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Itamaraty teme caminho livre de Trump no Congresso dos EUA – 09/11/2024 – Mundo

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Julia Chaib

Ao que tudo indica, Donald Trump terá mais facilidade para aprovar medidas e implementar promessas neste governo do que em seu primeiro mandato —o seu Partido Republicano retomou o controle no Senado dos Estados Unidos nestas eleições, e tem grandes chances de manter a maioria na Câmara dos Representantes.

A perspectiva gera temor em alguns integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O presidente eleito americano já disse que implementar sua controversa política de imigração será uma das suas primeiras prioridades. Nesse sentido, ele se comprometeu com a deportação em massa de imigrantes em situação irregular –sem detalhar como fará isso–, o fechamento de uma fronteira com o México e o fim do direito daqueles que nasceram no país de receber a cidadania americana.

Trump também indicou que deve rever uma série de políticas implementadas pelo governo Joe Biden na área de energia. Biden criou o Inflation Reduction Act, que dá incentivos fiscais a quem consumir produtos menos poluentes e prevê investimentos em energia limpa. A expectativa de analistas é que a questão energética e das fronteiras sejam tratadas pelo republicano logo no início do mandato.

Além disso, o presidente disse que pretende impor taxações a importações de outros países e reduzir tarifas no país. Precisará ainda negociar com o Congresso a continuidade do corte de impostos que fez em 2017.

Apesar de faltar detalhes à maneira como Trump pretende instituir suas promessas, boa parte delas precisará passar pelo crivo de senadores e dos deputados.

Um integrante do Itamaraty disse, sob anonimato, temer o que ele vê como caminho aberto para o republicano aprovar suas promessas. O receio é ainda maior se Trump resolver levar adiante algumas das políticas previstas no chamado Projeto 2025, espécie de guia conservador elaborado por aliados do presidente eleito.

Ali, há a previsão de extinguir o Ministério da Educação; enxugar a administração e contratar apenas aliados políticos; e eliminar expressões previstas em lei como “orientação sexual”.

O republicano negou durante a campanha estar comprometido com a agenda, e chegou a dizer no debate com Kamala Harris, sua adversária nas urnas, que o projeto não só não tinha nada a ver com ele, como ele nem sequer o tinha lido.

O receio de integrantes do governo brasileiro é de que ele a leve adiante de todo modo, distanciando ainda mais as suas políticas da gestão Lula.

O controle da maioria em ambos Senado e Câmara não é algo inédito para um presidente da República dos EUA.

Segundo pesquisa da Pew Research Center, 6 dos 21 presidentes desde Theodore Roosevelt, que governou no início do século passado, tiveram o controle do Congresso no primeiro mandato, mesmo que ele não tenha durado todo o governo. Os deputados são eleitos a cada dois anos, enquanto os senadores têm mandato de seis anos.

O próprio Trump, na sua primeira gestão, em 2017, governou com o controle dos senadores e dos deputados.

Caso o resultado na Câmara se confirme, a diferença é que Trump chegará à Casa Branca em 2025 como um presidente com mais poder e ascendência sobre seu partido do que há oito anos.

A analista Erin Covey, do tradicional Cook Political Report, diz que a configuração do Congresso atual será distinta da anterior não tanto em termos de números que assegurem a maioria, mas de composição.

“A Câmara dos Representantes e o Senado são muito mais alinhados ao Maga [sigla em inglês para “faça a América grandiosa novamente”, slogan do presidente eleito] hoje. A consequência é que republicanos moderados, que antes apresentavam ressalvas aos planos do presidente eleito, agora não estarão mais lá”, afirma ela.

Em outras palavras: Trump provavelmente terá menos entraves para levar adiante suas políticas. Do total de 100 cadeiras do Senado, o republicano garantiu até agora 53, o que representa uma maioria apertada, mas suficiente para aprovar projetos que exigem maioria simples.

O número não é suficiente para impedir que os democratas usem o chamado “filibuster”, mecanismo que a minoria pode usar para obstruir votações. A única forma de superá-lo é com 60 votos, algo que os republicanos não têm.

Ainda assim, a aprovação de juízes para a Suprema Corte americana e outras nomeações, que só requerem maioria simples, passarão sem maiores dificuldades. Além disso, em casos de empate, Trump ainda pode contar com o voto do vice-presidente eleito J.D Vance, que também atua como presidente do Senado.

Lá, há duas senadoras consideradas de linha mais moderada do que Trump: Susan Collins, do Maine, e Lisa Murkowski, do Alasca. Resta dúvidas, porém, se elas comprariam o desgaste de discordar do partido e se a eventual oposição que fizerem terá efeito.

Até a tarde deste sábado (9), os republicanos haviam conquistado 212 das 435 vagas da Câmara dos Representantes. São necessárias 218 cadeiras para ter a maioria. A expectativa é de que a contagem dos votos seja encerrada em breve.

Trump venceu a eleição nesta semana ao ganhar ao menos 301 votos dos delegados de 270 que precisaria para vencer. Ele será reconduzido ao cargo em janeiro com o melhor desempenho do Partido Republicano nas urnas em 20 anos, e além da perspectiva de maioria no Legislativo, também tem ascendência nos governos estaduais e na Suprema Corte.

No discurso de vitória, Trump afirmou que a América lhe deu um mandato “sem precedentes”.



Leia Mais: Folha

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.

“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”

A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.

O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.

 

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 

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Propeg — Universidade Federal do Acre

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Propeg — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.

 

Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:

 



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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.

Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.

Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.

Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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