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Mais um pataxó assassinado no sul da Bahia – 14/03/2025 – Txai Suruí

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Mais um pataxó assassinado no sul da Bahia - 14/03/2025 - Txai Suruí

Nesta segunda-feira (10), mais um indígena pataxó foi assassinado; durante um ataque contra uma comunidade pataxó da Terra Indígena (TI) Barra Velha do Monte Pascoal, em Porto Seguro, extremo sul da Bahia.

Vitor Braz, morador da aldeia Terra à Vista, foi assassinado com disparos de arma de fogo por pistoleiros a mando de fazendeiros.

A TI Barra Velha do Monte Pascoal tem 52,7 mil hectares e foi identificada e delimitada pela Funai em 2008, abrangendo as áreas dos municípios de Itabela, Itamaraju, Prado e Porto Seguro. Com a demora no processo de demarcação e o confinamento em uma pequena área reservada da TI Barra Velha, os pataxós reivindicam suas terras com a realização de diversas retomadas no território. Sem avanços por parte do Estado, a reação por parte de fazendeiros vem sendo violenta.

O assassinato ocorreu na noite que antecedeu uma audiência pública em Brasília sobre a demarcação das TIs Tupinambá de Olivença, Tupinambá de Belmonte e Barra Velha do Monte Pascoal.

Mandando um recado para os cerca de 300 indígenas dos povos tupinambá e pataxó que ocupavam a capital para participar do evento, promovido pelo Ministério Público Federal, assassinaram o jovem Vitor.

As três terras indígenas, no sul e extremo sul da Bahia, aguardam há mais de uma década a emissão de suas portarias declaratórias. Não há nenhum impedimento jurídico ou administrativo para a sua emissão; aguarda-se apenas o ato do Ministério da Justiça.

Mais um jovem assassinado, mais um caso que se soma à onda de violência e crueldade que vêm sofrendo os povos indígenas da Bahia. O modus operandi é o mesmo: homens encapuzados e armados atirando contra as pessoas e as casas.

Em setembro de 2022, na TI Comexatibá, também em processo de demarcação, Gustavo Pataxó, de 14 anos, foi assassinado por milícias que atacaram a retomada.

Meses depois, Nawir Brito de Jesus, de 17 anos, e Samuel Cristiano do Amor Divino, de 25, jovens pataxós da TI Barra Velha do Monte Pascoal, foram assassinados numa rodovia próxima ao território. Policiais militares também são investigados pelo crime.

Enquanto isso, a Câmara de Conciliação do STF retomará a discussão sobre a lei 14.701/23 (Lei do Genocídio Indígena), no dia 26 de março. A minuta coloca em risco diversos direitos indígenas, com inúmeros retrocessos.

O projeto autoriza a exploração em terras indígenas, permitindo infraestrutura, mineração e defesa nacional. Para mineração, exige-se apenas uma consulta inicial sem poder de veto, desrespeitando o direito a “consulta livre, prévia, informada e de boa-fé”, previsto na OIT 169. A decisão final fica com o presidente e o Congresso, com a evidente ameaça aos povos indígenas.

Os processos de demarcação em andamento terão de seguir novas regras, mudando critérios já consolidados. Além disso, criminaliza as retomadas indígenas, permitindo a repressão e violência policiais contra as comunidades.

E os governos locais poderão participar da demarcação, ampliando a influência de interesses econômicos e dificultando ainda mais os processos demarcatórios.


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Ufac institui a primeira Pesquisa de Clima Organizacional — Universidade Federal do Acre

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Ufac institui a primeira Pesquisa de Clima Organizacional — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nesta segunda-feira, 24, o lançamento da primeira Pesquisa de Clima Organizacional, transmitida pelo canal da Coordenadoria de Qualidade de Vida no YouTube. Durante a palestra, a professora da UnB, Carla Antloga, explicou como a pesquisa será aplicada e quais objetivos orientam o processo, destacando a importância de compreender a percepção dos servidores e identificar melhorias para fortalecer as ações de Qualidade de Vida no Trabalho.

Antes do lançamento desta nova etapa, a Ufac já havia realizado um diagnóstico inicial por meio de entrevistas individuais, grupos focais e coleta de impressões com servidores de diferentes setores. Esse material está em análise por uma consultoria especializada. Com o evento desta segunda-feira, tem início a primeira pesquisa de clima organizacional da história da instituição, que será conduzida pela Universidade de Brasília (UnB) para garantir anonimato, segurança das informações e rigor metodológico. A expectativa é alcançar ao menos 80% de adesão entre 1.502 servidores distribuídos entre os campus da Ufac, com questões sobre condições de trabalho, organização do trabalho, reconhecimento e oportunidades; significado do trabalho, relacionamento socioprofissional, balanceamento trabalho-vida e saúde.

A pesquisa integra o processo de construção coletiva da Política de Qualidade de Vida no Trabalho, iniciado em 2024 e previsto no planejamento estratégico 2024–2033 da universidade, além de atender às diretrizes da Lei Federal 14.681/2023, que orienta instituições de educação a desenvolver políticas de bem-estar e valorização profissional. Os resultados obtidos serão utilizados na elaboração dada política institucional e na futura criação do Programa de QVT, que seguirá com capacitações, acompanhamentos e avaliações contínuas até 2026, quando está prevista sua consolidação final.

O dispositivo de honra contou com a presença da reitora Guida Aquino; da pró-reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Filomena Maria Cruz; da coordenadora de Qualidade de Vida e Responsabilidade Social (CQVRS), Kelly Xavier Maggi; e da diretora de Desempenho e Desenvolvimento (DDD), Kárytha Krystyny Melo da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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IV WORKSHOP DE EMPRESAS JUNIORES

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.

Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”

O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”

 

A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.” 

A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.

Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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