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Peruanos que moram no Brasil se dizem preocupados com familiares: ‘país está dividido’

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Após o presidente do Peru, Pedro Castillo, ser preso nesta quarta-feira (7), peruanos que moram na capital acreana, Rio Branco, falaram da insegurança em ter parentes no país vizinho. Castillo foi preso por instituir um governo de exceção no país e anunciar a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições.

O Congresso, de maioria opositora, ignorou a ordem de dissolução e destituiu Castillo horas depois e considerou que o ex-presidente tinha uma “permanente incapacidade moral”.

O analista de sistemas e empresário Eli Ramos Vasquez, de 37 anos, é natural de Lima, capital do Peru, e mora no Acre há 20 anos com outros três irmãos. Ele conta que deixou no país a mãe, o pai e outros dois irmãos. Vasquez disse que ele e a família são a favor de Castillo.

“Falei com um irmão meu hoje [quarta, 7] para ver o que está acontecendo lá e aí ele me falou que o presidente tentou fechar o congresso porque não aprova algumas coisas e não teve o apoio dos policiais militares e se deu mal. Mas, essa é a única opção que ele teria para mudar um pouco a política no Peru. Como não teve apoio, se deu mal e agora está detido. Sou a favor do atual governo e meu irmão também, porque até que se prove o contrário é uma pessoa honesta, trabalhadora, de esquerda, ele queria fazer uma política nova, renovar todas as pessoas que estão corrompidas”, afirmou.

Castillo responde ao terceiro processo de impeachment em um ano e meio de poder. Ele declarou o estado de emergência e impôs um toque de recolher em todo o país horas antes do julgamento do impeachment.

O Ministério de Relações Exteriores do Brasil diz que acompanha a situação no Peru com preocupação, e que pretende seguir com relação de amizade e cooperação com o país;

‘País dividido’

Vasquez falou ainda que a situação está tensa no país e que teme pela família, pois, como o país está dividido, ele está muito preocupado.

“A situação está muita tensa lá, a parte do Congresso está fechada, têm muitas pessoas protestando, reclamando, está tudo completamente parado. Supermercados parados, está um caos e está difícil sair até nas ruas. A gente fica preocupado porque política muda tudo, então, vai ter inflação, aumento de tudo, o dólar também vai disparar por causa da instabilidade da política. Isso influencia em tudo. Têm muitas pessoas a favor e muitas contra o presidente. Desde o primeiro momento em que ele assumiu a liderança não foi bem aceito, sempre têm as pessoas que desaprovam e não querem ver outro presidente dentro da política.

Uma peruana que é de Cuzco, mas que mora no Acre há 11 anos e preferiu não se identificar, disse que embora não esteja acompanhando a situação política do país tão de perto, os familiares estão divididos em relação à situação que o país enfrenta.

“Lá tem a questão de esquerda e direita. Pela direita quem estava querendo se candidatar era a filha de um ex-presidente que está preso por corrupção, então, eles optaram por não votar nela e deixaram a esquerda governar. Aí existe uma divisão, porque o governo de Pedro Castilho, ele na verdade era um militante que organizava greves, ele aproveitou esses movimentos, se tornou conhecido e se candidatou. Só que o lado da esquerda tem muito a ver com terrorismo e extremismo. Meus tios que moram lá no Peru falam que o Castilho tinha contato com ex-governantes que estão presos e queriam fazer um novo movimento para colocar a esquerda no poder ligados ao Abimael Guzman, que era um ex-presidente do país que foi condenado à prisão perpétua por terrorismo.”

A peruana falou que mesmo o país estando dividido, acredita que com a prisão de Castillo a situação deva melhorar, mas, mesmo assim, ainda se preocupa com os familiares que deixou por lá.

“Lá no Peru estão meus avós, tios e irmãos. Até a hora em que falei com meu tio, foi a hora que ele [Castillo] decretou o golpe, estava tudo bem. Depois minhas amigas falaram que estava tendo toque de recolher e que ele tinha decretado, mas como a polícia prendeu ele, acredito que não vai acontecer o toque de recolher. Minha família agora está muito dividida, mas minha família sempre foi de esquerda e agora estão todos divididos depois dos últimos acontecimentos.”

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.

Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”

O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”

 

A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.” 

A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.

Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre

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A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.

 



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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.

Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.

“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.

Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.

 



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