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Mortes de civis aumentam em ataques de drones em Amhara – DW – 12/03/2024

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Uma mãe enlutada numa aldeia remota de A conturbada região de Amhara na Etiópia relata a perda de seu filho de 20 anos, falecido há um mês. “Estou magoada; ele foi ao mercado e nunca mais voltou”, disse ela à DW em entrevista por telefone, de sua casa em West Gojam.

“Ele morreu depois que eles foram atingido do ar,“, disse ela ao entregar o telefone ao marido. A DW optou por não revelar suas identidades para protegê-los de possíveis represálias.

O seu filho era aluno do nono ano, mas a sua educação foi interrompida quando eclodiu o conflito entre o governo federal etíope e os militantes Amhara Fano em Abril de 2023.

Desde então, o número de civis mortos em drone as greves têm aumentado dramaticamente.

Ataque de drone em um mercado

Na manhã de terça-feira, 5 de novembro de 2024, um ataque de drone atingiu um mercado na pequena cidade de Zibst, na parte norte de Etiópia. O estudante de 20 anos que se tornou vendedor de roupas usadas estava entre as 43 vítimas.

Seu pai recebeu um telefonema depois que um morador local identificou seu filho morto por meio de sua carteira de identidade. “Peguei um carro e corri para a cidade”, disse o pai. “Eu o trouxe de volta e o enterrei em sua cidade natal.”

O número de mortos nas três rodadas de ataques com drones que atingiram um mercado, uma escola primária e um centro de saúde pode ter subido para 51, segundo moradores. O Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED), com sede nos EUA, registrou-o como “o mais mortal”.

“Os ataques estão ocorrendo no contexto de confrontos próximos ou no mesmo local, mas acredito que este último ataque seja único porque não havia conflitos acontecendo no momento do ataque”, disse Braden Fuller, pesquisador sênior do Observatório da Paz da Etiópia, uma iniciativa do ACLED. Os moradores que conversaram com a DW também concordaram com a explicação do pesquisador.

Contando o custo da guerra de Tigray na região de Amhara

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Centenas de mortos em ataques aéreos

Houve 54 ataques aéreos – 52 dos quais foram realizados por drones armados operados pela Força de Defesa Nacional da Etiópia (ENDF), de acordo com os últimos números da ACLED. Os ataques resultaram em cerca de 449 mortes.

No entanto, o número é provavelmente uma estimativa baixa, uma vez que relatar ataques de drones em áreas remotas do país representa desafios significativosafirma a organização internacional que regista incidentes de conflito em toda a Etiópia. De acordo com a Associação Amhara na América do Norte (AAA), pelo menos 125 drones e ataques aéreos por forças governamentais na região de Amhara resultaram em 754 mortes e 223 feridos.

Hone Mandefro, Diretor de Advocacia da AAA, diz que sua associação documentou que os ataques visavam apenas civis. “Eles estão massacrando pessoas inocentes que não têm nenhuma ligação com a guerra, e isso não é um erro”, disse Hone à DW. “Uma vez que o governo enviou repetidamente tropas de combate e enfrentou a derrota, a sua opção restante é aterrorizar a comunidade para impedir o apoio aos Fano.”

Governo da Etiópia nega ter como alvo civis

A ENDF não esconde o uso de drones na sua luta contra os militantes Fano na região de Amhara, mas refuta relatos de vítimas civis.

“Os drones são feitos para a guerra, nós os compramos para lutar com eles”, disse o marechal de campo Birhanu Jula, chefe do exército, em entrevista à emissora nacional.

“Quando encontramos um grupo de extremistas, atacamos com drones. Mas os civis não serão alvo”, insistiu.

Em outubro de 2024, os comandantes do 302º Corpo da ENDF do Comando Oriental confirmaram que drones foram usados ​​para atingir militantes Fano na zona Norte de Gojam.

No entanto, a AAA informou que o ataque matou seis agricultores e feriu outros quatro. Legesse Tulu, ministro dos assuntos de comunicações do governo etíope, rejeitou relatos de vítimas civis resultantes dos ataques do exército, rotulando-os como “inaceitáveis”.

Legesse enfatizou durante uma coletiva de imprensa televisionada em 16 de novembro de 2024, que o exército conduz os ataques de “maneira selecionada e planejada”.

Contudo, apesar da rejeição do governo, relatórios de organizações nacionais e internacionais de direitos humanos indicam uma situação preocupante.

  Soldados das Forças de Defesa Nacional da Etiópia (ENDF) brandem armas enquanto gritam slogans.
A Força de Defesa Nacional da Etiópia (ENDF) enfrenta uma batalha feroz na região de Amhara contra a milícia FanoImagem: AMANUEL SILESHI/AFP/Getty Images

Grupos de direitos humanos documentam o uso de drones pelo exército

Um relatório da entidade independente afiliada ao estado A Comissão Etíope de Direitos Humanos (EHRC) revelou que na região de Amhara, “um grande número de civis foi brutalmente morto por bombardeamentos de artilharia pesada e bombardeamentos aéreos, principalmente por drones” num período de um ano que se estendeu até junho de 2024. O Gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos ( ACNUDH) documentou 18 ataques de UAV que resultaram em 248 mortes de civis e 55 feridos entre Agosto e Dezembro de 2023.

Estes ataques também visaram instalações essenciais, incluindo escolas, hospitais e residências privadas, levantando sérias preocupações sobre a sua conformidade com o direito internacional, conforme observado no relatório anual sobre a situação dos direitos humanos do ACNUDH.

Explicador: Como começou a guerra do Tigray na Etiópia?

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Que drones está a força aérea da Etiópia a utilizar?

A Força Aérea Etíope revelou no ano passado que havia estabelecido uma unidade de drones, que inclui o Bayraktar TB2 (de construção turca) e outros UAVs adquiridos nos últimos anos.

Embora se acredite que a Etiópia tenha adquirido UAV adicionais, incluindo alguns da China, os observadores de segurança dizem que o Bayraktar TB2 é a opção mais eficaz da ENDF.

O exército etíope premiou Haluk Bayraktar, o CEO da empresa privada de produção, “pela sua contribuição significativa para a capacitação da Força Aérea”.

Segundo especialistas, os drones impactaram significativamente o conflito na região de Tigrayque terminou com um tratado de paz entre os TPLF e o governo etíope em 3 de novembro de 2022.

“Não vejo nenhuma evidência de que os ataques de drones estejam tendo algum efeito nos confrontos em curso envolvendo os militantes Fano na região de Amhara e o Exército de Libertação Oromo (OLA) nas regiões de Oromia”, disse Fuller, pesquisador do ACLED.

“Mesmo que estes ataques possam ter como alvo líderes de alto nível das milícias, os ataques atingem consistentemente alvos civis”, acrescentou Fuller. Embora o investigador acredite que “não serão eficazes”, espera que o governo “continue a utilizá-los”.

“Não vimos o governo etíope responder a tais pressões no passado, quer venham do público ou da comunidade internacional”, disse ele.

Editado por: Chrispin Mwakideu



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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