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James Rodríguez é um jogador fora de época que dá o seu melhor ao cenário internacional | Colômbia

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Jonathan Wilson

ÓNa segunda-feira, o Rayo Vallecano liberou James Rodríguez por transferência gratuita. Não foi uma grande estadia. Em quatro meses e meio no clube, ele conseguiu 136 minutos de futebol no campeonato. Apenas uma vez ele começou na La Liga. Rodríguez tem 33 anos agora. Desde ele deixou o Everton em 2021ele foi titular em apenas 37 jogos do campeonato e marcou apenas 10 gols. Esta é a sexta temporada consecutiva em que ele é dispensado a custo zero, já que passou do Real Madrid para o time que atualmente ocupa o 12º lugar na tabela, passando por Catar, Grécia e Brasil. A sensação é de uma carreira em declínio chegando ao fim.

Mesmo assim, nesses três anos e meio desde seu último jogo pelo Everton, Rodríguez jogou 32 vezes pela Colômbia. No Rayo, ele jogou 374 minutos internacionais. É verdade que ele nem sempre dura um jogo inteiro, mas há poucos outros indícios de declínio. Quando a Colômbia chegou à final da Copa América do ano passado, ele foi eleito o melhor jogador do torneio. A sua carreira parece decorrer em dois caminhos paralelos: a nível de clube, ele é uma estrela em declínio, um jogador que talvez nunca tenha atingido o seu potencial. Mas a nível internacional, no outono da sua carreira, ele continua a ser um maestro.

Embora muitos jogadores pareçam ressentir-se do dever internacional, sente-se que, para Rodríguez, o futebol de clubes é um meio para atingir um fim, uma forma de garantir um salário e instalações de treino de primeira classe para mantê-lo apto para o verdadeiro negócio de jogar pelo Colômbia. Parece cada vez mais que ele é um jogador fora do tempo.

James Rodríguez foi dispensado pelo Rayo Vallecano esta semana, após apenas uma partida no campeonato. Fotografia: NurPhoto/Getty Images

Imagine se Rodríguez não tivesse nascido em 1991, mas em 1961. Ele poderia ter sido um daqueles grandes armadores do final dos anos 80 e início dos 90, alimentando dois ou três atacantes que fugiram dele, protegidos por um escudo do meio-campo atrás. Não haveria nenhuma expectativa de que ele rastreasse, perseguisse e pressionasse. Poderia ter sido um Ricardo Bochini, um Dragan Stojkovic, um Théophile Abega… Dito isto, se o fosse, estaria disputando a vaga na seleção colombiana com Carlos Valderrama, e o faria num momento em que o grande Pacho Maturana estava introduzindo a pressão, sua própria interpretação da abordagem holandesa, o “fordismo” – como o sistema de jogo costumava ser rejeitado na América do Sul – no futebol colombiano.

O futebol internacional sente cada vez mais uma forma de jogo diferente do jogo de clubes, não tão sofisticado, não tão preciso ou guiado por dados complexos e esquemas prementes, talvez não de tão alta qualidade, mas não menos atraente como resultado. Continua a ser um mundo menos governado por sistemas, no qual os indivíduos podem brilhar, um mundo em que ainda são os jogadores que podem ser heróis, em vez de executivos e directores desportivos, mestres e treinadores de bola parada, um mundo em que Lionel Messi ainda pode cumprir seu destino vencendo uma Copa do Mundo quase sozinho.

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Mesmo na Copa América, Rodríguez não atuou como clássico número 10. Ele jogou na direita, deslizando para posições mais centrais, atrás de Jhon Córdoba e Luis Díaz, com Daniel Muñoz oferecendo largura do lateral-direito (até ser suspenso para a final, que foi perdida) e proteção oferecida por três meio-campistas móveis e agressivos. Mas, como aconteceu com Messi na Copa do Mundo, isso foi o suficiente.

Não é que Rodríguez nunca se envolva em ações defensivas – na verdade, ele fez nove interceptações e desarmes no torneio, nove a mais que Messi – mais que não se pode confiar nele para fazê-lo, que sua busca pelo espaço de onde possa expor as vulnerabilidades do adversário significa que ele nem sempre poderá cobrir diligentemente o lateral adversário.

A sua própria equipa deve comprometer-se a cobrir e, embora não seja impossível a nível de clube, é muito mais fácil acomodar uma presença defensiva pouco fiável no ambiente mais básico do futebol internacional. Pelo Rayo nesta temporada, Rodríguez fez um total de quatro desarmes e interceptações, menos do que em um único jogo da fase de grupos da Copa América contra o Brasil.

No Everton, James Rodríguez tornou-se uma presença intermitente, uma frustração, um enfeite caro que eles realmente não podiam pagar. Fotografia: James Williamson/AMA/Getty Images

E, no entanto, para todos, exceto para os colombianos, a sensação deve ser de um talento não realizado. Confesso aqui um preconceito: eu estava no Maracanã, na Copa do Mundo de 2014, quando, a 25 metros do gol, ele acertou no peito a cabeçada de Álvaro Pereira, virou e disparou um chute na parte inferior da trave para dar à Colômbia a vantagem contra o Uruguai. Essas coisas são subjetivas, é claro, e muito depende do ângulo exato de como você as vê e do seu estado de espírito no momento, mas é provavelmente o melhor gol que já vi ao vivo.

Rodríguez tinha 22 anos e jogava pelo Mônaco. Ele já havia conquistado três títulos da liga com o Porto e inspirou o Banfield ao seu único título argentino (algo que eles não conseguiram administrar, mesmo quando supostamente contavam com o apoio do Evita Perón). Ele ganhou a Chuteira de Ouro naquela Copa do Mundo e parecia uma verdadeira estrela mundial em formação. Mais tarde naquele verão, ele se juntou ao Real Madrid, mas, desconfiado de Rafa Benítez e então Zinedine Zidane, nunca mais foi o mesmo desde então.

Quando ele ingressou no Everton em 2020confesso que achei uma boa jogada: como não querer ver um jogador de qualidade tão óbvia? Se um clube não vai ganhar títulos, que pelo menos seja divertido, e durante quatro ou cinco jogos o Everton foi. Ele marcou na vitória por 5 a 2 sobre o West Brom e marcou dois na vitória por 4 a 2 sobre o Brighton. E então a deriva começou. Ele se tornou uma presença intermitente, uma frustração, um enfeite caro que eles realmente não podiam pagar. Talvez num clube mais organizado, com um plantel mais coerente à sua volta… mas essa é uma conversa que já dura uma década. Ele precisa de um time construído para ele e, embora a Colômbia possa fazer isso, os clubes não podem.

E assim permanece Rodríguez, uma bela relíquia de uma idade anterior, a única esperança de que ele possa se manter por mais 18 meses para que possamos vê-lo mais uma vez pela Colômbia no palco que mais lhe convém, a Copa do Mundo.



Leia Mais: The Guardian

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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