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Novo indicador para avaliar a política fiscal brasileira – 09/01/2025 – Bráulio Borges

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A Secretaria de Política Econômica (SPE), ligada ao Ministério da Fazenda, divulgou nesta semana o boletim que apresenta estimativas atualizadas do chamado resultado fiscal estrutural, já contemplando os anos de 2023 e uma prévia para 2024 (referente aos três primeiros trimestres do ano).

Nessa edição mais recente, foram introduzidos diversos aprimoramentos metodológicos para o cálculo desse indicador, que depende de variáveis não observáveis (como é o caso do PIB potencial), além de estimativas sobre a sensibilidade das receitas ao PIB e aos preços de commodities, dentre outros aspectos. Uma nota metodológica, que acompanhou a divulgação do Boletim, detalha todas essas melhorias.

Tomando por base indicadores de fluxos primários fiscais divulgados todos os meses pelo Banco Central e pelo Tesouro Nacional, o indicador de resultado fiscal estrutural promove uma série de ajustamentos para descontar desses indicadores tradicionais diversos efeitos mais transitórios, os quais podem afetar temporariamente os resultados fiscais, mas não necessariamente refletem a execução da política fiscal propriamente dita.

Com efeito, o indicador de resultado fiscal estrutural permite que se faça uma avaliação mais adequada dos esforços da política fiscal envolvendo tanto a sustentabilidade do endividamento público como a estabilização dos ciclos econômicos. Ele não substitui os indicadores fiscais tradicionais e sim ajuda a complementar o monitoramento e análise das finanças públicas.

O ano de 2022 é bastante ilustrativo do impacto desses ajustes: enquanto os indicadores tradicionais apontaram que o setor público consolidado não financeiro obteve um superávit primário de 1,3% do PIB naquele ano, a estimativa de resultado estrutural apontou exatamente o oposto, um déficit estrutural de 1,3% (no cálculo alternativo da SPE, que também desconta o excesso de inflação ante as metas).

De onde vem tanta diferença? A forte alta, que não se sustentou, dos preços do petróleo naquele ano gerou uma arrecadação extra de tributos de cerca de 1% do PIB. E a inflação muito acima das metas gerou mais 1,2% adicional de receitas. Isso tudo não era permanente, por isso foi descontado do resultado tradicional.

Com efeito, esse déficit estrutural de 1,3% do PIB em 2022 correspondeu a uma deterioração ante a leitura do mesmo indicador em 2018, que apontava um déficit de 0,7%. Os governos FHC 2, Lula 1, Dilma 2/Temer entregaram primários estruturais melhores do que aqueles observados antes de assumirem, ao passo que Lula 2, Dilma 1 e Bolsonaro entregaram resultados piores.

Os maiores ajustes fiscais –isto é, aumento do resultado primário estrutural– já feitos no Brasil, de cerca de 2,5 p.p. do PIB, ocorreram em 1999, 2004 e 2015.

Em 2023, sob os efeitos da EC 126/2022 (“PEC da Transição”), o resultado estrutural piorou ainda mais ante 2022, para um déficit de 1,9% do PIB (o maior desde 2014). Na prévia de 2024, houve alguma melhora, com um primário estrutural de -1,5%.

Possivelmente, quando conhecermos os dados fechados do ano passado, em abril, esse valor ficará mais próximo de -1,0%, aproximando-se daquele de 2022. Precisamos de um superávit de pelo menos 1% a 1,5% do PIB para estabilizar a dívida pública.


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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.

“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”

A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.

O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.

 

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 

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Propeg — Universidade Federal do Acre

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Propeg — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.

 

Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:

 



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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.

Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.

Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.

Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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