ACRE
Moradores da zona rural de Rio Branco fecham Terminal Urbano por falta de ônibus e melhoria em ramais

PUBLICADO
4 anos atrásem
Moradores do Quixadá, Boa Água, Limoeiro, Colibri e Oriente, na zona rural de Rio Branco, fecharam a entrada do Terminal Urbano e do Canal da Maternidade, no Centro da capital, nesta segunda-feira (10). O grupo protesta pela falta de ônibus e por melhorias nas condições dos ramais. O trânsito na área central ficou congestionado. O ato durou cerca de uma hora e o terminal foi aberto por volta das 7h40.
O presidente do Quixadá, Antonino Torres Cabreiro, disse que a empresa tirou o ônibus da região na última sexta-feira (7) e não avisou para a comunidade.
“Teve gente que tinha médico e perdeu, todo mundo sabe que para a gente marcar uma consulta é um sacrifício, tinha gente que vinha para o trabalho e chegou atrasado. Essa questão de ramal não é só na nossa comunidade, os ramais do município de Rio Branco não têm um que preste e já tem um ano do nosso prefeito. Na campanha, ele divulgou uma coisa e depois que assumiu está fazendo outra, nós da agricultura familiar estamos abandonados”, reclamou o morador.
Ainda segundo Cabreiro, as cinco comunidades rurais são afetadas pela falta de ônibus e também pelas condições dos ramais. “Isso está afetando mais ou menos umas 1,5 mil famílias, onde todas vivem da terra, nós precisamos do ramal para tirar nossos produtos e precisamos também dos ônibus, tem muita gente que carrega esses produtos nos ônibus.”
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/w/N/JcpHdTRNOf00UsiXXinA/whatsapp-image-2022-01-10-at-07.27.20.jpeg)
Grupo reclama que ônibus foi retirado na última sexta (7) sem que comunidade fosse avisada — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica
A presidente da comunidade Colibri, Antônia Benedita de Oliveira disse que por conta da situação dos ramais da região foi preciso cancelar a feira que a comunidade participava, porque não tem como retirar os produtos da região.
“É muito complicado. Eu, como liderança da comunidade Colibri, tive que trancar a feira porque quando chove o caminhão da Safra não vai pegar a gente, então sem tirar o produto, se estraga. O prefeito prometeu que ia melhorar esse ramal, mas não fez nada. Está muito ruim a situação, estamos isolados, todo mundo lá está prejudicado. Pedimos que olhem com atenção para a gente”, disse a moradora.
Retorno de 11 linhas
Em meio à crise no transporte coletivo, a Prefeitura de Rio Branco determinou que duas das empresas que operam na capital fiquem responsáveis por 11 linhas que foram “abandonadas” pela empresa Auto Viação Floresta.
Segundo o diretor de Transportes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), Clendes Vilas Boas, a partir desta segunda-feira (10), todas as 11 linhas que estavam paradas voltaram a operar na capital.
Atuam no sistema de transporte da capital as empresas Auto Viação Floresta e o Consórcio Via Verde, formado pelas empresas São Judas Tadeu e Via Verde, conforme contrato 004/2004.
Em dezembro do ano passado deixaram de circular ônibus de pelo menos oito linhas (Amapá; Seis de Agosto/Judia; Belo Jardim I e II; Irineu Serra; Bahia/Carandá; Cabreúva/Aeroporto Velho; Floresta; Wanderley Dantas). E, na última sexta-feira (7), mais três pararam de funcionar.
Ao todo, Rio Branco possui 42 linhas, sendo que dessas, 31 ficavam sob responsabilidade da empresa Auto Viação Floresta e, segundo a RBTrans, a empresa “abandonou” 11 dessas linhas. Com a convocação para que as outras duas empresas atendam a essa demanda, agora o Consórcio Via Verde passa a operar em 22 linhas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/u/g/NHkhW1RLyU6ZPrIlDWjg/whatsapp-image-2022-01-10-at-07.14.08-2-.jpeg)
Protesto no Terminal Urbano nesta segunda-feira (10) — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica
Entre as linhas que devem voltar a operar na segunda estão:
- 102 Taquari/Praia do Amapá
- 105 Amapá
- 106 Seis de Agosto/Canaã/Judia
- 117 Belo Jardim I e II
- 134 Baixa Verde
- 205 Irineu Serra
- 303 Bahia/Palheiral/Carandá
- 304 Aeroporto Velho/Cabreúva
- 402: Floresta/Shopping
- 703 Wanderley Dantas
- 705 Quixadá
“Eles vêm causando problemas há muitos anos e essa gestão está aplicando as multas, autuando e foi decretado emergência no transporte tendo em vista esse caos. O próprio contrato das empresas diz que na falta de uma, a outra é obrigada a operar. Então, nós convocamos na forma da lei, eles responderam que também estavam tendo dificuldades, mas nós chegamos ao entendimento que eles, provisoriamente, ficariam atendendo a essas linhas até que outras providências que estão sendo tomadas venham sanar toda essa situação do transporte em Rio Branco“, disse Clendes Vilas Boas.
Intervenção e situação de emergência
Após decretar situação de emergência no transporte público, o prefeito Tião Bocalom publicou, em dezembro do ano passado, o decreto de intervenção operacional e financeira no Sistema Integrado de Transporte Urbano de Rio Branco (Siturb) e no Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Estado do Acre (Sindicol).
O decreto, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), tem validade de 120 dias e pode ser prorrogado por igual período. Durante estes quatro meses de transição, determina que as empresas são obrigadas a manter as frotas em circulação.
“A intervenção ocorre pelo descumprimento das concessionárias no adimplemento de suas obrigações tributárias, previdenciárias e trabalhistas, bem como as péssimas condições de prestação dos serviços e afasta toda e qualquer ingerência do Sindicol ou das concessionárias na administração dos bens e serviços prestados pelo Sindicol e faculta a requisição pelo município, de todo acervo material, bem como de todo pessoal necessário à execução eficiente do sistema de geração de créditos, venda, recebimento, controle e repasse dos créditos tarifários do Siturb”, diz o decreto.
Com essa suspensão, Tião Bocalom decretou situação de emergência e anunciou contratação de outras empresas para prestar o serviço em Rio Branco.
O motivo da retirada dos carros, segundo o Sindicato dos Transportes do Acre (Sinttpac), seria por falta de diesel e as linhas não estão sendo suficientes para pagar o combustível.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/s/C/uRODgqSA2R35L6wn7AdQ/terminal-f.png)
Moradores enfrentam espera de até duas horas — Foto: Ana Paula Xavier/Rede Amazônica Acre
Demora
Com a retirada de alguns ônibus, os moradores que dependem do transporte público chegam a esperar por até duas horas por um ônibus.
O prefeito Tião Bocalom afirmou que o transporte público é “péssimo” e que está tentando contratar outras empresas, mas que nenhuma mostrou interesse em operar na cidade. A prefeitura deve publicar um edital para que novas empresas possam concorrer e assumir as linhas que foram deixadas pela Viação Floresta.
Crise no transporte público
A crise no transporte público em Rio Branco se arrasta desde 2020. Assim que assumiu, Bocalom afirmou que não iria repassar nenhum valor extra para as empresas de ônibus que atuam na capital e que elas deveriam arcar com os prejuízos que tiveram durante a pandemia.
O posicionamento do prefeito se deu porque a gestão anterior, de Socorro Neri, chegou a cogitar o pagamento de um aporte financeiro de R$ 2,5 milhões para essas empresas.
Após essa decisão de Bocalom, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Acre (Sindcol) chegou a entrar com uma ação para tentar receber o valor, mas a Justiça do Acre indeferiu o pedido.
Em meio à essa crise, motoristas de ônibus fizeram protestos, paralisaram atividades e a população precisou buscar outras alternativas para o transporte. No entanto, após várias manifestações, os trabalhos da categoria foram retomados.
Em setembro deste ano, os vereadores começaram os trabalhos de escolha dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do transporte público municipal. A CPI, que é responsável por apurar os problemas relacionados ao transporte na capital, só deve ser retomada em 2022.
Na última semana, os motoristas de ônibus fizeram uma paralisação, no Terminal Urbano. A categoria alegava que estar com os salários dos meses de outubro, novembro e décimo terceiro atrasados. O serviço só foi normalizado apenas na parte da tarde.
Redução de passagem e aporte
Em outubro, o novo valor da passagem de ônibus foi para R$ 3,50. A tarifa foi reduzida após indicação do Conselho Municipal de Transportes Públicos do Município de Rio Branco e a sanção do prefeito Tião Bocalom.
A lei sancionada dependia da aprovação de um outro projeto, que ocorria de forma paralela, e foi publicado na semana passada. A lei que autoriza o repasse de mais de R$ 2,4 milhões para as empresas de ônibus para o pagamento em atraso dos trabalhadores.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
ACRE
Ufac promove ações pelo fim da violência contra a mulher — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
2 horas atrásem
25 de agosto de 2025
A Ufac realizou ações de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, em alusão à campanha Agosto Lilás. A programação, que ocorreu nesta segunda-feira, 25, incluiu distribuição de adesivos na entrada principal do campus-sede, às 7h, com a participação de pró-reitores, membros da administração superior e servidores, que entregaram mais de 2 mil adesivos da campanha às pessoas que acessavam a instituição. Outro adesivaço foi realizado no Restaurante Universitário (RU), às 11h.
“É uma alegria imensa a Ufac abraçar essa causa tão importante, que é a não violência contra a mulher”, disse a reitora Guida Aquino. “Como mulher, como mãe, como gestora, como cidadã, eu defendo o nosso gênero. Precisamos de mais carinho, mais afeto, mais amor e não violência. Não à violência contra a mulher, sigamos firmes e fortes.”
Até 12h, o estacionamento do RU recebeu o Ônibus Lilás, da Secretaria de Estado da Mulher, oferecendo atendimento psicológico, jurídico e outras orientações voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.
Relacionado
ACRE
Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
5 dias atrásem
20 de agosto de 2025
A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Ufac realizou a abertura do Floresta em Evidência, nesta quarta-feira, 20, no auditório da Associação dos Docentes (Adufac). O projeto de extensão segue até quinta-feira, 21, desenvolvido pelo Herbário do Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A iniciativa tem como público-alvo estudantes do campus Transacreana do Ifac.
O projeto busca difundir conhecimentos teóricos e práticos sobre coleta, identificação e preservação de espécies botânicas, contribuindo para valorização da biodiversidade amazônica e fortalecimento da pesquisa científica na região.
Representando a Proex, a professora Keiti Roseani Mendes Pereira enfatizou a importância da extensão universitária como espaço de democratização do conhecimento. “A extensão nos permite sair dos muros da universidade e alcançar a sociedade.”
O coordenador do PZ, Harley Araújo, destacou a contribuição do parque para a conservação ambiental e a formação de profissionais. “A documentação botânica está diretamente ligada à conservação. O PZ é uma unidade integradora da universidade que abriga mais de 400 espécies de animais e mais de 340 espécies florestais nativas.”
A professora do Ifac, Rosana Cavalcante, lembrou que a articulação entre instituições é fundamental para consolidar a pesquisa no Acre. “Ninguém faz ciência sozinho. Esse curso é fruto de parcerias e amizades acadêmicas que nos permitem avançar. Para mim, voltar à Ufac nesse contexto é motivo de grande emoção.”
A pesquisadora Viviane Stern ressaltou a relevância da etnobotânica como campo de estudo voltado para a interação entre pessoas e plantas. “A Amazônia é enorme e diversa; conhecer essa relação entre comunidades e a floresta é essencial para compreender e preservar. Estou muito feliz com a recepção e em poder colaborar com esse trabalho em parceria com a Ufac e o Ifac.”
O evento contou ainda com a palestra da professora Andréa Rocha (Ufac), que abordou o tema “Justiça Climática e Produção Acadêmica na Amazônia”.
Nesta quarta-feira, à tarde, no PZ, ocorre a parte teórica do minicurso “Coleta e Herborização: Apoiando a Documentação da Sociobiodiversidade na Amazônia”. Na quinta-feira, 21, será realizada a etapa prática do curso, também no PZ, encerrando o evento.
Relacionado
ACRE
Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
6 dias atrásem
19 de agosto de 2025
A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.
A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.
Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.
O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.
A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.
Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- ACRE6 dias ago
Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre
- ACRE5 dias ago
Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre
- ACRE2 horas ago
Ufac promove ações pelo fim da violência contra a mulher — Universidade Federal do Acre