ACRE
Pessoas com depressão poderiam administrar estimulação cerebral em casa, mostra estudo | Ciência

PUBLICADO
11 meses atrásem
Ian Sample Science editor
Pessoas com depressão grave poderiam aliviar seus sintomas autoadministrando uma forma de estimulação elétrica cerebral em casa, de acordo com um ensaio clínico da terapia.
Os pacientes que fizeram um tratamento de 10 semanas tiveram cerca de duas vezes mais probabilidade de ver sua depressão entrar em remissão do que aqueles do grupo de controle que realizaram o mesmo procedimento com a corrente desligada.
As descobertas sugerem que as pessoas com depressão podem receber estimulação cerebral benéfica sem terem de ir a uma clínica e que o tratamento pode tornar-se uma alternativa eficaz para aqueles que não querem, ou não respondem, às terapias mais tradicionais.
“Este é um potencial tratamento de primeira linha para a depressão”, disse Cynthia Fu, professora de neurociência afetiva e psicoterapia no King’s College London e autora sênior do estudo.
“Também pode ser usado para pessoas cuja depressão não melhorou com medicamentos antidepressivos, para pessoas que não gostam de medicamentos antidepressivos ou que não desejam psicoterapia”.
Para o estudo de fase dois, 174 pessoas com transtorno depressivo maior receberam um fone de ouvido para administrar o que é conhecido como estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC). O fone de ouvido, produzido pela Flow Neurociênciaque também financiou o estudo, contém dois eletrodos que aplicam uma corrente fraca de até 2 miliamperes na testa.
O curso de 10 semanas foi supervisionado em tempo real por videoconferência, começando com cinco sessões de 30 minutos por semana durante três semanas, seguidas por três sessões de 30 minutos por semana durante as sete semanas seguintes.
Enquanto metade dos participantes recebeu estimulação elétrica cerebral conforme esperado, a outra metade, sem saber, teve terapia “inativa”, onde o dispositivo fornecia uma corrente breve e fraca no início e no final da sessão, mas de outra forma não fornecia qualquer estimulação.
Escrevendo no diário Medicina da Naturezaos pesquisadores relatam que a depressão melhorou em ambos os grupos ao longo do curso de 10 semanas, de acordo com suas pontuações nas escalas de depressão padrão.
Mas aqueles que tiveram estimulação cerebral ativa melhoraram mais. A taxa de remissão no grupo de estimulação cerebral foi de 44,9% em comparação com 21,8% no grupo de controle inativo.
Estima-se que 5% dos adultos em todo o mundo vivam com depressão. Os tratamentos mais comuns são antidepressivos e terapias psicológicas, mas mais de um terço das pessoas com transtorno depressivo maior não atingem a remissão clínica completa.
A ETCC faz com que os neurônios nas regiões frontais do cérebro disparem mais rapidamente, um efeito que se acredita ter um impacto benéfico na rede cerebral mais ampla afetada pela depressão.
“Observámos um efeito placebo, com as pessoas que estavam a receber o tratamento inativo apresentando uma melhoria”, disse Fu ao Guardian. “Mas havia mais pessoas no braço do tratamento ativo cuja depressão melhorou do que no braço do tratamento inativo.”
A ETCC já é usada para tratar doenças como psicose e distúrbios alimentares, e os testes até agora sugerem que o procedimento é seguro. A corrente entregue ao cérebro é pelo menos 400 vezes mais fraca do que a utilizada na terapia eletroconvulsiva, o que induz uma convulsão generalizada no cérebro. Para reduzir quaisquer riscos de estimulação prolongada, o dispositivo desliga após 30 minutos.
“Embora a ETCC para depressão tenha estado em Nice (Instituto Nacional de Saúde e Care Excellence) desde 2015 e é considerado ‘seguro’, as incertezas sobre sua eficácia permanecem”, disse Myles Jones, professor sênior de psicologia na Universidade de Sheffield, que não esteve envolvido no estudo.
“Este estudo demonstra que o uso doméstico repetido de ETCC está associado a uma redução em uma medida-chave da depressão.”
Ele acrescentou: “Embora doses únicas de ETCC tenham se mostrado ambíguas na mudança da atividade neural e do desempenho cognitivo, o uso prolongado durante dias ou semanas demonstrou ser clinicamente eficaz na depressão, zumbido e uma série de condições”.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
ACRE
Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.
“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”
Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
Relacionado
ACRE
Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, recebeu, nessa segunda-feira, 22, no gabinete da Reitoria, integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE). Representando a liderança da entidade, esteve presente Letícia Holanda, responsável pelas relações institucionais. O encontro teve como foco a apresentação da agenda da UNE, que reúne propostas para o Congresso Nacional com a meta de ampliar os recursos destinados à educação na Lei Orçamentária Anual de 2026.
Entre as prioridades estão a recomposição orçamentária, o fortalecimento de políticas de permanência estudantil e o incentivo a novos investimentos. A iniciativa também busca articular essas demandas a pautas nacionais, como a efetivação do Plano Nacional de Educação, a destinação de 10% do PIB para a área e o uso de royalties do petróleo em medidas de justiça social.
“Estamos vivenciando um momento árduo, que pede coragem e compatibilidade. Viemos mostrar o que a UNE propõe para este novo ciclo, com foco em avançar cada vez mais nas políticas de permanência e assistência estudantil”, disse Letícia Holanda. Ela também destacou a importância da regulamentação da Política Nacional de Assistência Estudantil, entre outras medidas, que, segundo a dirigente, precisam sair do papel e se traduzir em melhorias concretas no cotidiano das universidades.
Para o vice-presidente da UNE-AC, Rubisclei Júnior, a prioridade local é garantir a recomposição orçamentária das universidades. “Aqui no Acre, a universidade hoje só sobrevive graças às emendas. Isso é uma realidade”, afirmou, defendendo que o Ministério da Educação e o governo federal retomem o financiamento direto para assegurar mais bolsas e melhor infraestrutura.
Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno; o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Isaac Dayan Bastos da Silva; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarina Lima de Carvalho; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; representantes dos centros acadêmicos: Adsson Fernando da Silva Sousa (CA de Geografia); Raissa Brasil Tojal (CA de História); e Thais Gabriela Lebre de Souza (CA de Letras/Português).
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
Relacionado
ACRE
Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

PUBLICADO
2 dias atrásem
24 de setembro de 2025
CT
Tomaz Silva / Agência Brasil
Pode não parecer, mas as infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro não se limitam só aos motoristas de carros e motos — na verdade, as normas incluem também a conduta dos ciclistas. Mesmo assim, a aplicação das penalidades ainda gera dúvidas.
Nem todos sabem, mas o Código de Trânsito Brasileiro (CBT) descreve situações específicas em que ciclistas podem ser autuados, como pedalar em locais proibidos — o artigo 255 do CTB, por exemplo, diz que conduzir bicicleta em passeios sem permissão ou de forma agressiva configura infração média, com multa de R$ 130,16 e possibilidade de remoção da bicicleta.
Já o artigo 244 amplia as situações de infração para “ciclos”, nome dado à categoria que inclui bicicletas. Entre os exemplos estão transportar crianças sem segurança adequada, circular em vias de trânsito rápido e carregar passageiros fora do assento correto. Em casos mais graves, como manobras arriscadas ou malabarismos, a penalidade prevista é multa de R$ 293,47.
De fato, o CTB prevê punições para estas condutas, mas o mais curioso é que a aplicação dessas regras não está em vigor. Isso porque a Resolução 706/17, que estabelecia os procedimentos de autuação de ciclistas e pedestres, foi revogada pela norma 772/19.
Em outras palavras, estas infrações existem e, mesmo que um ciclista cometa alguma delas, não há hoje um mecanismo legal que permita a cobrança da multa.
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- ACRE3 dias ago
Equipe da Ufac é premiada na 30ª Maratona de Programação — Universidade Federal do Acre
- ACRE3 dias ago
Propeg realiza entrega de cartão pesquisador a professores da Ufac — Universidade Federal do Acre
- ACRE2 dias ago
Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática
- ACRE2 dias ago
Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login