Um dos exemplos de sucesso eleitoral do PT em meio à onda de resultados negativos no pleito municipal, a prefeita reeleita de Contagem (MG), Marília Campos, foi recebida por Lula (PT) em Brasília nesta quarta-feira (6). Ela foi chamada pelo presidente e levou pedidos da cidade para ele.
Prefeita mais votada do país no primeiro turno, com 188 mil votos (61% dos válidos), Marília tem se manifestado em defesa de uma mudança de rumos no PT para buscar diálogo com a sociedade, superar a polarização ideológica e diluir as chamadas pautas identitárias em políticas públicas mais amplas.
Marília apoia o nome do prefeito de Araraquara, Edinho Silva, para substituir a deputada Gleisi Hoffmann na presidência nacional do partido. “Ele é um grande nome do PT, mesmo não tendo feito a sucessora na prefeitura. Tem reflexões mais universais e dialoga, para dentro [da sigla] e para fora”, diz.
Enquanto esperava para ser atendida, ela afirmou à coluna que a legenda precisa “passar por uma reconstrução, orientada por novas ideias e estratégias, com uma nova maneira de estar presente na vida do povo”. Marília venceu Junio Amaral (PL), que teve o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Após a reunião, a petista disse que não houve tempo para conversar com Lula sobre política e o futuro do partido, mas que ele ouviu os pleitos dela após perguntar quais eram as prioridades para seu município, na região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo ela, a sinalização foi positiva.
Marília reivindicou ao presidente apoio para a ampliação do metrô, já inscrita no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e para a instalação de um trem de passageiros no trajeto entre Contagem, BH e Betim. Também pediu a construção de um instituto federal de educação no município.
“O PT ainda se volta para um modelo de organização social do passado. Nós não temos que falar apenas para trabalhadores e trabalhadoras, embora sejam uma base social importante. Temos que falar com todos aqueles que estão mobilizados e buscam o seu bem-estar, sendo CLT ou não”, afirma a prefeita.
Ela diz que “ressuscitar a polarização ideológica a todo momento não responde aos anseios do povo”, mas que isso não exclui a possibilidade de pontuar diferenças entre projetos para “ter vitórias eleitorais”.
“Em Contagem, houve polarização entre continuidade e mudança. Esse não é um processo despolitizado. As pessoas querem ouvir qual é o seu compromisso para melhorar a vida delas. Não é a polarização ideológica que nos interessa, mas aquela que discuta política para nossas cidades e estados”, avalia.
Marília afirma ainda que respeita as lutas de segmentos minoritários da sociedade, como o LGBTQIA+ e os movimentos de negros e mulheres, mas que elas “não podem ser o discurso central” do chamado campo progressista. “Têm que estar dentro de projetos mais amplos, que vão beneficiá-las também.”
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