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Não ganhei na Mega-Sena da Virada, graças a Deus – 05/01/2025 – Becky S. Korich

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07 – 08 – 12 – 27 – 37 – 43 – 49. A tática dos números seguidos (7 – 8) é infalível. Passei uma semana ansiosa: o que fazer com tanto dinheiro?

A fila da lotérica era grande, democrática. Tinha de tudo. Pessoas diferentes que, em comum, tinham os mesmos olhares esperançosos. Uns seguravam o trocado amassado na mão, outros seus cartões de crédito Master-Platinum-Prêmium-Plus. A cada minuto de espera, seus sonhos iam se multiplicando. A casa própria, o apartamento em Manhattan de frente para o Central Park, o prato com comida, o apartamento no Leblon de frente para o mar, o food truck de hot-dog, o carro zero quilômetro, a cirurgia plástica. Eu tinha só um sonho: ganhar na Mega-Sena.

Não tenho a mínima ideia do que sejam R$ 600 milhões, pra mim passou do milhão é tudo a mesma coisa. Só sei que é uma bolada. Comecei a fazer os cálculos e arredondei os valores para facilitar a conta cheia de zeros.

Me veria obrigada a mudar de endereço, porque o meu atual não comporta milionários. Um bairro luxuoso, uma cobertura talvez, ou uma casa com piscina: menos uns R$ 30 milhões na conta. Para manter tudo isso, teria o piscineiro, o jardineiro, os seguranças, o staff, os vizinhos abastados. Me deu um pouco de preguiça, mas logo me animei com o spa particular que me resgataria desse cansaço.

Mais uma dívida: uma casa nova para meus pais e outra para minha sogra, que faço questão que morem no bairro, desde que que não morem nem tão longe a ponto de eles chegarem de malas à minha casa e nem tão perto a ponto de chegarem de pantufas.

E tem o pacto com os amigos da vida: além de jurar que nada afetaria a nossa amizade —que seria eterna, na riqueza e na pobreza, blá blá blá—, prometemos que quem levasse o prêmio daria R$ 2 milhões para o outro. Nessas seriam mais R$ 8 milhões, ou melhor, menos 8 milhões para mim.

As dívidas e os compromissos viraram uma bola de neve. Fui congelando. Nunca tinha perdido tanto dinheiro assim na vida.

Isso sem contar as viagens. Eu não precisaria mais enfrentar o trânsito de sete horas na estrada e ficar na pousada três estrelas da praia, que fica debaixo de um milhão de estrelas. Meu helicóptero me levaria direto para um hotel sete estrelas, onde eu substituiria o café da manhã com um pão com manteiga e água de coco por um desjejum com ovas de caviar regado a trufas brancas de Alba e um brioche amanteigado.

Em uma semana a vida mudaria radicalmente: em vez de lutar para ganhar dinheiro, o desafio seria lutar para não perder dinheiro. O medo de perder o celular no farol seria substituído pelo medo de ser roubada por funcionários ou golpistas. Eu já não sabia mais quem seriam os amigos de verdade, os sorrisos de verdade, os desejos de verdade.

Mas, contra todas as previsões, eu não ganhei. Deu 01 – 17 – 19 – 29 – 50 – 57. O sorteio errou os números contra as minhas certezas. A matemática errou, dois e dois nem sempre são quatro, tudo depende das premissas iniciais e de onde nos encontramos.

O teste da pobreza é cruel, mas o teste da riqueza pode não ser fácil. Eu só estaria preparada para ele, se o destino me prometesse que minha vida seria exatamente a mesma, só que com R$ 600 milhões a mais na conta. Existe isso?

Ano que vem tento de novo.


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Nota da Andifes sobre os cortes no orçamento aprovado pelo Congresso Nacional para as Universidades Federais — Universidade Federal do Acre

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publicado:
23/12/2025 07h31,


última modificação:
23/12/2025 07h32

Confira a nota na integra no link: Nota Andifes



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Ufac entrega equipamentos ao Centro de Referência Paralímpico — Universidade Federal do Acre

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Ufac entrega equipamentos ao Centro de Referência Paralímpico — Universidade Federal do Acre

A Ufac, a Associação Paradesportiva Acreana (APA) e a Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer realizaram, nessa quarta-feira, 17, a entrega dos equipamentos de halterofilismo e musculação no Centro de Referência Paralímpico, localizado no bloco de Educação Física, campus-sede. A iniciativa fortalece as ações voltadas ao esporte paraolímpico e amplia as condições de treinamento e preparação dos atletas atendidos pelo centro, contribuindo para o desenvolvimento esportivo e a inclusão de pessoas com deficiência.

Os equipamentos foram adquiridos por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Eduardo Ribeiro (PSD), em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, com o objetivo de fortalecer a preparação esportiva e garantir melhores condições de treino aos atletas do Centro de Referência Paralímpico da Ufac.

Durante a solenidade, a reitora da Ufac, Guida Aquino, destacou a importância da atuação conjunta entre as instituições. “Sozinho não fazemos nada, mas juntos somos mais fortes. É por isso que esse centro está dando certo.”

A presidente da APA, Rakel Thompson Abud, relembrou a trajetória de construção do projeto. “Estamos dentro da Ufac realizando esse trabalho há muitos anos e hoje vemos esse resultado, que é o Centro de Referência Paralímpico.”

O coordenador do centro e do curso de Educação Física, Jader Bezerra, ressaltou o compromisso das instituições envolvidas. “Este momento é de agradecimento. Tudo o que fizemos é em prol dessa comunidade. Agradeço a todas as instituições envolvidas e reforço que estaremos sempre aqui para receber os atletas com a melhor estrutura possível.”

O atleta paralímpico Mazinho Silva, representando os demais atletas, agradeceu o apoio recebido. “Hoje é um momento de gratidão a todos os envolvidos. Precisamos avançar cada vez mais e somos muito gratos por tudo o que está sendo feito.”

A vice-governadora do Estado do Acre, Mailza Assis da Silva, também destacou o trabalho desenvolvido no centro e o talento dos atletas. “Estou reconhecendo o excelente trabalho de toda a equipe, mas, acima de tudo, o talento de cada um de nossos atletas.”

Já o assessor do deputado estadual Eduardo Ribeiro, Jeferson Barroso, enfatizou a finalidade social da emenda. “O deputado Eduardo fica muito feliz em ver que o recurso está sendo bem gerenciado, garantindo direitos, igualdade e representatividade.”

Também compuseram o dispositivo de honra a pró-reitora de Inovação, Almecina Balbino, e um dos coordenadores do Centro de Referência Paralímpico, Antônio Clodoaldo Melo de Castro.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)



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Orquestra de Câmara da Ufac apresenta-se no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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Orquestra de Câmara da Ufac apresenta-se no campus-sede — Universidade Federal do Acre

A Orquestra de Câmara da Ufac realizou, nesta quarta-feira, 17, uma apresentação musical no auditório do E-Amazônia, no campus-sede. Sob a coordenação e regência do professor Romualdo Medeiros, o concerto integrou a programação cultural da instituição e evidenciou a importância da música instrumental na formação artística, cultural e acadêmica da comunidade universitária.

 

A reitora Guida Aquino ressaltou a relevância da iniciativa. “Fico encantada. A cultura e a arte são fundamentais para a nossa universidade.” Durante o evento, o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, destacou o papel social da arte. “Sem arte, sem cultura e sem música, a sociedade sofre mais. A arte, a cultura e a música são direitos humanos.” 

Também compôs o dispositivo de honra a professora Lya Januária Vasconcelos.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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