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O que acontecerá se a Argentina abandonar o acordo de Paris? – DW – 19/11/2024

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Na semana passada, o presidente argentino, Javier Milei, cético em relação ao clima, ordenou aos seus negociadores que abandonassem abruptamente as conversações da COP29 que decorriam em Baku, Azerbaijãoonde os países estão a discutir um acordo sobre novas metas de financiamento para a ação climática.
Milei, que descreveu as alterações climáticas como uma “mentira socialista”, deixou claro que as preocupações ambientais estão bem no fundo da sua lista de prioridades.
Desde que assumiu o cargo em Dezembro do ano passado, ele rebaixou o Ministério do Ambiente da Argentina a subsecretaria, retirou um fundo para a protecção florestal e aprovou uma lei que iria impulsionar ainda mais o sector do petróleo e do gás.
Agora há preocupações de que o líder de extrema direita tirará seu país do Acordo Climático de Paris, seguindo os passos de seu aliado, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
Trump disse que quer abandonar o tratado internacional, que visa limitar o aumento da temperatura média global bem abaixo dos 2 graus Celsius (3,6 Fahrenheit), pela segunda vez assim que voltar a entrar na Casa Branca.
Qual será o impacto das ações da Argentina?
A saída da Argentina do Cimeira COP29 implica que o país está fora de quaisquer negociações em curso, incluindo conversações sobre potenciais fundos de transição ou adaptação energéticadisse Maria Victoria Emanuelli, diretora de campanha para a América Latina da ONG ambiental 350.org, sediada em Buenos Aires.
Emanuelli descreveu a decisão como “errática e imprevisível” e disse que poderia custar à Argentina uma quantia considerável necessária para a ação climática e, em última análise, prejudicar os mais pobres da sociedade.
“As populações vulneráveis em Argentina são também os que mais sofrem os fenómenos climáticos extremos, mas as políticas de Milei mostram claramente que isso não é importante para o seu governo”, disse ela.
Política da motosserra: Argentina um ano sob o governo do presidente Milei
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Mas Emanuelli não achava que a retirada da Argentina prejudicaria as negociações em si, porque o país é um “pequeno ator no cenário internacional”.
Ir mais longe e abandonar o Acordo de Paris teria implicações tão profundas para a sociedade e a economia da Argentina que “chega ao absurdo”, disse Andrew Forth, chefe de política e defesa do Climate Group, uma ONG internacional focada na acção climática.
“Excluir-se das discussões globais não só enfraquece a capacidade da Argentina de influenciar as regras do comércio, o financiamento climático e a cooperação internacional, mas também deixa o país marginalizado na definição das próprias regras que determinarão a sua resiliência e prosperidade futuras e ajudarão a enfrentar os crescentes impactos do clima mudar em casa”, disse ele.
Como as mudanças climáticas já estão impactando a Argentina?
A Argentina é vulnerável a uma ampla gama de mudanças climáticas impactos que variam nas suas vastas e diversas paisagens, incluindo desertos, enormes linhas costeiras e glaciares, bem como nas regiões subtropicais e subantárticas.
Nos últimos anos, o país foi atingido por calor extremo, seca severa, escassez de água e inundações destrutivas. Nos meses de verão de 2022-2023, o país registou as temperaturas mais elevadas dos últimos 60 anos.
Duas ondas de calor consecutivas, que atingiram temperaturas recordes na Argentina e no Paraguai durante aquela temporada, tornaram-se 60 vezes mais prováveis devido às mudanças climáticas induzidas pelo homem, de acordo com um estudo da World Weather Attribution, uma instituição acadêmica com sede no Reino Unido.
À medida que as alterações climáticas continuam a aquecer o planeta, espera-se que o país sofra inundações, secas e incêndios florestais, bem como o aumento do nível do mar e o derretimento acelerado de numerosos geleiras, de acordo com o Banco Mundial.
Sob um aumento de 2°C na temperatura global, que o mundo está no caminho certo para superar, a Argentina veria um aumento de 33% na frequência de secas agrícolas e um aumento de 1.032% na duração das ondas de calor, de acordo com um relatório da Fundação CMCC, um centro de pesquisa focado em sobre as alterações climáticas e a sociedade.
Qual é a posição da Argentina em relação à ação climática?
Embora o país tenha se comprometido com emissões líquidas zero até 2050, as políticas climáticas e os planos da Argentina para reduzir as emissões – comprometidos no âmbito do Acordo de Paris – foram considerados “criticamente insuficientes” por cientistas de Rastreador de Ação Climática. CAT é um projeto científico independente que monitora medidas climáticas governamentais.
O CAT destaca que, em 2022, o país acelerou a construção de um gasoduto para aumentar substancialmente a produção de gás e continua a expandir a extracção de petróleo e a exploração offshore de combustíveis fósseis.
Embora a geografia e o clima diversificados da Argentina signifiquem que tem muito potencial para energias renováveis, como a energia solar, eólica e hidroeléctrica, 88% da sua energia provém de combustíveis fósseis. Atualmente contribui com menos de 1% das emissões globais.
O que poderá o futuro reservar para a ação climática sob a presidência de Milei?
As ameaças de a Argentina abandonar o Acordo de Paris devem ser encaradas com cautela, pois são em parte uma encenação, disse Veronica Geese, secretária de energia da província argentina de Santa Fé.
“A Argentina não pode abandonar o Acordo de Paris porque está reforçado por lei, por isso isso não acontecerá – pelo menos não em breve”, disse Geese.
Ela acrescentou que, apesar da abordagem da presidência, muitos governos locais como o dela na província de Santa Fé continuariam a impulsionar os seus objectivos e compromissos climáticos.
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Se Milei prosseguir o seu objectivo de abandonar o Acordo de Paris, isso serviria para isolar ainda mais o país, de acordo com Niklas Höhne, especialista em política climática do grupo de reflexão sem fins lucrativos NewClimate Institute.
“A Argentina tornar-se-á ainda menos atraente como parceiro comercial para quem leva a sério a protecção climática, especialmente agora que vários países, sobretudo a UE, estão a introduzir direitos de importação para produtos prejudiciais ao clima”, disse Höhne.
Oscar Soria, chefe da The Common Initiative, um grupo com sede em Nova Iorque que faz campanha pela reforma financeira para promover a biodiversidade, disse à AFP que a ação climática global continuará “com ou sem a Argentina”.
“Isso foi demonstrado nos Estados Unidos quando Donald Trump tomou a decisão de se retirar do Acordo de Paris em 2017”, disse Soria.
Editado por: Jennifer Collins
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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