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Vídeo: Novos geoglifos são encontrados em área de floresta na Reserva Extrativista Chico Mendes

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O desmatamento da Amazônia acabou revelando segredos que a floresta escondeu durante séculos. São estruturas escavadas no chão com formas geométricas que surpreendem pela precisão: os chamados geoglifos.

Novos geoglifos são encontrados em área de floresta na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Na foto, novos geoglifos são encontrados em área de floresta na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre).

As mais novas descobertas ocorreram em outubro do ano passado em uma área de floresta na reserva extrativista Chico Mendes, no interior do Acre.

O Acre é o estado com o maior número de geoglifos, um total de 523. Os dois encontrados por último têm forma de círculo e um deles tem 90 metros de diâmetro.

Comparando a parte mais profunda do círculo com o lado mais alto desse geoglifo, dá aproximadamente quatro metros. Outra coisa que impressiona é a largura da escavação, já que, de uma ponta a outra, são 11 metros.

“Entre o território do Acre, Amazonas e Rondônia e também do país vizinho, Bolívia, nós temos mais de 800 estruturas já identificadas. Um número que continua crescendo”, afirmou a doutora em arqueologia Ivandra Rampanelli.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, descobriu 81 sítios arqueológicos também no Mato Grosso. Nas escavações foram encontrados vestígios de cerâmicas, ferramentas e um tipo de solo fértil produzido por humanos.

O doutor em arqueologia Jonas Gregório de Souza afirmou que as escavações eram compostas por valetas – vala para escoamento das águas – e também possuíam estruturas como paliçadas de madeira – conjunto de estacas de madeira fincadas verticalmente no terreno.

“Acreditamos que essas eram antigas aldeias fortificadas. A valeta servia como uma função defensiva. Elas possivelmente eram acompanhadas de estruturas como paliçadas de madeira”, disse Souza.

Veja o vídeo:

Geoglifos podem ter sido contruídos para rituais

Os pesquisadores que estiveram em Mato Grosso foram conhecer de perto os geoglifos do Acre.

“Os sítios do Acre são geometricamente mais simétricos e perfeitos, são mais complexas as formas. E, ao contrário dos sítios do Mato Grosso, eles não têm evidências de habitação. Então, atualmente, os arqueólogos interpretam os geoglifos do Acre como sítios rituais, que eram construídos para cerimônias”, disse o arqueólogo.

Mark Robinson é um arqueólogo inglês que trabalhou mais de 10 anos no México pesquisando o povo Maia.

Ele disse que está impressionado não só com o tamanho de cada estrutura, mas também com a grande quantidade no Acre. Por isso, é possível acreditar que estavam conectadas de alguma forma.

Os pesquisadores acreditam que os povos que construíram esses sinais viveram na Amazônia entre o ano mil antes de cristo até a chegada dos portugueses em 1.500.

‘Ninguém sabia o significado’, diz extrativista

A estrutura encontrada recentemente no Acre fica na área onde mora a extrativista Nélida Maia da Silva. A família de extrativistas vive no local há 26 anos. “Há muito tempo meu pai percebeu isso aqui. Nós percebemos há muito tempo. Ninguém sabia o significado”, contou.

O marido dela é o extrativista Francisco da Silva. Ele disse que já viu um estrutura semelhante dentro da floresta. Dessa vez, acompanhado por pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac), ele mostra o caminho.

 Um dos geoglifos achados pelos pesquisadores fica dentro de área de mata fechada na Reserva Extrativista Chico Mendes (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Um dos geoglifos achados pelos pesquisadores fica dentro de área de mata fechada na Reserva Extrativista Chico Mendes (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre).

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A equipe de reportagem acompanhou o percurso e, depois de 25 minutos de caminhada, chegou ao destino e os pesquisadores encontraram o primeiro geoglifo dentro da floresta.

Questionado sobre como soube que a escavação era um geoglifo, o extrativista disse que comparou com o que já conhecia. “Porque nós tinha (sic) o conhecimento com o de lá. Aí nós, quebrando castanha, passamos aqui e percebemos que era semelhante com o de lá. Aí eu vim verificar mesmo e era”, contou.

A doutora em arqueologia e pesquisadora Ivandra Rampanelli percorreu toda a área com um GPS. A estrutura é circular, com 75 metros de diâmetro e uma área de mais de dois mil metros quadrados e está coberta por árvores centenárias.

“Tudo que a gente encontrar aqui, a gente acredita que ele pode estar muito melhor preservado do que em áreas que já estão desmatadas e que geralmente hoje são constituídas de pasto para gado, lavouras e já foi muito degradado. Enfim, já foi muito degradado e esse aqui está muito bem preservado”, disse Ivandra.

População organizada e hierarquizada pode ter vivivo na área, crê pesquisador

Para os pesquisadores, os geoglifos ajudam a reescrever a história da região.

“A Amazônia era vista como um lugar inóspito. E os geoglifos, hoje, estão aqui e demonstram que não era um lugar inóspito e sim que poderia haver uma grande população, organizada e hierarquizada que vivia aqui”, destacou a pesquisadora.

Para o doutor em arqueologia Jonas Gregório, o mais importante é ver que a Amazônia foi capaz de sustentar populações grandes no passado. Segundo ele, a descoberta talvez seja uma lição para a humanidade e para um futuro sustentável da Amazônia.

“A Amazônia pôde se sustentar no passado com populações grandes, densas e permanente sem que houvesse o mesmo uso da terra que a gente vê hoje em dia, com desmatamento, agricultura mecanizada. Quer dizer, há outras formas mais sustentáveis talvez de se utilizar a floresta”, afirmou. G1Ac.

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Minicurso para agricultores aborda qualidade e certificação de feijão — Universidade Federal do Acre

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Minicurso para agricultores aborda qualidade e certificação de feijão

O projeto Bioeconomia e Modelagem da Cadeia Produtiva dos Feijões do Vale do Juruá realizou o minicurso “Controle de Qualidade de Feijões Armazenados e Certificação de Feijão”, ministrado pelos professores Bruno Freitas, da Ufac, e Guiomar Sousa, do Instituto Federal do Acre (Ifac). As aulas ocorreram em 30 de março e 1 de abril, em Marechal Thaumaturgo (AC).

O minicurso teve como público-alvo agricultores e membros da Cooperativa Sonho de Todos (Coopersonhos), os quais conheceram informações teóricas e práticas sobre técnicas de armazenamento, parâmetros de qualidade dos grãos e processos para certificação de feijão, usados para agregar valor à produção local e ampliar o acesso a mercados diferenciados.

“Embora existam desafios significativos no processo de certificação do feijão, as oportunidades são vastas”, disse Bruno Freitas. “Ao superar essas barreiras, com apoio adequado e estratégias bem estruturadas, os produtores podem conquistar mercados internacionais, aumentar sua rentabilidade e melhorar a sustentabilidade de suas operações.” 

Guiomar Sousa também destacou a importância do minicurso para os produtores da região. “O controle de qualidade durante o armazenamento do feijão é essencial para garantir a segurança alimentar, preservar o valor nutricional e evitar perdas que comprometem a renda dos agricultores.”

O minicurso tem previsão de ser oferecido, em breve, para alunos dos cursos de Agronomia da Ufac e cursos técnicos em agropecuária e alimentos, do Ifac.

O projeto Bioeconomia e Modelagem da Cadeia Produtiva dos Feijões do Vale do Juruá é financiado pela Fapac, pelo CNPq e pelo Basa. A atividade contou com parceria da Embrapa-AC, da Coopersonhos e da Prefeitura de Marechal Thaumaturgo.

 



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Projeto oferece assistência jurídica a alunos indígenas da Ufac — Universidade Federal do Acre

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Projeto oferece assistência jurídica a alunos indígenas da Ufac — Universidade Federal do Acre

O curso de Direito e o Observatório de Direitos Humanos, da Ufac, realizam projeto de extensão para prestação de assistência jurídica ao Coletivo de Estudantes Indígenas da Ufac (CeiUfac) e a demais estudantes indígenas, por meio de discentes de Direito. O projeto, coordenado pelo professor Francisco Pereira, começou em janeiro e prossegue até novembro deste ano; o horário de atendimento é pela manhã ou à tarde. 

Para mais informações, entre em contato pelo e-mail cei.ccjsa@ufac.br.



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Ufac discute convênios na área ambiental em visita ao TCE-AC — Universidade Federal do Acre

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Ufac discute convênios na área ambiental em visita ao TCE-AC (1).jpg

A reitora da Ufac, Guida Aquino, participou de uma visita institucional ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC), com o objetivo de tratar dos convênios em andamento entre as duas instituições. A reunião, que ocorreu nesta sexta-feira, 11, teve como foco o fortalecimento da cooperação técnica voltada à revitalização da bacia do igarapé São Francisco e à ampliação das ações conjuntas na área ambiental.

Guida destacou que a parceria com o TCE em torno do igarapé São Francisco é uma das mais importantes já estabelecidas. “Estamos enfrentando os efeitos das mudanças climáticas e precisamos de mais intervenções no meio ambiente. Essa ação conjunta é estratégica, especialmente neste ano em que o Brasil sedia a COP-30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima].”

A reitora também valorizou a atuação da presidente Dulcinéia Benício à frente do TCE. “É uma mulher que valoriza a educação e sabe que é por meio da ciência que alcançamos os objetivos importantes para o desenvolvimento do nosso Estado”, completou.

Durante o encontro, foram discutidos os termos de cooperação técnica entre o TCE e a Ufac. O objetivo é fortalecer a capacidade de resposta das instituições públicas frente às emergências ambientais na capital acreana, com o suporte técnico e científico da universidade.

Para Dulcinéia Benício, o momento marca o fortalecimento da parceria entre o tribunal e a universidade. Ela disse que a iniciativa tem gerado resultados importantes, mas que ainda há muito a ser feito. “É uma referência a ser seguida; ainda estamos no início, mas temos muito a contribuir. A universidade tem sido parceira em todos os projetos ambientais desenvolvidos pelo tribunal.”

Ela também ressaltou que a proposta vai além da contenção de enxurradas. “O projeto avança sobre aspectos sociais, ambientais e de desenvolvimento, que hoje são indispensáveis na execução das políticas públicas.”

Participaram da reunião o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid, além de professores e pesquisadores envolvidos no projeto. Pelo TCE, acompanharam a agenda os conselheiros Ronald Polanco e Naluh Gouveia.

Também estiveram presentes representantes da Secretaria de Estado de Habitação e Urbanismo, da Fundape e do governo do Estado. O professor aposentado e economista Orlando Sabino esteve presente, representando a Assembleia Legislativa do Acre.



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