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Moradora de seringal no Acre estuda espanhol a distância em curso do Centro de Estudo de Línguas
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Felipe Souza
Aprender um novo idioma pode ser um grande desafio, mas, ainda assim, é o sonho de muitas pessoas mundo afora. Laide Rodrigues é uma dessas pessoas que sempre sonharam em falar uma língua estrangeira. Agente de saúde, aos 46 anos viu no Centro de Estudo de Línguas (CEL) do Acre uma oportunidade de transformar esse desejo em realidade.
“Eu sempre quis aprender uma nova língua, principalmente o espanhol. Mesmo com dificuldade para estudar e terminar o ensino médio no interior, eu, quando pegava um livro de espanhol, gostava de ler, tentava entender, mas estudei pouco, terminei meu ensino médio pela EJA [Educação de Jovens e Adultos]. Então, a possibilidade de estudar outro idioma era quase impossível”, conta.

Ao saber, por intermédio das redes sociais, que o CEL passaria a oferecer aulas de idiomas a distância e de maneira online, Laide, que mora no Seringal Novo Destino, em Sena Madureira, prontamente entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação (SEE) e pediu informações a respeito do curso de espanhol.
Após realizar matrícula no curso de espanhol, a agente de saúde compartilhou a notícia com amigos e familiares, matriculando também a filha, para cursar inglês.
No início das aulas, Laide tinha dificuldade de acessar o conteúdo: “Quando começou o curso, a gente não tinha internet em casa. A dificuldade era imensa, andava quase uma hora para chegar na internet. Atravessava rio, na hora da aula a gente corria, a internet não era boa, de qualidade. Mas, quando a gente acredita, mesmo morando no Novo Destino, posso sonhar em estudar um curso de qualidade como esse, e estou vendo resultado”, relata.
Desafio à Educação
O Centro de Estudo de Línguas é um dos grandes pilares da SEE do Acre e iniciativas como essa reforçam o compromisso do governo com a qualidade da educação que é oferecida à população acreana.
A versão de ensino a distância (EaD) do CEL foi idealizada pelo secretário de Educação, Aberson Carvalho, que entregou a ideia à Divisão de Ensino de Línguas da SEE como um desafio a ser realizado. De acordo com ele, esse modelo é um exemplo de como utilizar a tecnologia para ampliar o acesso à educação e proporcionar o ensino de outros idiomas aos cidadãos do Acre.
“A gestão Gladson Cameli tem como prioridade investir em ações que cuidem das pessoas e promovam a inclusão. O CEL EaD é um exemplo de como utilizamos a tecnologia para ampliar o acesso à educação, proporcionando a oportunidade de aprender inglês e espanhol, mesmo nas regiões mais remotas do Acre. Isso demonstra como o Estado chega às comunidades mais distantes e se empenha em preparar nossos jovens para um futuro cada vez mais globalizado, no qual uma segunda língua é altamente valorizada no mercado de trabalho”, destaca o gestor.

O CEL EaD atualmente oferece os cursos de inglês e espanhol em sete municípios no interior do estado: Acrelândia, Brasileia, Epitaciolândia, Feijó, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri. Para as primeiras turmas, as matrículas estavam disponíveis apenas para estudantes do ensino médio e com vagas remanescentes abertas à comunidade. Foi a partir dessas vagas que Laide Rodrigues viu a oportunidade de realizar um sonho.
Segundo Ghislaine Brito, da Divisão de Ensino de Línguas da SEE, nas primeiras turmas foram 245 pessoas matriculadas no curso de inglês e 245 no de espanhol.
“A partir desse próximo semestre, a gente vai estender para alunos a partir do 8º ano do ensino fundamental, até o ensino médio. Eles vão ser o nosso público prioritário para as matrículas, direcionando as vagas remanescentes para a comunidade. Nós vamos ofertar agora 280 vagas, sendo 175 de inglês e 105 de espanhol”, ressalta.
As aulas são ministradas pela manhã ou à tarde, com horários divididos entre síncronos, com um professor explicando o conteúdo em tempo real, por intermédio de uma transmissão ao vivo, duas vezes por semana, e assíncronos, feitos com atividades e videoaulas disponíveis na plataforma.

Gratidão
“Um sentimento que eu tenho para dizer é gratidão. Gratidão por essa oportunidade de estar estudando e de ver outras pessoas, bem mais jovens do que eu, fazendo esses cursos. Tudo é possível quando a gente crê”, afirma Leide Rodrigues.
Graças à Educação do Acre e o empenho do governo em gerar oportunidades e levar cidadania aos acreanos em todo território, histórias como a de Laide podem ser contadas e vividas todos os dias.
“Eu lutei para estudar. Naquela época era muito difícil. Hoje, quando eu vejo jovem perdendo essa oportunidade, me dá uma tristeza, porque a gente sonhava tanto com a educação melhor e não tinha. Como agente de saúde, faço um trabalho de conscientização, que as pessoas tenham essa consciência de que estudar ainda é o melhor caminho, em qualquer lugar que você esteja”, afirma.
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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