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Nasa lança missão Europa Clipper para estudar habitabilidade de lua de Júpiter; siga ao vivo – 14/10/2024 – Mensageiro Sideral

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A Nasa espera lançar nesta segunda-feira (14), às 13h06 (de Brasília), sua missão robótica interplanetária mais importante desde a partida do rover marciano Perseverance, em 2020. A missão Europa Clipper terá por objetivo determinar o potencial da habitabilidade da mais famosa e intrigante das luas de Júpiter, Europa, e partirá da Terra impulsionada por um foguete Falcon Heavy, da SpaceX. O lançamento ocorre no Centro Espacial Kennedy, instalação da agência espacial americana na Flórida. Acompanhe ao vivo com o Mensageiro Sideral.

Tratada como uma das missões capitânias da agência espacial americana, ela saiu ao custo de US$ 5,2 bilhões –cara até mesmo para os padrões desse tipo de missão (o Perseverance, por exemplo, saiu por US$ 2,75 bilhões).

Parte do preço elevado tem a ver com a alta complexidade do projeto; outra parte tem a ver com a duração da missão. A ser lançada agora por um foguete Falcon Heavy, da SpaceX, a partir do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, ela só chegará às imediações de Júpiter em abril de 2030. Durante o caminho, a nave usará sobrevoos de Marte (em fevereiro de 2025) e da Terra (em dezembro de 2026), para se colocar na velocidade e na trajetória certa para se inserir em órbita de Júpiter e iniciar uma missão que prevê pelo menos 49 sobrevoos próximos de Europa.

A Clipper deve se tornar a terceira espaçonave da história a entrar em órbita de Júpiter, depois da Galileo (1995) e da Juno (2016), ambas da Nasa. A europeia Juice foi lançada antes (2023), mas fará sua inserção orbital depois (2031), tornando-se assim a quarta orbitadora joviana.

Com seus painéis solares de 22 metros, a sonda de seis toneladas (incluindo combustível embarcado) gerará 600 watts para a operação de seus nove instrumentos, mesmo estando cinco vezes mais distante do Sol que a Terra. A ideia é usar suas câmeras, espectrômetros, radar e sistema de rádio para fazer um esquadrinhamento detalhado de Europa, inclusive investigando a configuração do oceano de água líquida que se esconde sob a crosta de gelo da lua.

Descoberta por Galileu Galilei em 1610, ela tem cerca de 3.120 km de diâmetro, um pouco menos que a Lua terrestre (3.475 km). Mas a revelação mais bombástica a respeito dela veio com a missão que homenageou o famoso astrônomo italiano, a Galileo, que indicou a presença do oceano interno, possivelmente em contato com um leito rochoso com fontes hidrotermais.

Na Terra, essas parecem ter sido as circunstâncias que levaram ao surgimento da vida. Se algo similar pode ter acontecido em Europa, não se sabe, mas a ideia de formas de vida europanas já é consagrada na ficção científica ao menos desde o livro “2010: Uma Odisseia no Espaço 2”, de Arthur C. Clarke, de 1982 (e transformado em filme em 1984). A Europa Clipper, contudo, estará mais focada em fatos do que em ficção.

A iniciativa não tem o objetivo declarado de encontrar vida europana, mas tentará caracterizar de forma detalhada o oceano subsuperficial e seu conteúdo, confirmando sua habitabilidade. Uma das perspectivas mais animadoras é o estudo de plumas de água que possam ser ejetadas por fissuras na crosta de gelo, sendo expostas ao espaço. A Clipper tentará sobrevoá-las, a exemplo do que fez a sonda Cassini com a lua gelada Encélado, de Saturno, entre 2005 e 2015 –outro potencial ambiente habitável (ao menos para micro-organismos) no Sistema Solar.

A tarefa da Clipper, contudo, é mais desafiadora. O ambiente nos arredores de Europa é banhado por um intenso cinturão de radiação gerado pelo campo magnético de Júpiter, o que obrigou a Nasa a adotar uma estratégia de “aproxima e corre”, com rápidos sobrevoos sequenciais, durante voltas em torno de Júpiter, em vez de uma parada em órbita da lua.

O esforço exigiu que a espaçonave fosse projetada com reforços em titânio e alumínio para proteger a eletrônica contra a radiação. E mesmo assim não faltará emoção. Na fase final de preparação para o lançamento, foi descoberto que transistores similares aos embarcados, feitos para resistir ao ambiente hostil do entorno de Europa, estavam falhando em condições de radiação menos severas.

Durante quatro meses, a Nasa realizou testes exaustivos desses componentes e de seu funcionamento em conjunto. Caso fosse preciso trocá-los, a missão teria de ser adiada. Mas, no começo de setembro, a agência comunicou que tinha margem de segurança em todos os circuitos envolvidos para cumprir a missão com sucesso. Manteve-se assim o cronograma de lançamento e a expectativa de que a nave possa operar durante cerca de quatro anos em órbita de Júpiter, como previsto.

Com isso, o lançamento pode ocorrer a partir desta segunda, mas com alguma margem de segurança, numa janela de três semanas que se estende até o início de novembro. A Nasa esperava lançá-lo a partir do dia 10, mas um adiamento foi feito para contornar os impactos da passagem do furacão Milton pela Flórida.

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.

Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”

O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”

 

A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.” 

A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.

Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre

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A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.

 



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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.

Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.

“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.

Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.

 



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