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Microplásticos prejudicam crescimento de plantas – 17/03/2025 – Ambiente

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Microplásticos prejudicam crescimento de plantas - 17/03/2025 - Ambiente

Shannon Osaka

Microplásticos estão flutuando no ar ao nosso redor, percorrendo rios e córregos e se infiltrando profundamente nos solos. E agora um novo estudo sugere que todas essas pequenas partículas de plástico também estão prejudicando o crescimento das plantas.

Um artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences em 10 de março apontou que as minúsculas partículas de plástico podem estar reduzindo as taxas de fotossíntese globalmente.

Os cientistas estimaram que os microplásticos seja responsáveis por uma redução de 7% a 12% na fotossíntese em plantas e algas em todo o mundo. Essa redução na fotossíntese, alertaram os pesquisadores, também pode impactar grandes culturas das quais os humanos dependem, como trigo, milho e arroz.

“Certamente é muito alarmante. Eles estão dizendo que os microplásticos estão tendo esse efeito muito dramático nas culturas e na produtividade”, afirmou Mary Beth Kirkham, professora de agronomia na Kansas State University, que não participou do artigo.

Os cientistas ainda estão trabalhando para entender como os microplásticos —definidos como pedaços de plástico com menos de 5 milímetros de tamanho, ou aproximadamente do tamanho de uma borracha de lápis— estão afetando os ecossistemas ao redor do mundo. No entanto, os pesquisadores dizem que os pequenos fragmentos podem estar chegando às culturas e terras agrícolas.

Pequenos pedaços de plástico foram encontrados na maioria dos produtos alimentícios, de hambúrgueres a frutos do mar, e um estudo estimou que só na Europa, de 63 mil a 430 mil toneladas de plásticos provavelmente poluem terras agrícolas através do lodo de esgoto usado como fertilizante.

Mas não houve muitos estudos sobre como os microplásticos afetam o crescimento das plantas. No novo artigo, cientistas da Universidade de Nanjing na China e outros pesquisadores ao redor do mundo criaram um banco de dados de respostas das plantas aos microplásticos a partir de 157 estudos. Esses estudos encontraram diminuições “fortes e consistentes” no conteúdo total de clorofila e na clorofila-a, ambos marcadores de fotossíntese.

Eles então usaram modelagem e aprendizado de máquina para extrapolar essas descobertas para culturas ao redor do mundo. Os cientistas estimaram que os microplásticos custam ao mundo cerca de 60 milhões de toneladas de arroz, 76 milhões de toneladas de trigo e 109 milhões de toneladas de milho a cada ano —ou cerca de 9,6% dos rendimentos globais de culturas.

Ainda assim, os autores do artigo alertam que as estimativas são preliminares. “Atualmente, não há motivo para alarme excessivo”, disse Baoshan Xing, professor de agricultura na Universidade de Massachusetts em Amherst, em um e-mail. A pesquisa atual, ele observou, é baseada principalmente em descobertas de experimentos de laboratório, não em estudos de campo.

Willie Peijnenburg, professor de toxicologia ambiental na Universidade de Leiden, na Holanda, diz que a maioria dos experimentos de laboratório usa pequenas partículas plásticas esféricas, mas que, no mundo real, essas partículas podem ter muitas formas e tamanhos. “No ambiente real, os plásticos vão se desgastar”, disse ele. “Isso novamente tem um efeito na toxicidade das partículas.”

Kimberly Wise White, vice-presidente de assuntos científicos e regulatórios do American Chemistry Council, disse em um comunicado que os fabricantes de plástico apoiam pesquisas adicionais sobre “se os microplásticos impactam a saúde humana e o meio ambiente”, mas que a metodologia do novo estudo “tem lacunas significativas que não sustentam as conclusões dos autores.”

“O mais importante é que os autores não usaram critérios publicados para avaliar os estudos subjacentes de microplásticos usados em sua pesquisa”, disse ela. “Sem esses elementos, suas conclusões são inadequadas.”

Os rendimentos das culturas têm aumentado há muitos anos. Os rendimentos de milho, por exemplo, aumentaram 47% de 1981 a 2010. Os rendimentos de soja aumentaram aproximadamente na mesma quantidade. Se os microplásticos estão interferindo na fotossíntese das principais culturas, isso significa que esses rendimentos poderiam ter sido ainda maiores em um mundo sem microplásticos no solo, na água e no ar.

Kirkham disse que, embora as descobertas sejam preocupantes, é prematuro estimar quanto os microplásticos estão afetando as culturas globais.

“Às vezes, os experimentos foram feitos com folhas e partes das plantas, e não medimos a fotossíntese em uma situação ambiental normal”, disse ela. “Precisamos aprofundar esses experimentos, apenas para ver exatamente como os experimentos foram realizados.”

Variações nos solos e entre dois tipos de fotossíntese —C3 e C4— também podem afetar como as plantas respondem aos microplásticos, acrescentou Kirkham.

Estudos em pequena escala descobriram que as plantas mudam quando expostas aos pequenos fragmentos de plástico. Em um dos estudos de Kirkham, ela comparou plantas de trigo expostas ao cádmio —um metal pesado tóxico— e aquelas expostas tanto ao cádmio quanto aos microplásticos.

As plantas expostas aos microplásticos absorveram 1,5 vez mais cádmio do que aquelas sem, indicando que os microplásticos provavelmente estavam absorvendo o cádmio e transportando-o para o trigo.

“Os microplásticos são o que chamamos de vetores no solo —o cádmio se associa aos microplásticos”, disse ela.

Outras pesquisas mostraram que a exposição a pedaços particularmente pequenos de plástico, ou “nanoplásticos”, inibiu o crescimento em um tipo de planta de mostarda. Os plásticos podem afetar como as plantas extraem nutrientes e água do solo e como absorvem dióxido de carbono da atmosfera.

Xing disse que, embora alguns estudos mostrem resultados dúbios, o artigo encontrou uma ligação clara. “Identificamos uma tendência constante em ensaios rigorosamente projetados”, disse ele, acrescentando que os cientistas precisam investigar mais como os microplásticos afetam as plantas.

“As pessoas dizem que todos esses microplásticos são apenas materiais orgânicos —inofensivos”, disse Kirkham. “Mas não sabemos disso.”



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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