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Morre advogado Hélio Bicudo, fundador do PT e autor do pedido de impeachment de Dilma

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Defensor de direitos humanos tinha 96 anos e estava com saúde frágil desde 2010, quando sofreu um AVC.

Foto: O advogado Helio Bicudo, em ato em São Paulo a favor do impeachment de Dilma Rousseff – Fabio Braga – 04.abril.2016-Folhapress.

O jurista Hélio Bicudo, fundador do PT (Partido dos Trabalhadores) e um dos autores do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, morreu nesta terça-feira, aos 96 anos.



A saúde do advogado era frágil desde 2010, quando sofreu um AVC. Debilitou-se ainda mais em março deste ano, quando morreu sua mulher, Déa Pereira Wilken Bicudo, após 71 anos de casamento. Ele deixa sete filhos, netos e bisnetos.

Ativista dos direitos humanos, Bicudo ganhou notoriedade nacional ao condenar integrantes do Esquadrão da Morte, organização paramilitar dos anos 1970.

Na vida política, o advogado também foi deputado federal de São Paulo por dois mandatos consecutivos, de 1991 a 1999, e vice-prefeito de São Paulo, na gestão de Marta Suplicy (então PT), de 2001 a 2005. 

Hélio Pereira Bicudo nasceu em Mogi das Cruzes (SP) no dia 5 de julho de 1922, filho de Galdino Hibernon Pereira Bicudo e de Ana Rosa Pereira Bicudo.

Ele ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo em 1942, mesmo ano em que começou a trabalhar em um escritório de advocacia. Quatro anos depois, obteve título de bacharel em ciências jurídicas e sociais.

Após ocupar o cargo de promotor público e procurador da Justiça, foi nomeado em 1959 chefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, na gestão de Carlos Alberto de Carvalho Pinto (1959-1963). No período, representou-o na comissão que elaborou os estatutos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo).

Em 1963, voltou a chefiar o gabinete de Carvalho Pinto quando este se tornou ministro da Fazenda do governo de João Goulart, e assumiu interinamente a pasta de 27 de setembro a 4 de outubro.

Seis anos depois, foi indicado pelo Colégio de Procuradores de São Paulo para realizar um de seus trabalhos mais notórios: investigar as atividades criminosas cometidas por policiais. A organização parapolicial ficou conhecida como “Esquadrão da Morte”. 

Bicudo denunciou diversos integrantes da polícia, mas teve sua missão cancelada pelo procurador-geral da Justiça em 1971, sem que fossem apuradas as responsabilidades da maior parte dos acusados. Alvo de ameaças durante a investigação, Bicudo contou com o apoio público do arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016).

No livro “Meu Depoimento sobre o Esquadrão da Morte”, publicado em 1976 pela Arquidiocese de São Paulo, Bicudo relata bastidores da investigação e do papel das autoridades na interrupção dos processos. Acabou punido disciplinarmente com censura pela Procuradoria-Geral da Justiça de São Paulo, pena depois cancelada pelo Colégio de Procuradores. 

Um pouco depois, foi um dos signatários da Carta aos Brasileiros, documento assinado por juristas e intelectuais que defendiam a vigência do Estado de Direito e criticavam o arbítrio da ditadura militar instalada no país em 1964.

PT

Em 1980, com o fim do bipartidarismo no país, Bicudo ingressou no PT, tornando-se o primeiro-vice-presidente da seção paulista da agremiação. Em 1982, foi vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva que disputava o governo de São Paulo. Ambos foram derrotados por Franco Montoro. 

Quatro anos depois tentou uma vaga no Senado, porém foi novamente derrotado. 

Com a vitória de Luiza Erundina (PT) para a Prefeitura de São Paulo, assume a secretaria municipal de Negócios Jurídicos em 1989. No mesmo ano, pouco após a eleição presidencial, entrou com representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o candidato eleito, Fernando Collor, alegando que ele mentira durante a campanha e abusara do poder econômico. Em 1992, como deputado federal, votou a favor da admissibilidade da abertura do processo de impeachment de Collor. 

Bicudo foi eleito para a Câmara Federal em 1990, com quase 100 mil votos; reelegeu-se quatro anos depois, com cerca de 55 mil votos. Em seus mandatos parlamentares apresentou emendas constitucionais que propunham modificações no sistema penitenciário e na estrutura policial. Um de seus projetos aprovados transferia para a Justiça comum o julgamento de policiais militares que cometessem crimes dolosos no exercício de suas funções.

Em 1996, assumiu o posto de presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Suas posições contrárias ao aborto e à esterilização na rede pública de saúde tornaram-no uma espécie de porta-voz da Igreja Católica dentro do PT.

Tornou-se membro, para um mandato de quatro anos, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, pela Assembleia Geral da OEA. Depois presidiu a comissão entre 1998 e 2001. 

Em 2000 elegeu-se vice-prefeito de São Paulo na chapa encabeçada por Marta Suplicy, posto que ocuparia até janeiro de 2005.

ROMPIMENTO

Em setembro daquele ano, anunciou sua saída do PT —junto a nomes como Plínio de Arruda Sampaio, Ivan Valente e Chico Alencar—  após a revelação do escândalo do mensalão, que culminou na condenação de líderes do partido como José Dirceu e José Genoino. Diferentemente de outros dissidentes, preferiu não se filiar mais a nenhuma sigla.

Em entrevista à Folha na ocasião, declarou que o PT se afastara “dos ideais éticos e morais”. Afirmou também que não votaria em Lula novamente.

“Do meu ponto de vista, o presidente da República não pode se eximir de fatos que acontecem na sua administração. E os fatos são desabonadores. O presidente não pode ignorar, fazer ressalva de que está sendo traído, e não fazer coisa nenhuma. Existem erros por ação e erros por omissão. Se não houve atuação na compra de deputados, houve omissão.”

Nas eleições de 2010, declarou apoio a Marina Silva (então no PV) no primeiro turno e a José Serra (PSDB) no segundo. Dilma Rousseff (PT), candidata apoiada por Lula, venceu a disputa. 

Em entrevista ao site Terra Magazine pouco antes do segundo turno, Bicudo explicitou suas diferenças com o petismo.

“Eu acho que você tem um sistema democrático que está em risco na medida em que Dilma vencer estas eleições. Na verdade, ela diz que ela é o Lula e o Lula diz que ela é ele. Então, quer dizer, você vai entregar nas mãos do Lula a Presidência da República”, afirmou. “O Lula, enquanto presidente do PT, anulou todas as possibilidades de novas lideranças surgirem, para ser ele apenas. E ele domina o partido a ponto de impor uma candidata que é cristã nova no partido, digamos assim.”

Bicudo voltou a apoiar o tucano José Serra, desta vez para a Prefeitura de São Paulo, na eleição de 2012, vencida no segundo turno pelo petista Fernando Haddad.

E intensificou suas críticas ao PT após a reeleição de Dilma em 2014. 

IMPEACHMENT

Em setembro de 2015, apresentou à Câmara dos Deputados um pedido de impeachment contra a presidente. O documento era também assinado pelo jurista Miguel Reale Jr. e pela professora de direito da USP Janaina Paschoal.

Bicudo argumentou que Dilma cometeu crime de responsabilidade. Elencou, entre outros motivos para o seu afastamento, as chamadas “pedaladas fiscais”, manobras do governo federal para adiar pagamentos e usar bancos públicos para cobrir as dívidas.

“Houve uma maquiagem deliberadamente orientada a passar para a nação (e também aos investidores internacionais) a sensação de que o Brasil estaria economicamente saudável e, portanto, teria condições de manter os programas em favor das classes mais vulneráveis”, escreveu. 

O documento também cita a Operação Lava Jato e a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras e diz que, pela Polícia Federal ter investigado pessoas próximas à presidente, houve a desconstrução de sua “aura de profissional competente e ilibada, criada por marqueteiros muito bem pagos”.

Dias depois, ao programa “Roda Viva” (TV Cultura), Bicudo afirmou que Lula enriquecera de forma ilícita durante sua passagem pela Presidência. 

“O que mais me impressionou foi o enriquecimento ilícito do Lula. Ninguém fala nisso, mas eu conheci o Lula numa casa de 40 metros quadrados. Hoje, o Lula é uma das grandes fortunas do país. Ele e os seus filhos”, afirmou.

Na ocasião dois dos filhos de Bicudo e alguns de seus amigos o criticaram publicamente por sua guinada antipetista.

Maria do Carmo Bicudo Barbosa, primogênita entre os sete filhos, disse que o advogado “está no pleno exercício de suas faculdades mentais, mas cometeu um equívoco”. “No momento o país precisa de união para vencer as dificuldades que enfrenta, e não de um pedido de impeachment”. 

Em entrevista à Folha, o jurista Dalmo de Abreu Dallari afirmou que o pedido de impeachment contra Dilma era ilegítimo, sem fundamentação. Dallari afirmou que Bicudo tornou-se um antipetista “absolutamente obsessivo” por um motivo de ressentimento pessoal. Intencionava ser indicado para o posto de embaixador em Genebra e teria manifestado essa ideia indiretamente, mas não foi recebido por Lula para externar essa vontade.

Em 2 de dezembro de 2015, o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acatou o pedido de Bicudo e deflagrou o processo de impeachment. Em 31 de agosto de 2016, o Senado cassou o mandato de Dilma, e Michel Temer (PMDB) tomou posse como presidente.

Insatisfeito com os rumos do país, Bicudo viria a defender a renúncia de Temer após a divulgação de conversa em que o empresário Joesley Batista, da JBS, e o presidente tratam de solução de “pendências” com o ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso por corrupção.

Nos últimos meses, Bicudo trabalhava na preparação do livro “Terceiro Ato”, compilação do pedido de impeachment e de discursos, além de depoimentos de amigos. Não há data para a publicação da obra. Folha SP.

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Concurso dos Correios sai na semana que vem. Salários até R$ 6 mil

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Lulu, a garotinha que conquistou a web com sua desenvoltura, simpatia e inteligência, é superdotada, revelaram os pais. - Foto: @majumendonca/Instagram

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Concurso dos Correios sai na semana que vem. Salários até R$ 6 mil



Concurso dos Correios será realizado em dezembro e os salários vão de R$ 2.429,26 até R$ 6.872,48. – Foto: Correios

As provas para o concurso dos Correios estão marcadas para 15 de dezembro. Pelo menos 30% das vagas serão reservadas para pessoas pretas, pardas e indígenas. Os salários iniciais vão de R$ 2.429,26 até R$ 6.872,48.

O edital deve ser divulgado dia 9. As provas do concurso dos Correios serão aplicadas em todos os estados e no Distrito Federal. A ideia é abranger 306 localidades, segundo a empresa.

Há 3.099 vagas de agente (nível médio), além de 5.344 para cadastro reserva. Serão preenchidas 369 vagas para analista de Correios (nível superior) e mais cadastro reserva de 631 postos.

Concurso histórico

Os Correios não realizavam um concurso público em âmbito nacional desde 2011.

A realização do novo concurso dos Correios foi decidida entre a estatal e as federações representativas de empregados e empregadas durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho em 2023.

A banca responsável pela organização do certame é o Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC).

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Provas e redação

A prova para o cargo de agente de Correios (nível médio) será objetiva, com questões de múltipla escolha de conhecimentos gerais e específicos.

Para analista de Correios (nível superior), a prova vai se concentrar em múltipla escolha e também numa redação de texto dissertativo, de até 30 linhas.

Informações sobre o período de inscrição, as datas específicas de provas, o cronograma detalhado e o conteúdo programático serão divulgados no edital normativo, segundo os Correios.

Segurança e saúde do trabalho

As provas do concurso público dos Correios para provimento de vagas na área de medicina e segurança do trabalho serão aplicadas no dia 13 de outubro, pelo IADES.

A divulgação do resultado final está prevista para o dia 20 de novembro.

A primeira fase será de provas objetivas, de caráter eliminatório e classificatório. A segunda fase é de comprovação de requisitos, análise de perfil profissional e realização de exames médicos admissionais

Falta de profissionais

A atual administração dos Correios informou que é uma determinação desta gestão promover concurso público para evitar a sobrecarga de trabalho.

“A contratação de pessoas é uma medida essencial para que a empresa possa corresponder às novas demandas da sociedade e do mercado”, disse o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.

Porém, a quantidade de vagas abertas, no entanto, é considerada insuficiente para suprir o déficit de mão de obra na empresa, de acordo com a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect).

As provas do concurso dos Correios será dia 15 e dezembro, os resultados saem em seguida, e os salários ultrapassam R$ 6 mil. Foto: EBC

As provas do concurso dos Correios serão dia 15 e dezembro. Os salários ultrapassam R$ 6 mil, edital com os detalhes sai semana que vem. – Foto: EBC

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Governo envia kits para cidades do Amazonas que enfrentam seca severa

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Governo envia kits para cidades do Amazonas que enfrentam seca severa

Por: Agência Brasil*

O governo federal enviou, na madrugada desta sexta-feira (4), kits de medicamentos e insumos para cidades do Amazonas que enfrentam uma das mais severas secas na região.

Os 54 kits vão permitir atendimento a 81 mil pessoas (cada kit pode atender 1,5 mil pessoas) por um período de 30 dias nos municípios mais impactados.

De acordo com o Ministério da Saúde, na semana passada a titular da pasta, Nísia Trindade, se reuniu com os secretários de saúde da região Norte do país para ampliar o diálogo sobre as necessidades de cada estado.

Na mesma data, o ministério iniciou a campanha Se tem fumaça, tem que ter cuidado, para alertar a população e gestores de saúde sobre os riscos que a poluição do ar representa para a saúde pública.

A pasta também disponibilizou uma página dedicada ao tema, em que a população pode encontrar orientações sobre os cuidados com a saúde e como se proteger durante o período de queimadas.

A ideia é mobilizar a sociedade para adotar medidas preventivas e reduzir os impactos à saúde provocados pela exposição à fumaça.

*Com informações do Ministério da Saúde

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CI vai debater qualidade do transporte ferroviário para escoamento de produtos — Senado Notícias

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À bancada, senadora Rosana Martinelli (PL-MT).

Por: Da Agência Senado

A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) realiza nesta quinta-feira (10), às 9h, audiência pública para discutir a qualidade do transporte ferroviário — e a possível ampliação desse modal — no que se refere ao escoamento da produção do agronegócio e da indústria.

O debate foi solicitado pela senadora Rosana Martinelli (PL-MT) e pelo senador Alan Rick (União-AC) por meio de um requerimento: o REQ 62/2024.

Rosana Martinelli afirma que é necessário debater as concessões ferroviárias e a ampliação da participação do modal ferroviário na matriz de transportes brasileira, “bem como seus atuais gargalos”.

Ela também diz que o agronegócio, “um dos pilares da economia brasileira, depende de um sistema de transporte eficaz para escoar a produção de grãos, carnes e outros produtos agrícolas para os mercados internos e externos. De forma similar, a indústria precisa de transporte rápido e confiável para garantir que seus produtos sejam competitivos”.

Convidados

O debate deve contar com a participação do secretário nacional de Transportes Ferroviário do Ministério dos Transportes, Leonardo Cézar Ribeiro; da assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisângela Pereira Lopes; e do consultor da BF Planejamento e Projetos de Logística, Bernardo Figueiredo; entre outros (veja a lista de convidados).  

A reunião será realizada na sala 13 da ala Alexandre Costa.

Como participar

O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e‑Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)



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