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Modernização da radioterapia na Unacon reforça o combate ao câncer no Acre
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Luana Lima
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), segue avançando na modernização do Hospital do Câncer do Acre – Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). Com investimentos robustos em tecnologia, a unidade consolidou sua estrutura de radioterapia com um acelerador linear de alta precisão e o restabelecimento da braquiterapia, ampliando significativamente a qualidade e a eficiência dos tratamentos oncológicos no estado.
Tecnologia de ponta
A introdução do acelerador linear na Unacon, implementado em março de 2021, representou uma mudança significativa no tratamento do câncer no estado. O equipamento, um dos mais modernos da radioterapia, permite procedimentos altamente precisos, reduzindo danos aos tecidos saudáveis e tornando o tratamento mais seguro e eficaz.

Desde sua ativação, a capacidade de atendimento diário saltou de 40 para 80 pacientes, reduzindo drasticamente o tempo de espera. Hoje, os pacientes iniciam o tratamento, em média, apenas três dias após a triagem, evitando deslocamentos para outros estados. Já foram tratados até o momento, 1.500 pacientes.
Outro avanço crucial foi a retomada da braquiterapia, um método de radioterapia interna que aplica radiação diretamente no tumor, garantindo maior eficácia e menor impacto nos tecidos adjacentes.

O secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, destacou o impacto positivo dessa modernização para o estado e toda a região: “Este avanço representa um divisor de águas na oncologia acreana. Conseguimos atender integralmente nossos pacientes sem a necessidade de transferências para outros estados. Além disso, o Acre agora se tornou referência na região Norte, passando a receber pacientes de Rondônia, sul do Amazonas e até de países vizinhos, como Peru e Bolívia. Isso demonstra não apenas um salto tecnológico, mas também um compromisso real com a saúde pública e o bem-estar da nossa população.”

O médico radioncologista Melk Hadad enfatizou os benefícios dessa estrutura: “Com essa tecnologia, conseguimos atingir os tumores de maneira muito mais precisa, reduzindo o número de sessões de radioterapia. Antes, eram necessárias até 25 aplicações; agora, estamos reduzindo progressivamente e queremos chegar a apenas cinco sessões para alguns casos.”
Impacto na vida dos pacientes
Com o aprimoramento da Unacon, pacientes que antes precisavam viajar para outros estados podem agora realizar seus tratamentos em Rio Branco, evitando desgaste físico e emocional.
O aposentado Antônio José Almeida de Souza, de 70 anos, compartilhou sua experiência: “Fiz 39 sessões aqui na Unacon e adorei o atendimento. Os médicos, enfermeiros e técnicos foram muito atenciosos. Antigamente, a gente ouvia falar do Unacon e ficava com medo. Agora, somos bem tratados, o hospital está excelente. Dá até saudade de voltar e rever os amigos que fiz aqui!”

Desde fevereiro de 2024, quando a braquiterapia foi restabelecida, mais de 50 pacientes (100 inserções) já passaram pelo tratamento, reduzindo filas e acelerando diagnósticos e intervenções.
Como funciona o tratamento na Unacon?
A modernização trouxe avanços significativos na precisão dos tratamentos. O processo começa com uma tomografia que gera imagens detalhadas da área a ser tratada. Essas imagens são analisadas pelo médico, que delimita com exatidão o tumor e as áreas a serem protegidas.

“Antes, esse processo era feito manualmente, utilizando blocos físicos que levavam dias para serem preparados. Agora, com tecnologia de 120 micromotores, conseguimos ajustar a proteção em segundos, tornando o tratamento mais ágil e preciso”, explica o Dr. Melk Hadad.
Após essa etapa, físicos médicos realizam cálculos detalhados para garantir que a radiação atinja apenas a região necessária, minimizando riscos aos órgãos saudáveis. Todo o procedimento é rigorosamente planejado antes da aplicação da radiação no acelerador linear, garantindo segurança e eficácia.
“A sala do acelerador linear foi construída com paredes de 3,40 metros de espessura, feitas de concreto especial, para impedir a dispersão da radiação. Tudo é calculado de forma minuciosa, garantindo que a energia fique completamente contida dentro da estrutura”, enfatiza Hadad.
A evolução da braquiterapia
A Unacon também expandiu a oferta de braquiterapia, essencial para o tratamento de tumores ginecológicos, como o câncer de colo de útero. Neste procedimento, pequenas fontes de radiação – do tamanho de um grão de arroz – são inseridas diretamente no tumor por meio de aplicadores especializados.

“Posicionamos os aplicadores dentro da paciente e, através de cabos conectados ao aparelho, fazemos a liberação da radiação de forma controlada. O procedimento dura cerca de 15 minutos, mas a paciente pode precisar ficar até uma hora na posição para garantir o sucesso da terapia”, explica o Dr. Hadad.
Investimentos e perspectivas futuras
A modernização da radioterapia na Unacon representou um investimento superior a R$ 10 milhões, incluindo aquisição de equipamentos de última geração e capacitação da equipe. Atualmente, a unidade opera com um acelerador linear, mas já possui infraestrutura pronta para a instalação de uma segunda máquina, aumentando ainda mais a capacidade de atendimento.

O treinamento da equipe foi uma prioridade. Técnicos passaram seis meses em capacitação no Rio de Janeiro, em parceria com o Ministério da Saúde e o Pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica). Além disso, médicos radioncologistas foram qualificados em centros de referência como o Hospital Albert Einstein e o Hospital do Amor.
Para o futuro, novas expansões estão previstas. Em abril de 2025, a Unacon receberá um tomógrafo acoplado ao acelerador linear [OBI (on-board imaging], que permitirá a obtenção de imagens 3D em tempo real, garantindo ainda mais precisão ao tratamento.

“Com essa inovação, um paciente de cidades como Feijó, Tarauacá ou Brasileia, que antes precisava passar semanas em Rio Branco, poderá concluir o tratamento em menos de uma semana. Isso significa menos desgaste, menos custos e mais qualidade de vida”, afirma Hadad.
Os avanços na Unacon consolidam o Acre como um polo regional no tratamento oncológico. Com um sistema de saúde cada vez mais tecnológico, humanizado e eficiente, o Estado não apenas evita deslocamentos de pacientes, mas também amplia o acesso a terapias mais modernas e seguras. O futuro da oncologia acreana se desenha com mais inovação, qualidade e compromisso com a vida.
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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre
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19 de novembro de 2025A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.
Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”
O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”
A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.”
A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.
Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre
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19 de novembro de 2025A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.
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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre
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19 de novembro de 2025A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.
Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.
“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.
Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.
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