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Nascimento de gêmeos aumenta mesmo com queda na natalidade – 01/02/2025 – Equilíbrio e Saúde

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É fato que, globalmente, as mães estão tendo menos filhos. No entanto, apesar desse último declínio observado nas taxas de natalidade, o número de gêmeos e trigêmeos nascidos hoje é maior do que nunca.

Essa é a primeira vez que isso acontece na história —e as pesquisas preveem um aumento contínuo nas taxas de gemelaridade. Nos anos anteriores, as taxas de gêmeos caíram proporcionalmente às taxas gerais de natalidade.

Há muitos motivos para que isso aconteça, e fatores sociais, como a gravidez em idade avançada e o maior uso de tratamentos de fertilidade, parecem ser fatores chaves.

Embora menos comuns do que a gravidez com um bebê, os nascimentos múltiplos são uma parte natural da reprodução humana. Cerca de uma em cada 60 gestações é um nascimento múltiplo, seja de gêmeos, trigêmeos ou até mesmo sêxtuplos.

Os gêmeos ocorrem quando dois óvulos separados são fertilizados ao mesmo tempo ou quando um óvulo fertilizado se divide em dois. Os nascimentos múltiplos também podem ocorrer como resultado da “hiperovulação”, quando mais de um óvulo é liberado no mesmo ciclo. É mais provável que esse fenômeno ocorra em mulheres à medida que envelhecem devido a mudanças nos padrões hormonais do ciclo menstrual ao se aproximarem da perimenopausa.

Embora seja muito raro, a hiperovulação também pode levar à concepção natural do que é conhecido como “gestação múltipla de ordem superior” —desde trigêmeos até nonagêmeos (nove bebês).

Dados da Inglaterra e do País de Gales em 2023 mostram que, para mulheres com menos de 20 anos, um em cada 2 mil foi um nascimento múltiplo, mas para mulheres entre 35 e 39 anos, esse número sobe para um em cada 57.

Uma pesquisa recente que analisou especificamente os países de baixa renda previu um aumento de nascimentos múltiplos em todos os países de 2050 a 2100. Os autores sugerem que essas projeções são impulsionadas pelo aumento da idade materna nesses países.

Tendências de nascimento

Durante o baby boom das décadas de 1940 a 1960, o número de nascimentos múltiplos na Inglaterra e no País de Gales ficou consistentemente em torno de 12-13 por 1.000 gestações. As mães da década de 1960 estavam tendo seus bebês com idade média de 26 anos —uma idade em que a probabilidade de nascimento múltiplo é menor.

Porém, durante as décadas de 1970 e 1980, com a crescente disponibilidade de planejamento familiar (incluindo esterilização masculina e esterilização feminina) e tempos econômicos difíceis, houve um declínio no número de famílias maiores. Isso deu origem ao tamanho estereotipado de família de 2,4 filhos.

Neste período, a maioria das mulheres estava tendo seus bebês entre por volta dos 26 anos. Isso significou que a taxa de nascimentos múltiplos no Reino Unido também caiu para seu nível mais baixo, cerca de dez por 1.000 maternidades.

Nas décadas de 1990 e 2000, a taxa de nascimentos múltiplos aumentou na Inglaterra e no País de Gales. Isso se deveu, em parte, a um ligeiro aumento na idade média em que as mulheres se tornaram mães pela primeira vez, mas foi em grande parte impulsionado por um aumento no uso de tratamentos de fertilidade.

Nos primórdios do tratamento de fertilidade, era prática comum colocar mais de um embrião de cada vez para aumentar as chances de sucesso da gravidez. No entanto, isso também aumentava a chance de ter um nascimento múltiplo. Na década de 1990, a taxa de gravidez múltipla decorrente do tratamento de fertilidade chegou a 28% (em comparação com uma taxa de concepção natural de 1% a 2%).

As preocupações com o aumento acentuado de nascimentos múltiplos devido a tratamentos de fertilidade e o número desses bebês nascidos prematuramente como resultado levaram à campanha “One at a Time” (Um de cada vez) para promover a transferência de apenas um embrião por vez. A taxa de nascimentos múltiplos decorrentes de tratamento de fertilidade no Reino Unido é agora de apenas 4%.

No entanto, de meados da década de 2000 a meados da década de 2010, as taxas de nascimentos múltiplos no Reino Unido atingiram mais de 16 por 1.000 gestações (cerca de 11.000 gestações múltiplas por ano). Esse pico de nascimentos múltiplos provavelmente se deve ao aumento das taxas de fertilidade em mulheres mais velhas —mas principalmente ao uso crescente de tratamentos de fertilidade antes do impacto da campanha One at a Time.

Após uma queda na década de 2010, quando o sucesso dessa campanha se tornou evidente nos dados, a taxa de nascimentos múltiplos do Reino Unido agora é de 14,4 por 1.000 maternidades.

Mas mais pessoas estão buscando tratamento de fertilidade agora do que nunca. Em 1991, cerca de 6.700 ciclos de fertilização in vitro foram oferecidos por clínicas de fertilidade no Reino Unido. Em comparação, 76.000 ciclos de FIV foram realizados em 2021.

Os tratamentos de fertilidade podem ser caros, e o acesso ao tratamento financiado pelo NHS está sujeito a restrições de elegibilidade no Reino Unido, o que faz com que mais pessoas considerem buscar tratamento no exterior. As práticas relacionadas à transferência de múltiplos embriões variam nos países europeus populares para o turismo de fertilidade do Reino Unido, o que significa que a proporção de gestações múltiplas que ocorrem em decorrência de tratamento de fertilidade no exterior pode ser muito maior.

Ter gêmeos, trigêmeos ou mais é, sem dúvida, uma alegria para muitas famílias, mas pode trazer dificuldades adicionais. No Reino Unido, a taxa de natimortos é quase o dobro em gêmeos em comparação com gestações únicas —e a taxa de morte neonatal em gêmeos é mais de três vezes maior. O nascimento pré-termo ocorre em cerca de 60% dos gêmeos e quase todos os trigêmeos, quádruplos ou mais. Esses bebês geralmente precisam de cuidados neonatais, o que aumenta a ansiedade dos pais.

Além do nascimento, sabemos que os primeiros anos são muito desafiadores —com apoio adicional normalmente necessário para cuidados práticos, como alimentação e sono, além de pressões financeiras e emocionais adicionais. O custo financeiro para as famílias de múltiplos é pelo menos £20k a mais, em comparação com ter dois filhos únicos em sequência.

Ao planejar o formato da futura maternidade e dos primeiros anos de atendimento, as necessidades da população de nascimentos múltiplos devem fazer parte da conversa. É difícil prever o quanto as taxas podem aumentar, especialmente porque os números sugerem que as taxas de fertilidade continuam mais baixas em geral. Podemos ver menos bebês nascendo ao longo do tempo, mas com um aumento na porcentagem de nascimentos múltiplos.

Este artigo foi originalmente publicado em inglês.



Leia Mais: Folha

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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