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Os deslocados internos esquecidos de Tigray – DW – 20/01/2025

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Houve alívio em Tigray quando o a guerra terminou com um acordo de paz assinado em Pretória, África do Sul, em Novembro de 2022. Mas, apesar da cessação das hostilidades, centenas de milhares de pessoas desenraizadas de suas casas durante o conflito continuam a viver em condições terríveis. A guerra em Tigray foi travada entre a Força de Defesa Nacional da Etiópia, apoiada por tropas de Eritreiacontra combatentes do Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF).

Birhane Tafere, 62 anos, fugiu de sua casa em Humera, uma cidade no noroeste Etiópiaem novembro de 2020. Desde então, Birhane passou mais de quatro anos num campo de deslocados internos. Ele agora reside num abrigo temporário em Abiye Adi, localizado a 100 quilómetros (60 milhas) de Mekelle, capital de Tigray, juntamente com milhares de outras pessoas deslocadas, e descreve a sua vida como miserável.

“Todas as pessoas deslocadas estão em desespero. Estamos preocupados com o que acontecerá a seguir“, disse Birhane à DW.

“As autoridades que deveriam devolver-nos às nossas aldeias abandonaram a nossa agenda e estão ocupadas na luta pelo poder.”

pessoas deslocadas internamente realizam suas rotinas diárias em Tigray.
A vida nos abrigos para deslocados internos em Tigray é uma luta diáriaImagem: Milhões de Haileselassie Brahane/DW

1 milhão de refugiados

De acordo com a administração regional interina de Tigray, quase 1 milhão de pessoas deslocadas não conseguiram regressar às suas casas.

A administração cita dificuldades sociais e económicas significativas causadas por esta deslocação, uma vez que os militantes continuam a controlar o oeste de Tigré e as forças da Eritreia controlam as áreas fronteiriças, dificultando o regresso seguro. Para muitos, a situação em Tigray é fatal.

Negasi Marek, um deslocado pai de quatro filhos do oeste de Tigray, vive na Escola Primária Tsehaye, que agora serve como campo temporário para deslocados internos na cidade de Shire. Negasi disse à DW que as condições são tão graves no assentamento que há pessoas morrendo.

Contando o custo da guerra de Tigray na região de Amhara

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“Quatro pessoas morreram sozinhas nas últimas duas semanas, apenas por causa da situação terrível”, disse Negasi.

“Não estamos vivendo; estamos sofrendo. Principalmente idosos, diabéticos e hipertensos não recebem remédios e alimentos. Tudo o que você pode esperar aqui é a morte”, acrescentou Negasi.

Pessoas ‘sofrendo imensamente’

O partido da oposição Salsay Weyane Tigray acusa os governos regional e federal de causarem o sofrimento das pessoas deslocadas. O presidente do partido, Alula Hailu, disse à DW que o exército eritreu ainda não se retirou das zonas fronteiriças de Irob e Badme ou de outros distritos de Tigray.

Alula disse que nem a administração regional de Tigray nem o governo federal da Etiópia cumpriram as suas responsabilidades. Como resultado, muitas pessoas deslocadas continuam a viver em tendas.

“Cerca de 600 das 10.625 pessoas deslocadas apenas de Badme morreram devido à falta de alimentos e outros apoios”, disse Alula, acrescentando que o seu partido chamou repetidamente a atenção para a situação das pessoas deslocadas.

“Da mesma forma, as pessoas deslocadas no Condado estão sofrendo imensamente. O problema é generalizado”, disse Alula.

Tigray Alula Hailu fala em microfones
Alula Hailu, presidente do partido de oposição Salsay Weyane Tigray, culpa as autoridades por não fazerem o suficiente para ajudarImagem: Milhões de Haileselassie Brahane/DW

Bilhões ainda são necessários

A administração interina regional de Tigray anunciou planos para facilitar o regresso das pessoas deslocadas. No entanto, estima-se que o plano exija 2,1 mil milhões de dólares (2 mil milhões de euros) e vontade política para devolver as pessoas deslocadas.

A administração supostamente se envolveu E agências e outras partes interessadas para garantir financiamento e apoio para o processo.

Apesar das repetidas promessas do governo de devolver os deslocados internos, não houve sinais de mudança.

Editado por: Chrispin Mwakideu



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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