parties – DW – 05/03/2025

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Inside Rio's 'Dance Charme' Parties - DW - 05/03/2025

Sob um viaduto movimentado no bairro da classe trabalhadora do Rio, Madureira, longe da praia de Copacabana e do Redentor, as pessoas estão dançando juntas.

O coletivo está se movendo para uma coreografia definida: um passo à frente, um para a esquerda, meia curva, um balanço dos quadris e depois para a direita.

Estou aqui hoje à noite, ao lado do coreógrafo Eduardo Gonçalves. Aqui em Madureira, um bairro também conhecido como “O local de nascimento de Samba”, todo mundo o conhece. Ele criou o “Passinho” – português para movimentos de dança – para a música “Escapism” da cantora britânica Raye.

Mas Samba não está no cardápio da festa de dança Madureira. Aqui, milhares de pessoas da comunidade negra e marrom do Rio se reúnem todos os sábados à noite para dançar aos sons do R&B enquanto os ônibus passam. É um fenômeno que recebeu pouca atenção lá fora Brasilgeralmente conhecido por samba e funk.

Honrando a cultura negra do Brasil

Nesta noite quente de verão, os dançarinos estão secando o suor pingando de seus rostos com toalhas penduradas casualmente sobre os ombros.

“Até 5.000 pessoas vêm dançar aqui todo fim de semana, desde 1994”, diz Eduardo.

O charme de Baile sob a ponte em Madureira não é apenas o mais antigo, mas também a maior festa de dança desse tipo. Em 2013, foi declarado UNESCO Patrimônio cultural intangível Até então, o prefeito, Eduardo Paes.

Multidões na pista de dança
Milhares de pessoas se reúnem para dançar todos os sábados à noite em MadureiraImage: Djamilia Prange de Oliveira/DW
Eduardo usa todo o preto e sorri para a câmera, Djamilia usa uma saia branca e sorri também
Eduardo e eu posando em frente à graffite nas paredesImage: Djamilia Prange de Oliveira/DW

Eduardo lidera o caminho enquanto passamos pela multidão e pela pista de dança antes de chegar às paredes que envolvem a área.

É aí que Eduardo para e me mostra orgulhosamente os grafites nas paredes. Uma vez nu e cinza, a área agora se assemelha a um museu ao ar livre, exibindo ícones de cultura negra: Tupac, Michael Jackson, Grace Jones, Negra Li e outros estão olhando de volta para mim.

História, música e movimento

O movimento Charme, caracterizado por sua cultura de dança coletiva em sincronicidade, tem origem na década de 1980 como uma alternativa de dança lenta na cena da música negra.

Naquela época, dançarinos profissionais e festas nos subúrbios do Rio de Janeiro fundaram coletivos de dança e criaram suas próprias coreografias influenciadas pela dança de dança de rua, samba, hip-hop e salão.

O nome “Baile Charme” foi cunhado por um DJ chamado Corello, que estava intergral ao cenário da música negra do Rio desde a década de 1970. Diz -se que ele anunciou em um Baile – português para a festa de dança – no subúrbio de Méier: “É hora do charme, mova seus corpos muito lentamente”.

Menix usa uma tampa preta e uma camiseta muscular negra enquanto olha para a câmera em movimento
Menix é um dançarino de rua que criou seu próprio estilo de dança chamado ‘Lite Feet’Image: Djamilia Prange de Oliveira/DW
Luzinha usa uma saia de babyblue e blusa combinando enquanto ela olha com confiança para a câmera
Luzinha é uma dançarina profissional que leva o charme também para outros estados brasileirosImage: Djamilia Prange de Oliveira/DW
Cris usa shorts esportivos brancos e uma blusa de biquíni preta, mostrando as tatuagens em seu corpo
Cris é um tatuador. Ela vem ao charme de Baile para dançarImage: Djamilia Prange de Oliveira/DW

Muito antes Tiktok E o Instagram, as coreografias dançaram nessas festas se tornaram “virais”. Mas, de acordo com Eduardo, não há receita para o sucesso de um passinho ou sequência de etapas de dança.

“Se as pessoas gostam de um passinho, elas vão dançar e a coreografia se espalhar”, explica ele.

Dois anos atrás, quando ele criou a coreografia do atual Charme-Onthem “Escapism”, Eduardo estava em um metrô lotado enquanto a música tocava em seus fones de ouvido.

Naquela época, a idéia era criar um passinho Para ele e seus amigos dançarem nas festas. Mas as coisas saíram de maneira diferente.

Eduardo’s passinho Tornou -se tão popular entre “os Charmers”, como os participantes se chamam, que cada vez mais começou a buscá -lo. Hoje, é uma das coreografias mais populares da cena.

As pessoas estão dançando não apenas no Rio, mas também em São Paulo, Brasília ou Minas Gerais, onde estão surgindo movimentos de charme.

‘Histórias estão escritas aqui’

Eduardo ainda se lembra de seu primeiro partido Baile Charme há 25 anos, quando ele ainda era menor de idade.

Ele havia dito a seus pais cristãos pentecostais que ele iria dormir na casa de um amigo. Em vez disso, ele foi à festa com uma identificação falsa na escola, na qual um cinco se transformou magicamente em oito.

“Foi essa inalação da cultura negra, como você a vê nos filmes”, lembra ele. “Pessoas bonitas e bem vestidas dançando … meu Deus, foi tudo o que eu sempre quis!”

Regular do Baile Charme em Madureira desde a primeira noite, ele também ganhou a vida da dança, ensinando e coreografia e coordena um projeto social que oferece aulas de dança de charme gratuitas.

O coreógrafo Eduardo fica cercado por seus alunos no centro, com as costas para a câmera, vestindo todo o preto
Os alunos da dança ouvem Eduardo enquanto ele fala sobre o que esperar da lição de hojeImage: Djamilia Prange de Oliveira/DW
Eduardo está dançando na frente enquanto seus alunos o imitam
Eduardo ensina a seus alunos uma nova coreografiaImage: Djamilia Prange de Oliveira/DW

Para Eduardo, o Baile sob a ponte agora é muito mais do que apenas uma festa. “Este lugar se tornou uma terapia. As pessoas que sofrem de depressão vêm aqui para dançar. Amizades e grupos de dança são formados aqui, os casais se encontram”.

“As histórias estão escritas aqui”, acrescenta.

Dançando para curar e esquecer

Muitas das pessoas que converso para explicar como a pista de dança embaixo da ponte impactou suas vidas.

Um deles é Siton Santos, que trabalha em uma fábrica de biscoitos durante o dia e dança em cada minuto livre que ele tem.

Siton Santos fica em frente a uma parede de graffiti em uma camisa do músculo branco
Siton Santos dança em cada minuto livre que ele temImage: Djamilia Prange de Oliveira/DW

Mas dançar nunca foi realmente a coisa de Siton. Foi sua mãe quem o levou ao charme de Baile quando ele era criança. Quando ela faleceu 11 anos atrás, ele tinha apenas 18 anos e caiu em uma depressão severa.

Sob a ponte em Madureira, Siton encontrou consolo. “Aqui, você está cercado por pessoas que só querem dançar e esquecer os problemas da vida cotidiana. Quando eu danço, parece que minha mãe está aqui comigo, dançando e sorrindo.”

Uma coreografia conquista uma subcultura

Por volta das duas horas da manhã, finalmente chegou a hora. O DJ Michell toca a música que todo mundo está esperando. Eduardo bate gentilmente no meu ombro: “Escapismo”.

Quando a batida entra em ação, centenas de pessoas trazem passinho para a vida. Os dançarinos experientes estão na frente, aqueles que aprendem os movimentos permanecem na retaguarda. Eles dançam com tanta autoconfiança que se poderia acreditar que eles tinham os movimentos de dança.

Como se sente quando uma coreografia que você inventou entre compromissos no metrô conquista uma subcultura inteira, eu me pergunto?

Eduardo observa a multidão da dança; Ele balança a cabeça em descrença. “Eu nunca poderia imaginar esse alcance”.

Baile Charme Rio de Janeiro Escapism Choreografie

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Editado por: Stuart Braun



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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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