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Mulher com doença terminal vira influencer no TikTok – 10/01/2025 – Equilíbrio
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Caitlin Moscatello
Brooke Eby, 36, não pretendia estar morando com seus pais na casa onde cresceu —uma residência tradicional em Potomac, Maryland, nos Estados Unidos, com pratos de cerâmica na parede e o gato da família miando na cozinha. Mas no último verão, ficou claro que morar sozinha não era mais seguro. Levantar e sair da cama tornou-se desafiador. Um dia, após uma queda, ela ficou presa no chão do banheiro até que o passeador de cães chegasse. Os braços dela também tinham um novo peso —a mesma sensação que ela sentiu nas pernas antes de perder a capacidade de andar.
No TikTok e no Instagram, perguntou aos seus mais de 350 mil seguidores se algum deles havia voltado a morar com os pais e pediu uma palavra de incentivo. “Preciso de reforço”, disse ela, e depois, em um tom mais alto e brincalhão, “Me ajudem”.
Durante a maior parte de sua vida, Eby manteve um perfil discreto nas redes, e chegou a deletar o Instagram do seu telefone porque não queria distrações. Mas desde que foi diagnosticada com ELA (esclerose lateral amiotrófica), em 2022, se juntou a um grupo de criadores de conteúdo com doenças terminais que documentam a progressão de seus casos.
Ela se considera mais uma pessoa que usa os vídeos como um diário, em que compartilha seus pensamentos, do que uma influenciadora: em vez de Eby indicar vitaminas ou cremes para a pele, a maioria de suas postagens leva os espectadores a acompanharem suas atualizações de saúde e a realidade de viver em um corpo que não funciona mais como antes.
Nas raras ocasiões em que postou conteúdo pago, foi para empresas como uma marca de roupas que produz para pessoas com deficiência e a Associação Nacional de Diretores de Funerárias. Em um dos vídeos, ela brincou sobre influenciadores famosos recebendo uma nova linha de bolsas Louis Vuitton, enquanto ela recebia uma nova linha de fraldas geriátricas.
“É sombrio”, diz ela de sua cadeira de rodas na sala de estar dos pais, bebendo água morna de um copo Stanley e rindo.
Seus seguidores frequentemente riem junto a ela —não porque haja algo engraçado com sua condição, uma doença neuromuscular com um tempo de sobrevivência típico de três a cinco anos após o aparecimento dos sintomas, mas porque Eby conseguiu manter o senso de humor apesar das circunstâncias.
Em um vídeo sobre “cinco coisas que definitivamente não causaram minha doença terminal, mas”, ela compartilhou que foi a uma festa na faculdade onde “encheram a piscina de bebê com pudim de chocolate, e todos entramos e lutamos nela.” (Franzindo o rosto, Eby acrescentou: “Deve haver alguma ação coletiva sobre essa festa.”)
Em outra postagem mostrando como a doença progrediu para seus braços e mãos, ela explicou que agora precisava rastejar os dedos em direção aos objetos para pegá-los, comparando-se à mão ambulante em “A Família Addams”.
Em agosto, Eby gravou enquanto os carregadores embalavam seu apartamento (“meu último apartamento solo… até encontrarmos uma cura”, escreveu). A postagem traçou uma linha entre sua vida mais independente e este próximo capítulo, onde ela precisa de ajuda dos pais, ambos na casa dos 70 anos, e de um cuidador em meio período.
“Que realidade difícil de enfrentar. Obrigado por compartilhar sua jornada”, escreveu um seguidor.
O peso daquele momento havia se dissipado no final de outubro, no entanto, quando Eby parecia ter se acomodado na próxima fase de sua vida —assim como em um quarto improvisado e acessível ao lado da cozinha na casa dos pais. Pessoalmente, é muito parecida com o que é em seus vídeos. Ela disse que, em retrospectiva, seus seguidores —quase todos estranhos para ela— tornaram a transição mais fácil. Quando um deles comentou: “Garota, eu voltei para casa por muito menos”, ela riu e ficou grata pela dose de perspectiva. “Às vezes, esqueço o quão sério isso é.”
A relação entre Eby e seus seguidores pode parecer simbiótica, mas também não está isenta de complicações: as centenas de milhares de pessoas que se interessaram pela história, se inscreveram para assistir a sua luta contra uma doença sem cura, algumas delas derivando inspiração de seu feed enquanto participam do pensamento mágico de que sua saúde irá melhorar. Ela percebeu que quando compartilha vídeos que quebram esse encanto, como uma postagem mostrando sua capacidade pulmonar diminuída, algumas pessoas comentam que está se tornando difícil de assistir.
“Não posso culpá-los por isso”, diz. “Eu me coloquei na tela deles, fiz com que entrassem na minha vida, e agora estou tipo, ‘Ei, más notícias. Estou piorando, como sabíamos que aconteceria, mas ninguém queria acreditar.’”
Sem um avanço médico, Eby eventualmente perderá toda a função física, incluindo a capacidade de falar. Se continuar postando até o fim de sua vida, como planeja, seus seguidores a verão morrer. E ainda assim, eles continuam acompanhando. Uma pergunta que nem ela consegue responder é, por quê?
Um diagnóstico e uma decisão
Os primeiros sinais de problema foram sutis: era 2018, e Eby, então com 29 anos, estava prestes a se mudar para Nova York, quando sentiu um aperto na panturrilha esquerda. Em poucos meses, ela desenvolveu uma fraqueza no pé, depois mancou o suficiente para que seus colegas de trabalho notassem enquanto corria para reuniões em Manhattan. Ela consultou sua irmã, Sarah Eby, uma médica especialista em medicina física e reabilitação, que pediu para ela andar apoiando os calcanhares no chão. Enquanto o pé direito cooperou, o esquerdo caiu no chão.
“Foi preocupante”, diz Sarah Eby, mas mesmo que às vezes trabalhe com pacientes de ELA, não passou pela sua cabeça que sua irmã pudesse ter a doença. “Achei que seria algo comum e solucionável”, afirma.
Estatisticamente, havia pouca razão para suspeitar de ELA. Nos Estados Unidos, relatórios sugerem que cerca de 5.000 pessoas são diagnosticadas com a doença a cada ano, a maioria delas entre 55 e 75 anos. A esclerose também é ligeiramente mais comum em homens do que em mulheres. Brooke Eby era jovem, então sua irmã se perguntou se um nervo comprimido nas costas era o culpado. Ela sugeriu uma ressonância magnética. Os resultados foram inconclusivos.
Nos dois anos seguintes, o mancar de Eby continuou a piorar. Um dia, em uma aula de SoulCycle, seu amigo notou que ela estava tendo dificuldade para se manter em pé na bicicleta. “Ele estava olhando e disse: ‘Você está em péssima forma’, e eu disse: ‘Não, eu simplesmente não consigo.’ Minha perna esquerda não estava me sustentando no empurrão para baixo.”
A panturrilha começou a atrofiar e, pela primeira vez, um neurologista levantou preocupações sobre ELA. Eby conhecia a doença pelo Desafio do Balde de Gelo, uma campanha nas redes sociais iniciada em 2014 para aumentar a conscientização e arrecadar fundos, mas ela a percebia como uma doença que aflige homens mais velhos.
Quando um teste mostrou que ela não tinha predisposição genética para esclerose, Eby e sua família comemoraram, sem saber ainda que apenas 5% a 10% dos casos são familiares. Os médicos ainda não sabem o que causa a esclerose nos outros 90% a 95%.
Em setembro de 2021, Eby decidiu se mudar para mais perto de sua família. Depois de empacotar seu apartamento em Manhattan, dirigiu pela costa leste com seu cachorro Dray. Em uma parada em Charleston, na Carolina do Sul, ela caiu uma vez, depois novamente, o que a preocupou o suficiente para visitar outro neurologista de volta em Maryland. O médico fez mais testes e disse que não gostou do que estava vendo. “Esse foi o começo do fim”, diz.
O pai de Eby, Cliff, estava jogando golfe em Naples, na Flórida, quando recebeu a ligação de que a filha tinha esclerose. Ele sabia que algo estava errado com ela, é claro, mas mantinha a esperança de um resultado menos severo. “E então, quando o diagnóstico finalmente veio, não foi fácil”, diz ele.
A família encontrou conforto ao saber que Brooke Eby era o que os médicos chamavam de progressora lenta. Uma em cada 10 pessoas com esclerose vive mais de uma década após o diagnóstico, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento de Terapia para ELA. Havia uma chance de ser uma delas.
Eby contou a um pequeno grupo de seus amigos mais próximos, após enviar uma mensagem de texto com o temido “Podemos conversar?” Eles choraram, e ela chorou e as conversas a deixaram desconfortável. Ela nunca se considerou do tipo que conforta. “Sou mais a pessoa a quem procuram quando querem rir.”
Eby encontrou alívio no humor e, mais tarde, em manter uma lista de momentos que a fizeram rir desde o diagnóstico, incluindo quando um médico disse que ela não podia perder peso com esclerose, e sua irmã brincou: “Você é tão sortuda, pode comer o que quiser.”
Naquela época, a única presença de Eby nas redes sociais era com uma conta no Instagram para Dray, seu cão, e um perfil no TikTok que ela usava para assistir a vídeos sobre cães ou ideias de roupas. (Antes de deletar seu Instagram pessoal, Eby postava principalmente fotos dela mesma e de seus amigos e familiares, às vezes com citações ruins de filmes como legendas.)
Foi um amigo de longa data, Chris Equale, que era um dos criadores de uma conta popular de cães com milhões de seguidores no TikTok, Instagram e YouTube, que a encorajou a compartilhar sua história mais amplamente.
“Meu maior conselho para ela foi: ‘Todo mundo quer torcer por você, então não seja tímida sobre o que você quer compartilhar’”, diz Equale. “Brooke me disse: ‘Bem, qual é o pior que pode acontecer? Eu poderia ter uma doença terminal, certo?’”
Eby abriu contas no TikTok e Instagram com o nome de usuário limpbroozkit —parte de seu nome, intercalado com a banda de nu-metal dos anos 90 Limp Bizkit— e postou alguns vídeos baseados nos momentos engraçados que havia adicionado à sua lista. (Um dos primeiros vídeos foi um clipe dela dançando no casamento de um amigo, usando o mesmo andador que a avó da noiva.) Ela tornou as contas públicas, com a esperança de que circulassem entre pessoas que conhecia fora de seu círculo mais próximo, poupando-a de mais conversas emocionadas. Só não esperava que estranhos fossem se importar.
Um novo tipo de influenciador
Antes dos influenciadores online, apenas alguns poucos se tornavam símbolos das doenças que definiam suas épocas. Um adolescente chamado Ryan White tornou-se o exemplo da crise da Aids nos anos 1980. Donald Anderson foi um rosto da poliomielite nos anos 1940. Suas histórias eram processadas, embaladas e distribuídas por meio de um aparato nacional de mídia e organizações sem fins lucrativos.
Agora, pessoas como Eby controlam sua narrativa e podem usar plataformas de mídia social para mostrar as minúcias pessoais e cotidianas de viver com uma doença terminal. O primeiro post de Eby a atingir 1 milhão de visualizações foi uma série de mensagens que ela recebeu de homens em um aplicativo de namoro, após contar que usava uma bengala. (Uma amostra: “Se eu trouxer meu sabre de luz, podemos fazer batalhas”, “Você vai se apaixonar por mim antes mesmo de jantarmos”, “Peça outra bengala porque garota, você me deixou caído.”)
Assim como Eby, muitos influenciadores bem-sucedidos com doenças terminais são mulheres e jovens, ou jovens demais para suas doenças. Sua relativa juventude apenas acentua a perda quando se vão. Em maio, Madison Baloy, que compartilhava sua vida com câncer em estágio 4, com quase meio milhão de seguidores no TikTok e Instagram, morreu aos 26 anos. Em outubro, Rachel Yaffe, uma criadora de 27 anos com câncer de fígado, faleceu. Dias depois, Bella Bradford, 24, se despediu de seus seguidores em um vídeo que havia gravado antes de morrer de um raro câncer de tecido mole. “Lembre-se de que você vive todos os dias, mas só morre uma vez”, ela disse.
Por mais açucarado que possa parecer, e talvez paradoxalmente, contas como a de Eby podem oferecer algo em falta na internet moderna: inspiração genuína.
Nora-Lee Rodriguez, mãe de uma adolescente com esclerodermia, uma doença autoimune incurável, vê Eby em seu feed e se sente esperançosa. “Acho que talvez meu cérebro entenda que a situação de Brooke é diferente, no sentido de que não é o mesmo diagnóstico, mas aprecio a positividade, porque sei que minha filha tem 16 anos, e me preocupo. O que vai acontecer quando ela tiver 30 ou 32? Para mim, ver Brooke colocando uma perspectiva positiva nas coisas me diz que, mesmo vivendo com desafios, você ainda pode tentar ser positivo.”
Jenna Ohrn, que tem um defeito cardíaco congênito e doença pulmonar, seguiu Eby porque encontrou semelhanças em suas experiências e se encantou com o humor. Em um email, Ohrn escreveu: “Sempre tento me dizer que preciso ver a vida mais como uma sitcom do que como um drama, e parece que Brooke tem a mesma filosofia.”
As redes sociais são um campo fértil para trolagens, e ainda assim Eby se viu no lado receptor de uma enxurrada de elogios e votos de felicidades. “Eu digo aos meus amigos, meu ego nunca esteve tão grande.”
Ela estima que 98% das mensagens que recebe são positivas. Os outros 2%, “não são maldosas; são apenas estranhas.” Ou insensíveis: Uma vez recebeu uma mensagem de uma mulher lamentando que estar solteira parecia igualmente uma “sentença de morte”. “Enviei para uma das minhas amigas, e ficamos sem palavras”, diz Eby.
Cada vez mais, no entanto, alguns parecem estar assistindo por uma curiosidade mórbida. Em outubro, Eby postou um vídeo sobre o quanto sua esclerose havia progredido nos meses anteriores, em que ela se esforçava para levantar os braços acima dos ombros e dava zoom em sua mão trêmula. Isso resultou em um aumento de novos seguidores. “Eu fico tipo, ‘como alguém entraria agora?’ É tão louco para mim”, diz. “Se eu postar, ‘eu me sinto ótima hoje’, provavelmente não ganharia nenhum, mas se eu disser, ‘isso está pior’, parece que as pessoas são atraídas.” Ela não entende completamente a curiosidade —se a situação fosse invertida, “não tenho certeza se assistiria”, diz —mas acolhe isso.
Haley Post diz que ela e suas amigas, principalmente mulheres na casa dos 30 anos, têm seguido Eby no Instagram desde pouco depois que ela começou a postar. A proximidade da faixa etária foi o que atraiu.
“Na maior parte do tempo, me sinto bastante saudável e invencível, mas isso é quase o que há de tão intrigante em Brooke. Ela era uma garota do peloton e do pilates. Estava vivendo em Nova York e incendiando o mundo”, diz Post. “Isso realmente não faz sentido, e é isso que é tão confuso e fascinante sobre tudo isso. É como, meu Deus, isso poderia ser eu, ou isso poderia ser minha amiga ou meu irmão ou uma jovem mãe ou uma jovem esposa —ou, você sabe, qualquer um.”
Em quase todos os vídeos de Eby, ela olha diretamente para a câmera quando fala, como se estivesse fazendo contato visual com o espectador. A maioria dos influenciadores grava de maneira semelhante, e isso é parte do motivo pelo qual são tão eficazes em fazer seu público se conectar com eles, diz Gayle S. Stever, professora de ciências sociais e comportamentais na Empire State University of New York, que estuda relacionamentos parassociais há mais de três décadas.
“As conexões que formamos parassocialmente têm o mesmo potencial de ter um impacto real em nós”, ela disse. “Uma pergunta que me fazem com frequência é: ‘Por que as pessoas lamentam por pessoas que morrem e que nunca conheceram?’ E é porque você conheceu essa pessoa e desenvolveu familiaridade com as marcas da interação humana, que são o rosto e a voz.”
Os seguidores de Eby podem ficar emocionados ao falar sobre ela. Eles sentem que realmente a conhecem, mesmo reconhecendo que a conexão é unilateral. “Saber que é uma doença terminal me torna ainda mais dedicada e comprometida em querer que ela saiba que estamos aqui por ela e que ela não está sozinha”, diz Shruti Saini, uma das seguidoras de Eby. Mesmo que ela antecipe que será difícil ver a progressão da doença, “Seria mais difícil não querer saber, como ela está? Como está minha amiga?”
‘Eu gostaria que alguém tivesse vindo antes de mim’
Desde 2022, a franqueza e a simpatia de Eby a ajudaram a se tornar uma celebridade no mundo da ELA e, até certo ponto, além dela. Em 2023, ela apareceu no programa “Today” e agora tem um agente para gerenciar seus compromissos de palestras. Seu empregador de longa data, Salesforce, a levou para suas conferências no jato particular da empresa. Em consultas hospitalares, outros pacientes com esclerose a reconhecem. “Eles dizem, ‘Ei, você é aquela garota cujo rosto não consigo tirar do meu telefone’”, diz.
As pessoas a abordam na rua: Uma vez, no aeroporto, uma mulher até reconheceu o pai de Eby, um personagem adorável em alguns de seus vídeos. Ela apareceu também no podcast de Christina Applegate e Jamie-Lynn Sigler e é seguida por celebridades como Lindsay Lohan.
Eby não está interessada em maximizar seus ganhos online, e o dinheiro que ganha através das redes sociais “não é suficiente para sustentar uma vida”, diz. Aproximadamente metade do que ganha com TikTok, Instagram e parcerias vai para organizações de esclerose, e a outra metade ajuda a pagar por sua cuidadora, que não é coberta por seu seguro.
A influencer também é criteriosa sobre suas parcerias. Quando a Associação Nacional de Diretores de Funerárias abordou Eby sobre trabalhar juntas, ela concordou em colaborar apenas se o vídeo fosse sobre “o conceito de colocar seus assuntos em ordem, porque ninguém realmente sabe o que isso significa.”
Nada disso é o trabalho em tempo integral de Eby; ela ainda trabalha remotamente para a Salesforce, onde está empregada desde 2016 e atualmente atua como gerente de desenvolvimento de negócios. Mas à medida que a plataforma cresce, também cresce sua defesa. Neste outono, ela fundou a organização sem fins lucrativos ALStogether, uma comunidade no Slack onde centenas de cuidadores e pessoas vivendo com esclerose podem se conectar e trocar recursos e informações.
Eby espera que isso ajude outras pessoas com ELA a receber o tipo de apoio que ela tem recebido de seus seguidores, alguns dos quais a enviam dicas, informações ou ofertas de equipamentos médicos gratuitos (ela aceita apenas itens que seu seguro não cobre).
Recentemente, suas postagens estão se inclinando ainda mais para os ajustes práticos que ela faz à medida que sua condição piora. Ela não pode mais levantar os braços acima da cabeça, então sua cuidadora a ajuda a arrumar o cabelo. Sua mãe comprou recentemente cabos de espuma para que ela possa segurar melhor os talheres, e instalaram um bidê “para se antecipar ao momento em que minhas mãos ficarem muito fracas.” Seu tronco está ficando mais fraco, assim como sua voz. Às vezes, ela usa um ventilador não invasivo para ajudá-la a respirar melhor.
“Estou feliz por estar compartilhando minha jornada. Eu gostaria que alguém tivesse vindo antes de mim e compartilhado, do começo ao fim, porque ainda não sei como será daqui a dois anos, quando não puder fazer nada, inclusive falar. Eu fico pensando, como isso funciona?” diz.
“Conheço pessoas a quem posso perguntar, mas não posso dizer, ‘Você pode postar um vídeo de você indo ao banheiro? Preciso ver como isso funciona fisicamente, como você chega lá.’ Então vou postar tudo isso, porque talvez ajude alguém que está, tipo, um ano atrás de mim em sua progressão.”
No final de novembro, após voar para Denver para um compromisso de palestra, Eby anunciou online que estava “lançando suavemente” sua decisão de não viajar mais. Alguns de seus seguidores a incentivaram a não desistir dessa parte de sua vida, mas mesmo nas poucas semanas desde que deixou Potomac para a Flórida, onde Eby está morando com seus pais durante o inverno, isso se tornou muito cansativo.
“A fraqueza nas pernas é uma coisa”, diz aos seus seguidores. Ela tinha uma cadeira de rodas para isso. “Realmente não há nada que substitua seus braços.” Agora Eby se vê lutando com dois pensamentos distintos: uma parte dela ainda é otimista, “porque senão, não sei por que eu estaria me levantando todos os dias”, e a outra é “muito prática” e frustrada por não haver mais avanços médicos desde seu diagnóstico. Em um tom calmo, mas incomumente resignado, ela disse em uma recente chamada no Zoom: “Não estou esperando uma cura no meu tempo.”
Eby espera atingir um platô, uma trégua temporária com a ELA, que para algumas pessoas pode durar anos. Seus seguidores também desejam isso para ela. Alguns rezam por ela nos comentários. Outros digitam em letras maiúsculas: “PLATÔ, PLATÔ, PLATÔ.”
“Sinto que todo mundo meio que tem o mesmo interesse, em que eles pensam, ‘Oh, meu Deus, não podemos simplesmente deixar essa garota morrer'”, diz Post.
Em dezembro, no Dia de Doar, quando os consumidores, recém-saídos da frenética comercialização da Black Friday, são incentivados a doar para causas beneficentes, Eby colocou links para várias organizações de esclerose em sua biografia. “Obrigada por todos os pensamentos e orações”, diz, deslizando em sua cadeira de rodas. Então, de forma direta, “Agora você já considerou dinheiro?”
Eby reconhece que está em uma posição única; ela ainda tem voz e é natural diante das câmeras. Por enquanto, está focada em usar sua plataforma para ter o máximo impacto possível. Mas pelo menos parte disso ainda é pessoal: “Às vezes, quando estou postando, penso, só quero que meus amigos e família assistam depois que eu morrer e digam, ‘Oh, olha, eu me lembro daquele dia’.”
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Troca esperada entre reféns israelenses e detidos palestinos
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25 de janeiro de 2025O chefe da UNRWA deplora o anúncio israelense solicitando a partida da agência de Jerusalém
O chefe da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, lamentou na noite de sexta -feira na plataforma X, o anúncio israelense resumindo a organização da ONU para interromper as operações em Jerusalém e deixar todos os edifícios que ela usa até 30 de janeiro.
Esta decisão corre o risco, de acordo com o Sr. Lazzarini, de “Saborate o cessar -fogo em Gaza, aniquilando as esperanças daqueles que passaram por sofrimento indizível”. “O trabalho da UNRWA deve continuar em Gaza e em todo o território palestino ocupado”adiciona o gerente.
“De acordo com a lei israelense aplicável (…), a UNRWA deve interromper suas operações em Jerusalém e evacuar todos os edifícios que usa na cidade, o mais tardar em 30 de janeiro”havia escrito, sexta -feira, Danny Danon, embaixador israelense na ONU em uma carta endereçada ao Secretário -Geral. Ele se refere nesta carta à votação em outubro pelo Parlamento israelense de uma lei que proíbe após 90 dias as atividades da agência em Israel, inclusive em Jerusalém Oriental, setor da cidade sagrada anexada por Israel, onde o UNWA tem notavelmente escolas e centros de saúde .
Israel acusa a agência de ser infiltrado por membros do movimento palestino islâmico Hamas e afirma que alguns de seus funcionários participaram dos ataques de 7 de outubro de 2023. “Os desenvolvimentos são uma resposta direta aos graves riscos de segurança representados pela infiltração da UNRWA pelo Hamas e outras organizações terroristas e pela recusa da agência em responder a preocupações graves e materiais levantadas por Israel e remédio para a situação”disse Danny Danon em sua carta. Ele acredita que a UNRWA tem “Compromete sua obrigação fundamental de imparcialidade e neutralidade, irreparável”.
Israel acredita que as atividades da UNRWA devem ser apoiadas por outras agências da ONU. Mas as Nações Unidas repetem que é “Insubstituível”especialmente em sua missão de fornecer serviços básicos aos palestinos, como assistência médica e educação.
Em uma carta de 8 de janeiro, o secretário -geral da ONU, Antonio Guterres, enfatizou que, no caso de um julgamento forçado das atividades da UNRWA nos territórios palestinos, incluindo Jerusalém Oriental, Israel, como “Poder ocupante”teve que garantir que os serviços prestados pela UNRWA continuem a existir.
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O Conselho Britânico pode desaparecer dentro de uma década, diz o diretor executivo | Política externa
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25 de janeiro de 2025 Richard Adams Education editor
O Conselho Britânico poderia “desaparecer” dentro de uma década, prejudicando o status global do Reino Unido e deixando um vácuo internacional para ser preenchido pela Rússia e pela China, a menos que o governo atue para salvá -lo, de acordo com o líder do conselho.
Scott McDonald, diretor executivo do Conselho Britânico, disse que estava analisando 250 milhões de libras em cortes no orçamento, perdendo centenas de funcionários e atingindo a presença do conselho em até 40 países.
McDonald disse que, sem garantias financeiras do governo: “Acho que estaríamos em perigo real de desaparecer, provavelmente durante um período de uma década. E acho que não estou dizendo isso apenas para as manchetes, acho que é realmente verdade. ”
A crise financeira prejudicaria centenas de milhões de libras em atividade econômica gerada pelas atividades do conselho, comprometendo a influência do poder e a influência cultural da Grã-Bretanha, com efeitos indudos na diplomacia, turismo e recrutamento internacional de estudantes.
O Conselho – que gera independentemente 85% de sua receita anual de quase 1 bilhão de libras de atividades comerciais, como classes de idiomas – tem uma presença ativa em 100 países, mas está sendo forçada a considerar o fechamento de operações em 30 a 40.
“Isso deixa um vácuo nesses 30 ou 40 países. Não existe um conselho britânico lá, promovendo o Reino Unido e nossa cultura, nossa educação e para que o vácuo seja preenchido-talvez pelos nossos aliados, mas talvez também por alguns não-altos. Ele se abre para a Rússia de Putin se mudar para esses lugares para ensinar a língua e promover a cultura e capturar a mente dos jovens. Então, em uma escala mais ampla, isso é enormemente prejudicial ”, disse McDonald.
Ele observou que a China estava atraindo estudantes de todo o mundo por meio de bolsas de estudo e outros auxílios, com o ensino superior do Reino Unido enfrentando maior concorrência por estudantes talentosos e bilhões de libras em propinas internacionais.
Prof May Tan-Mullins, reitor do Universidade de Reading Malásiadisse que a orientação do Conselho Britânico foi inestimável no estabelecimento do campus.
“A educação do Reino Unido é uma história internacional de sucesso das exportações, mas não é um dado. Lugares como Cingapura e Malásia têm laços históricos com a Grã -Bretanha, mas as universidades do Reino Unido precisam trabalhar duro para convencer os estudantes, que são capazes de viajar em quase qualquer lugar do mundo, a ir a uma instituição britânica, e o Conselho Britânico desempenha um grande papel nisso ,-disse Tan-Mullins.
Prof Neville Wylie, presidente do Escócia conectada O Grupo Internacional de Ensino Superior, disse: “A reputação global que desfrutamos hoje é simplesmente inconcebível sem a contribuição feita pelas equipes do Conselho Britânico, no Reino Unido e em todo o mundo”.
A instabilidade financeira do conselho surge de um empréstimo da era da Covid do governo. O governo cobra taxas de juros comerciais com um mandato de um ano, exigindo uma reautorização anual que McDonald disse ser “uma experiência muito dolorosa para nós, porque a cada ano seremos insolventes, a menos que o empréstimo seja renovado”.
McDonald acrescentou: “Realmente precisamos de ajuda nesse empréstimo. O governo precisa transformá -lo em algo viável para nós e em termos razoáveis. E eles precisam começar a nos financiar para que possamos fazer mais em todo o mundo.
“Gostaria que o empréstimo fosse descartado, mas acho que neste ambiente econômico é muito difícil de justificar. Então, eu gostaria de termos razoáveis de empréstimo de algo como 25 anos e uma taxa de juros mais baixa, e então nos comprometemos a pagar totalmente. ”
Um porta -voz do Ministério das Relações Exteriores disse: “Continuamos comprometidos em garantir a estabilidade financeira do Conselho Britânico, e nosso financiamento contínuo sublinha nosso apoio ao seu importante trabalho na promoção do idioma inglês, artes e cultura e educação do Reino Unido.
“Devido a suas atividades comerciais, o Conselho Britânico está legalmente sujeito a controles de subsídio, garantindo a concorrência justa e livre no mercado, e continuamos comprometidos em recuperar o empréstimo assim que suas finanças permitirem. Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com o Conselho Britânico e o Tesouro sobre esse assunto. ”
McDonald disse que ofereceu ao conselho Coleção de arte avaliados em £ 200 milhões, incluindo obras de Barbara Hepworth, Steve McQueen, David Hockney e Rachel Whiteread, ao governo em troca de eliminar o empréstimo, mas sem sucesso.
O conselho deseja evitar a venda de qualquer uma de sua coleção de arte, grande parte dela dada pelos artistas para apoiar o trabalho do Conselho Britânico. Mas sua crise financeira pode não deixar alternativa.
“Se obtivermos termos melhores neste empréstimo e obtivemos algum financiamento extra, acho que devemos ser capazes de evitar vendas significativas de arte. Se não conseguirmos nada disso, temos um empréstimo de £ 200 milhões pendurado em nossas cabeças, que será devido em mais 12 meses ”, disse McDonald.
O Conselho Britânico defende artistas desde a sua fundação na década de 1930. Sonia Boycecuja Comissão para o Conselho ganhou o leão dourado Na Bienal de Veneza de 2022, disse: “Não estou exagerando quando digo que trabalhar com o Conselho Britânico tem sido um destaque na carreira. Muita coisa mudou para mim, consequentemente. ”
Outros governos financiam sua divulgação de maneira mais generosa: as agências da Alemanha, incluindo o Instituto Goethe receber cerca de £ 900m por ano, enquanto a França gasta £ 600m apoiando o Aliança francesa e outros, muito acima dos £ 160 milhões do governo do Reino Unido.
“Mesmo uma nação menor como Portugal, seu equivalente recebe 250 milhões de libras. Nós nos afastamos de apoiar a cultura e a educação do Reino Unido por muito pouco ”, disse McDonald, membro do recém-criado governo do Reino Unido”Conselho de Soft Power”.
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São Paulo em 20 obras arquitetônicas – 25/01/2025 – Cotidiano
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25 de janeiro de 2025 Adriano Vizoni, Clayton Castelani
São Paulo chega aos 471 anos em acentuada transformação. Estímulos públicos para o adensamento de áreas com maior oferta de infraestrutura resultam em uma verticalização sem precedentes.
No passado, a cidade empurrou trabalhadores para as periferias devido à falta de respostas ao déficit habitacional e reagiu ao problema da mobilidade com a construção de avenidas para carros. O que se tenta agora é atenuar danos da expansão desordenada, trazendo de volta moradores ao centro.
Esse objetivo é perseguido com a construção de edifícios onde antes existiam indústrias, comércio e áreas residenciais de classe média.
Na capital dos prédios e dos conflitos que os envolvem, a arquitetura tem papel central. Muito além de ícones, São Paulo produziu soluções arquitetônicas e urbanísticas em todos os cantos dos seus cerca de 1.500 quilômetros quadrados.
Algumas saíram das pranchetas de profissionais renomados, outras refletem iniciativas populares. Todas contam de alguma forma como a batalha pelo espaço moldou a vida no território.
A Folha retrata, em 20 fotos aéreas, algumas dessas estruturas. Sobre as imagens foi aplicado um efeito de miniaturização (tilt-shift), transformando edifícios em cenários que lembram maquetes.
Capela de São Miguel Arcanjo
A atual capela, localizada em São Miguel Paulista (zona leste), foi construída em 1622, ocupando o lugar de uma pequena igreja erguida por volta de 1560, ano da fundação do bairro pelo padre José de Anchieta, um dos fundadores do povoado de São Paulo, em 1554. É, portanto, uma das construções mais antigas do país. Preserva características originais da arquitetura jesuítica da época, como paredes de taipa de pilão e elementos decorativos coloniais, com destaque para a pia batismal de jacarandá. Está tombada pelo patrimônio histórico da cidade desde 1973.
Casa do Caxingui
Também chamada de Casa do Sertanista, a construção no bairro Caxingui (zona oeste) é uma das casas bandeiristas remanescentes de São Paulo. Exemplar da arquitetura colonial paulista, foi construída no século 17, segundo registro do Museu da Cidade de São Paulo. Localizada na arborizada praça Ênio Barbato, perto da estação São Paulo-Morumbi do metrô, é aberta a visitação pública de terça a domingo.
Fábrica da Antarctica na Mooca
Monumental representante do período da industrialização paulistana, somente em 2016 o conjunto industrial remanescente da Companhia Antarctica Paulista foi reconhecido como integrante do patrimônio histórico municipal. A planta fabril de 1920 deixou de ser utilizada na década de 1990, quando a cervejaria passou a integrar a gigante do ramo de bebidas Ambev. Em estado de ruína, o imóvel pertence à empresa de saúde Prevent Sênior, cuja intenção de transformar a área em um centro de atividades para pessoas da terceira idade não se concretizou. Com diversos imóveis tombados, a Mooca é atualmente objeto de uma operação urbana que dá incentivos para que o mercado construa novos prédios.
Palacete Tereza Toledo Lara
Na esquina das ruas Quintino Bocaiuva e Direita, no centro histórico da capital, o palacete inaugurado em 1910 se destaca como uma das mais belas obras arquitetônicas paulistanas, como descreve Douglas Nascimento, presidente do Instituto São Paulo Antiga. Projetado pelo arquiteto Augusto Fried, o prédio de três andares foi nomeado em homenagem à filha do conde Antônio de Toledo Lara. O imóvel, que já foi sede da rádio Record nos anos 1930, está completamente restaurado e abriga a Casa de Francisca, um dos relevantes endereços culturais da capital e que desponta como um dos símbolos da tentativa de requalificação do centro.
Palacete Franco de Mello
Remanescente do loteamento original da avenida Paulista, o casarão de 1905 ganhou aspecto de abandono ao longo de décadas de disputas entre herdeiros do imóvel e o poder público. Com o desfecho da ação em favor do governo estadual, a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou em 2023 que a mansão, uma das últimas da urbanização potencializada pelo ciclo do café, seria transformado em um centro de cultura LGBTQIA+, com investimento estimado em R$ 60 milhões.
Palácio das Indústrias
Às margens do rio Tamanduateí, o edifício projetado pelo escritório Ramos de Azevedo —também responsável por ícones da arquitetura paulistana como o Theatro Municipal– foi inaugurado em 1924 como um local de exposições industriais e agropecuárias. Hoje é conhecido por ser a sede do Museu Catavento, voltado à ciência e tecnologia. Destoando do degradado parque Dom Pedro 2º, onde está inserido, o prédio de tijolos aparentes e ornamentado com diferentes cumes e esculturas de animais já foi sede da Assembleia Legislativa e da prefeitura.
Casa das Caldeiras
A instalação na Água Branca (zona oeste) foi responsável por gerar energia para as antigas Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo. Suas primeiras chaminés e caldeira surgiram em 1922. Em 1986, a construção de tijolos foi tombada pelo órgão de patrimônio estadual, o Condephaat, e, em 1999, restaurada para abrigar um centro de eventos sociais e privados.
Edifício Esther
A praça da República, na região central, guarda exemplares pioneiros da verticalização da cidade, como o Esther. Projetado por Álvaro Vital Brazil e Adhemar Marinho, o edifício inaugurado em 1938 é descrito pelo Condephaat como o primeiro prédio de grande porte em São Paulo a seguir o princípio funcionalista —abordagem que coloca a utilidade no centro do projeto. Suas lajes contínuas deram flexibilidade ao prédio multifuncional, conciliando restaurantes, escritórios e residências. É também considerado uma obra precursora do movimento modernista na arquitetura paulistana.
Edifício Montreal
A esquina das avenidas Ipiranga e Cásper Líbero, na República, é o endereço do marcante prédio projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1954. Os brises na fachada arredondada para controlar a incidência solar eram uma inovação para a época e, assim como outras características da arquitetura modernista, esses quebra-sóis voltam a ser observados como alternativa ao ar-condicionado em tempos de mudança climática.
Edifício Eiffel
Turistas e mesmo moradores que visitam o centro têm o edifício Copan como referência dos traços de Niemeyer na paisagem paulistana, mas o principal arquiteto brasileiro deixou diversas obras pela cidade. Uma delas é o edifício Eiffel, inaugurado em 1956 na praça da República. O desenho formado por um prisma retangular vertical e suas duas asas simétricas laterais é descrito pelo arquiteto Fábio Valentim como uma resposta surpreendente para atender às exigências legais da época para novas construções no centro. Com uma galeria e lojas voltadas para a rua, o Eiffel também se mostra alinhado com as atuais necessidades da vida urbana. Esse conceito, chamado de fachada ativa, é hoje estimulado pelo Plano Diretor da cidade.
Conjunto Habitacional Santa Cruz
Os 23 blocos de apartamentos com três pavimentos inaugurados em 1964 na Vila Mariana, zona sul, exemplificam um prolífico período de produção habitacional social privada por meio dos institutos de aposentadorias e pensões. As construções padronizadas diluídas na vegetação criam uma característica de parque urbano, unindo a racionalização construtiva aos princípios urbanísticos das cidades-jardins.
Nova Jaguaré
A criação de um parque industrial no distrito Jaguaré (zona oeste) sem a devida oferta de moradia para seus trabalhadores resultou na ocupação irregular das encostas do morro às margens do rio Pinheiros a partir da década de 1960. A favela de 168 mil m² seguiu repleta de habitações precárias em locais de alto risco para deslizamentos até 2006, quando teve início seu processo de urbanização. A regularização fundiária e obras de urbanização conferiram à vila Nova Jaguaré a condição de núcleo urbanizado descrito por diversos especialistas como alternativa bem-sucedida à remoção.
Cebolão e marginais
As vias marginais dos rios Tietê e Pinheiros refletem uma aposta em um modelo de mobilidade forjado pela existência dos automóveis. Em 1982, a inauguração do complexo viário Heróis de 1932 conectou as duas pistas, criando uma ligação viária direta entre as porções leste, norte, oeste e sul da cidade. Apelidada de Cebolão, a obra pensada para fazer o tráfego fluir tem suas várias camadas sobrepostas de pontes e viadutos invariavelmente congestionadas a cada horário de pico. Um paradoxo replicado em obras viárias anteriores e posteriores ao Cebolão.
Terminal Rodoviário Tietê
O maior terminal rodoviário do país foi inaugurado na Vila Guilherme (zona norte) em 1982 como parte de uma estratégia para tirar da região central os ônibus que chegavam e partiam da antiga rodoviária no bairro da Luz. Interligado à estação Portuguesa-Tietê do Metrô, o terminal Governador Carvalho Pinto, mais conhecido como Tietê, movimenta aproximadamente 3.000 veículos levando e trazendo passageiros de 1.033 cidades do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. Além de ser uma das principais portas da capital, a rodoviária está localizada em uma área repleta de construções que reforçam a vocação da cidade para o turismo de negócios e eventos, como o Sambódromo e o pavilhão de exposições do Anhembi.
Parque Ecológico Tietê
O núcleo de lazer do parque Ecológico Tietê, em Engenheiro Goulart, no extremo leste paulistano, é resultado da implantação parcial do projeto do escritório do arquiteto Ruy Ohtake para preservação da várzea do trecho metropolitano do principal rio do estado. Inaugurado em 1982, recebe milhares de frequentadores em suas trilhas de caminhada, quadras esportivas e outros equipamentos de lazer. A proposta original previa um parque linear contínuo cortando a Grande São Paulo de leste a oeste, desde a nascente do Tietê, no município de Salesópolis, até a cidade de Santana de Parnaíba.
Sesc Pompeia
O equipamento de lazer e cultura do Serviço Social do Comércio construído entre galpões de uma fábrica na zona oeste está entre os mais conhecidos dos paulistanos. Os três grandes prédios, com diferentes formas geométricas de aspecto maciço, foram projetados por Lina Bo Bardi, que também desenhou o Masp. Em 2016, o jornal britânico The Guardian classificou o Sesc Pompeia como a sexta melhor construção em concreto do mundo.
Conjunto União da Juta
No início dos anos 1990, a migração dos trabalhadores para as periferias estava consolidada. O movimento iniciado 50 anos antes, em meio a uma crise imobiliária que resultou na explosão de loteamentos precários, resultou em um caótico adensamento dos bairros. O déficit habitacional, porém, persistia. Nesse contexto, mutirões de autogestão despontaram como alternativa para a produção de habitação popular em larga escala. Resultado da pressão do movimento Sem-Terra Leste 1 sobre o governo estadual, o conjunto habitacional União da Juta foi concluído em 1998 no distrito de Sapopemba (zona leste). O projeto da Usina CTAH, assessoria técnica a movimentos de habitação, é reconhecido por integrar serviços e infraestrutura urbana em um modelo construtivo simplificado e barato.
MuBE
Milhares de fãs de produções do cinema e da TV são atraídos pelas populares exposições do MIS (Museu da Imagem e do Som), no Jardim Europa, bairro repleto de residências de alto padrão na zona oeste. Não raramente, alguns desses visitantes ficam surpresos ao descobrirem que a praça ao lado do prédio é também um museu e uma das joias da arquitetura paulistana. O MuBE, Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia, foi criado em 1986 e dá aos visitantes a chance de contemplar o trabalho de dois ícones: o projeto da construção é do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, sendo que o espaço conta com um jardim projetado por Roberto Burle Marx.
Hotel Unique
Construído em forma de um arco invertido suspenso com cem metros de extensão, o luxuoso Hotel Unique se tornou um símbolo contemporâneo paulistano. Projetado por Ruy Ohtake, foi inaugurado em 2002 no Jardim Paulista, próximo ao parque Ibirapuera. Na borda de uma zona residencial onde não se pode construir edifícios altos, o Unique consegue oferecer em seu amplo terraço uma das vistas panorâmicas mais apreciadas da cidade.
CEU Rosa da China
Os CEUs (Centros Educacionais Unificados) surgiram em São Paulo em 2002, quando a gestão municipal de Marta Suplicy (PT) decidiu colocar em prática na capital o modelo de escolas-parque do educador Anísio Teixeira. Além de consolidado como equipamento de relevância para programas de educação integral, os CEUs também se tornaram referência para suas comunidades ao oferecerem atividades culturais e recreativas para toda população. Inaugurado em 2005 no distrito de Sapopemba, o CEU Rosa da China é um dos cerca de 60 equipamentos construídos. Com quadras esportivas, piscina, sala de música e biblioteca, entre outros espaços, a estrutura modular pré-fabricada foi a solução encontrada pela equipe do arquiteto da prefeitura Alexandre Delijaicov para a adaptação aos diferentes terrenos nas periferias, descreve a arquiteta Anália Amorim.
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