NOSSAS REDES

ACRE

Órgãos nacionais investigam notícias de torturas que teriam sido cometidas durante vistoria em presídio realizada por militares do Exército em Cruzeiro do Sul

PUBLICADO

em

Órgãos nacionais investigam notícias de torturas que teriam sido cometidas durante vistoria em presídio realizada por militares do Exército em Cruzeiro do Sul.

Notícias de torturas e abusos de poder cometidos durante operação do Exército Brasileiro contra presos da Unidade prisional Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul, transformaram-se em investigações. O efetivo realizou no dia 11 de julho de 2017 uma inspeção nos moldes do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).



Na época, um magistrado do Poder Judiciário do Estado foi impedido de acompanhar o trabalho de revista, por orientação do comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, o general José Eduardo Leal de Oliveira, após a interpretação de que, mesmo fora das hipóteses constitucionais, a diligência teria contornos de intervenção federal. A Associação dos Magistrados do Acre (Asmac) denunciou o caso, o que resultou em diversos procedimentos abertos para apuração do ocorrido.

Após a operação, em razão de dezenas de reclamações de familiares de presos, durante mais de um mês foram ouvidas testemunhas, analisadas as imagens das câmeras de segurança do complexo prisional e estudadas as informações produzidas pela perícia médico-legal. O conjunto foi sugestivo de ocorrência generalizada de agressões físicas, choques elétricos, mordidas de cachorro, disparos com munição de borracha, uso indiscriminado de spray de pimenta e outros excessos.

Entre as mais impressionantes situações está a de um preso provisório conduzido para julgamento na data da operação e que tentou se suicidar em um das celas do fórum criminal. O custodiado narrou ter tentado se matar após ter sido submetido a um nível intolerável de violência. A tentativa de suicídio foi contida por policiais militares e registrada em ata de Sessão de Julgamento da 1ª Vara Criminal da Comarca de Cruzeiro do Sul.

Outros apenados narraram que os agentes públicos pareciam sentir prazer em agir com truculência, chegando a dar ordens para que os cães farejadores mordessem os custodiados, afrouxando e apertando de volta as coleiras dos animais, enquanto os presos tentavam se esquivar das mordidas. Vídeos do circuito interno do complexo prisional registraram a dinâmica. A perícia médico-legal avaliou e fotografou todas as lesões provocadas. As dezenas de depoimentos colhidos foram registradas em vídeo e compõem extenso procedimento administrativo instaurado para apuração dos fatos.

Argumenta-se que coube ao Exército brasileiro tão somente a busca nas celas, sem qualquer contato com os presos, de modo que eventuais agressões ocorridas durante a diligência seriam de responsabilidade dos agentes penitenciários e policiais militares empregados na operação. A Associação dos Magistrados do Acre, por outro lado, considera que a fiscalização e controle da diligência incumbiam à instituição que estava no comando da operação, a quem cabia zelar para que fossem observadas, em sua totalidade, a lei e a ordem, mormente por ter o Exército Brasileiro assumido a plenitude da responsabilidade pelo controle externo dos trabalhos, ao obstruir que o Poder Judiciário tivesse acesso ao local. 

Os excessos, longe de representarem qualquer benefício para a segurança pública, alimentaram um intenso ciclo de ódio na cidade de Cruzeiro do Sul.

Dados dos setores de inteligência revelam também um incremento sem precedentes na quantidade de delitos praticados com emprego de violência ou grave ameaça pelas ruas depois da operação.

Duas semanas após a operação ocorreu uma fuga massiva de custodiados da unidade penitenciária. Houve incêndios a residências de policiais e, recentemente, foi assassinado um agente penitenciário. Dezenas de agentes públicos da comarca, dentre eles juízes, promotores, delegados, policiais e agentes penitenciários, encontram-se atualmente sob ameaça. As tropas da União não retornaram em apoio efetivo para solução dos novos problemas surgidos, de modo que todos os esforços pertinentes continuam sendo feitos em sua quase totalidade pelas forças estaduais. 

A Justiça concluiu que o procedimento violou ao menos quatro tratados internacionais, além de direitos previstos na legislação interna reguladora da Execução Penal e da proteção contra a tortura, o que poderá acarretar a responsabilização do Estado Brasileiro perante Tribunais Internacionais. Por provocação do Poder Judiciário acreano e da Asmac foram instaurados procedimentos investigatórios pela Procuradoria Regional da República da 1ª Região, pelo Conselho Nacional do Ministério Público e pelo Comando Militar da Amazônia.

Os fatos foram comunicados também ao Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, ao Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, ao Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, à Defensoria Pública da União e à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, para adoção de providências.  

O caso ganhou repercussão nacional após a inusitada obstrução do acesso do Poder Judiciário ao local da operação.

A Asmac ressalta que não é missão da Justiça a defesa de infratores, mas assegurar a autoridade da lei, indistintamente, entre ricos e pobres, inclusive em relação aos que têm o dever de manter a ordem e detém a força para consecução desta garantia. Assim, considera gravíssima a notícia de que agentes públicos responsáveis pela proteção da ordem jurídica teriam se aproveitado da ausência de controle externo da diligência para darem vazão a instintos menores, que em nada contribuem para a segurança da população.

Caso ocorra arquivamento dos procedimentos investigatórios, sem efetiva identificação e punição dos responsáveis, a Associação levará o caso e todas as provas produzidas à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, nos moldes do artigo 46 do Pacto de San Jose da Costa Rica, podendo ainda  buscar pedido de providências por meio da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) para adoção das revisões cabíveis junto aos tribunais superiores brasileiros. Assessoria.

ACRE

“As vozes Tarauacá ” Inscrições vão até 29 de Março

PUBLICADO

em

Estão abertas e se estendem até o final do mês de março (29), inscrições para o projeto “As Vozes de Tarauacá”. Os interessados em participar deverão procurar os seguintes locais:
Crianças de 10 a 14 anos: Escola onde estuda

Jovens de 14 a 18 anos: Escola onde estuda



Adulto, acima de 18 anos, escola, se ainda estudar e Rádio Comunitária Nova Era FM.

A inscrição deve ser realizada num formulário simples disponibilizado para a direção das escolas e da rádio.

Informações:

WHATSAAP – 99977 5176 (Raimundo Accioly) 99938 6041 (Leandro Simões)

Continue lendo

ACRE

Concurso do Tribunal de Justiça do Acre tem confusão e é anulado para o cargo de Analista Judiciário

PUBLICADO

em

Uma confusão na tarde deste domingo, 24, no concurso do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC) provocou a anulação do certame para o cargo de Analista Judiciário.

Conforme relatos de candidatos ao ac24horas, não foi apresentada a prova discursiva do concurso. Outros problemas relatados são pacotes de provas sem lacres, provas com capa especificando questões de história e geografia que não constatam no edital para o cargo.



Um dos locais de provas onde apresentou confusão por conta do concurso foi na Fameta/Estácio.

A reportagem conversou com o candidato Thales Martins 27 anos, que relatou o que ocorreu. “Bom, a gente foi fazer a prova, tudo conforme. Porém, nós não recebemos a discursiva. Os alunos que estavam dentro da sala, nenhum recebeu. Aliás, se eu não me engano, o bloco todo não recebeu essa prova discursiva. Então, quando deu o horário de duas horas e meia que passou a prova, a gente foi informado que teve o cancelamento da prova e que a gente não podia continuar fazendo a prova. Outro detalhe importante, a gente não levou a nossa prova, visto que teve outras turmas que levaram a prova. Fomos lesados devido à gente vai ter que remarcar outro dia” contou.

Quem também conversou com o ac24horas foi o candidato Samuel França, 26 anos. “Algumas provas receberam redação e outras provas não, a informação no momento não foi passada para todos, inclusive tem sala ainda que está tendo prova discursiva até para a própria área, analista, jornalista e judiciário da área do direito, então até 7 e meia, que é a data limite, 7 e meia da noite, ainda tem gente fazendo prova. Analista e judiciário sem saber que foi cancelado” relata.

A anulação prejudica milhares de candidatos, já que mais de 16 mil pessoas se inscreveram no certame, e muitos vieram de fora do Acre exclusivamente para fazer as provas.

O Tribunal de Justiça do Acre se posicionou por meio de uma nota de esclarecimento, onde confirma a anulação do concurso para o cargo de Analista Judiciário.

Leia abaixo:

Nota de Esclarecimento

A Administração do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC), tendo em vista os problemas ocorridos na aplicação da prova do concurso de servidores deste tribunal, realizada pelo Instituto Verbena, esclarece:

O problema decorreu especificamente na questão discursiva para o cargo de Analista Judiciário – área judicial/judiciária.

A Comissão Gestora do Concurso deliberou o cancelamento da aplicação da prova especifica para este cargo.

A decisão pela anulação foi tomada com base nos princípios da transparência, igualdade e lisura, que norteiam a atuação do TJAC.

Lamentamos o ocorrido e informamos que as medidas cabíveis já estão sendo adotadas no sentido de reaplicar a prova com a maior brevidade possível.

Isabelle Sacramento
Presidente da Comissão Gestora do Concurso

Continue lendo

ACRE

Deslizamentos de terra, filas para conseguir alimento e moradores sem casa: como está a situação no AC após cheia histórica

PUBLICADO

em

Capital estima prejuízo de R$ 200 milhões e recuperação pode levar até um ano. Em Brasiléia e Rio Branco, mais de 200 pessoas não têm mais casa para voltar.

Deslizamentos de terra, casas arrastadas pelo Rio Acre, famílias desabrigadas e filas quilométricas para conseguir uma cesta básica. Estas são algumas das dificuldades vivenciadas pelos atingidos pela cheia do Rio Acre que buscam recomeçar após a baixa das águas.

Há mais de 10 dias, o manancial atingia uma marca histórica que impactou a vida de mais de 70 mil rio-branquenses. Os efeitos dessa enchente, no entanto, continuam a afetar a população.

👉 Contexto: o Rio Acre ficou mais de uma semana acima dos 17 metros e alcançou o maior nível do ano, de 17,89 metros, no dia 6 de março, há mais uma semana. Essa foi a segunda maior cheia da história, desde que a medição começou a ser feita, em 1971. A maior cota histórica já registrada é de 18,40 metros, em 2015.

Continue lendo

MAIS LIDAS