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Mãe de filipina que passou 15 anos no corredor da morte na Indonésia pede perdão | Filipinas

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Rebecca Ratcliffe and Nica Cellini Catanes in Manila

A mãe de Mary Jane Veloso, a empregada doméstica filipina que passou quase 15 anos no corredor da morte em Indonésiainstou o presidente Ferdinand Marcos a conceder perdão à sua filha quando ela voltou às Filipinas na quarta-feira, encerrando uma longa batalha de seus apoiadores para trazê-la de volta para casa.

“Não podemos explicar a alegria do meu marido e dos seus filhos”, disse a mãe de Veloso, Celia Veloso, 65 anos, ao Guardian na noite de terça-feira. “Há muito tempo que oramos para que minha filha volte para casa e agora ela estará em casa.” Ela espera que sua família possa se reunir no Natal.

Mary Jane Veloso, que quase foi executada em 2015 depois de ter sido condenada à morte em 2010 por tráfico de drogas, chegou a Manila na manhã de quarta-feira, acompanhada de segurança reforçada, e foi levada diretamente para uma prisão para mulheres, onde sua família pôde conhecê-la e abraçá-la.

O homem de 39 anos foi entregue às autoridades filipinas em Jacarta na terça-feira, após o Os governos da Indonésia e das Filipinas chegaram a um acordo para permitir que ela retorne.

Veloso sempre negou as acusações, dizendo que foi enganada para transportar drogas por uma mulher que a recrutou para um emprego no estrangeiro. Seu caso atraiu simpatia nas Filipinas e na Indonésiaonde muitos se identificaram com a história de uma mãe solteira que foi para o estrangeiro em busca de melhores oportunidades para sustentar os seus dois filhos.

“O público sabe que Mary Jane é apenas uma vítima”, disse sua mãe.

“Caro presidente, só lhe peço – já que ajudou minha filha a voltar para casa, espero que o faça completamente. Quando ela sair do avião, dê-lhe clemência, perdoe-a. Para que ela possa estar conosco no Natal. Já faz muito tempo sem Mary Jane conosco”, disse Célia Veloso.

Ela acrescentou que estava grata ao presidente indonésio, Prabowo Subiantoe ao seu governo por cuidar do caso de sua filha logo após assumir o cargo em outubro, e ao governo filipino por trazê-la para casa.

Ela disse que quase não conseguiu dormir nos últimos dias. A família preparou adobo de porco – um prato popular filipino – para dar à filha e preparou o quarto dela, disse ela.

“Quando ela ficou presa por 15 anos, fiquei frustrado e cansado. Mas agora é apenas uma questão de horas de espera, e não consigo mais lidar com o tédio e a espera. Estou tão ansiosa para abraçar e ver minha filha.

“A primeira coisa que direi para minha filha é: criança, quero que você fique comigo. Venha comigo, vamos para casa.

Eles ainda não haviam feito planos para o Natal, mas ela só queria que a filha fosse feliz. “Vamos fazê-la feliz. Precisamos fazê-la feliz, ela precisa estar muito feliz no Natal”, disse ela.

Os filhos de Mary Jane, que eram crianças quando ela foi presa, têm agora 16 e 22 anos. Eles puderam visitar a mãe na prisão oito vezes, mas ambos sentem que muito tempo foi perdido, disse Celia Veloso.

“Agora, eles falam que não vão perder tempo, falam que vão fazer a mãe feliz, vão cuidar dela, vão fazer um bebê para a mãe, mesmo quando a mãe não teve condições de cuidar eles”, disse ela. O mais velho quer voltar a estudar e se formar agora que sua mãe está em casa, acrescentou. Os dois filhos estavam em Manila para receber a mãe.

A família e os apoiantes de Mary Jane lutaram durante anos para libertá-la do corredor da morte, uma jornada que envolveu prolongadas batalhas judiciais, esforços diplomáticos de três diferentes administrações filipinas, apoio de celebridades e campanhas online.

Ela era quase executado por um pelotão de fuzilamento em 2015mas foi salva às 11 horas depois de o então presidente das Filipinas, Benigno Aquino, ter apelado ao governo indonésio, dizendo que seria necessária como testemunha no caso contra o seu alegado recrutador.

Nos termos do acordo para repatriá-la, foi acordado que o Filipinas respeitaria a condenação de Veloso pelo tribunal indonésio e o seu estatuto de prisioneira na Indonésia. No entanto, a Indonésia também respeitaria qualquer decisão tomada pelas Filipinas, incluindo se lhe fosse concedida clemência.

Marcos agradeceu ao governo indonésio numa declaração na quarta-feira, acrescentando: “Garantimos ao povo filipino que a segurança e o bem-estar da Sra. Veloso são fundamentais e as nossas agências no sector da justiça e aplicação da lei continuarão a garanti-lo, tal como os nossos homólogos indonésios o salvaguardaram. por tanto tempo.”

Lucas Bersamin, secretário executivo das Filipinas, disse à mídia local na terça-feira que era “prematuro” discutir a clemência.

A sua história repercutiu em muitas pessoas nas Filipinas e na Indonésia, onde muitas pessoas procuram emprego no estrangeiro e podem ser vulneráveis ​​a maus-tratos.

Veloso, natural da cidade de Cabanatuan, no norte do país, nasceu em uma família pobre e não concluiu os estudos. Ela se casou aos 17 anos, mas depois se separou do marido, com quem tem dois filhos. Ela se mudou para Dubai em 2009 para trabalhar como empregada doméstica, mas disse que foi forçada a fugir depois de ser vítima de uma tentativa de estupro.

Ao voltar para casa, Veloso disse que Maria Kristina Sergio, filha de um de seus padrinhos, ofereceu-lhe um papel diferente como empregada doméstica e disse-lhe para voar para a Indonésia. Veloso alega que a mulher lhe forneceu roupas novas e uma sacola com 2,6kg de heroína costurados. Sergio contestou essa conta.

A equipa jurídica de Veloso já tinha lançado dois recursos na Indonésia, argumentando que ela não tinha um tradutor competente e que foi enganada, mas ambos falharam.



Leia Mais: The Guardian

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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