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Mudando da Síria para a Líbia? – DW – 18/12/2024

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Eles estão ou não se retirando da Síria? Essa é a questão que os analistas do Médio Oriente têm perguntando sobre as tropas russas nos últimos dias.

Investigadores de código aberto, analisando imagens de satélite e rastreamento de tráfego aéreo online, notaram movimentos significativos da Rússia em suas bases sírias de longa data desde o regime de seu aliado, o ditador sírio. Bashar al-Assadfoi derrubado há quase duas semanas. Eles viram helicópteros de ataque e um sistema de defesa aérea de longo alcance S-400 desmantelados para viagens, pessoas com malas esperando para partir e grandes aviões de carga sendo carregados.

Além disso, os navios da marinha russa deixaram o seu porto sírio em 11 de dezembro, dois dias antes da queda do regime de Assad.

Autoridades russas negou suas tropas estão saindo Síria e relataram que estavam negociando com o grupo rebelde de oposição, que liderou a ofensiva que derrubou o regime de Assad e que está agora a estabelecer o governo de transição da Síria.

sua imagem de satélite fornecida pela Maxar Technologies mostra uma fragata da classe Adm. Gorshkov no mar da base naval russa em Tartus, na Síria.
Os navios russos deixaram o porto de Tartus, mas aparentemente ainda estão localizados a cerca de 10 quilómetros da costa síria.Imagem: Maxar Technologies via AP Photo/picture Alliance

A Rússia tem duas bases militares importantes na Síria: a base naval de Tartus, criada em 1971, e uma base aérea em Hmeimim, criada em 2015.

Tartus é a única base naval formal da Rússia fora do antigo território soviético e a presença russa lá cresceu antes Invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em 2022 a fim de “contrariar, dissuadir e monitorar quaisquer operações da OTAN no Mediterrâneo”, o Instituto para o Estudo da Guerra notado recentemente.

Hmeimim é usado como ponto logístico e de parada para Atividades russas na África e ficou sob controle russo pouco depois A Rússia entrou na guerra civil síria. A Rússia ajudou Assad a reprimir os rebeldes antigovernamentais e o poder aéreo russo provavelmente mudou a maré da guerra a favor de Assad. Mas desde meados de Dezembro, as pessoas os russos uma vez bombardearam estiveram no comando da Síria.

Até agora, ambos HTS e Rússia têm sido muito pragmáticos e têm estado em negociações, disse Nanar Hawach, analista sênior para a Síria no think tank Crisis Group, à DW.

“Neste momento a Rússia está a operar sob a protecção do HTS, com as forças do HTS a proteger os comboios russos que se dirigem para a base naval e aérea”, explicou. “Mas também devemos ter em mente que a Rússia desempenhou um papel muito proeminente e importante na luta contra o HTS”.

Isto torna a futura presença militar da Rússia na Síria potencialmente problemática. A Rússia estava a realocar sistemas de defesa aérea e outras armas avançadas da Síria para bases que controla na Líbia, no Jornal de Wall Street informou terça-feira, citando autoridades não identificadas dos EUA e da Líbia.

Mudando para a Líbia?

Os analistas apontam para aspectos significativos como a remoção de equipamento militar valioso da Síria, a suspensão da Rússia exportações de trigo para a Síria — nos últimos anos, tem sido o principal fornecedor da Síria — e a recusa da HTS às ofertas russas de ajuda humanitária. Dizem também que o local onde quer que os navios de guerra russos de Tartus acabem será um indicador importante sobre se permanecerão na Líbia – especialmente se se dirigirem para o porto líbio de Tobruk.

Neste momento, tudo não passa de especulação, segundo Jalel Harchaoui, cientista político e especialista em Líbia do Instituto Real de Serviços Unidos para Estudos de Defesa e Segurança, ou RUSI, no Reino Unido.

Quer os russos permaneçam na Síria ou partam, há certos factos incontestáveis ​​que mudarão a forma como operam na Síria, disse ele à DW.

“Eles nunca conseguirão ficar com o mesmo nível de conforto, segurança e garantia de antes”, disse Harchaoui. “Eles terão dificuldade em garantir a sua própria logística, electricidade, água, alimentos. Eles também sabem que quando se gere uma base (estrangeira) é necessária uma certa simpatia da comunidade à sua volta e também do Estado, em termos de inteligência. compartilhar. Tudo isso agora está perdido.”

Nada está claro ainda, concordou Wolfram Lacher, associado sénior e especialista em Líbia no Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança.

“Até onde sei, o que ainda não estamos a ver é qualquer movimento direto entre as bases sírias e a Líbia”, disse ele. “Mas, obviamente, à medida que as bases sírias se tornam mais precárias, a importância da Líbia aumenta.”

Líbia já estava se tornando mais importante para a Rússia, apontaram Lacher e Harchaoui.

Em 2024, o jornal britânico O telégrafo informou que a Rússia reforçou as pistas e as defesas perimetrais nas bases aéreas da Líbia, construiu novas estruturas e entregou armamento.

Uma ameaça à OTAN

Desde 2014, A Líbia foi dividida em duascom governos opostos localizados no leste e no oeste do país. Uma administração apoiada pela ONU, conhecida como Governo de Unidade Nacional, ou GNU, está no oeste, e a sua rival, conhecida como Câmara dos Representantes, está sediada no leste, em Tobruk. Este último é apoiado pelo antigo senhor da guerra que se tornou político, Khalifa Haftar, que controla vários grupos armados nesta área.

Em vários momentos ao longo da última década, cada governo tentou — e falhou — arrancar o controlo do outro, mas o o conflito está atualmente num impasse, resultando em segurança instável.

“Ao longo dos últimos anos, essas facções líbias estiveram presas num impasse que manteve o seu país em grande parte livre de grandes conflitos, mas que dependeu em grande parte… de duas potências estrangeiras com forças militares significativas no terreno, a Rússia e a Turquia.” Frederic Wehrey, pesquisador sênior do Programa para o Oriente Médio do Carnegie Endowment for International Peace, escreveu na semana passada.

“A queda de Assad… poderá afectar este frágil equilíbrio”, sugeriu, argumentando que o conflito congelado da Líbia poderia potencialmente seguir o mesmo caminho que o da Síria e recair no conflito.

Uma visão geral da área após um ataque aéreo russo em Idlib, na Síria, em 16 de outubro de 2024.
Jatos russos ainda bombardeavam áreas na Síria controladas pelos rebeldes HTS em outubroImagem: Izzeddin Kasim/Anadolu/aliança de imagens

Isto pode depender do próximo passo da Rússia. Se a Rússia convencer Haftar a permitir-lhe estabelecer uma base mais permanente na Líbia, isto representaria um grande desafio para a NATO.

“Há vários anos que os russos querem uma base naval na Líbia e o principal objectivo político dos americanos na Líbia nos últimos dois anos é evitar isso”, explicou Lacher. “Até agora, Haftar sempre tentou equilibrar diferentes apoiadores estrangeiros entre si para evitar ficar dependente de um único.”

Portanto, os acontecimentos atuais colocam Haftar numa posição muito difícil, disse Lacher.

Harchaoui disse acreditar que é muito cedo para dizer o que acontecerá, mas apresentou dois cenários plausíveis. Num deles, os russos permanecem na Síria, mas tudo se torna mais desconfortável, caro e trabalhoso para eles, disse ele.

“Eles apenas absorvem o custo, mas os negócios continuam como sempre”, disse ele à DW.

No outro cenário, a permissão de Haftar para que a Rússia se estabelecesse firmemente na Líbia tornar-se-ia gradualmente aparente. Nessa fase, certas forças – por exemplo, na NATO – que se opõem ao entrincheiramento russo na Líbia podem organizar missões de sabotagem ou mesmo treinar combatentes que se opõem a Haftar.

“Será gradual, um ponto de inflexão suave. Não serão fogos de artifício”, concluiu Harchaoui. “Mas é bem possível que então olhemos para trás e pensemos: sim, Haftar cometeu um erro ao dizer sim aos russos e, sim, tudo isso começou com a queda de Assad.”

Membros da diáspora síria gesticulam enquanto hasteiam a bandeira da oposição síria na Embaixada da Síria, em Moscou, em 9 de dezembro
A Embaixada da Síria em Moscovo foi uma das primeiras no mundo a hastear a nova bandeira revolucionária da Síria, o que alguns especialistas veem como um indicador de que Moscovo estava em contacto precoce com os rebeldes sírios.Imagem: Alexander Zemlianichenko/AP Aliança de fotos/fotos

Editado por: Sean M. Sinico



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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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