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Itália exigirá que empresas tenham seguro climático – 11/12/2024 – Mercado

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Gautam Naik

A partir de 1º de janeiro, todas as empresas na Itália deverão adquirir seguro para proteger seus ativos contra inundações, deslizamentos de terra e outros perigos naturais que se tornaram mais comuns devido ao aquecimento global. É o mais recente sinal da crescente preocupação da Europa com as mudanças climáticas.

Como o continente que mais rapidamente se aquece, suas perdas climáticas aumentaram 2,9% ao ano de 2009 a 2023, segundo a Agência Europeia do Ambiente. Este ano, em particular, viu incêndios épicos na Grécia, uma seca devastadora na Sicília e inundações custosas no Reino Unido, Europa Central e Espanha. E ainda resta um mês.

O maior perigo na Itália é a inundação. Empresas afetadas por tais eventos enfrentam uma probabilidade 7% maior de falência, e aquelas que sobrevivem geralmente sofrem uma queda média de 5% na receita dentro de três anos, de acordo com um estudo de 2024 publicado pelo banco central do país.

A maioria das empresas italianas —especialmente as pequenas e médias— não tem proteção alguma. A nova lei exigirá que as empresas comprem cobertura e que as seguradoras emitam apólices ou enfrentem multas. O plano é apoiado por um fundo de resseguro de 5 bilhões de euros (R$ 31,7 bi), criado por uma instituição financeira controlada pelo estado.

Mas há rumores de que a implementação do plano pode ser adiada. Uma preocupação é que uma grande catástrofe poderia sobrecarregar o novo fundo. Outra é que as seguradoras abandonem as áreas mais arriscadas do país, como está acontecendo nos Estados Unidos.

As seguradoras na Itália devem aceitar todos os clientes sob a lei, o que significa que não há limite para sua exposição a perdas, disse Petra Hielkema, presidente da Autoridade Europeia de Seguros e Pensões Ocupacionais (EIOPA). Como resultado, a indústria está “se perguntando: Quanto estou disposto a arriscar e como precifico isso?”

Em toda a Europa, o risco financeiro é capturado em um número: 75%.

Esse é o gap de proteção de seguros —a diferença entre perdas seguradas e não seguradas de catástrofes relacionadas ao clima, de acordo com dados da EIOPA compilados de 1980 a 2021. O gap na Itália para todas as catástrofes naturais é de aproximadamente 80%, com base em pesquisa da Swiss Re na última década. Nos EUA, onde as seguradoras fugiram de estados como Califórnia e Flórida, o gap é um menos oneroso 42%.

As seguradoras europeias estão sentindo a pressão. Nos primeiros nove meses de 2024, a Assicurazioni Generali SpA da Itália relatou um impacto “significativo” de 930 milhões de euros (R$ 5,9 bi) devido a “condições climáticas adversas” em todo o continente. Inundações mortais na Europa Central e Oriental geraram algumas das piores perdas regionais para seguradoras este ano.

“É uma preocupação crítica para seguradoras e formuladores de políticas, e se nenhuma contramedida for tomada, espera-se que o gap de proteção de seguros se amplie”, disse Hielkema em uma entrevista. A Generali afirmou que a nova lei “servirá para preencher o gap de proteção não apenas para empresas, mas também para cidadãos.”

A menos que os padrões climáticos mudem, prêmios mais altos tornarão o seguro menos acessível justamente quando é mais necessário. Um gap maior ameaça aumentar “riscos de estabilidade financeira e reduzir provisões de crédito” em países com grandes exposições a eventos de risco de catástrofe, de acordo com um relatório do Banco Central Europeu e da EIOPA.

As duas organizações estão pedindo que as seguradoras expandam programas como “subscrição de impacto”. Isso significa fornecer prêmios com desconto para pessoas e empresas que tomaram medidas para reduzir riscos, como proteger uma casa contra inundações ou usar um sistema de alerta meteorológico em tempo real para colheitas.

“Você não pode prevenir o dano, mas pode reduzi-lo”, disse Hielkema.

O BCE e a EIOPA também querem uma adoção mais ampla de títulos de catástrofe, instrumentos que permitem que seguradoras repassem o risco de desastres naturais para fundos de hedge e outros investidores privados. Enquanto o mercado dos EUA para tais títulos cresceu fortemente nos últimos dois anos, a Europa está ficando para trás.

“Os perigos europeus ainda representam uma porção relativamente pequena dos títulos atualmente em circulação”, escreveram o BCE e a EIOPA em seu relatório. “Parte da razão para isso reside nos altos custos de transação envolvidos na execução de uma transação de título de catástrofe.”

O seguro contra desastres varia em todo o continente. Na Espanha, um grupo gerido pelo estado atua como segurador de catástrofes. Na França, um programa apoiado pelo estado oferece cobertura acessível a todos os cidadãos. O Reino Unido se uniu a seguradoras privadas para oferecer apólices para risco de inundação. Na Suíça, a maioria dos edifícios é coberta por um sistema obrigatório.

A Alemanha não oferece apoio estatal. Mesmo após inundações devastadoras causarem cerca de 11 bilhões (R$ 69,1 bi) em danos segurados em 2021, “ainda não há perspectiva de tal esquema” naquele país, disse a Fitch Ratings em um relatório recente. “Isso deixa as seguradoras alemãs mais vulneráveis.”

As perdas climáticas anuais na Europa dispararam para 50 bilhões de euros (R$ 317,6 bi) no período de 2021-2023, de menos de 16 bilhões de euros (R$ 101,6 bi) durante o período de 2010-2019, disse Hielkema. E a Agência Europeia do Ambiente apontou recentemente que, enquanto eventos climáticos extremos estão se intensificando, o ritmo de adaptação está ficando para trás.

A agência disse que, embora haja incerteza, é improvável que a União Europeia mitigue o impacto climático o suficiente para reduzir as perdas econômicas associadas até 2030.

Finanças sustentáveis em resumo

Um fundo climático multilateral está se preparando para acessar os mercados de capitais pela primeira vez, enquanto governos hesitam em fornecer o financiamento extra necessário para reduzir as emissões globais. Os Fundos de Investimento Climático, um fundo de US$ 12 bilhões (R$ 72,5 bi) dentro do Banco Mundial, está planejando uma emissão de títulos de cerca de US$ 500 milhões (R$ 3 bi), com os recursos destinados a impulsionar investimentos em energia renovável e novas tecnologias em economias em desenvolvimento nos próximos cinco a dez anos.

Fundos climáticos multilaterais são projetados para coletar fundos de nações ricas e distribuí-los a países em desenvolvimento. Mas as contribuições nacionais necessárias para sustentar esse modelo estão muito aquém das vastas quantias necessárias para combater as mudanças climáticas.

O JPMorgan está se afastando de uma tendência climática de Wall Street que foi abraçada por muitos de seus pares: envolve financiamento de transição.

BlackRock, Vanguard e State Street foram processados por estados controlados por republicanos anti-ESG por supostamente violarem a lei antitruste através de seus investimentos.

O Grupo Trafigura está se posicionando para um crescimento recorde no mercado em dificuldades de créditos de carbono.



Leia Mais: Folha

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.

“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”

A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.

O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.

 

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 

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Propeg — Universidade Federal do Acre

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Propeg — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.

 

Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:

 



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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.

Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.

Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.

Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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