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Nova Delhi e Berlim desejam estreitar laços – DW – 26/10/2024
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Os visitantes da capital da Índia nos últimos dias dificilmente conseguiram evitar o olhar do Chanceler Federal, já que cartazes com a sua imagem cobriam muitas das principais ruas de Nova Deli. Na sexta-feira, Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz viajou para a Índia com vários ministros seniores de seu gabinete e uma grande delegação empresarial para promover uma cooperação mais estreita com a nação mais populosa do mundo.
Berlim corteja Índia
No final, as duas nações chegaram a 27 acordos com o objetivo de reforçar a cooperação em áreas como a investigação, as energias renováveis e a defesa. Scholz também pressionou para acelerar as negociações sobre um acordo de livre comércio que Índia e o União Europeia (UE) negociam há 17 anos.
“Depois de longos anos de negociações, chegou o momento de pôr fim a isto”, disse Scholz após conversações em Nova Deli.
O seu governo também procura atrair trabalhadores qualificados da Índia. Estima-se que 140 mil já vivam e trabalhem na Alemanha, mas Scholz pretende atrair ainda mais, especialmente para os setores de TI e saúde.
Alemanha e Índia buscam laços econômicos mais fortes nas negociações de Delhi
Na Índia, cerca de 1 milhão de pessoas entram na força de trabalho todos os meses. A Alemanha, entretanto, carece desesperadamente de trabalhadores qualificados.
As conversações económicas também se centraram em torno dos investimentos, uma vez que a Alemanha procura diversificar a sua carteira dada a recentes desenvolvimentos políticos na China. Índia para boa alternativa. Após uma reunião com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, Scholz afirmou que a Índia era “uma âncora de estabilidade no Sul da Ásia”.
A Índia é um player global cheio de potencial
Observadores especializados dizem que a Alemanha reavaliou a sua posição em relação à Índia, como evidenciado pelo documento estratégico recentemente divulgado pelo governo Foco na Índia.
Embora a Alemanha tenha assumido uma postura comparativamente defensiva em relação à China, o documento estratégico sobre a Índia parece uma ode ao pragmatismo. As observações críticas sobre o crescente nacionalismo da Índia são relegadas para segundo plano, enquanto as questões sobre como fazer o melhor uso dos laços mais estreitos ocupam o centro das atenções.
As projecções económicas da Índia são impressionantes: se o crescimento permanecer estável, o país poderá substituir a Alemanha como a terceira maior economia do mundo até 2030. Embora o governo alemão veja um potencial promissor nesta previsão, não está claro como a economia alemã irá responder.
Os investimentos na vizinha China ainda são muito maiores. “No final, precisarão de ambos: o profundo interesse na China permanecerá o mesmo e a Índia tornar-se-á um interveniente cada vez mais interessante”, disse Christian Kastrop, sócio-gerente do fórum de reflexão de Berlim Iniciativa de Solução Global.
“Atores como a Índia não são interessantes apenas para a Alemanha do ponto de vista económico, mas também do ponto de vista político”, acrescentou.
O gigante da região Indo-Pacífico há muito se apresenta como a voz do chamado Sul Global em encontros com representantes ocidentais. A Índia é um dos originais BRICS membros, que ao lado de Brasil, Rússia, China e África do Sul passaram a incorporar recentemente o Egito, a Etiópia, o Irã e os Emirados Árabes Unidos.
Além disso, a Índia também é um G20 membro, um fórum intergovernamental que reúne as 20 maiores economias do mundo. E tal como a Alemanha, o Japão e o Brasil, o país está a tentar garantir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Scholz e Modi são pragmáticos
O primeiro-ministro Modi mantém boas relações com países com os quais outros pararam de falar – como a Rússia. Ele valoriza manter o seu país neutro e até agora evitou condenar A invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia. Poucos dias antes de conhecer Scholz em Nova Delhi, Modi participou de um Cimeira dos BRICS em Kazan, na Rússiaonde foi visto abraçando o presidente russo Vladimir Putin – não pela primeira vez.
Scholz aceitou tudo isto com calma, talvez porque espera que o equilíbrio diplomático de Modi se revele útil. O chefe de governo indiano ofereceu-se repetidamente como mediador para ajudar a acabar com a guerra.
“É bom que um país como a Índia esteja determinado a ajudar a levar as coisas adiante”, disse Scholz em resposta à proposta de Modi, acrescentando que a Índia poderia “realmente desempenhar um papel”.
“Esta guerra deve finalmente chegar ao fim”, afirmou, enquanto Modi estava ao seu lado, balançando a cabeça.
A Chanceler alemã também alertou contra considerar problemática a crescente importância e as diferentes opiniões dos países do Sul Global. Em vez disso, disse que a Alemanha, a Europa e as chamadas nações industrializadas tiveram de se adaptar ao facto de países como a Índia, a África do Sul ou o Brasil serão os parceiros de amanhã.
“Precisamos preparar essa parceria hoje”, acrescentou.
Cooperação militar como sinal de confiança
Em Nova Deli, essas palavras foram bem recebidas. “A Índia quer ser o parceiro preferido da Alemanha”, disse à DW Ummu Salma Bava, do Centro de Estudos Europeus da Universidade Jawaharlal Nehru. Ela acrescentou que a Índia tem grandes esperanças numa parceria alemã, especialmente no que diz respeito à economia e à defesa.
Os resultados das consultas intergovernamentais de sexta-feira pareciam reflectir isso mesmo, com os acordos assinados incluindo um acordo de inteligência que permite às autoridades e às empresas trocar informações sensíveis. A Alemanha e a Índia também manifestaram a intenção de expandir a sua cooperação militar.
A Índia precisa de armas mais modernas, a fim de demonstrar as suas capacidades de defesa face à China, que está a renovar rapidamente as suas próprias forças armadas. Para proteger melhor os corredores comerciais essenciais no Indo-Pacífico, a Índia quer garantir que consegue acompanhar o ritmo.
Até agora, a Índia adquiriu a maior parte do seu armamento à Rússia, mas Nova Deli procura agora reduzir essa dependência. A Alemanha ofereceu-se para ajudar com isto e planeia actualmente construir seis novos submarinos para a marinha indiana.
“A Alemanha é o seu parceiro preferido”, disse Ummu Salva Bava.
Leis nacionais rigorosas há muito que impedem Berlim de exportar tecnologia militar sensível. O facto de o país estar agora aberto a envolver-se numa cooperação tão estreita não é apenas um grande negócio (económico), é também um voto de confiança para estes laços bilaterais.
Ou, como disse Modi na reunião de imprensa com Scholz, “está tudo bem”. Exceto que ele disse isso em alemão: “Alles gut!”
Este artigo foi publicado originalmente em alemão.
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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