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O Salone retorna à China com dois palcos em Xangai e Hong Kong
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The Orbit, edifício de arte West Bund Shanghai – © Qingyan Zhu
Depois de Nova York, nos espaços da Bloomingdale’s, onde um projeto de exposição com curadoria do arquiteto e designer Ferruccio Laviani foi encenado para homenagear o Made in Italy, o Salone del Mobile.Milano está retornando à China. As metrópoles de Xangai e Hong Kong sediarão dois eventos que testemunham a importância do mercado asiático para o macrossistema de móveis e design italiano, ressaltando o valor do diálogo entre diferentes culturas e visões de design. A China é um mercado estratégico: ocupa o oitavo lugar no top 25 dos destinos de exportação para a cadeia de suprimentos de móveis de madeira, oferecendo oportunidades de negócios interessantes para o Made in Italy. De fato, a Itália está confirmada como o principal exportador de móveis para a China, com um valor de 479,01 milhões de euros.
De 8 a 10 de novembro, o Salone del Mobile.Milano realizará seu segundo grande evento internacional na Terra do Dragão, em conjunto com o West Bund Art & Design, do qual é parceiro para a ocasião. O evento, acompanhado pela ITA – Italian Trade Agency, está apresentando uma exibição especial hospedada no futurista The Orbit projetado pelo arquiteto Thomas Heatherwick, combinando design, arte e cultura em uma experiência imersiva com um forte impacto cênico e emocional. “The Orbit’s Orbit: uma instalação performática dedicada ao design italiano pela artista Matilde Cassani” é trazida à vida por performances recorrentes, convidando os visitantes a participar pessoalmente interagindo com a instalação.
O trabalho de Matilde Cassani, que com seu estúdio se move em uma área na fronteira entre arquitetura, instalações e design de eventos, apresenta espirais concêntricas habitadas por produtos icônicos que incorporam a excelência do design italiano, criando assim uma arquitetura orgânica e evolutiva. A área de exposição evoca uma cidade radial que hospeda um festival urbano, animado não apenas pela mobilidade espacial dos cidadãos-espectadores, mas acima de tudo por uma mobilidade ideal e cultural. Os performers, ao caminhar em uma única direção, transformam espaços de design em interiores habitados. A Orbit, com sua forma e significado, inspira o projeto de Cassani, tornando o espaço um repositório de significado enriquecido pelo mobiliário de mais de 36 marcas expositoras, dançarinos e visitantes.
Nas palavras de Matilde Cassani: “A forma do edifício The Orbit subjaz a uma dimensão ritual que queríamos trazer à tona, usando seus espaços como cenário para uma performance orbital, onde a interação entre visitantes e o cenário se torna parte integrante da própria experiência.” E ela conclui: “ Eu vejo uma exposição como um encontro com o público, então o projeto se cumpre com a chegada dos visitantes. Nesta exposição, o público e os objetos compartilham o papel de protagonistas da performance, dialogando em um equilíbrio perfeito.”
As empresas envolvidas : Antonio Lupi, Artemide, Barovier&Toso, B&B Italia, Baxter, Caccaro, Davide Groppi, Desalto, Edra, Ethimo, Flexform, Flos, Flou, Frigerio, Gessi, Glas Italia, Kartell, Living Divani, Martinelli Luce, Mattiazzi, Meridiani, Molteni&C, Nardi, Pinetti, Poliform, Porada, Porro, Riva 1920, Rugiano, Saba, Scavolini, Tacchini Italia, Technogym, Turri, Villari, Visionnaire.
“Com esta segunda visita internacional à China, o Salone del Mobile.Milano pretende presidir e estimular um mercado que parece estar em dificuldades, embora seu segmento de ponta seja muito animado e extremamente atraente para o Made in Italy ”, comenta Maria Porro, presidente do Salone del Mobile.Milano. Como uma feira comercial, outro objetivo importante que estabelecemos para nós mesmos é apoiar as empresas expositoras na captura de novas oportunidades nos processos de crescimento, desenvolvimento e distribuição nesta região. No entanto, ao mesmo tempo, queremos fortalecer nossa liderança de pensamento e visão, que hoje ultrapassa os limites do design tradicional, abraçando a interação entre cultura e projeto, arquitetura e arte. Este grande e marcante evento performático, decorrente do nosso maravilhoso encontro com Matilde Cassani, pretende se tornar um laboratório para trocas entre a Itália e a China, com o design italiano se envolvendo em um diálogo com a cultura e a tradição oriental. Um sinal tangível do compromisso do Salone em criar conexões interdisciplinares e culturais que expandam as linguagens do design e abram novos caminhos para a criatividade contemporânea.”
Augusto di Giacinto, Diretor do Escritório de Xangai da ITA – Italian Trade Agency, observou: “Apesar dos novos desafios no setor de design de interiores chinês, em 2023 a Itália foi o principal exportador para a China no setor de móveis. Esta é uma prova clara da apreciação do público chinês pelo design italiano e seu reconhecimento como uma verdadeira excelência global. É por esta razão que o Salone del Mobile.Milano, com o apoio da ITA – Italian Trade Agency, estará presente em Xangai, por ocasião do West Bund Art & Design com ‘The Orbit’s Orbit: uma instalação performática dedicada ao design italiano pela artista Matilde Cassani’, um programa de palestras e performances.”
A experiência da visita, oferecida ao público das 12h às 18h, é enriquecida por uma série de encontros e debates, com o objetivo de estimular a discussão e oferecer oportunidades de conhecer os grandes mestres do design e as novas promessas do setor. O programa de palestras e eventos abre na sexta-feira, 8 de novembro. A instalação é o cenário da palestra oficial de abertura do West Bund Art & Design Shanghai, na qual Maria Porro, presidente do Salone.Milano, falará. No sábado, 9 de novembro, será a vez da conversa e cerimônia do ADChina 100Young, que oferece um olhar rico e multifacetado sobre o panorama chinês do design jovem. Os convidados são Maria Porro, membro do júri que identificou os 100 talentos emergentes, e Marva Griffin Wilshire, curadora e fundadora do SaloneSatellite. No domingo, 10 de novembro, o evento em destaque será “ When Design Meets Art. Uma conversa entre a Itália e a China”, com curadoria de Annalisa Rosso, Diretora Editorial e Consultora de Eventos Culturais do Salone del Mobile.Milano. A palestra será dedicada ao diálogo entre arte e design como a centelha para revelar novos caminhos para a criatividade e a inovação. Os designers Bin Wu e Aldo Cibic trocarão ideias no palco junto com a artista Matilde Cassani. O moderador será o jornalista Wang Xu.
A coleção Permamente do SaloneSatellite chega a Hong Kong
De 11 a 21 de novembro, no final das comemorações do 25º aniversário do SaloneSatellite, parte da preciosa Coleção Permanente do Evento chegará a Hong Kong e criará a “SaloneSatellite Permanent Collection 1998-2024 Exhibition”. Ela será hospedada nos espaços do Arts Pavilion West Kowloon em Hong Kong, localizado no prestigiado centro de exposições do West Kowloon Cultural District, construído em torno do M+ Pavilion projetado por Herzog & de Meuron.
A exposição, organizada a pedido da IDFFHK International Design Furniture Fair Hong Kong e da Designworks Foundation, se concentrará em 100 peças das mais de 360 mantidas na Artwood Academy – Polo Formativo del Legno Arredo Fondazione ITS Rosario Messina em Lentate sul Seveso. A curadora é Marva Griffin Wilshire, Fundadora e Curadora do SaloneSatellite e Embaixadora de Relações Internacionais do Salone del Mobile.Milano, com sua equipe, e o arquiteto Ricardo Bello Dias, que também projetou a instalação e os gráficos, além de ser a alma artística de todas as instalações do SaloneSatellite desde a primeira edição, com o apoio de Hariadna Pinate, arquiteta do Studio Bello Dias.
“Trazer uma parte da Coleção Permanente do SaloneSatellite para Hong Kong não é apenas uma oportunidade de aumentar a conscientização sobre o trabalho de muitos jovens designers talentosos, mas também uma chance de celebrar a criatividade global e a importância da inovação no design. É uma ocasião para trocas culturais que destaca o papel fundamental do SaloneSatellite em aprimorar e apoiar as novas figuras de liderança no design internacional, e a melhor maneira de encerrar um ano de comemorações por seu 25º aniversário”, comenta Marva Griffin Wilshire.
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Corregedoria pede prisão de PM que jogou homem de ponte
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4 de dezembro de 2024 Bruno Bocchini – Repórter da Agência Brasil
A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo pediu nesta quarta-feira (4) a prisão do policial militar que jogou um homem de cima de uma ponte em São Paulo. O caso aconteceu na madrugada da última segunda-feira (2) durante uma abordagem policial no bairro de Cidade Adhemar, na zona Sul da capital paulista.
Os policiais teriam dado ordem para que duas pessoas em uma motocicleta parassem para averiguação. Como a dupla se recusou a parar, iniciou-se uma perseguição. Um rapaz foi detido e o outro, já dominado pelos policiais, foi jogado de cima da ponte por um policial. Segundo testemunhas, ele sobreviveu com ferimentos.
“Os 13 policiais envolvidos na ação foram imediatamente afastados de suas funções e respondem a um inquérito policial militar (IPM) conduzido pela Corregedoria da PM. O agente responsável pela agressão foi ouvido e sua prisão foi solicitada à Justiça Militar”, disse em nota a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
O caso é apurado também pela Polícia Civil, pela Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas da 2ª Seccional de Polícia. De acordo com a SSP, diligências estão em andamento para que a vítima seja ouvida.
Todos os policiais envolvidos pertencem ao 24º Batalhão da PM, em Diadema, na região metropolitana da capital paulista. Eles usavam câmeras corporais, cujas imagens serão utilizadas nas averiguações sobre a ação.
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Governo federal discute nova Política Nacional de Inteligência
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4 de dezembro de 2024 Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
Pouco mais de um ano após reestruturar todo o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), o governo federal agora discute mudanças na Política Nacional de Inteligência, em vigor desde 2016.
Nesta quarta-feira (4), os membros do Conselho Consultivo do Sisbin (Consisbin) aprovaram uma proposta de texto que a Casa Civil encaminhará para que seja analisada por outras instâncias do governo e que, ao final, servirá de subsídio para a elaboração de um decreto presidencial.
“Superada essa etapa [no conselho], a Casa Civil vai fazer os encaminhamentos. Então, o próximo passo será o decreto presidencial”, explicou Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, órgão central do sistema.
Brasília, 04/12/2024 – Diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Luiz Fernando Corrêa, na reunião do Conselho Consultivo do Sistema Brasileiro de Inteligência – Wilson Dias/Agência Brasil
Além da Abin, integram o Consisbin os ministros da Casa Civil (CC), do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e dos ministérios da Defesa; da Justiça e Segurança Pública e das Relações Exteriores. Da reunião desta quarta-feira, a primeira desde a reestruturação do sistema, em setembro do ano passado, participaram, além de Corrêa, o ministro Rui Costa (CCl) e Marcos Antonio Amaro dos Santos (GSI). Os outros foram representados por servidores de alto escalão das respectivas pastas.
Atualização
De acordo com Corrêa, a iniciativa busca atualizar o atual “marco orientador da atividade de inteligência” no Brasil, de forma a “refletir as atuais necessidades” do sistema nacional, composto por 48 órgãos públicos federais. Entre os fundamentos da proposta estão a garantia da soberania nacional, a segurança da sociedade, a defesa do Estado Democrático de Direito e a proteção de informações e estruturas sensíveis.
“Daí a proteção do Estado Democrático de Direito, o combate ao extremismo violento, a desinformação, a definição do papel da inteligência na produção de conhecimento para assessoramento das decisões, a contrainteligência protegendo dados sensíveis e estratégicos do país”, detalhou o diretor-geral da Abin.
A proposta de uma nova política nacional deve ser acompanhada por uma redefinição da Estratégia Nacional de Inteligência. Para isso, o Consisbin também aprovou, nesta quarta-feira, a criação de um grupo de trabalho encarregado de apresentar uma proposta em até 120 dias.
Ainda segundo Corrêa, “fatos recentes” foram determinantes para que o governo federal discutisse uma nova política mais alinhada às garantias do Estado de Direito, com mais controle social e transparência.
“Temos que estar prontos para as demandas do momento. Lógico que isso tem impactos na formação, no direcionamento, na capacitação”, admitiu Correa, reconhecendo que fatos como o ataque aos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), em 8 de Janeiro de 2023, impulsionaram a reformulação de todo o sistema de inteligência e da Abin.
“A agência está toda sendo remodelada. No aspecto de gestão, de produção do conhecimento e de controle interno. Todos os seus atos são transparentes, auditáveis, e, com isso, nós geramos confiança em relação ao que a Abin faz. Além disso, [ficou claro que] o sistema produziu conhecimento durante todo esse momento tenso que vivemos, mas estava desordenado. Então, nós atacamos os pontos onde foram detectadas falhas”, disse Corrêa.
Presente na reunião, o ministro da Casa Civil, Rui Costa destacou a importância de que a Política Nacional de Inteligência seja “reconstruída”. “Temos o desafio de reconstruir instituições e recolocar o nome de algumas delas, como a Abin, no lugar que merecem. Que, mais do que nunca, estas instituições passem a cumprir seu papel [de órgão] de Estado e não o de servir a quem está no governo”, disse Costa, comentando que, nos últimos anos, “a Abin esteve vinculado a ações que não condizem com o Estado Democrático de Direito”.
Brasília, 04/12/2024 – Rui Costa destacou a importância de que a Política Nacional de Inteligência seja “reconstruída” – Wilson Dias/Agência Brasil
“Portanto, este novo sistema, este novo conselho [Consisbin] e este novo [futuro] Plano Nacional garantirão segurança, capilaridade e reafirma o papel [dos órgãos do sistema] como instituições de Estado em defesa da democracia e da lei vigente em nosso país”, finalizou Costa.
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Prefeitura do Rio assumirá gestão de dois hospitais federais
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4 de dezembro de 2024 Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
O Ministério da Saúde e a prefeitura do Rio de Janeiro chegaram a um acordo para que os hospitais federais do Andaraí (HFA) e Cardoso Fontes (HFCF) sejam administrados pelo município. De acordo com as partes, a mudança resultará na abertura de leitos e na melhoria na qualidade do atendimento prestado à população.
A medida foi anunciada em Brasília, nesta quarta-feira (4), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes. A decisão é alvo de críticas do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Seguridade e Seguro Social (Sindsprev-RJ), que já marcou um protesto para quinta-feira (5).
O acordo prevê que o município receba R$ 610 milhões de Teto MAC, valores a serem empregados no custeio das ações classificadas como de alta e média complexidades em saúde. Além disso, a União fará um repasse de R$ 150 milhões, sendo R$ 100 milhões para o Hospital Federal do Andaraí e R$ 50 milhões para o Hospital Federal Cardoso Fontes. Os recursos, pagos em parcela única ainda neste mês, serão destinados a providências imediatas.
“Os hospitais federais do Rio de Janeiro precisam voltar a ser centros de excelência a serviço da nossa população e estamos aqui em um momento muito importante, caminhando nessa direção. Nossa ideia é aumentar a potência desses hospitais. É muito importante que eles funcionem para a população, abrindo leitos, abrindo serviços”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
De acordo com o presidente Lula, as mudanças ampliarão o acesso da população aos médicos especialistas, que muitas vezes leva tempo.
“Se a gente pudesse, parava o relógio e mandava a doença esperar. Mas a gente não consegue. Então, precisamos garantir que esse povo tenha não só a primeira consulta, como também a segunda consulta. E, ao mesmo tempo, garantir o efeito da segunda consulta. Porque nessa consulta, vem o pedido dos exames, do PET-Scan, da ressonância magnética. E aí demora mais de 10 meses. Então, todo o trabalho que estamos tentando montar é para que a gente, antes de terminar o mandato, possa comunicar ao povo brasileiro que eles vão ter mais especialistas”, disse.
Um conjunto de metas foi estipulada. Para o Hospital Federal do Andaraí, está prevista a abertura de 146 novos leitos, totalizando 450. O município deverá dobrar o número de atendimentos, chegando a 167 mil por ano, e contratar 800 novos trabalhadores, elevando para 3,3 mil o número de empregados.
No Hospital Federal Cardoso Fontes, com a abertura de mais 68 leitos, a quantidade total deverá chegar a 250. O volume de atendimentos também deverá dobrar, alcançando 306 mil por ano. Mais 600 profissionais precisarão ser contratados, aumento a força de trabalho para 2,6 mil pessoas.
As duas unidades também passarão por reformas. “As mudanças fazem parte do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro, elaborado pela ministra Nísia Trindade. Além do HFA e do HFCF, outras duas unidades já iniciaram seu processo de reestruturação: os hospitais federais de Bonsucesso (HFB) e Servidores do Estado (HFSE)”, registra nota divulgada pelo governo federal.
Protestos
Ao todo, existem seis hospitais federais na capital fluminense. Eles são especializados em tratamentos de alta complexidade para pacientes de todo o país dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa grande concentração de unidades federais, incomum na demais cidades do país, se deve ao fato de o Rio de Janeiro ter sido capital do país. Elas continuaram sob a gestão do Ministério da Saúde mesmo após a construção de Brasília.
Embora considerados hospitais de excelência no passado, as unidades enfrentam um processo de precarização que se arrasta há mais de uma década. Nos últimos anos, houve registros de problemas variados que incluem desabastecimento de insumos, alagamentos em períodos de chuva e falta de equipamentos.
Em 2020, um incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso causou a morte de três pacientes que estavam internados e paralisou serviços de referência como o de transplantes de córnea e o de transplantes renais.
Sem concurso público desde 2010, os problemas envolvendo a falta de recursos humanos é um dos principais gargalos. Para suprir as necessidades de profissionais, tem se recorrido aos contratos temporários, o que resulta em alta rotatividade, já que médicos, enfermeiros e outros trabalhadores da saúde não têm garantia de estabilidade.
Nos últimos anos, houve diversas crises às vésperas dos vencimentos dos contratos. Atualmente, essas unidades federais possuem cerca de 7 mil profissionais efetivos e 4 mil temporários.
Mobilizados pelo Sindsprev-RJ, os servidores têm realizado protestos contra o que consideram ser um fatiamento e um desmantelamento da gestão da rede de hospitais federais. Eles chegaram a realizar uma greve no primeiro semestre desse ano, cobrando medidas de enfrentamento ao sucateamento das unidades ao longo dos últimos anos, bem como recomposição salarial e realização de concurso público.
Há, por parte dos servidores, temor de que a municipalização seja uma etapa preliminar para se avançar em um processo de privatização. Eles apontam que, na gestão da saúde municipal, tem sido frequente a entrega das unidades de saúde para organizações sociais e para realização de parcerias público-privadas (PPPs).
Por esta razão, o Sindisprev-RJ convocou novos protestos para esta quinta-feira (5) no Hospital Federal do Andaraí e para segunda-feira (10) no Hospital Federal Cardoso Fontes. Ambas as manifestações estão marcadas para as 10h.
Em outubro, um outro protesto ocorreu no Hospital Federal de Bonsucesso contra o repasse da gestão da unidade para o Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Trata-se de uma empresa pública vinculada ao Ministério da Saúde que administra hospitais públicos federais no sul do país.
Na manifestação, os servidores consideraram que a mudança culminaria no desmonte da unidade e que o governo tomou a decisão sem diálogo. De acordo com eles, os problemas precisam ser enfrentados com investimentos e não com um fatiamento na gestão, o que colocaria em risco a continuidade de um modelo 100% público.
Reestruturação
Durante o anúncio da municipalização, o acordo foi defendido pelo prefeito Eduardo Paes. “Não é porque a prefeitura é mais competente que o governo federal. Não se trata disso. Se trata do simples fato de que a prefeitura está mais próximo das pessoas e, portanto, para conduzir hospitais com essas características, ela é melhor. Vai ter mais dedicação e um a olhar mais atento”, disse.
Ele destacou que uma parte do recurso será destinada para investir em obras nas duas unidades.
“Estou assumindo o compromisso que o presidente Lula, em um ano, vai reinaugurar esses hospitais totalmente recuperados. São estruturas que estão muito destruídas e é muito mais difícil fazer obra em um governo federal do que em uma prefeitura. Existem os órgãos de controle e as complexidades do governo federal. Por isso, o presidente Lula trabalha de maneira tão federativa e com essa parceria constante com os municípios e estados. Tenho certeza que é para que se dê essa agilidade.”.
Mudanças na gestão dos hospitais federais do Rio de Janeiro começaram a ser anunciadas pelo Ministério da Saúde no início do ano, após virem à tona denúncias de nomeações sem critérios técnicos e de irregularidades em contratação de serviços continuados.
Na ocasião, foi criado um Comitê Gestor para assumir temporariamente a administração das unidades e, posteriormente, foi anunciada que uma reestruturação da rede seria coordenada junto a duas empresas públicas – a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e GHC – e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Na época, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, negou que houvesse intenção de repassar a gestão das unidades. “Não existe distribuição dos hospitais. O governo não abrirá mão de coordenar o programa de reconstrução dos hospitais e fará isso dentro da visão do SUS. Um modelo de gestão definitivo será detalhado dentro desse programa após toda uma fase de análise e de diálogos que precisam ser feitos com todos os entes”, disse.
De acordo com a nota divulga pelo governo federal, a reestruturação em curso garante todos os direitos dos servidores das seis unidades e há um canal de atendimento para tirar dúvidas.
“Haverá um processo de movimentação voluntária dos profissionais, que respeitará a opção dos servidores por outros locais de trabalho. O ministério criou um canal de atendimento para tirar dúvidas de servidores sobre o plano”, registra o texto.
O governo federal acrescenta ainda que vem realizando investimentos importantes nas unidades, citando o investimento de R$ 13,2 milhões para instalação de um acelerador linear no Hospital Federal do Andaraí, visando ampliar o tratamento oncológico. “A previsão de funcionamento é ainda em dezembro de 2024. O serviço conta com apoio do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e ocorreu por meio do Plano de Expansão da Radioterapia (PER-SUS)”, indica a nota.
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