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Jesus não cabe no cristianismo de Musk e Trump – 15/03/2025 – Cotidiano

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Jesus não cabe no cristianismo de Musk e Trump - 15/03/2025 - Cotidiano

“A fraqueza fundamental da civilização ocidental é a empatia”, afirmou Elon Musk em entrevista ao podcaster Joe Rogan, em 28 de fevereiro. Embora tenha feito a ressalva de que acredita que as pessoas devam se importar umas com as outras, ele afirmou que, quando isso se transforma em política pública, leva ao “suicídio civilizacional”.

A declaração foi feita ao justificar os cortes de gastos liderados por Musk à frente do Departamento de Eficiência Governamental (da sigla em inglês Doge). Ele criticava o estado da Califórnia por fornecer assistência de saúde a imigrantes indocumentados. Para o bilionário, a empatia deveria permanecer como virtude privada e jamais guiar ações coletivas por meio do governo.

No cenário global, duas visões de cristianismo estão em disputa e inspiram projetos políticos: o cristianismo civilizacional e o cristianismo tribal. A fala de Musk sobre a empatia como fraqueza representa a perspectiva do cristianismo tribal.

Segundo o teólogo croata Miroslav Volf, quando o cristianismo se torna um marcador de identidade grupal e uma arma de luta política, como ocorre no uso que a direita faz da religião, perde-se seu caráter universal e civilizacional. O cristianismo se torna a religião da “tribo”.

O historiador C. J. Sommerville argumenta que o cristianismo moldou a civilização ocidental a partir da ética empática. A razão para ajudar o próximo nasce da capacidade de sentir seu sofrimento. Trata-se, portanto, de uma posição universalista, na qual quem deve ser ajudado não é definido pelos laços de classe, religião ou sangue, mas por sua condição humana.

Em sociedades pré-cristãs, segundo Sommerville, a ética era orientada por noções de honra e vergonha. A razão para fazer o bem ou deixar de causar o mal a alguém residia na avaliação sobre se isso traria honra ou vergonha ao responsável pelo ato. É o que ele chama de ética autocentrada. Foi o cristianismo que introduziu a empatia —a capacidade de colocar-se no lugar do outro— como fundamento para as ações éticas.

No cristianismo civilizacional, os poderes políticos e financeiros são inseparáveis da obrigação moral do serviço aos necessitados. Nos evangelhos, o Deus rico e todo-poderoso se tornou, em Jesus, um ser humano a serviço dos mais fracos. O cristianismo não é um elogio à fraqueza, mas a subjugação do poder à ética do amor.

Musk foi educado como cristão anglicano —curiosamente, a mesma denominação da bispa Budde, que pediu misericórdia ao presidente Trump no tratamento dado aos imigrantes. No entanto, Musk não se identifica como um cristão de igrejas, mas como “cristão cultural”. Hoje, ele defende que a propagação do cristianismo seria importante para enfrentar o declínio das taxas de natalidade. Cristianismo, nesse sentido, torna-se sinônimo de fazer mais filhos, colonizar e ocupar o mundo.

Os grupos conservadores que ajudaram a eleger Donald Trump têm como uma de suas bandeiras a restauração da influência do cristianismo no Estado e na sociedade estadunidense. Musk, contraditoriamente, ao pregar a empatia como fraqueza, propõe retirar uma das principais marcas da influência cristã sobre o Estado: políticas públicas voltadas para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Se prevalecer o cristianismo tribal, o governo terá mais orações nas reuniões de gabinete do presidente Trump e menos empatia, na forma de políticas públicas, com estrangeiros e outras minorias em território estadunidense, além do corte radical da ajuda humanitária prestada pela Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional (USAID) em mais de 100 países.

Jesus falou do bom samaritano em resposta a um jovem rico que lhe perguntou: quem é o meu próximo? Nessa parábola, é um estrangeiro que ajuda o homem ferido e abandonado para morrer à beira da estrada. Faz isso por empatia, sem considerar a tribo ou a religião do necessitado. O cristianismo civilizacional reconhece nessa história o coração de sua fé; o cristianismo tribal a descarta como fraqueza.



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Nota da Andifes sobre os cortes no orçamento aprovado pelo Congresso Nacional para as Universidades Federais — Universidade Federal do Acre

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publicado:
23/12/2025 07h31,


última modificação:
23/12/2025 07h32

Confira a nota na integra no link: Nota Andifes



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Ufac entrega equipamentos ao Centro de Referência Paralímpico — Universidade Federal do Acre

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Ufac entrega equipamentos ao Centro de Referência Paralímpico — Universidade Federal do Acre

A Ufac, a Associação Paradesportiva Acreana (APA) e a Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer realizaram, nessa quarta-feira, 17, a entrega dos equipamentos de halterofilismo e musculação no Centro de Referência Paralímpico, localizado no bloco de Educação Física, campus-sede. A iniciativa fortalece as ações voltadas ao esporte paraolímpico e amplia as condições de treinamento e preparação dos atletas atendidos pelo centro, contribuindo para o desenvolvimento esportivo e a inclusão de pessoas com deficiência.

Os equipamentos foram adquiridos por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Eduardo Ribeiro (PSD), em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, com o objetivo de fortalecer a preparação esportiva e garantir melhores condições de treino aos atletas do Centro de Referência Paralímpico da Ufac.

Durante a solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, destacou a importância da atuação conjunta entre as instituições. “Sozinho não fazemos nada, mas juntos somos mais fortes. É por isso que esse centro está dando certo.”

A presidente da APA, Rakel Thompson Abud, relembrou a trajetória de construção do projeto. “Estamos dentro da Ufac realizando esse trabalho há muitos anos e hoje vemos esse resultado, que é o Centro de Referência Paralímpico.”

O coordenador do centro e do curso de Educação Física, Jader Bezerra, ressaltou o compromisso das instituições envolvidas. “Este momento é de agradecimento. Tudo o que fizemos é em prol dessa comunidade. Agradeço a todas as instituições envolvidas e reforço que estaremos sempre aqui para receber os atletas com a melhor estrutura possível.”

O atleta paralímpico Mazinho Silva, representando os demais atletas, agradeceu o apoio recebido. “Hoje é um momento de gratidão a todos os envolvidos. Precisamos avançar cada vez mais e somos muito gratos por tudo o que está sendo feito.”

A vice-governadora do Estado do Acre, Mailza Assis da Silva, também destacou o trabalho desenvolvido no centro e o talento dos atletas. “Estou reconhecendo o excelente trabalho de toda a equipe, mas, acima de tudo, o talento de cada um de nossos atletas.”

Já o assessor do deputado estadual Eduardo Ribeiro, Jeferson Barroso, enfatizou a finalidade social da emenda. “O deputado Eduardo fica muito feliz em ver que o recurso está sendo bem gerenciado, garantindo direitos, igualdade e representatividade.”

Também compuseram o dispositivo de honra a pró-reitora de Inovação, Almecina Balbino, e um dos coordenadores do Centro de Referência Paralímpico, Antônio Clodoaldo Melo de Castro.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)



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Orquestra de Câmara da Ufac apresenta-se no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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Orquestra de Câmara da Ufac apresenta-se no campus-sede — Universidade Federal do Acre

A Orquestra de Câmara da Ufac realizou, nesta quarta-feira, 17, uma apresentação musical no auditório do E-Amazônia, no campus-sede. Sob a coordenação e regência do professor Romualdo Medeiros, o concerto integrou a programação cultural da instituição e evidenciou a importância da música instrumental na formação artística, cultural e acadêmica da comunidade universitária.

 

A reitora Guida Aquino ressaltou a relevância da iniciativa. “Fico encantada. A cultura e a arte são fundamentais para a nossa universidade.” Durante o evento, o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, destacou o papel social da arte. “Sem arte, sem cultura e sem música, a sociedade sofre mais. A arte, a cultura e a música são direitos humanos.” 

Também compôs o dispositivo de honra a professora Lya Januária Vasconcelos.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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